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Introdução
Justificativa
Objeto de estudo
Objetivo
Partido adotado
Bibliografia
Agradecimentos
Imagens do edifício
Imagens do bairro
Projeto

A meta neste trabalho foi elaborar um projeto habitacional de qualidade, assegurando o direito constitucional à moradia digna. Essa meta deve ser contemplada não só na qualidade do projeto e nas condições de conforto ambiental. As dimensões da moradia, a sua localização, a acessibilidade, a infraestrutura urbana e a relação com o entorno também são pontos fundamentais.

O parâmetro inicial para o número de habitações seria obtido contemplando-se todas as famílias que já moram no edifício. De acordo com a coordenação da ULC cerca de cinco famílias já estariam com mudança prevista para outro local, fato que reduziu o número de apartamentos necessários de 169 para 164. A partir de dezembro de 2000 os dois grupos dividiram o hospital, inclusive separando os acessos internos, deixando o térreo para a ULC e os demais pavimentos para o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto da Região Central. Desde então, ficou evidente que os dois grupos não pretendem permanecer juntos. O fato desta ocupação ser tão diferente da maioria nos obrigou a estabelecer certos parâmetros arbitrariamente. Ficou estabelecido o número de cento e sessenta unidades habitacionais como uma das metas a serem atendidas, número que atende ao limite máximo do PAR, independentemente do edifício servir ou não aos atuais moradores.

O PAR tem sido o parâmetro para a maioria dos projetos de habitação de interesse social da cidade de São Paulo. Não se pretende ignorar que existe uma grande parcela da população que não tem como comprovar renda, porém para esta parte da população não existe nenhum programa de habitação e, portanto, só pode-se ter como parâmetro investimentos a fundo perdido.

Através do contato com os moradores obtive informações e opiniões acerca do que seria a moradia ideal. À perspectiva do futuro usuário somam-se a contribuição técnica do futuro arquiteto e as limitações impostas tanto pela legislação quanto pelas reais possibilidades de financiamento.

Reformar ou derrubar

Determinando-se que a população residente na ocupação deve permanecer morando lá, surge uma das questões mais complicadas e determinantes para o procedimento da intervenção: deve-se reformar o edifício adequando-o à habitação ou demolí-lo para construir um novo prédio no local? Considerando-se as construções adjacentes ao edifício principal somam-se 6.169,51 metros quadrados, dividindo-se esta área pelo número de apartamentos que se deseja, que é de 160, tem-se a média de 38,6 metros quadrados de área por família, não descontadas desse número as áreas de circulação, as paredes nem outras áreas de uso comum.

O hospital não foi tombado por nenhuma entidade, não é considerado um edifício belo ou com algum valor histórico. Mas, o prédio respeita a tipologia predominante na região e guarda um pouco da sua História. Transformar o programa do hospital para que possa atender à demanda por moradia é complicado e necessitará de muitas demolições internas. Boa parte da circulação poderá ser revertida em área dos apartamentos se forem separadas as circulações verticais. (NACHTERGAELE: 1999)

Os terrenos laterais devem ser incluídos no projeto, embora a CDHU não os tenha adquirido juntamente com o prédio principal, pois suas construções estão voltadas para o interior do terreno e dependem dos mesmos acessos.

A população residente, ao ser consultada, manifestou-se simpática à construção de um novo edifício. A opinião destes moradores é irrepreensível, eles desejam uma habitação nova e construída especialmente para ser habitação. Esses são os valores difundidos pelo mercado imobiliário. E eles argumentam que a reforma seria muito onerosa, mais até do que uma nova construção. Mas esse ponto não é o de maior destaque entre as reivindicações do movimento. Espaço é mais importante do que acabamento ou idade do edifício.

O outro lado da questão diz respeito ao sentido deste trabalho. Construir um edifício inteiramente novo não é uma alternativa à política habitacional que já está em prática. O projeto de reforma pode nos revelar soluções novas para o problema da habitação no centro, colaborando para a preservação não somente dos edifícios históricos, mas do padrão de ocupação de cada bairro. Não se trata apenas da história ou beleza de cada edifício, mas do conjunto. E espera-se obter uma melhoria qualitativa nas habitações por um valor equivalente ao que seria gasto na construção de habitações novas.

Fazer um projeto de reforma do edifício significa ir contra a cultura tão difundida do descartável. Edifícios não são descartáveis. Usar um edifício por pouco tempo significa desperdiçar investimento e trabalho. E se demolíssemos menos os edifícios, estes passariam a ser projetados de maneira a suportar melhor mudanças no seu programa de uso.

Sobre este trabalho
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