Informa��es retiradas dos trabalhos Modernismo e Modernismo Movimentos Primitivistas
Autores:
Alc�ntara
Machado
Cassiano Ricardo
Leite
Manuel
Bandeira
Mario de Andrade
Menotti del
Picchia
Oswald de
Andrade
Pl�nio Salgado
Raul Bopp
Ronald de
Carvalho
Introdu��o
"E vivemos uns oito anos, at� perto de 1930,
na maior orgia intelectual que a hist�ria art�stica do pa�s registra."
(M�rio de Andrade, a respeito. dos anos que
se seguiram � Semana de Arte Moderna)
Realizada a Semana de Arte Moderna e ainda sob os ecos das vaias
e gritarias, tem in�cio uma primeira fase modernista, que se estende
de 1922 a 1930, caracterizada pela tentativa de definir e marcar
posi��es. Constitui, portanto, um per�odo rico em manifestos e
revistas de vida ef�mera: s�o grupos em busca de defini��o.
Nessa d�cada, a economia mundial caminha para um colapso, que
se concretizaria com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque,
em 1929. O Brasil vive os �ltimos anos da chamada Rep�blica Velha,
ou seja, o per�odo de dom�nio pol�tico das oligarquias ligadas
aos grandes propriet�rios rurais. N�o por mera coincid�ncia, a
partir de 1922, com a revolta militar do Forte de Copacabana,
o Brasil passa por um momento realmente revolucion�rio, que culminaria
com a Revolu��o de 1930 e a ascens�o de Get�lio Vargas.
Nelson Werneck Sodr�, ao analisar as d�cadas de 1920 e 30 em
Hist�ria da literatura brasileira, explica:
"Nesse processo verificamos a seria��o das manifesta��es
pol�tico-militares iniciadas com os disparos dos canh�es de
Copacabana, em 1922, e encerradas com o internamento da Coluna
Prestes na Bol�via. Tais manifesta��es, inequivocamente de classe
m�dia, assinalavam o crescendo na disputa pelo poder. Nele verificamos,
ainda, a seria��o de manifesta��es de rebeldia art�stica a que
se convencionou chamar Movimento Modernista, tamb�m tipicamente
de classe m�dia."
De 1930 a 1945, o movimento modernista vive uma segunda fase,
a qual reflete as .. transforma��es por que passou o pa�s, que
inaugura uma outra etapa de sua vida republicana.
Momento Hist�rico
Um m�s ap�s a Semana de Arte Moderna, a pol�tica brasileira vive
dois momentos importantes: em 1� de mar�o, a elei��o para a escolha
do sucessor de Epit�cio Pessoa na Presid�ncia da Rep�blica, com
a vit�ria do mineiro Artur Bernardes sobre Nilo Pe�anha; nos dias
25, 26 e 27 de mar�o, a realiza��o, no Rio de Janeiro, do congresso
de funda��o do Partido Comunista Brasileiro.
A elei��o de 1922 ocorre em meio a grave crise econ�mica e, contrariando
a norma da Rep�blica do Caf�-com-leite, polariza-se entre as candidaturas
de Artur Bernardes (representante das oligarquias de S�o Paulo
e Minas Gerais) e Nilo Pe�anha (representante das oligarquias
de Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul). Trata-se
de uma disputa motivada por interesses pessoais e locais, e n�o
por propostas diferentes de governo. Entretanto, o acirramento
do quadro pol�tico e a agita��o da campanha eleitoral trazem �
tona o descontentamento de importante setor da sociedade: a classe
m�dia, representada por jovens oficiais militares, que exige mudan�as
e tenta impedir a posse de Artur Bernardes.
O processo revolucion�rio tem in�cio com a revolta dos militares
do Forte de Copacabana, em 5 de julho de 1922; o movimento, entretanto,
dura apenas 24 horas e termina com a caminhada fatal, pelas ruas
de Copacabana, de 17 jovens militares e um civil contra mais de
3 mil soldados das for�as governistas. Esse epis�dio, conhecido
como Os 18 do Forte, significou, nas palavras do historiador Edgard
Carone, "o sacrif�cio por um ideal", ficando gravado
como s�mbolo de luta.
Os primeiros anos do governo de Artur Bernardes s�o marcados
por um constante estado de s�tio, censura � imprensa e interven��es
nos estados. No entanto, essas medidas n�o s�o suficientes para
estancar a marcha revolucion�ria: em 5 de julho de 1924, dois
anos ap�s os acontecimentos de Copacabana, estoura uma revolu��o
em S�o Paulo em que os militares exigem o fim da corrup��o, maior
representatividade pol�tica, voto secreto e justi�a. O movimento
dos tenentes em S�o Paulo dura aproximadamente um m�s e termina
com a retirada dos revoltosos em dire��o ao interior, onde se
encontram com tropas vindas do Rio Grande do Sul, comandadas pelo
capit�o Lu�s Carlos Prestes. Para dar continuidade � luta, a sa�da
� a forma��o de uma coluna com aproximadamente mil homens, sob
o comando de Prestes, que correria o Brasil, difundindo os ideais
revolucion�rios. Depois de percorrer 24 mil quil�metros e enfrentar
tropas do ex�rcito, for�as regionais, jagun�os e os cangaceiros
de Lampi�o, a Coluna Prestes embrenhasse em territ�rio boliviano.
O per�odo de 1922 a 1930 tamb�m se caracteriza por defini��es
no quadro pol�tico partid�rio: em 1922, sob o impacto da Revolu��o
Russa, � criado o Partido Comunista, que contava, entre seus fundadores,
com v�rios elementos egressos das lutas anarquistas; em 1926 surge
o Partido Democr�tico, de larga penetra��o entre a pequena burguesia
paulista e que teve, entre seus fundadores, M�rio de Andrade.
A situa��o pol�tica e social brasileira � de aparente calma com
a elei��o de Washington Lu�s para sucessor de Artur Bernardes.
Mas, na realidade, o pa�s caminhava para o fim desse per�odo de
convuls�es sociais com a ocorr�ncia da Revolu��o de 1930 e a ascens�o
de Get�lio Vargas ao poder, iniciando-se uma nova era da hist�ria
brasileira. M�rio de Andrade d� seu depoimento:
"Mil novecentos e trinta... Tudo estourava, pol�ticas,
fam�lias, casais de artistas, est�ticas, amizades profundas.
O sentido destrutivo e festeiro do movimento modernista j� n�o
tinha mais raz�o de ser, cumprido o seu destino leg�timo. Na
rua, o povo amotinado gritava: - Get�lio! Get�lio!..."
Caracter�sticas
O per�odo de 1922 a 1930 � o mais radical do movimento modernista,
justamente em conseq��ncia da necessidade de defini��es e do rompimento
com todas as estruturas do passado. Da� o car�ter an�rquico
dessa primeira fase e seu forte sentido destruidor, assim
definido por M�rio de Andrade:
"(...) se alastrou pelo Brasil o esp�rito destruidor do
movimento modernista. Isto �, o seu sentido verdadeiramente
espec�fico. Porque, embora lan�ando in�meros processos e id�ias
novas, o movimento modernista foi essencialmente destruidor.
(...)
Mas esta destrui��o n�o apenas continha todos os germes da
atualidade, como era uma convuls�o profund�ssima da realidade
brasileira. O que caracteriza esta realidade que o movimento
modernista imp�s �, a meu ver, a fus�o de tr�s princ�pios fundamentais:
o direito permanente � pesquisa est�tica; a atualiza��o da intelig�ncia
art�stica brasileira e a estabiliza��o de uma consci�ncia criadora
nacional."
Ao mesmo tempo que se procura o moderno, o original e o pol�mico,
o nacionalismo se manifesta em suas m�ltiplas facetas: uma volta
�s origens, a pesquisa de fontes quinhentistas, a procura
de uma "l�ngua brasileira" (a l�ngua falada pelo
povo nas ruas), as par�dias - numa tentativa de repensar
a hist�ria e a literatura brasileiras - e a valoriza��o do
�ndio verdadeiramente brasileiro. � o tempo do Manifesto da
Poesia Pau-Brasil e do Manifesto Antrop�fago, ambos nacionalistas
na linha comandada por Oswald de Andrade, e do Manifesto do Verde-Amarelismo
ou da Escola da Anta, que j� traz as sementes do nacionalismo
fascista comandado por Pl�nio Salgado.
Como se percebe j� no final da d�cada de 20, a postura nacionalista
apresenta duas vertentes distintas: de um lado, um nacionalismo
cr�tico, consciente, de den�ncia da realidade brasileira,
politicamente identificado com as esquerdas; de outro, um nacionalismo
ufanista, ut�pico, exagerado, identificado com as correntes
pol�ticas de extrema direita.
Dentre os principais nomes dessa primeira fase do Modernismo
e que continuariam a produzir nas d�cadas seguintes, destacam-se
M�rio de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Ant�nio
de Alc�ntara Machado, al�m de Menotti del Picchia, Cassiano Ricardo,
Guilherme de Almeida e Pl�nio Salgado.
As revistas e os manifestos
Klaxon
A revista Klaxon - Mens�rio de Arte Moderna foi
o primeiro peri�dico modernista, fruto das agita��es do ano de
1921 e da grande festa que foi a Semana de Arte Moderna. Seu primeiro
n�mero circulou com data de 15 de maio de 1922; a edi��o dupla,
de n�meros 8 e 9, a �ltima da revista, saiu em janeiro de 1923.
Klaxon foi inovadora em todos os sentidos: desde o projeto
gr�fico (tanto da capa como das p�ginas internas) at� a publicidade
das contracapas e da quarta capa (propagandas s�rias, como a dos
chocolates Lacta, e propagandas sat�ricas, como a da "Panuosopho,
Pateromnium & Cia." - uma grande f�brica internacional
de... sonetos!). Na oposi��o entre o velho e o novo, na proposta
de uma concep��o est�tica diferente, enfim, em todos os aspectos,
era uma revista que anunciava a modernidade, o s�culo XX buzinando
(Klaxon era o termo empregado para designar a buzina externa
dos autom�veis), pedindo passagem.
Eis alguns trechos do "manifesto" que abriu o primeiro
n�mero da revista:
"Klaxon sabe que a vida existe. E, aconselhado
por Pascal, visa o presente. Klaxon n�o se preocupar�
de ser novo, mas de ser atual. Essa � a grande lei da novidade.
(...) Klaxon sabe que o progresso existe. Por isso,
sem renegar o passado, caminha para diante, sempre, sempre.
(...)
Klaxon n�o � exclusivista. Apesar disso jamais publicar�
in�ditos maus de bons escritores j� mortos.
Klaxon n�o � futurista. Klaxon � klaxista.
(...) Klaxon cogita principalmente de arte. Mas quer
representar a �poca de 1920 em diante. Por isso � polimorfo,
onipresente, inquieto, c�mico, irritante, contradit�rio, invejado,
insultado, feliz."
Manifesto da Poesia Pau-Brasil
O manifesto escrito por Oswald de Andrade foi inicialmente publicado
no jornal Correio da Manh�, edi��o de 18 de mar�o de 1924;
no ano seguinte, uma forma reduzida e alterada do manifesto abria
o livro de poesias Pau-Brasil. No manifesto e no livro
Pau-Brasil (ilustrado por Tarsila do Amaral), Oswald prop�e
uma literatura extremamente vinculada � realidade brasileira,
a partir de uma redescoberta do Brasil. Ou, como afirma Paulo
Prado ao prefaciar o livro:
"Oswald de Andrade, numa viagem a Paris, do alto de um
atelier da Place Clichy - umbigo do mundo -, descobriu, deslumbrado,
a sua pr�pria terra. A volta � p�tria confirmou, no encantamento
das descobertas manuelinas, a revela��o surpreendente de que
o Brasil existia. Esse fato, de que alguns j� desconfiavam,
abriu seus olhos � vis�o radiosa de um mundo novo, inexplorado
e misterioso. Estava criada a poesia `pau-brasil'."
A seguir, alguns trechos do Manifesto:
"A poesia existe nos fatos. Os casebres de a�afr�o e de
ocre nos verdes da Favela, sob o azul cabralino, s�o fatos est�ticos.
(...) A Poesia para os poetas. Alegria dos que n�o sabem e
descobrem. (...)
A Poesia Pau-Brasil. �gil e c�ndida. Como uma crian�a. (...)
A l�ngua sem arca�smos, sem erudi��o. Natural e neol�gica.
A contribui��o milion�ria de todos os erros. Como falamos. Como
somos.
(...) S� n�o se inventou uma m�quina de fazer versos - j� havia
o poeta parnasiano. (...)
A Poesia Pau-Brasil � uma sala de jantar domingueira, com passarinhos
cantando na mata resumida das gaiolas, um sujeito magro compondo
uma valsa para flauta e a Maricota lendo o jornal. No jornal
anda todo o presente.
Nenhuma f�rmula para a contempor�nea express�o do mundo. Ver
com olhos livres."
A Revista
A Revista foi a publica��o respons�vel pela divulga��o do movimento
modernista em Minas Gerais. Circularam apenas tr�s n�meros, nos
meses de julho e agosto de 1925 e janeiro de 1926; contava entre
seus redatores com Carlos Drummond de Andrade. Em seu primeiro
n�mero, o editorial afirmava:
"(...) Somos, finalmente, um �rg�o pol�tico. Esse qualificativo
foi corrompido pela interpreta��o viciosa a que nos obrigou
o exerc�cio desenfreado da politicagem. Entretanto, n�o sabemos
de palavra mais nobre que esta: pol�tica. Ser� preciso dizer
que temos um ideal? Ele se apoia no mais franco e decidido nacionalismo.
A confiss�o desse nacionalismo constitui o maior orgulho da
nossa gera��o, que n�o pratica a xenofobia nem o chauvinismo,
e que, longe de repudiar as correntes civilizadoras da Europa,
intenta submeter o Brasil cada vez mais ao seu influxo, sem
quebra de nossa originalidade nacional:'
Verde-Amarelismo
Em 1926, como uma resposta ao nacionalismo do Pau-Brasil, surge
o grupo do Verde-Amarelismo, formado por Pl�nio Salgado, Menotti
del Picchia, Guilherme de Almeida e Cassiano Ricardo. O grupo
criticava o "nacionalismo afrancesado" de Oswald de
Andrade e apresentava como proposta um nacionalismo primitivista,
ufanista e identificado com o fascismo, que evoluiria, no in�cio
da d�cada de 30, para o Integralismo de Pl�nio Salgado. Parte-se
para a idolatria do tupi e elege-se a anta como s�mbolo nacional.
Oswald de Andrade contra-ataca em sua coluna Feira das Quintas,
publicada no Jornal do Com�rcio, com o artigo "Antologia",
datado de 24 de fevereiro de 1927. Nele, Oswald faz uma s�rie
de brincadeiras, utilizando palavras iniciadas ou terminadas com
anta. Em 1928, o mesmo Oswald escreve o Manifesto Antrop�fago,
ainda como resposta aos seguidores da Escola da Anta.
O grupo verde-amarelista tamb�m faria publicar um manifesto no
jornal Correio Paulistano, edi��o de 17 de maio de 1929, intitulado
"Nhenga�u Verde-Amarelo - Manifesto do Verde-Amarelismo ou
da Escola da Anta", que, entre outras coisas, afirmava:
"O grupo 'verdamarelo', cuja regra � a liberdade plena
de cada um ser brasileiro como quiser e puder; cuja condi��o
� cada um interpretar o seu pa�s e o seu povo atrav�s de si
mesmo, da pr�pria determina��o instintiva; - o grupo `verdamarelo',
� tirania das sistematiza��es ideol�gicas, responde com a sua
alforria e a amplitude sem obst�culo de sua a��o brasileira
(...)
Aceitamos todas as institui��es conservadoras, pois � dentro
delas mesmo que faremos a inevit�vel renova��o do Brasil, como
o fez, atrav�s de quatro s�culos, a alma da nossa gente, atrav�s
de todas as express�es hist�ricas.
Nosso nacionalismo � `verdamarelo' e tupi. (...)"
Manifesto Regionalista de 1926
Os anos de 1925 a 1930 marcam a divulga��o do Modernismo pelas
v�rios estados brasileiros. Assim � que o Centro Regionalista
do Nordeste, com sede em Recife, lan�a o Manifesto Regionalista
de 1926, em que procura "desenvolver o sentimento de unidade
do Nordeste" dentro dos novos valores modernistas. Apresenta
como proposta "trabalhar em prol dos interesses da regi�o
nos seus aspectos diversos: sociais, econ�micos e culturais".
Al�m de promover confer�ncias, exposi��es de arte, congressos,
o Centro editaria uma revista.
Vale lembrar que, a partir da d�cada de 1930, o regionalismo
nordestino resultou em brilhantes obras liter�rias, com nomes
que v�o de Graciliano Ramos, Jos� Lins do Rego, Jos� Am�rico de
Almeida, Rachel de Queiroz e Jorge Amado, no romance, a Jo�o Cabral
de Melo Neto, na poesia.
Revista de Antropofagia
A Revista de Antropofagia teve duas fases (ou "denti��es",
segundo os antrop�fagos). A primeira contou com 10 n�meros, publicados
entre os meses de maio de 1928 e fevereiro de 1929, sob a dire��o
de Ant�nio de Alc�ntara Machado e a ger�ncia de Raul Bopp. A segunda
apareceu nas p�ginas do jornal Di�rio de S. Paulo foram
16 n�meros publicados semanalmente, de mar�o a agosto de 1929,
e seu "a�ougueiro" (secret�rio) era Geraldo Ferraz.
O movimento antropof�gico surgiu como uma nova etapa do nacionalismo
Pau-Brasil e como resposta ao grupo verde-amarelista, que criara
a Escola da Anta.
Em janeiro de 1928, Tarsila do Amaral pintou uma tela para presentear
seu ent�o marido Oswald de Andrade pela passagem de seu anivers�rio.
A tela impressionou profundamente Oswald e Raul Bopp, que a batizaram
com o nome de Abaporu (aba, "homem"; poru,
"que come"), da� nascendo a id�ia e o nome do movimento.
Em sua primeira "denti��o", iniciada com o pol�mico
Manifesto Antrop�fago, assinado por Oswald de Andrade, a revista
foi realmente um espelho da miscel�nea ideol�gica em que o movimento
modernista se transformara: ao lado de artigos de Oswald, Alc�ntara
Machado, M�rio de Andrade, Drummond, encontramos textos de Pl�nio
Salgado (em defesa da l�ngua tupi) e poesias de Guilherme de Almeida,
ou seja, de t�picos representantes da Escola da Anta.
J� a segunda "denti��o" apresenta-se mais definida
ideologicamente - houve, at� mesmo, uma ruptura entre Oswald de
Andrade e M�rio de Andrade. Afinal, vivia-se uma �poca de defini��es.
Continuam antrop�fagos Oswald, Raul Bopp, Geraldo Ferraz, Oswaldo
Costa, Tarsila do Amaral e a jovem Patr�cia Galv�o, a Pagu. Os
alvos das "mordidas" s�o M�rio de Andrade, Alc�ntara
Machado, Gra�a Aranha, Guilherme de Almeida, Menotti del Picchia
e, naturalmente, Pl�nio Salgado.
Do Manifesto Antrop�fago, transcrevemos alguns trechos:
"S� a antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente.
Filosoficamente. �nica lei do mundo. Express�o mascarada de
todos os individualismos, de todos os
coletivismos. De todas as religi�es. De todos os tratados de
paz. Tupy or not tupy, that is the question.
(...)
Foi porque nunca tivemos gram�ticas, nem cole��es de velhos
vegetais. E nunca soubemos o que era urbano, suburbano, fronteiri�o
e continental. Pregui�osos no mapa-m�ndi do Brasil.
(... )
Antes dos portugueses descobrirem o Brasil, o Brasil tinha
descoberto a felicidade. Contra o �ndio de tocheiro. O �ndio
filho de Maria, afilhado de Catarina de M�dicis e genro de D.
Ant�nio de Mariz.
A alegria � a prova dos nove."
Oswald de Andrade Em Piratininga. Ano 374 da Degluti��o do
Bispo Sardinha.
Outras revistas
Al�m das revistas e manifestos j� citados, deve-se mencionar
ainda a Revista Verde de Cataguazes, de Minas Gerais, que
teve cinco edi��es entre setembro de 1927 e janeiro de 1928, trilhando
o caminho aberto por A Revista. No Rio de Janeiro, em 1924,
circulou a revista Est�tica; em S�o Paulo, no ano de 1926,
havia a revista Terra Roxa e Outras Terras, de pequena
express�o, apesar de contar com a colabora��o de M�rio de Andrade
e de Rubens Borba de Moraes. Em 1927, no Rio de Janeiro, circulou
a revista Festa, fundada por Tasso da Silveira, que tentava
revalorizar a linha espiritualista de tradi��o cat�lica e tinha
Cec�lia Meireles como colaboradora.
Fonte:
NICOLA, Jos� de. Literatura Brasileira das origens dos nossos
dias. Ed.15. S�o Paulo. Scipione.