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As imigrações para o Brasil se deram inicialmente por iniciativa do governo brasileiro, tanto no Império quanto na República. Muitos dos nossos antepassados, quando chegaram no século 19 ou mesmo no século 20, foram morar em regiões remotas onde a infraestrutura era pequena ou inexistente. Não havia cartórios, na época, e as igrejas eram, na maioria das vezes, quem registravam os acontecimentos sociais dessas colonias. Mesmo assim, as autoridades trocavam correspondências sobre os imigrantes, eles próprios escreviam para seus países de origem, os jornais do Rio e de Santos anunciavam as chegadas dos navios, os padres e os pastores anotavam cuidadosamente os batismos, casamentos e mortes dos seus rebanhos, enfim, existem registros de vários acontecimentos. Eles são fonte inestimável para montarmos a nossa história familiar. Podemos dividí-los em registros estrangeiros, registros nacionais, estaduais (ou provinciais) e locais. Os Registros Estrangeiros encontram-se no exterior; os Registros Nacionais encontram-se geralmente em instituições do governo federal - o Arquivo Nacional no Rio de Janeiro, por exemplo; os Registros Estaduais - ou Provinciais (conforme a divisão política usada no Império) que estão guardados nas instituições estaduais - os Arquivos Públicos ou Arquivos Históricos. Trataremos desses três primeiros tipos mais adiante. Neste momento, vamos olhar mais para os registros locais. Os Registros Locais são os da Cidade, Colônia, Município ou Região em que se instalaram os imigrantes. Os documentos (Ex.: certidões de nascimento, identidades, passaportes) que você juntou na primeira lição, indicarão a você em quais cidades ou regiões se estabeleceram os seus antepassados. Muitas vezes os registros orais (histórias que os velhinhos costumam contar) são muito úteis para definir onde procurar esses registros locais. Se você não tem pistas, escute primeiro o que as velhinhas: convide-as para um chazinho e encha-as de perguntas.
Para completar esta lição, faça uma visita a cada um dos lugares abaixo e verifique quais dos registros acima estão em poder deles.
Assegure-se que está registrando cada documento que viu, a data em que o viu e os nomes que pesquisou. Coloque a letra e o número em cada folha de papel em branco na qual tenha escrito informações, e arquive-as na pasta correta, para referência futura. Se visitar um cemitério a procura de antepassados, faça um desenho esquemático do "layout" do cemitério, e marque a fila e o número do túmulo, de modo que possa encontrá-lo novamente, se necessário. E, mais importante de tudo, lembre-se que você está registrando a HISTÓRIA DA SUA FAMILIA. Se os dados sobre o nascimento, casamento e morte de cada antepassado equivalessem a um esqueleto, a história que essa pessoa viveu são a carne, músculos e coração, os quais dão vida e movimento ao esqueleto. É a parte que distingue um antepassado do outro. O que ele fez, quem foi, que tipo de pessoa era, quem eram seus amigos, como se apaixounou, casou e viveu. Fiquei extremamente entusiasmado ao descobrir que houve um Korndörfer que veio ao Brasil em 1825, foi Mercenário a serviço de D.Pedro I, no Rio de Janeiro, foi ao Rio Grande do Sul em 1826 e desapareceu!! Viva!! Tenho um mistério para desvendar !! E é isso aí! Agora que já esgotou os registros locais, você está pronto para entrar nos registros de vida, o nosso próximo assunto. Vá firme!
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