Esquina da Literatura

br.geocities.com/esquinadaliteratura

Autores

Raul Bopp

 

Modernismo

Geração de 22

 

Introdução
Informa��es retiradas do trabalho Modernismo Movimentos Primitivistas

 

"- E agora, compadre
vou de volta pro Sem-Fim.

Vou l� para as terras altas
onde a serra se amontoa
onde correm os rios de ;aguas claras
entre moitas de molungu

Quero levar minha noiva
Quero estarzinho com ela
numa casa de morar
com porta azul piquininha
pintada � l�pis de cor

Quero sentir a quantura
do seu corpo de vaiv�m
Querzinho de ficar junto
Quando a gente quer bem bem (...)"

(Raul Bopp)

Nascido em Tupaceret�, no Rio Grande do Sul, em 1898, Raul Bopp perambulou o Brasil adentro e o mundo a fora. Bacharelou-se em Direito e exerceu diversas e disparatadas profiss�es: jornalista em Porto Alegre e S�o Paulo, pintor de paredes em Cuiab�, caixeiro de livraria em Buenos Aires, Secret�rio do Conselho Federal do Com�rcio Exterior e, finalmente, diplomata. Foi c�nsul em Kobe, Los Angeles, Zurique, Barcelona, secret�rio de embaixada em Lisboa, ministro na Guatemala. Em Yokohama, no Jap�o, fundou o "Correio da �sia" e com Jos� Jobim publicou "Sol e Banana", estudos de economia brasileira. N�made e andarilho desde jovem, nunca se sabe onde Raul Bopp est�, mesmo agora depois de casado e chefe de fam�lia.

Raul bopp participou ativamente da fase pol�mica do modernismo em S�o Paulo. A princ�pio comp�s o grupo "Verde e Amarelo". Pl�nio Salgado definiu-o mesmo como o "verdamarelismo ambulante". Mas, depois, integrou as hostes da "Antropofagia", com Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral.

Publicou "Cobra Norato", que ele mesmo define como obra de "aud�cias extragramaticais e uma movimenta��o de material de camada popular", e "Urucungo", poemas negros. Seu principal livro � realmente "Cobra Norato", poema de ra�zes folcl�ricas que ultrapassa, no entanto, as lindes do ornamental para ser a fus�o da linguagem po�tica e dialetal com o mist�rio de uma regi�o feita de sortil�gios, febres, dramas e trag�dias – a Amaz�nia, "vis�o de um mundo paludial e como que ainda na gesta��o", no dizer de Manuel Bandeira. Para Carlos Drummond de Andrade � possivelmente o mais brasileiro de todos os livros de poemas brasileiros, escritos em qualquer tempo. Os mitos, a sintaxe, a conforma��o po�tica, o sabor, a atmosfera – n�o h� talvez nada "t�o Brasil" em nossos cantores como este longo e sustentado poema, que � tamb�m um poema do homem e do mundo primitivo, geral, anterior �s divis�es pol�ticas, na fronteira das terras compridas do Sem Fim. O cr�tico portugu�s Jos� Os�rio de Oliveira considera-o "o mais estranho poema de toda a literatura brasileira".

Cobra Norato
Na dimens�o da Antropofagia, a obra melhor arquitetada em todos os sentidos � Cobra Norato. Transfigurando uma lenda amaz�nica, o poeta ga�cho realizou uma experi�ncia de poesia paralelamente narrativa e l�rica. Nela o mitol�gico se confunde com a realidade natural e a linguagem � permeada tanto por termos locais quando por inova��es vanguardistas.

"Europe�smo e "primitivismo" fundem-se – numa s�ntese n�o encontrada antes – na trajet�ria do her�i que deseja se casar com a filha da rainha Luzia. Para isso, mata a Cobra Norato, vestindo em seguida a sua pele para melhor percorrer os caminhos amaz�nicos. O rastejar de Norato comp�e-se de uma s�rie de quadros, geralmente est�ticos, nos quais avultam originais descri��es da fauna e flora e dos rios da regi�o. Norato n�o se deixa seduzir pela lux�ria e pelos perigos sensuais da floresta e, auxiliado pelo "compadre tatu", safa-se de todos os obst�culos, at� encontrar a amada em poder da Cobra Grande. Rouba-a e � feliz. � de registrar o aspecto intencionalmente "infantil" da linguagem, manifesto pela presen�a cont�nua de diminutivos

 

 

Início | Autores | Escolas Liter�rias
1998-2007 Esquina da Literatura - InfoEsquina

Hosted by www.Geocities.ws

1