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Nenhum segredo é sagrado. Nenhuma guerra é santa.

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Um minuto de sua atenção:

Uma foto no jornal O Estado de São Paulo durante a guerra do Kosovo, onde uma criança de seus 6,7 anos olhava, meio querendo compreender, uma fila em que se distribuía pão. Não sei exatamente o que, no momento em que vi a foto, eu senti mas sei que me lembrei de meus filhos, como se eles ali estivessem, dentro do olhar daquele menino que quase implorava menos fúria. Ali também me dei conta da necessidade de escrever a respeito do que estamos construindo para as nossas crianças.
O mundo ignora suas crianças e nós fazemos parte deste mundo, gostemos ou não, em menor ou maior escala, temos nossas responsabilidades. O que me assusta, sobretudo, é quando traduzimos a palavra "globalização" e constatamos que ela significa o sucateamento de tudo que antes entendíamos como nossos valores. Não há critérios, o que existe é uma imensa massa pública comprimida tentando sobreviver a uma minoria extremamente atormentada, cujo único prazer é ganhar.
Somos os principais responsáveis pela desordem social que instalou-se no mundo e se não pudermos restaurar o que cometemos, que tipo de futuro podemos aguardar?
Temos de tentar. Temos a obrigação de tentar. As crianças não podem ser penalizadas pela nossa neurose egoísta. Se fazemos o que fazemos com nossos menores, o que não estamos fazendo conosco? Num simples exercício de futurologia podemos vislumbrar uma legião de drogados em seus mundos autistas e constatar, tristemente, que não é o crime que é organizado e sim nós é que somos desorganizados, socialmente e moralmente.
Que país é este que trata seus pequeninos como esterco social? Que futuro aguarda a raça humana que dá pedra para seus filhos fumarem, álcool para seus filhos beberem, terra para comerem?
São nossos os filhos das ruas. São nossas todas as crianças de todo o mundo. Não importa quem as tenha parido, não importa quem as tenha educado, não importa quem as tenha largado.
Pense a respeito.

Dirceu Walter Ramos
Verão de 2000

 
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