A localidade dá também nome à praia, pertencendo ao concelho da Marinha Grande. É uma das praias pitorescas da costa portuguesa, com excelente situação numa aberta do Pinhal de Leiria, um pouco ao Sul da foz da ribeira de Moel. A praia pequena é limitada a Norte por rochas abruptas e a Sul por um pequeno ribeiro facilmente vadeável. É uma povoação muito antiga que se desenvolveu à custa do pinhal, tendo substituído o velho porto da vila de Paredes que ficava um pouco ao Sul. Esse porto, que teve grande importância no tempo de D. Dinis, desapareceu completamente, destruído pela erosão marítima.

Como parte integrante do termo de Leiria entrou nas doações desta cidade feitas à rainha Santa Isabel e a D. Leonor Teles. Em 1463 entrou nos bens doados por D. Afonso V ao Conde de Vila Real, D. Pedro de Meneses. A casa de Vila Real que mantinha o seu palácio em Leiria tinha em S. Pedro de Moel casas próprias, onde passavam largas temporadas. Naquela ilustre família se manteve a povoação até 1641 quando pela execução do último marquês de Vila Real e do seu filho, último duque de Caminha (por conspiração contra D. João IV), todos os seus bens se incluíram na Casa do Infantado. "Diz a tradição que neste lugar se sentava a jovem duquesa dias a fio, chorando a desdita da sua viuvez - e que por isso as rochas ficaram conhecidas pelo nome que ainda conservam de penedo da Saudade" (VIEIRA A,1999, p. 132).

"Esta era, no séc. XVII, terra praticamente despovoada, tirando «príncipes, e senhores eclesiásticos, por ser terra de muita caça de veados, e o mar de muito peixe, com penedos de muito marisco», segundo escreve um autor da época, de seu nome Brito Alão, acrescentando que, nas casas que o lugar tem, «não vive ninguém, senão o ermitão da ermida de S. Pedro». Chamava-se então àquele lugar a região de Moer, e dessa palavra terá certamente vindo a actual «de Moel», sempre de grafia incerta, «o» transformado em «u» algumas vezes" (VIEIRA A, op. Cit ib.)

O desenvolvimento de S. Pedro de Moel acentuou-se no séc. XVIII com a construção de uma fábrica de resinosos, mais tarde desaparecida. A área da praia continuava, no entanto, subordinada às Matas Nacionais, o que constituía verdadeiro obstáculo ao seu desenvolvimento. Em 7 de Maio de 1926 foi entregue à Câmara da Marinha Grande que muito mais tarde veio a promover um aumento da urbanização abrindo ruas novas e dotando-a com diversos melhoramentos.

Para o Norte, seguindo a linha da costa, fica o penedo da Saudade (elevada falésia cortada a prumo), junto do qual está o farol (inaug.1912), depois a praia da Concha e logo depois a Praia Velha, areal extenso que se prolonga até à praia de Pedrógão, passando pela Praia da Vieira e foz do Lis. Na Praia Velha desagua a ribeira de Moel, com margens muito arborizadas.

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