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Sócrates, Aristóteles e Platão

Tais filósofos são assim chamados por serem considerados pela tradição predecessores de Sócrates. Sócrates, seu discípulo Platão e Aristóteles formam a tríade do período clássico, pois são considerados os verdadeiros inauguradores da filosofia, formulando teorias não somente sobre o mundo, mas também sobre o homem e sua alma. O conceito de verdade e de ciência é definido pelo conhecimento filosófico, cuja busca procura um parâmetro não-relativo para as nossas possibilidades de sabedoria. Por isso mesmo seus inimigos clássicos são os sofistas, teóricos que viajavam pelas cidades gregas ensinando a oratória aos jovens e gabando-se de poderem defender qualquer ponto-de-vista, somente pelo poder do discurso, sendo assim, relativistas. A tradição filosófica triunfante é platônico-aristotélica, a Escola de Atenas, sendo assim os sofistas sofreram estigmatização no decorrer dos séculos, mas contemporaneamente foram revalorizados como humanistas e defensores da democracia.


Formação da Filosofia Clássica

1 – Introdução

Podemos dividir o caráter desse período em:

Convergem para Atenas muitas doutrinas filosóficas diversas porque muitos filósofos se mudam para lá e assim seus pensamentos não só são conhecidos como uns estimulam os outros e acrescentam suas investigações filosóficas;

O fluxo dos sofistas provoca uma reação contrária e assim aparecem vários filósofos que trabalham com todas suas forças para defender e provar cada vez mais profundamente o valor objetivo tanto do conhecimento como da ordem moral;

Todas essas correntes os obrigam a tratar do problema antropológico;

A filosofia não deixa de ser dogmática porque não se põe em dúvida a aptidão e atitude da mente para conhecer a verdade;

São propostas as questões fundamentais da filosofia; a investigação é mais aprofundada e aguda; a exploração da doutrina é feita de forma mais perfeita, porém poético-literária por Platão e mais científica, metódica e estritamente racional com Aristóteles. As obras destes filósofos constituem um exemplar clássico para a posteridade e por essa razão se diz que este período é o ponto culminante da filosofia antiga;

Pode-se afirmar que o objeto principal da filosofia deste período é o homem, que o método predominante é a observação psicológica e a reflexão racional, e que este período é da perfeição e da maturidade.

2 – Divisão

Em quatro capítulos. O primeiro sobre o nascimento da filosofia clássica na rivalidade socrática-sofística (1). O segundo sobre seu pleno desenvolvimento pelas obras de Platão e Aristóteles. O terceiro sua decadência nas escolas estóicas e epícuras. No quarto e último sua dissolução com o ascetismo (2) e ecletismo (3).

Distinguem-se, então, o grande período central da filosofia grega em quatro períodos: 1º período lógico-eurístico, 2º período sistemático, 3º período ético e 4º período ascético.

(1) Sofisma: argumento ou raciocínio concebido com o objetivo de produzir a ilusão da verdade, que, embora simule um acordo com as regras da lógica, apresenta, na realidade, uma estrutura interna inconsistente, incorreta e deliberadamente enganosa. (1.a) Sofística: FIL na Grécia dos séculos V e IV AC, fenômeno cultural de implicações filosóficas, e especialmente retóricas, caracterizado pelos ensinamentos e doutrinas dos diversos mestres da eloqüência denominados sofistas (Protágoras de Abdera, Górgias de Leontinos, etc), que, além de ministrarem aulas de oratória e cultura geral para os cidadãos gregos, interferiam em acirrados debates filosóficos, religiosos e políticos da época.

(2) Ascetismo: FIL REL doutrina de pensamento ou de fé que considera a ascese, isto é, a disciplina e autocontrole estritos do corpo e do espírito, um caminho imprescindível em direção a Deus, à verdade ou à virtude.

(3) Ecletismo: FIL diretriz teórica originada na Antiguidade grega, e retomada ocasionalmente na história do pensamento, que se caracteriza pela justaposição de teses e argumentos oriundos de doutrinas filosóficas diversas, formando uma visão de mundo pluralista e multifacetada.

Obs.: todas as definições são extraídas do dicionário Houaiss.

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Filosofia Clássica

A Filosofia clássica foi o berço de todas as ciências, onde o ser humano começou a cortar o laço com a mitologia comum, e a buscar respostas para as grandes questões da vida. Explicações "divinas" já não satisfaziam completamente as passoas que buscavam conhecimento principalmente por meio da Razão Humana.

A palavra Filosofia ou [amor ao conhecimento] foi utilizada pela primeira vez pelo pré-socrático Pitágoras por volta do século VI aC quando se inicia a necessidade do homem de buscar o conhecimento por meio da razão. Os Filósofos da época se situaram em um quadro social e cultural, que durou cerca de mil anos e que constitui a época antiga, terminada no ano de 476 dC, quando caiu o Império Romano em mãos das novas nações do Ocidente

A Filosofia Clássica começa no século VI aC. e se estende até o início da era cristã. É dividida nos seguintes períodos:

Período pré-socrático

VER PERÍODO PRÉ-SOCRÁTICO

Período socrático

Por volta do século V aC. começa o que podemos considerar como um novo período na história da filosofia, ao qual podemos chamar de período Socrático ou ANTROPOLÓGICO. Esse também é chamado deperíodo clássico da filosofia.

Podemos marcar o início desse período com a atuação dos Sofistas que estavam preocupados mais com a linguagem e a erudição do que com a explicação do mundo. Para os sofistas o importante era o bem falar e a arte de convencer o interlocutor.

As contendas políticas e os conflitos de opiniões favoreceram a ação desses professores ambulantes que consideravam não haver uma verdade única. Alguns comentadores da história da filosofia viram com maus olhos a atuação dos sofistas, principalmente devido a escritos de Platão que os considerava não filósofos, mas manipuladores do raciocínio sem amor pela verdade. Essa visão, entretanto, começa a ser revista, pois se percebe que os sofistas não eram os aproveitadores mencionados em alguns manuais, mas pessoas que se utilizaram, de forma pragmática, da filosofia.

O fato é que o centro das atenções tanto dos sofistas como de Sócrates, Platão e Aristóteles (e dos posteriores) volta-se para o homem e suas relações. Protágoras, um sofista dirá que "o homem é a medida de todas as coisas; daquelas que são enquanto são; daquelas que não são, enquanto não são". E Górgias, outro sofista, preocupado com o discurso, fará a seguinte afirmação: "o bom orador é capaz de convencer qualquer pessoa sobre qualquer coisa".

A postura dos sofistas, demonstrando pouca preocupação com a verdade e muito mais com o argumento, levou Platão a colocar na boca de Sócrates a afirmação de que "Ele supõe saber alguma coisa e não sabe, enquanto eu, se não sei, tampouco suponho saber. Parece que sou um pouco mais sábio que ele exatamente por não supor que saiba o que não sei". Vê-se, portanto que a preocupação dos sofistas é a argumentação e a de Sócrates/Platão é a verdade daquilo que se sabe ou do que se pode saber.

O período antropológico que também é chamado o período Clássico da Filosofia recebe essa denominação por que nessa época floresceu não só a filosofia como também as artes e o começo da organização de todo o saber. Principalmente pela atuação de Aristóteles e seus discípulos do Liceu (nome de sua escola, em homenagem ao deus Apolo Lício) floresceu o processo de aquisição e sistematização de vários saberes. A filosofia chegou ao seu apogeu com esses três pensadores que foram uma das maiores marcas da história do saber.

Algumas curiosidades: Sócrates ensinava na praça de Atenas, dialogando com seus discípulos e interlocutores. Usava a maieutica e a ironia, como instrumentos metodológicos. Em virtude de sua postura filosófica foi chamado de "inseto", comparado com uma mosca: a mosca de Atenas. Um de seus principais discípulos foi Platão. Esse criou uma escola, a Academia, onde se reunia com seus discípulos e onde ditou os textos de seus diálogos em que Sócrates é o personagem principal. Um dos principais ensinamentos de Platão é a teoria do Mundo das idéias e a da Reminiscência da Alma. Na porta de sua academia estava escrito: "não entre aqui quem não for amante da matemática". Aristóteles discípulo de Platão, também fundou uma escola, o Liceu, mas não lecionava dentro de uma sala e sim andando pelos corredores. Daí vem a denominação de escola peripatética (andar ao redor). Aristóteles foi o grande sistematizador da filosofia (dos conhecimentos da época), classificando em várias áreas. Fez, através de uma grande rede de discípulos, estudos de Botânica, Zoologia, Química, Psicologia etc. A esses estudos denominou Física. Aos estudos sobre o Ser, o conhecimento, entre outros, chamou de Metafícia (depois da física).

Ainda hoje a cultura e o saber ocidental são tributários à mentalidade e à filosofia grega, do período clássico: quando falamos em corpo-alma estamos nos referindo a conceitos originários de Platão. Quando pretendemos maior clareza de nosso interlocutor, e para isso lhe fazemos uma série de questionamentos, estamos nos reportando a Sócrates. Quando falamos em lógica, organização e sistematização de conhecimentos, estamos aplicando uma metodologia aristotélica.

Outra conseqüência da ação desses três pilares da filosofia grega foi o fato de, após suas mortes, a filosofia ter entrado em um período de declínio. Não por ter perdido qualidade ou preocupação com o saber, mas pelo fato de, por um longo período, não terem aparecido grandes nomes, propondo novos sistemas.

Neri de Paula Carneiro – Mestre em Educação,Filósofo, Teólogo, Historiador

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