Os meninos do outro lado
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Nenhum segredo é sagrado. Nenhuma guerra é santa.

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Vimos um mundo diferente
enquanto ignorávamos o nosso apetite
nele haviam sobras exóticas
pequenas porções de gente
restos mortais da meninice
que espancamos em nossa lógica.
Notamos pessoas de dentes estranhos
não sabíamos se famintos ou se brancos
não eram pessoas, eram hologramas
não deste planeta, com certeza,
nem endereço, nem idioma, nem telegrama.
Olhávamos em volta
voltávamos ao nosso viaduto
ameaçam as chuvas
chapiscam viaturas
precisávamos voltar
definitivamente nosso mundo era outro.
Aqui, provavelmente não teríamos chance,
nossa casa seria sempre à margem.
Tão certo quanto a tua revanche
é teu olhar distorcendo nossa imagem
apesar de tudo, ainda somos iguais;
você com seus pais
e nós entre os animais.

 
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