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Materiais
| Madeira |
Os métodos de construção mais fáceis, e conseqüentemente preferidos dos
construtores amadores, utilizam o compensado naval como elemento
estrutural dos cascos. A popularização desse tipo de compensado,
entretanto, fez com que ele fosse aplicado para fins outros, que não a
construção naval, com isso, surgiram muitos compensados de baixa qualidade
sendo chamados de naval. Alguns fabricantes, para fugir dessa artimanha de
alguns fornecedores inescrupulosos criaram a denominação "compensado
marítimo", este, de melhor qualidade, deve ser preferido pelo construtor
amador.
Muitos projetos estrangeiros mostram um layout de corte do compensado
que maximiza o aproveitamento da madeira, no entanto, o compensado no
Brasil tem dimensões padronizadas diferentes das Americanas. Enquanto nos
EUA a folha de compensado mede 8'X4' (2,40X1,20m), no Brasil ela mede
2,20X1,60m, ou seja, tem comprimento menor, porém largura maior. Mas isso em
geral não é problema, pois as peças dos barcos pequenos não têm largura
maior que 1,60m e no comprimento é sempre possível fazer emendas
colando-os com pequenos pedaços de compensado.
Entretanto, algumas peças como sarrafos, molduras e cavernas, precisam,
em alguns casos, ser de madeira bruta, nesse caso, podem ser utilizados ipê, sedro, sedrinho ou pinho
tratado.
| Fibra de
Vidro |
A fibra de vidro, em alguns métodos, é utilizada como principal elemento
de construção, enquanto que a madeira seve de molde para a laminação da
fibra. Em outros casos, a fibra é utilizada como impermeabilizante da
madeira, dando uma maior durabilidade ao casco. Nos métodos preferidos
pelos amadores, a principal utilidade da fibra é na união das peças de
compensado, onde uma fita de fibra de vidro é colada entre as laterais e o
fundo do barco, por exemplo, reforçando a estrutura e vedando completamente
as frestas da união da madeira.
A fibra mais utilizada no Brasil é na forma de manta em rolos com cerca
de 1m de largura, mas pode ser cortada, com tesoura, em fitas da largura
que você precisar. No exterior, o preferido é o tecido de fibra de vidro,
que parece mesmo um tecido, de tão perfeitamente fiado que é. Ele é
vendido em rolos como a manta mas também é encontrado em fitas de alguns
centímetros de largura. O tecido ainda é muito caro no
Brasil, e difícil de encontrar, mas é mais fácil de trabalhar e dá um
acabamento melhor, facilitando na hora de lixar e pintar. A manta, porém,
atende perfeitamente se for utilizada só para unir as peças de compensado,
como no método stitch and glue (costure e cole); neste caso, utilize
resina para impermeabilizar a madeira.
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| Resinas e
Colas |
Encontra-se, basicamente, dois tipos de resinas no mercado: a epoxi e a
poliéster. A de poliéster, se subdivide em dois tipos: isofitálica e
ortofitálica. A mais indicada para a construção naval é a epoxi. Ela
parece uma cola Araldite(r) e pode ser diluída com solvente
redutor thiner para diminuir a densidade e facilitar o trabalho, ou pode ser
misturada com talco industrial, micro esferas de vidro e pó de madeira e
outros produtos para fazer uma massa utilizada para calafetar ou vedar
pequenos buracos e frestas. Ela também pode ser utilizada para colar
diversos tipos de materiais, como a cola Araldite(r).
A resina poliéster também pode ser usada na laminação com fibra de
vidro, ou na impermeabilização da madeira, porém não é muito apropriada
para ser usada para colar materiais. Não misture ou aplique os dois tipos
de resinas, não vai funcionar.
Todas as três resinas, em geral, são vendidas em dois frascos, sendo um o agente
catalisador. A mistura da epoxi deve ser de 50% de cada, e dura cerca de 24h para
secar completamente. A poliéster tem seu catalisador em gotinhas, devendo
ser misturada 20 gotas para cada 150ml (um copinho de geléia). Se você vai construir um barco, compre as resinas em
baldes, para reduzir os custos. Um litro de resina epoxi pode custar
(R$35,00 em setembro/2005) o
mesmo que três tubinhos de cola epoxi comprados num supermercado ou bazar
perto de sua casa. Procure as casas especializadas em fibra de vidro ou em
produtos navais.
Como cola, além da própria resina epoxi, existem colas próprias para
construção naval, geralmente à base de uréia, e muitas delas são tóxicas.
Nunca utilizei, mas acredito que as colas de contato como cola de
sapateiro ou utilizadas para colar fórmica, podem ser utilizadas para
colar peças de lona e madeira, por exemplo.
| Pregos,
Parafusos e Ferragens |
Os pregos dever ser de latão ou cobre, só encontrado em lojas especializadas,
qualquer outro tipo vai enferrujar com o tempo, dando um aspecto feio ao
barco. Quanto a afetar a estrutura, não é o caso, pois o que segura as
peças mesmo é a cola, os pregos só fixam as peças enquanto a cola
cura.
Os parafusos devem ser de aço inox como todas as ferragens, ou de
latão, que é mais barato. Peças de ferro galvanizado podem ser utilizadas
desde que não fiquem em contato com a água salgada, nem tenham recebido
solda, o que corrói a proteção do ferro.
| Pintura |
A resina epoxi, utilizada na impermeabilização da madeira, dá um
aspecto de verniz, entretanto, a resina, assim como os vernizes, são
atacados pelos raios ultra-violeta do sol e somem com o tempo, portanto,
devem ser renovados periodicamente. Como a resina é mais cara, utilize-a
na primeira demão, para impermeabilizar, e nas demais demãos use verniz
marítimo (Sparlak(r) Marítimo). Se não quiser ter este
trabalho, pinte logo seu barco com um esmalte sintético. Se quiser ser
mais perfeccionista, utilize tintas de uso naval. No Brasil, o principal
fabricante dessas tintas é a Tintas Internacional.
Para saber mais sobre madeiras, colas, pregos, resinas acesse: http://www.madeirasmonteiro.com.br/ e veja
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