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Capitão-mor Domingos de Faria Castro |
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Casado com Isabel Rodrigues de Oliveira | ||
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O próprio Capitão Pascácio, além daquelas terras nas beiradas no Rio Paraíba, possuía seus sitios para roça e criar gados na região do Mipibu, já na Capitania do Rio Grande. Ao Capitão Pascácio de Oliveira Ledo pareceu que aquele jovem era moço de bons princípios e trabalhador. E decidiu que o jovem português Domingos de Faria Castro servia para casar com sua filha Isabel Rodrigues de Oliveira - Isabel, em homenagem à sua mulher Isabel Rodrigues. Decisão tomada, fizeram-se os acertos para o casamento. Acordou-se que a noiva, como se recomendava, teria um dote, representado pelo Pasto das Bestas, com uma légua de terra de comprido, no valor de 250$000 (duzentos e cinqüenta mil réis) a serem, no futuro, descontados da legítima de herança a que a filha tivesse direito, por morte dos pais, descontando-se 50% do valor por ocasião do inventário do pai e a outra metade no inventário da mãe, ou, conforme o montante dos bens deixados, fazendo-se logo o abatimento total do dote no inventário do que primeiro falecesse (foi esta, alias, a alternativa que se adotou quanto a este dote levado por Dona Isabel Rodrigues de Oliveira). Se na partilha lhe coubessem bens em valor superior ao do dote, seria entregue a ela a diferença; se, ao contrário, o quinhão fosse de valor inferior ao do dote, o casal ficaria sendo devedor da diferença aos demais herdeiros. O dote era lançado em papel registrado, tudo muito claro, para evitar-se dúvida no futuro. Nada de possíveis disputas ou mal-entendidos que gerassem demandas. E por isto é que no papel constavam, em se tratando de terras, os limites e confrontações, as medidas e o valor. Tudo com a maior exatidão possível. Havia, pelo mesmo tempo, um outro rapaz português, de nome Antônio Ferreira Guimarães, que viria a casar com Cristina Rodrigues de Oliveira, a outra filha do Capitão Pascácio. Juntos, Domingos de Faria Castro e Antônio Ferreira Guimarães compraram o sítio Cabaceira do sogro, por 500$000 (quinhentos mil réis), cabendo a cada um a metade desse valor. Posteriormente, o primeiro dos dois sócios comprou a parte do segundo pelo mesmo valor que havia sido paga originalmente - 250$000. Foi esta o origem da Fazenda Cabaceiras, na qual Dona Isabel Rodrigues de Oliveira erigiu uma capela, dedicada a Nossa Senhora da Conceição, que ela chamou, no seu testamento, de minha capella. No correr do tempo, Domingos de Faria Castro, que se tornaria Capitão-mor, chegou a ser possuidor de muitos bens, como se constata do inventário por falecimento de sua mulher, Isabel Rodrigues de Oliveira, iniciado em 1742: |
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a. Terras | ||
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"No 274 em 18 de setembro de 1740 |
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O Capitão-mór Domingos de Faria Castro, morador no sertão do Cariry, tendo a custa de sua fasenda descoberto um olho d’agoa no pé da serra da Timbaúba com capacidade de poder crear seos gados, por não ter cômmodo para elles, requeria tres legoas de terras de comprido no dito olho d’agoa, de nascente para o poente, seguindo encostado a dita serra e uma legoa de travessão para a parte do sul, fasendo peão no dito olho d’agoa e pela parte do poente a encontrar com a data da mesma Timbaúba e para o nascente a data do riacho do Padre. Fez-se a concessão na forma requerida, no governo de Pedro Monteiro de Macedo." | ||
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"No 330 em 12 de junho de 1744 |
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Capitão-mór Domingos de Faria e Castro e Luiz Dominguez Porto, dizem que elles supplicantes, a custa de suas fasendas, descobriram no sertão do Cariry um sitio de terras, que nunca foi povoado, em um riacho chamado pela língua do gentio - Ocor - que desagua do sul para o norte no rio da Parahyba, fasenda dos herdeiros do Capitão Theodosio de Oliveira Ledo, em cujo riacho querem os supplicantes se lhes conceda por data a sesmaria, trez legoas de terras de comprido e uma de largo, nas cabeceiras do dito riacho, começando por elle acima até entestar com terras povoadas de Francisco da Cruz de Oliveira, e uma legoa de largo meia para cada banda do dito riacho para elles supplicantes poderem crear seos gados; pediam em conclusão fossem-lhes concedidas tres legoas de terras de comprido e uma de largo, no dito riacho, na forma acima confrontada. Foi feita a concessão no governo dos officiaes do Senado da Camara, a saber: Leonardo Domingues Porto, Manoel da Rocha de Carvalho, André Dias de Figueredo, Domingos dos Santos de Oliveira e Cosme Ribeiro da Costa." | ||
b. Escravos |
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Eram vinte e um os escravos, sendo que o valor total de dezessete deles era de 1.612$720 (um conto, seiscentos e doze mil e setecentos e vinte réis) - quatro estavam fugidos, e por isto não tiveram seu valor declarado: |
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c. Gado vacum |
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Havia 2.190 cabeças, entre machos e fêmeas, de bezerros a bois mansos e touros, distribuídos entre Cabaceiras e os sítios. |
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d. Eqüinos |
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Entre éguas, poltros, poltras, pais de égua e outros cavalos inteiros ou castrados, havia 253 cabeças. Um rebanho enorme. |
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O Capitão-mor Domingos de Faria Castro e sua mulher, Isabel Rodrigues de Faria, tiveram dez filhos, listados acima, à esquerda, e sua descendência hoje está espalhada por todo o país, não só com os seus sobrenomes mas, também, com aqueles que vieram por motivo de casamento, ou que foram "inventados". Têm o sangue daquele casal todas as pessoas originárias do Cariri da Paraíba e que atualmente se assinam: Barros, Barros Brandão, Brandão, Brandão de Sousa, Brito, Brito Costa, Castro, Castro Farias, Castro Cavalcante, Cavalcante, Cavalcante Farias, Correia de Queiroz, Costa, Costa Brito, Costa Ramos, Dinoá, Farias, Farias Cavalcante, Farias Castro, Gaudêncio, Joffily, Leira, Maracajá, Queiroz e Ramos. | ||
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