30/05/02
::
Observatório
da Imprensa: "Censores
togados tomam lugar dos censores fardados"
A censura sofrida pela imprensa
brasileira na última semana, proibida de divulgar
informações à respeito do processo que corre
contra o juiz Renato Mehana Khamis, do TRT de São
Paulo, foi destaque na edição do dia 28 de maio do
programa "Observatório da Imprensa", da
TVE/RJ. O site ControleRemoto.Com, consciente da
importância da discussão do fato, reproduz abaixo
uma publicação do Jornal do Brasil do último dia
25, texto que se intitula "Censura Togada - a
escola Garotinho de censura", escrito pelo
jornalista e também editor-responsável do
"Observatório da Imprensa" Alberto Dines.
"Voltamos à estaca zero
em matéria de liberdade de informação, 34 anos
depois do AI-5. De quinta-feira até ontem ou
até hoje o Brasil esteve ou está
sob censura total. Proibido de saber.
Embargado no seu direito de conhecer e reclamar.
Não se trata de censura
militar. Não se trata de censura policial. É a
censura dos novos tempos, mordaça judicial imposta
por aquele mesmo poder da República encarregado de
garantir direitos e defender liberdades. Pela
primeira vez no mundo democrático somos testemunhas
e vítimas dessa extraordinária perversão da
legalidade. Devemos entrar nos compêndios de Direito
de forma torta e caricata e, nos manuais de arte, com
um novo símbolo para a Justiça no lugar da
balança, mordaça.
Jornais, rádios, televisões
ou provedores de internet foram terminantemente
proibidos de divulgar qualquer informação referente
ao processo administrativo-disciplinar que corre
contra o juiz Renato Mehana Khamis, do TRT de São
Paulo. A desembargadora do Tribunal de Justiça de
São Paulo Zélia Maria Antunes Alves concedeu
liminar favorável à medida cautelar impetrada pelo
juiz. Desconsiderou a decisão de primeira
instância. E nos trouxe de volta o fantasma da
repressão, da supressão e da submissão.
Há poucas décadas os censores
estavam fardados. A partir de agora, serão togados.
Não está longe o dia em que nas redações, no
lugar dos jornalistas, estejam abancados magistrados,
desprovidos do indispensável múnus público,
preocupados com os seus interesses ou da
corporação.
No plano nacional quem
ressuscitou a censura prévia foi o então governador
Anthony Garotinho, ao impedir que O Globo continuasse
a publicação de uma série de reportagens
investigativas sobre seus negócios e os da consorte,
Rosinha Mateus Garotinho. Isso foi em julho de 2001,
o jornal acatou a decisão judicial mas quem
rebelou-se e veio em socorro do inalienável direito
de saber foi o Jornal do Brasil, ao publicar parte
das informações vedadas ao concorrente.
Mestre na arte da gabolice,
agora fiel seguidor do Dr. Goebbels na ciência de
calar, o pré-candidato Garotinho, há 10 dias,
voltou à carga e obteve de um juiz o direito de
tirar direitos dos cidadãos. Impediu que o
semanário CartaCapital publicasse uma entrevista com
o autor das denúncias anteriores.
Os sucessos de Garotinho como
censor, se não foram a inspiração, serviram de
precedente para a decisão da desembargadora paulista
ao implantar a censura no âmbito irrestrito e
nacional. O pré-candidato do PSB (partido criado por
juristas extraordinários como João Mangabeira e
Hermes Lima), firmou jurisprudência. Doravante será
extremamente fácil requerer um
"cala-boca". Basta citar Anthony Garotinho
como referência. Demagogo dos piscinões agora autor
do bê-á-bá dos pequenos ditadores, breve
envergará uma camisa preta e, olhando para o céu,
invocará sua estranha predestinação.
Outros pré-candidatos já
foram denunciados pela imprensa. Roseana Sarney
desistiu diante de um flagrante irrespondível,
porém jamais fez qualquer tentativa para embaraçar
o livre curso de informações.
A juíza e professora Salete
Maccaloz, na ultima edição do Observatório da
Imprensa [versão televisiva, 21/5/02], lembrou o
aforismo forense: "O que não está nos autos
não está no mundo". O processo contra o juiz
está protegido pelo sigilo, ninguém pretendeu
quebrá-lo.
A desembargadora olhou os autos
mas esqueceu o mundo, o país, o momento. Descurou
das conseqüências institucionais ao autorizar essa
agressão à Declaração Universal dos Direitos do
Homem, em vigor há mais de 200 anos.
Na véspera de uma eleição
presidencial não se pode colocar a imprensa sob
controle nem levantar suspeitas sobre o seu senso da
responsabilidade".
( Fonte:
Observatório da Imprensa - www.observatoriodaimprensa.com.br )
w w w . c o n t r o l e r e m o t o . c o m
30/05/02
::
MTV
esclarece processo judicial movido
contra Marcos Mion
O Departamento de Comunicação
da MTV Brasil enviou, no último dia 28 de maio, uma
nota à imprensa esclarecendo que o processo judicial
que a emissora move contra a TV Bandeirantes e contra
Marcos Mion ainda não foi julgado, ao contrário do
que foi publicado em dois jornais de São Paulo, que
antecipavam que tal processo já havia sido
setenciado como improcedente. Leia na íntegra a
nota:
"O que foi julgado pelo
Tribunal de Justiça foi, apenas, o recurso impetrado
pela Bandeirantes contra a liminar concedida pelo
juiz Mauro Conti Machado, da 7ª vara civil da
capital, que determinava a suspensão da exibição
de quadros do programa 'Descontrole'.
'O julgamento apenas manteve a
suspensão da liminar concedida, com base no
fundamento de que a TV Bandeirantes teria condições
de arcar com as vultosas indenizações que são
pedidas pela MTV', explica Lara Andrade, gerente
jurídica da MTV Brasil.
O processo por violação do
direito autoral patrimonial da MTV, como produtora de
programas; quebra de obrigações contratuais de
Marcos Mion; violação autoral de nomes de programas
da MTV; concorrência desleal por tentativa de
captação de audiência através de fraude e quebra
de ética comercial, continua em tramitação na 7ª
vara do Foro Central da Capital de São Paulo.
Portanto reiteramos a
informação correta de que o processo contra a Band
e Marcos Mion ainda não foi julgado e continua em
tramitação".
w w w . c o n t r o l e r e m o t o . c
o m
24/05/02
::
Barraco
na TV: Claudete Troiano e João
Kléber trocam acusações no ar!
Quem sintonizou o seu televisor
nas emissoras de TV aberta na tarde do último dia 22
de maio, quarta-feira, ficou surpreso com o que viu.
Na Rede Record, o programa feminino "Note &
Anote" ia além dos tradicionais quadros de
culinária e artesanato. Quem via a figura da
apresentadora Claudete Troiano, desconhecia aquela
pacata pessoa. Acontece que o telespectador estava
diante de uma grave denúncia do meio televisivo, a
de que o apresentador e humorista João Kléber
ludibria seu público com falsas histórias em seu
programa "Canal Aberto", da RedeTV!. Assim,
o letreiro do "Note & Anote" dizia:
"João Kléber engana telespectador com
história de pai que apanha do filho". Estava
armado o barraco.
Como forma de discutir sobre a
pauta do dia, a denúncia sobre João Kléber, a
produção do "Note & Anote" reuniu no
estúdio da TV Record um jornalista, um
publicitário, um produtor, e produziu ainda uma
externa com depoimento de uma promotora de justiça;
todos dando o seu parecer sobre o caso em questão e
à respeito da apelação muito presente entre os
programas da TV aberta brasileira, que correm
desenfreados em busca pelo maior ibope e que acabam
atropelando o conteúdo de qualidade.
Claudete Troiano justifica que denúncia contra João
Kléber se faz
em prol dos verdadeiros profissionais da mídia
televisiva
Claudete Troiano exibiu imagens
provando a veracidade da denúncia contra João
Kléber. Nas cenas pré-gravadas, a apresentadora
primeiro faz uma entrevista com a família do homem
que participou do "Canal Aberto" declarando
que o seu próprio filho o agredia. O filho em
questão, que apareceu escondido por detrás de uma
luz com papel vegetal no programa da RedeTV!, é
realmente filho de seu pai na vida real (!) mas a
história contada para João Kléber não passava de
uma farsa. Assim, o próprio homem que se passou de
pai agredido no programa de João Kléber confessou
que o que fez era tudo mentira. Na entrevista para
Claudete, o homem primeiramente nega, mas logo é
flagrado por uma câmera escondida o que o fez,
posteriormente, ter dado uma outra entrevista, em
forma de depoimento à câmera, revelando a trama.
"Eu tinha que entrar no ar e fazer de conta que
meu filho era mal criado, batia em mim. Aí eu contei
toda a história e deu ibope", declarou o
ex-participante do "Canal Aberto".
Para contextualizar o
telespectador e ilustrar a denúncia, o "Note
& Anote" exibiu também, por muitos
momentos, imagens do programa "Canal
Aberto", da RedeTV!, nas quais era possível
acompanhar o suposto quadro falso apresentado por
João Kléber. O motivo das acusações, segundo
explicava a apresentadora Claudete Troiano era para
abrir os olhos do público para programas que
produzem mentiras a fim de conquistarem o ibope,
enganando quem assiste. Para Claudete, falta respeito
aos verdadeiros profissionais da televisão,
jornalistas e produtores, que passam madrugadas em
claro em busca da notícia e de casos reais. "É
fácil dar um dinheirinho aqui... inventa uma
mentira, coloca no ar e conquista ótimos índices de
audiência... e ainda sai cantando vitória",
disse a apresentadora. "A gente acredita na
verdade e trabalha com a verdade", continuou.
Às 16h do mesmo dia, quando
entrou no ar o programa "Canal Aberto" na
RedeTV!, foi a oportunidade de João Kléber se
defender contra às acusações à sua pessoa e à
sua produção. "A Rede Record me fez uma
proposta milionária para eu sair da RedeTV! e eu
não fui. A Record apanha todo dia no ibope para o
João Kléber". E como é que pode a mesma
empresa que queria contratar esse artista agora diz
que ele engana o telespectador? Pegou mal",
esbravejou João Kléber. Nervoso, ele mostrava um
televisor ligado na Record com a sua imagem no ar
naquele canal, dizendo que não havia autorizado a
mesma, e que, por sua causa, a Record estava dando
ibope.
João Kléber não acreditava
que aquela denúncia havia partido de Claudete
Troiano e declarou que "tenha uma coisa muito
superior". Irado, ele fez sérias ofensas aos
bispos da Igreja Universal do Reino de Deus,
instituição que está à frente da rede Record de
comunicação. "É vergonhoso! E ainda dizem que
vocês têm Deus na alma? Vocês têm coragem de
rezar às seis da tarde colocando um copo com água e
pedindo a Deus pra trazer amor às pessoas, e agora
querendo denegrir a imagem de um artista que tem 22
anos de profissão? Isso é atitude de uma emissora
que prega amor? Eu que vou botar uma água e rezar
para vocês, porque a alma de vocês já está no
diabo", disse João Kléber.
O apresentador da RedeTV! por
vezes dizia que tal atitude abordada pelo programa da
Record fugia à ética da televisão. "Isso é
despeito, inveja, dor de cotovelo e falta de
vergonha", declarou. E João Kléber ameaçou
uma possível vingança. "Eu vou mostrar tudo o
que eu sei, tudo" Quem tem teto de vidro não
fala dos outros. Depois que um bispo chuta uma santa
e tudo fica numa boa, alguém pode respeitar alguém
assim?", perguntou João Kléber.
À respeito do caso do
ex-participante do "Canal Aberto", que
dizia apanhar de seu filho, João Kléber disse que o
traído na história era ele próprio, já que o
homem que compareceu ao seu programa havia assinado
um termo de compromisso que garantiria a veracidade
do conteúdo do quadro na qual participara, excluindo
qualquer combinação prévia com a produção do
"Canal Aberto". João Kléber até fez
questão de pedir a um câmera que desse um 'close'
no documento para mostrar a assinatura do
participante. Só que o apresentador não contava que
aquele documento continha em seu último parágrafo
uma frase que dizia que o participante do quadro
recebia um pagamento. "Pelo presente, recebo o
valor de R$ 130... outorgo a mais plena, total,
irrevogável e indiscutível quitação para mais
nada reclamar qualquer título ou pretexto",
assim era possível ler. João Kléber chegou a
justificar minutos depois o flagra, afirmando que é
praxe os programas de televisão pagarem um cachê
para seus participantes.
Flagra: detalhe no documento mostrado por João Kléber
prova que
participante recebeu cachê para participar do
"Canal Aberto"
O site ControleRemoto.Com
chegou a acionar por telefone a RedeTV! em São
Paulo, mas a produção do programa "Canal
Aberto" não atendeu às ligações.
Redirecionado para a Assessoria de Imprensa da
emissora, por duas vezes, o site ControleRemoto.Com
questionou sobre o envolvimento do apresentador João
Kléber com possíveis farsas no "Canal
Aberto", e também perguntou se os programas da
casa costumam efetuar algum tipo de pagamento para os
convidados. Por duas vezes seguidas, a Assessoria
desligou telefone.
No dia seguinte às primeiras
acusações feitas pela TV Record, o programa
"Note & Anote" voltou a denunciar.
Desta vez, a mentira anunciada estava em um caso do
programa de João Kléber em que uma mulher se
apresentava dizendo que suspeitava que seu filho era
homossexual. A mesma mulher apareceu no programa de
Claudete Troiano confessando que, na verdade, ela é
formada em artes dramáticas, e o rapaz que fez papel
de seu filho é mesmo um modelo de uma agência em
São Paulo. Telespectadores ficaram indignados e não
paravam de enviar faxes, e-mails e realizar
telefonemas para a produção do "Note &
Anote".
Neste mesmo dia, 23 de maio,
quinta-feira, João Kléber também veio cheio de
más intenções, prometendo revelar os
"podres" sobre a apresentadora Claudete
Troiano e a Rede Record. Em seu programa "Canal
Aberto", o letreiro abordava que "Claudete
Troiano joga sujo pelo ibope", enquanto João
Kléber a acusava de anti-ética e mentirosa, e que
Claudete havia sujado o próprio nome "pra se
manter em seu empreguinho". Com um papel na
mão, João Kléber dizia que a história iria mudar.
"Aqui Dona Claudete, tem uma coisa que vai mudar
a sua vida, e a gente vai falar... mas eu vou deixar
para amanhã que é pra você não dormir esta
noite", disse, irônico, o apresentador da
RedeTV!.
::
notícias relacionadas
24/05/02 :: Crítica: Briga entre
Record e João Kléber causa mal estar na TV
brasileira
27/04/02 :: Crítica:
João Kléber faz programa "BO" para
telespectador desavisado
07/04/02 :: "Método
João Kléber Embromation": aprenda a segurar a
audiência!
27/03/02 :: João
Kléber chama Marcos Mion de moleque!
ControleRemoto.Com | imprimir | adicione em
seu bookmarks | recomende
para um amigo |
|
|
Para enviar suas
críticas, comentários ou
sugestões, escreva para: :: [email protected]
|
|
|
|
|