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Nada melhor como começar pelo presente, pelo atual momento, asim qualquer um, até um torcedor de outro time saberia responder quem é o destaque do Palmeiras neste momento, ele é o Artilheiro do Amor, 19 anos, 17 gols, simpatia, e uma grande promessa deste novo Palmeiras.


Vágner "Love" - O artilheiro do amor

Vágner "Love", ele é a cara, ou melhor, a melhor cara deste novo Palmeiras, um time que se reinventou na Série B e, de causa de vergonha e raiva no ano passado, tornou-se o orgulho dos torcedores do clube em 2003. E Vágner Love, o chamado Artilheiro do Amor, com menos de um ano no time profissional, já sonha em disputar com Marcos o posto de maior ídolo alviverde. Uma ascensão meteórica.

Vágner ainda não ganhou nada, muito menos a penca de glórias que Marcos conquistou especialmente a Libertadores e as vitórias memoráveis sobre o Corinthians, mas já é o dono indiscutível do toque de classe da equipe, um toque refinado como quase sempre foi a tradição dessa equipe.

Com futebol de candidato a estrela e temperamento de iniciante, Vágner é o tipo de atacante que os torcedores adoram: fala pouco fora de campo e faz muito dentro dele. Mesmo quando sua jogada não termina em gol, encanta a torcida com o jeito gingado de correr e driblar, na melhor tradição do futebol-arte.

Só mesmo muito amor para curar a dor de uma nação que sofre as agruras da Segundona. Só mesmo muito amor para superar as adversidades da condição humilde que encontrou já quando chegou ao mundo. Só mesmo muito amor para tirar da maior derrota do time o momento certo para ganhar a confiança do técnico e dos torcedores.

E com o amor que carrega no nome, pecha herdada em um momento de irresponsabilidade, Vágner Love balançou as redes e ajudou o Palmeiras a chegar ao quadrangular final da Série B.

Mas a história de Vágner começa antes de aparecer como a esperança dos palmeirenses. Antes de ter fome de gols, ele teve fome de comida mesmo. Foi de estômago vazio que o atacante disputou as principais peneiras da vida: e passou.

Agora, no Palmeiras, Vágner Love tenta superar mais um obstáculo. Se passar, ganhará posição no coração de milhares de torcedores.

L! - Tem algum estádio em que você queira jogar?
Nos mais famosos da Europa, como Wembley, por exemplo, claro que eu quero. Imagina só a sensação de pisar lá. Já joguei no Morumbi, no ano passado, e em outros estádios legais. Mas faltam muitos do Brasil, ainda. Nunca joguei no estádio do Atlético-PR (Arena da Baixada) nem no Mineirão, porque nunca enfrentei esses times em campeonatos importantes. Como profissional, só joguei no Palmeiras, na Segunda Divisão. Agora, no ano que vem, vou poder estar nesses lugares.

L! - Você está tão confiante assim, que o Palmeiras vai subir, que já pensa nos jogos do ano que vem?
Eu estou. Acredito no nosso time e sei que nós vamos subir.

L! - Tem algum segredo para jogar essas finais, vencer e conquistar o acesso?
São jogos em que todos os jogadores ficam mais determinados, tem que dar tudo de si, se desdobrar mesmo. Nesses dias que antecedem a partida, é bom ficar na concentração, a gente fica pensando no jogo, ansioso para chegar logo. Eu, pelo menos, não fico tenso.

L! - E quando perde?
Eu sinto. Por dentro, sinto muito a derrota, mas não fico demonstrando. Eu sei que, na minha profissão, a gente não vai ser invencível para sempre.
É que nem sempre é fácil aceitar a derrota.
Mas perder só é aceitável quando você se dedicou muito em campo, correu o dobro, senão, não pode acontecer. No Pan-Americano, tivemos uma palestra com o Bernardinho do vôlei. E ele disse: "Quando vocês entrarem em campo, vocês têm que correr tudo o que vocês podem. Se matem, porque mesmo se perderem, vão sair de campo de cabeça erguida, com a consciência tranqüila". Por isso, posso garantir aos palmeirenses que eu vou dar tudo o que eu posso, correndo, lutando, fazendo o gol e correndo mais ainda depois.

L! - Isso vem da criação, do lugar em que você morou?
Ih, morei em tanto lugar, mas tudo no bairro de Bangu. Fiquei até os oito anos em Senador Camará. Aí, fomos para Sandá, que fica no Bangu. Mas meus pais se separaram e eu fui para um lugar chamado Sarapuí com a minha mãe, dona Jaira, meu padrasto e minha irmã.

L! - Foi uma infância divertida?
Foi ótima. Minha mãe era superliberal. Eu jogava bola, saía, fazia de tudo. Com 12 anos eu já ia ao baile funk, zoava pra caramba. Gosto de ver essa série que passa na televisão, "Cidade dos Homens", gosto de ver os moleques, é tudo exatamente igual ao que acontece no Rio, lembro bastante da minha infância.

L! - Você gosta do apelido Vágner "Love"?
Eu gosto. Sei que é um pouquinho polêmico, mas eu acho que é uma marca, não vai aparecer outro Love.

L! - Esse episódio na sua vida acabou por acelerar o seu sucesso, ou você notou mais prejuízos para sua carreira?
Não sei, não acredito que tenha me favorecido muito. No Paulista, eu e outros jogadores, como o Gláuber, já estávamos cotados para subirmos para o profissional depois da Taça São Paulo. Fomos para São José do Rio Preto para a competição, ficamos concentrados e aí aconteceu aquilo.

L! - Conta como foi, por favor.
Estávamos concentrados e a menina me ligou. Não posso falar o nome dela. Já tínhamos ficado juntos e ela me contou que estava lá, em Rio Preto, na casa de uma amiga. Eu disse pra ela ir para o meu hotel, se hospedar lá.

L! - E ela foi?
Foi, claro. À noite eu fui para o quarto dela. Quando eu saí do quarto dela, dei de cara com o treinador, o Karmino Colombini, que me viu, claro.

L! - O que você falou pra ele?
Não tinha o que falar, eu estava errado. Desci o elevador. Ele desceu também, reuniu todo mundo, comigo junto. Eu estava supernervoso. Ele falou que eu estava desligado, que não ia mais ficar no time. Voltei pra São Paulo, fiquei treinando separado. Pensava que seria mandado embora, uma angústia só. Mas os moleques pediram para eu voltar. Eles fizeram uma carta, todo mundo assinou e mandaram para o presidente do Palmeiras, o Mustafá Contursi. Voltei na semifinal contra a Inter de Limeira, ganhamos de 7 x 2, eu fiz dois gols e o pessoal reparou. Falaram que o moleque arrebentou.

L! - Quando você voltou, conversou com o Karmino Colombini sobre o fato?
Ele não falou nada e nem eu. Eu estava errado, tinha ganhado uma oportunidade de novo, não podia perder essa nova chance. Entrei em campo querendo correr pelo time todo. Fomos para a final, mas perdemos nos pênaltis.

L! - Você é mesmo muito mulherengo?
Deu mole, eu chego na idéia. Mas não é qualquer uma também. Dou aquela selecionada. Tem que tirar uma idéia na moral. E depois, tem que ver se não tem interesse, essas coisas.

L! - Você já se apaixonou?
Já. Namorei por dois anos. Era de São Paulo, uma menina muito bonita. No começo nem gostava muito dela, mas depois, gostei de verdade. Agora, estou sossegado. Tenho que saber a hora certa, vou ter muito tempo para fazer isso. Estou priorizando o lado profissional.

L! - Como você avalia seu momento profissional?
Não imaginava que seria tão rápido, que seria capa dos jornais do dia, essas coisas todas que estão acontecendo. Meu contrato com o Palmeiras vai até 2006. Nessa época, vou ter 22 anos, imaginei que seria uma idade boa para estourar. Veio antes do que eu esperava, está ótimo.

L! - Você está jogando na mesma época dos jogadores que você, provavelmente, acompanhava como torcedor.
Estou. Eu me lembro do Marcos na Copa do Mundo e já gostava dele pra caramba. Pra mim, o Ronaldinho Gaúcho é o mais craque, melhor que o outro Ronaldo. E acho o Romário, dentro da área, o melhor do mundo. Ele é fogo. Tem tranqüilidade e pega muito bem na bola. Estou começando agora, é bom observar gente boa, porque tenho muito o que aprender.

L! - Como você chegou ao Campo Grande?
Com nove anos, fui jogar futebol de salão no Bangu. Fiquei só seis meses e passei para o campo. Aí, depois de dois anos, o nosso treinador, o Bel, foi para o Campo Grande. Ele disse que lá, eles disputavam o Campeonato Carioca e que levaria quem estivesse interessado. Ele levou todos os meninos que ele gostava e eu fui.

L! - Foi assim que você apareceu e foi para o Vasco?
Nós disputamos um torneio interno com uns times pequenos e tinha um olheiro do Vasco. Eu arrebentei no torneio. Esse olheiro ligou, marcou um treino e eu fui lá ver qual era.

L! - E qual era?
Cheguei de manhã com o meu pai e a minha mãe, mas o treino era só à tarde e eu não sabia. A gente não tinha dinheiro para almoçar, comi só uma coxinha e fui treinar com fome. A essa altura, minha mãe já queria ir embora. Fui assim mesmo. Troquei de roupa e fui para o time de teste. Arrebentei no treino, fiz o gol, sofri pênalti e passei. Com fome.

L! - Até quando você ficou no Vasco?
Em 97, eu me federei. Fiquei até 99, quando fui dispensado. Eu já ganhava um troquinho, R$ 80 por mês. Mas voltei para o Campo Grande. Lá foi legal, porque fomos disputar dois torneios na Itália. Nós fomos campeões de um desses torneios. E uns caras do Milan gostaram de mim. Foi ótimo, porque me chamaram para fazer um treino e lá fui eu, com material todo do Milan treinar.

L! - Não dava um pouco de nervoso de estar em um teste como esse?
Olha, eu pensava que não tinha nada a perder. Quem tá na chuva é para se molhar, não é? Então... Por isso fui sem medo. Quando eu olhei, o Baresi estava lá, assistindo o treino. Foi fácil. Fiz quatro gols. Sem falsa modéstia, eu percebia que era muito melhor que eles. Quando fui tomar banho, os moleques vieram falar comigo, falavam: "Fenômeno". E eu pensava que eles só podiam estar loucos.

L! - Falou com o Baresi?
Não, mas cheguei pertinho. E, claro, voltei para o Brasil. Foi no final de 2000 que fui fazer um teste no São Paulo. Também com fome.

L! - De novo?
É. Fui pra São Paulo de ônibus Cometa. Daqueles que o motorista é psicopata e vem voando. Graças a Deus, foi a primeira e a única vez que eu fiz uma viagem dessas. Fui treinar no campo que o São Paulo tinha em Cotia. Aí, encontrei o Danilo, um parceiro meu, e falei que não tinha tomado café. A gente tentou arrumar café lá, mas tinha acabado, então fui treinar sem comer mesmo.

L! - Como no treino contra o Vasco, rendeu bem?
Foi ótimo. Fiz um gol, depois fiz outro. O Danilo não contou pra ninguém que me conhecia. Aí, um outro menino que ficou meu amigo depois, o Churrasco, ficava admirado e comentava sobre mim com o Danilo. Ele ficava falando: "Olha aquele neguinho, já fez dois...". Eu fiz outro e o Churrasco lá, animado, dizendo que desse jeito eu ia ficar. E o Danilo na dele. Fiz o quarto gol de manhã. No treino da tarde, eu já estava no time titular.

L! - Pelo menos para o treino da tarde você comeu.
Aí, sim. Almocei, descansei... Logo tivemos um campeonato no Sul e eu arrebentei também, joguei pra caramba. Subi para o júnior, mas não deu certo, um rolo interno da diretoria. Acabou que eu saí do São Paulo e fui direto para o Palmeiras. Em março de 2001 assinei contrato. Joguei a Copa São Paulo em 2002 pelo Palmeiras B e depois subi para o profissional.

L! - Deixou o alojamento do Palmeiras, mas ainda não mora sozinho, né?
Não. Moro com o Diego Souza e o Alceu, em um apartamento que o Palmeiras aluga pra gente. Engraçado que o dono do imóvel é o Marcos, goleiro.

L! - O entrosamento fora de campo também é bom?
O Diego é como um irmão pra mim. Na verdade, íamos morar o Alceu, o Edmílson e eu. Mas a namorada do Edmílson ficou grávida e ele alugou um outro apartamento. Aí o Diego veio.

L! - A artilharia do campeonato é uma marca importante pra você?
Eu quero subir. A artilharia é legal e tal, mas o mais importante é subir. Ser goleador é conseqüência.

HISTÓRIAS REAIS

Três numa noite para celebrar aniversário

O Love aliado ao nome de Vágner surgiu logo depois que ele foi flagrado com uma garota na concentração. Mas o jogador já arrebatava corações e usufruía muito bem desse talento antes de chegar ao Palmeiras. No aniversário de 16 anos, ele ficou com três garotas na mesma noite. A primeira foi na festinha que fez para os amigos e a família. A amiga de uma tia não resistiu e ficou com Vágner.
Mas fui para um cantinho, do lado de fora do salão para ninguém ver. Já tinha intenção de ficar com a outra explica.
Quando voltou para a festa, ele ficou com a outra, uma amiga da irmã. A festa terminou e Vágner Love atacou de novo. Ele foi para o Largo do Bangu, um point de azaração aos domingos à noite.
Apareceu uma amiga minha, me viu, sorriu e disse "Quanto tempo...". Aí, já era diz, sorrindo, o matador.

Números

- 17 gols até à primeira rodada do quadrangular final da Série B, falta um gol para chegar aos 18 gols do artilheiro Waldomiro, do Remo, que não joga mais nesta competição;
- 4 gols marcou pela Seleção Brasileira, nos Jogos Pan-Americanos. Ele foi o jogador que mais marcou para a equipe do Brasil;
- 3 garotas em uma única noite. Foi a comemoração de aniversário de 16 anos do Artilheiro do Amor;
- 1 ano como profissional. Em pouco tempo, Vágner passou a ser ídolo dos palmeirenses na campanha vitoriosa da Segundona;
- 5 jogos é o que falta para o Palmeiras tentar voltar à Primeira Divisão. Vágner, confiante, já fala em jogar no ano que vem, pela divisão de elite;
- 80 reais era o "troquinho" que ganhava o atacante no Vasco, de onde saiu em 1999 para voltar ao Campo Grande;

Fonte: Revista Lance A+ - www.lancenet.com.br

RAIO X:

Nome: Vágner Silva Nascimento
Data de Nascimento e Local: 11/06/84 - Rio de Janeiro (RJ)
Altura: 1,72m
Peso: 71kg

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