Minha URL: http://geocities.yahoo.com.br/angeldarkconsolacao/ O Cemitério Protestante de São Paulo O primeiro cemitério a céu aberto na cidade de São Paulo foi construído no fim do século XVIII, em terreno pertencente à mitra diocesana, localizado no atual bairro da Liberdade. No centro do terreno ficava a capela de Nossa Senhora dos Aflitos, inaugurada em 27 de junho de 1779. Assim sendo, o cemitério ficou conhecido como dos Aflitos. Destinava-se ao enterro de indigentes, escravos e supliciados e funcionou até a abertura do Cemitério da Consolação, quando foram proibidos os sepultamentos em outros locais. O Cemitério dos Aflitos seria demolido por volta de 1883, quando o terreno foi loteado e vendido a particulares. Quando a Câmara Municipal procurou dar cumprimento à lei de 1828, que determinara a criação dos cemitérios públicos, teve dificuldades por falta de consenso com as autoridades eclesiásticas. Em 1845 foi criado um cemitério contíguo ao Convento da Luz, que também serviria para o sepultamento das religiosas e de seus capelães, e seria administrado pelas mesmas. Em 1851, metade desse terreno foi cedida para a abertura de um cemitério para os estrangeiros católicos. Uma parte desse Cemitério dos Alemães foi reservado para estrangeiros não-católicos, ficando conhecida como Cemitério dos Protestantes. Nesse mesmo ano, foi nomeada uma comissão especial para tratar da criação de um cemitério público e geral, sendo inicialmente escolhido o Campo Redondo (proximidades da atual Praça Princesa Izabel) como local adequado para o mesmo. Em 1855, o engenheiro Carlos Frederico Rath, que era o administrador do Cemitério dos Protestantes da Luz, sugeriu o Alto da Consolação como o local mais apropriado para o cemitério municipal. Em 1856, com base em plantas apresentadas por Frederico Rath, as autoridades decidiram criar o novo cemitério, determinaram que não houvesse enterros em quaisquer outros lugares e resolveram que uma área anexa ao cemitério municipal seria usada para o sepultamento de acatólicos. Devido à crônica falta de recursos, o Cemitério da Consolação somente foi consagrado em 30 de junho de 1858. A parte reservada aos protestantes levou mais alguns anos para ser preparada e os sepultamentos só tiveram início em 1862. Em 1868, foram feitas duas subscrições junto à comunidade protestante (alemães, ingleses e outros) para a conclusão das obras do Cemitério Protestante. O Cemitério dos Protestantes e os Presbiterianos Grande parte dos sepultados no Cemitério dos Protestantes é composta de alemães e brasileiros, havendo também muitos ingleses, norte-americanos e portugueses, bem como alguns suíços, suecos, dinamarqueses, italianos, austríacos e pessoas de muitas outras nacionalidades. No que diz respeito à religião, o maior grupo é constituído pelos luteranos, havendo também anglicanos, reformados e até mesmo alguns católicos e judeus. Quanto aos presbiterianos, seu número é relativamente pequeno, mas extremamente significativo por causa da importância das pessoas ali sepultadas. Sem dúvida, os mortos mais ilustres são os Revs. Ashbel Green Simonton e José Manoel da Conceição, mas existem muitos outros pastores, tanto brasileiros como americanos, familiares de missionários, pessoas ligadas ao Mackenzie e membros conhecidos das igrejas presbiterianas de São Paulo. Fornecemos no quadro anexo os nomes mais significativos, na ordem cronológica do seu falecimento. O Cemitério dos Protestantes de São Paulo
é um lugar que precisa ser conhecido e reverenciado pelos presbiterianos
do Brasil. Ali podemos ter um contato direto com a nossa história
e contemplar as lápides singelas dos nossos heróis da
fé, homens e mulheres que deram as suas vidas pela evangelização
do Brasil. Eles plantaram igrejas, criaram instituições
de ensino, promoveram a literatura, amaram, serviram e, sim, como humanos
que eram, também se envolveram em lutas e controvérsias,
muitas vezes dolorosas. No próximo número do Brasil Presbiteriano,
daremos algumas informações biográficas sobre os
principais vultos que ali repousam aguardando a promessa da ressurreição
em Cristo.
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