Quackwatch em português
Índice dos Tratamentos "Alternativos" do Câncer

Terapias Questionáveis do Câncer

Stephen Barrett, M.D.
Victor Herbert, M.D., J.D.

A American Cancer Society (ACS) define métodos questionáveis como práticas de estilo de vida, testes clínicos ou modalidades terapêuticas que são promovidas para uso geral para a prevenção, diagnóstico ou tratamento do câncer e que são, com base na revisão cuidadosa de cientistas e (ou) clínicos, considerados como não tendo nenhuma evidência real de validade [1]. Pelas regras da ciência (e da lei federal norte-americana), proponentes que fazem alegações ligadas a saúde sustentam o ônus da prova. É de sua responsabilidade conduzir estudos apropriados e publicá-los em detalhes suficientes para permitir a avaliação e confirmação por outros. A ACS avalia métodos para o câncer fazendo três perguntas: 

O historiador Wallace F. Janssen do FDA destaca que em cada década desde 1940, um remédio questionável para o câncer tem atraído muitos seguidores e tornado-se um assunto nacional [2]. Foi o Koch Antitoxins nos anos 40, tratamento Hoxsey na década de 50, Krebiozen nos anos 60 [3], laetrile nos anos 70 e terapia imune-aumentativa na década de 80. Os métodos questionáveis de hoje incluem agentes corrosivos, produtos vegetais, dietas especiais e "suplementos alimentares", drogas, correção de "desequilíbrios", métodos biológicos, aparelhos, misturas de preparados, abordagens psicológicas e testes diagnósticos inúteis. Muitos promotores combinam métodos para torná-los mais negociáveis. Uma investigação de 1987 da ACS encontrou que 452 (9%) de 5.047 pacientes com câncer identificados através de uma pesquisa por telefone tinham usado tratamentos questionáveis. Destes, 49% tinham usado "terapias mentais" (imagem mental, hipnose ou terapia psíquica) e 38% tinham usado dietas [4]. Os perigos de se usar tratamentos questionáveis incluem atraso no início do tratamento apropriado, queda na qualidade de vida, dano físico direto, interferência com tratamentos comprovados, desperdício de  tempo valioso, prejuízo financeiro e dano psicológico [5]. 

O Quackwatch tem ouvido diversas pessoas que foram enganadas em grandes quantias de dinheiro perseguindo "curas" inexistentes do câncer. A maioria destes casos envolviam clínicas de periferia para as quais o dinheiro foi dado adiantado. O Federal Bureau of Investigation (FBI) tem jurisdição sobre casos envolvendo fraudes. Os americanos que acreditam ter sido vítimas de fraudes devem relatar o que aconteceu ao FBI.

Distorções Típicas

Os proponentes de métodos questionáveis tipicamente alegam que a demanda de mercado e testemunhos de consumidores satisfeitos são a prova que seus remédios funcionam. Entretanto, os proponentes quase nunca tomam nota ou revelam qual a porcentagem de seus casos que terminam em fracassos. Curas do câncer atribuídas a métodos questionáveis normalmente caem em uma ou mais destas cinco categorias: (1) o paciente nunca teve câncer; (2) o câncer foi curado ou entrou em remissão através da terapia comprovada, mas a terapia questionável também foi usada e erroneamente levou o crédito pelos resultados benéficos; (3) o câncer está progredindo mas é erroneamente interpretado como em regressão ou curado; (4) o paciente morreu devido ao câncer (ou não foi mais seguido) mas é interpretado como curado; ou (5) o paciente teve uma remissão espontânea (muito rara) ou o câncer diminui a taxa de crescimento o que é anunciado como uma cura. 

Promotores de métodos questionáveis freqüentemente descrevem erroneamente seus métodos como "alternativos." Alternativos genuínos são métodos comparáveis que satisfazem os critérios de segurança e eficácia. Alternativos experimentais não são comprovados mas tem um fundamento lógico plausível e estão sendo submetidos a investigações responsáveis. "Alternativos" questionáveis não são comprovados e carecem de um fundamento lógico plausível cientificamente. Quando nos referimos ao último, usamos aspas porque eles não são alternativos verdadeiros. Alguns promotores dos métodos "alternativos" são médicos ou outros cientistas com educação de alto nível que se desviaram do pensamento científico. Os fatores que os motivaram podem incluir pensamentos ilusórios, interpretações errôneas de experiências pessoais, considerações financeiras e satisfação derivada da notoriedade e/ou adulação do paciente.

Informações errôneas a respeito de terapias questionáveis do câncer é disseminada através de livros, artigos, fitas de áudio, fitas de vídeo, programas de entrevistas, reportagens na imprensa, palestras, exposições de saúde, profissionais "alternativos", serviços de referência e informação, e de boca em boca. Os promotores tipicamente explicam sua abordagem em termos do senso comum e parecem oferecer aos pacientes um papel ativo em seu tratamento: (a) câncer é um sintoma, não uma doença; (b) sintomas são causados pela dieta, estresse ou meio-ambiente; (c) exercícios, nutrição e atitudes mentais apropriados ativam defesas biológicas e mentais contra o câncer; e (d) a terapia convencional enfraquece as reservas do corpo, trata os sintomas ao invés da doença [6]. As terapias questionáveis são rotuladas como naturais e não tóxicas, enquanto as terapias padrão (responsáveis) são rotuladas como altamente perigosas. A figura abaixo é de uma revista em quadrinhos norte-americana desorientadora desenhada para minar a confiança pública nos métodos convencionais.

Clique na figura para ver a charge original em inglês
Versão em português de Gilson C. Santos © 2002 Quackwatch em português


Durante os últimos anos, os noticiários têm anunciado métodos "alternativos" de uma maneira que vem causando grande confusão pública. A maioria destas reportagens não contêm nenhuma avaliação crítica e tem destacado os pontos de vista dos proponentes e seus clientes satisfeitos. Muitas têm exagerado o significado do Departamento de Medicina Alternativa (OAM) do National Institutes of Health (NIH) -- agora chamado de Centro de Pesquisas em Medicina Alternativa e Complementar -- cuja criação foi encabeçada pelos promotores de terapias questionáveis do câncer que queriam que fosse dada mais atenção aos seus métodos. A maioria dos membros de seus painéis consultivos são promotores de terapias "alternativas". Em 1994, o primeiro diretor destituído do OAM, acusou que interferências políticas dificultaram sua capacidade em conduzir a missão do OAM em uma maneira científica [7]. O OAM tem financiado dezenas de estudos relacionados aos métodos "alternativos", incluindo alguns relacionados com o tratamento do câncer. Entretanto, permanece para ser visto se tais pesquisas irão render resultados úteis. Mesmo se renderem, é improvável que os benefícios superem a publicidade espalhafatosa dada aos métodos questionáveis. Alguns dos métodos "alternativos" de hoje estão descritos abaixo. Relatos maiores sobre muitos dos métodos podem ser acessados seguindo os links.

Antineoplastons

Stanislaw R. Burzynski, M.D., deu o nome de "antineoplastons" a substâncias que ele alega poderem "normalizar" as células do câncer que estão constantemente sendo produzidas dentro do corpo. Burzynski publicou muitos artigos declarando que antineoplastons extraídos da urina ou sintetizados em seus laboratórios provaram eficácia contra o câncer em experimentos de laboratório. Ele também alega ter auxiliado muitas pessoas com câncer a ficarem boas. Uma análise de 1992 concluiu que nenhum dos "antineoplastons" de Burzynski provaram normalizar células tumorais. [8]

Em 1988, Burzynski teve uma tremenda publicidade quando a apresentadora de talk-show Sally Jesse Raphael destacou quatro "milagres", pacientes de Burzynski, os quais ela disse estavam livres do câncer. Os pacientes declararam que Burzynski os curou quando os métodos convencionais falharam. Em 1992, "Inside Edition" reportou que dois dos quatro pacientes tinham morrido e um terceiro estava tendo uma recorrência de seu câncer. (O quarto paciente tinha câncer de bexiga, o qual tem um bom prognóstico.) A viúva de um dos convidados de Sally declarou que seu marido e cinco outros da mesma cidade tinham buscado o tratamento após conhecerem Burzynski através de um programa de televisão -- e que todos haviam morrido por suas doenças. Em 1995, um grande júri federal indiciou Burzynski por fraude no correio e comércio de droga não aprovada. A indiciação acusou que ele tinha fraudado as companhias de seguro usando códigos de procedimento por quimioterapia, ainda que seu tratamento não fosse quimioterapia. Foi julgado em 1997 mas não foi condenado.  

Em 1998, o Procurador Geral do Texas conseguiu um acordo anunciando que Burzynski: (a) não pode distribuir drogas não aprovadas no Texas; (b) pode distribuir "antineoplastons" somente a pacientes envolvidos em ensaios clínicos aprovados pelo FDA, a menos que o FDA aprove seus drogas para venda; (c) não pode anunciar os "antineoplastons" para o tratamento do câncer; e (d) em seu site e em material promocional e anúncios deve colocar uma advertência que a segurança e a eficácia dos "antineoplastons" não foram estabelecidas. O acordo também ordenou que Burzynski pagasse 50 mil dólares por indenização ao escritório do Procurador Geral e ao Departamento de Saúde do Texas pelos custos de sua investigação [9]. The Cancer Letter subseqüentemente apontou que apesar de Burzynski ter realizado muitos "ensaios clínicos", eles não estão de acordo com os padrões usuais [10]. 

CanCell

CanCell -- originalmente chamado Entelev e recentemente renomeado para Cantron -- é um líquido que se alega curar câncer por "diminuir a voltagem da estrutura celular em cerca de 20%", levando as células do câncer a serem "digeridas" e substituídas por células normais. Instruções juntos aos frascos de CanCell tem advertido que estes não deveriam tocar ou serem colocados próximos a qualquer aparelho elétrico ou tomadas. CanCell também tem sido promovido para o tratamento da AIDS, esclerose lateral amiotrófica, esclerose múltipla, doença de Alzheimer, "casos extremos de enfisema e diabetes", e diversas outras doenças. Em 1989, o FDA relatou que o CanCell continha inositol, ácido nítrico, sulfito de sódio, hidróxido de potássio, ácido sulfúrico e catecol. Subseqüentemente, seus promotores alegaram ter modificado a fórmula para torná-lo mais eficaz [11]. Também alegam que o CanCell não pode ser analisado porque varia com as vibrações atmosféricas e fica mudando sua energia [12]. Testes laboratoriais conduzidos entre 1978 e 1991 pelo NCI não encontraram nenhuma evidência de que o CanCell fosse eficaz contra o câncer. O FDA obteve um mandado proibindo sua distribuição aos pacientes.

Terapia de Câncer Célula Específica

De acordo com a informação que estava no site do promotor durante 1997, a Terapia de Câncer Célula Específica (Cell Specific Cancer Therapy - CSCT) é aplicada com um aparelho que tem 10 cm de espessura, formato de uma rosquinha e que expõem o paciente a um campo magnético que é muito mais fraco que o da ressonância magnética. Está disponível em uma clínica na República Dominicana. O custo anunciado é de 20 mil dólares, pagos adiantado, mas o custo pode ser reduzido ou abolido para pessoas que não podem pagar. Não alega-se que o CSCT cure o câncer mas que "destrói células cancerosas ativas no corpo e faz isso sem causar qualquer dano às células saudáveis". Seu objetivo é destruir células cancerosas o suficiente para que o sistema imune seja "mais uma vez capaz de assumir o controle e fazer seu trabalho normal". Alega-se que o aparelho "detecta células cancerosas com uma sensibilidade muito maior que a ressonância magnética ou tomografia computadorizada" e que "destrói células do câncer sem prejudicar células normais adjacentes". O divulgador alega que células cancerosas tem um "mecanismo metabólico atípico" que as torna "suscetíveis aos campos eletromagnéticos polarizados". Não há nenhuma evidência científica que energia magnética possa seletivamente destruir células do câncer. Um tratamento similar é oferecido na Clínica de Câncer Davidson no México, cujo proprietário está enfrentando acusações criminais por fraude. 

Clark e sua "Cura para Todos os Cânceres"

Hulda Clark, Ph.D., N.D., alega que (a) todos os cânceres e muitas outras doenças são causadas por "parasitas, toxinas e poluentes"; (b) cânceres podem ser detectados com um exame de sangue para orto-fosfotirosina e um aparelho que identifica órgãos doentes e substâncias tóxicas; (c) cânceres podem ser curados matando os parasitas e livrando o corpo de substâncias químicas ambientais; (d) casca de nogueira negra, absinto e cravos-da-índia comuns podem livrar o corpo de mais de 100 tipos de parasitas; e (e) os aminoácidos ornitina e arginina melhoram esta receita. Seu livro Cure for All Cancers (Cura para Todos os Cânceres), contêm 103 relatos de casos de suas supostas curas do câncer. Entretanto, julgando por suas descrições (a) a maioria não tinha câncer, e (b) dos que tinham, a maioria tinha recebido o tratamento médico padrão ou seus tumores estavam em estágios iniciais.

Aparelhos

Muitos tipo de aparelhos são usados com alegações infundadas de que são eficazes contra o câncer. Esses incluem aparelhos que passam correntes elétricas de baixa-voltagem através de tumores ou do corpo, aparelhos de "eletroacupuntura" com o propósito de medir a resistência elétrica de "pontos de acupuntura", aparelhos elétricos com alegações de que "mudam" amostras de sangue tiradas de pacientes e mais tarde reinjetadas, geradores de íons negativos que alega-se ter um efeito contra tumores, aparelhos radiônicos alegados diagnosticar e curar câncer por analisar e emitir ondas de rádio nas freqüências corretas, imãs que alega-se serem capazes de curar cânceres por "melhorar a circulação" ou por efeitos intracelulares, e projetores de luz colorida que alega-se exercerem efeitos de cura [13]. 

Essiac

Essiac é um remédio de ervas que foi prescrito e promovido por cerca de 50 anos por Rene M. Caisse, uma enfermeira canadense que morreu em 1978. Pouco antes de sua morte, ela entregou a fórmula e os direitos de fabricação para a Resperin Corporation, uma empresa canadense que o tem entregue aos pacientes sob um acordo especial com oficiais de saúde canadenses. Diversos relatos declaram que a fórmula contêm bardana, ruibarbo indiano, azeda e olmo, mas pode haver ingredientes adicionais. Chá de Essiac que alega-se ser a fórmula original de Caisse também é comercializado nos Estados Unidos. Diversos exames com animais usando amostras de Essiac não demonstraram nenhuma atividade anti-tumoral. Tampouco uma revisão de dados de 86 pacientes realizada pelo departamento de saúde federal canadense durante o início da década de 1980 [14].

Terapia de Células Frescas

Terapias de células frescas, também chamada terapia de células vivas ou terapia celular, envolve injeções de células animais embrionárias frescas tiradas de órgãos ou tecidos que correspondem aos órgãos ou tecidos doentes no paciente. Os proponentes alegam que o corpo do receptor automaticamente transporta as células injetadas ao órgão alvo onde reparam e rejuvenescem as células enfermas. A American Cancer Society declara que a terapia de células frescas não comprovou nenhum benefício e tem causado graves efeitos colaterais (infecções e reações imunológicas à proteína injetada) e morte [15]. Em 1984, o FDA publicou um Alerta de Importação pedindo ao U.S. Customs and Postal Services bloquear a importação de todos pós e extratos de "terapias celulares" para injeções. 

Método de Gerson

Proponentes da dieta de Gerson alegam que o câncer pode ser curado somente se toxinas forem eliminadas do corpo. Eles recomendam "desintoxicações" com enemas de café freqüentes e dieta pobre em sódio que inclui mais de 4 litros diários de sucos feitos de frutas, vegetais e fígado de vitela cru. Esse método foi desenvolvido por Max Gerson, um médico nascido na Alemanha que emigrou para os Estados Unidos em 1936 e trabalhou na cidade de Nova York até sua morte em 1959. A terapia de Gerson ainda está disponível no Hospital Meridien em Tijuana, México e, desde fevereiro de 1997, no Gerson Healing Center em Sedona, Arizona, EUA.

A terapia de Gerson ainda é ativamente promovida por sua filha, Charlotte Gerson, através de palestras, entrevistas em programas e publicações do Gerson Institute em Bonita, Califórnia. Protocolos Gerson incluem injeções de extratos de fígado, enemas de ozônio, "terapia de células vivas", tabletes de tireóide, cápsulas de geléia real, óleo de linhaça, enemas com óleo de rícino, emplastos de argila, laetrile e vacinas feitas do vírus influenza e bactérias Staphylococcus aureus mortas.

Em 1947, o NCI analisou 10 casos selecionados pelo Dr. Gerson e não achou seu relato convincente. Naquele mesmo ano, um comitê nomeado pela New York County Medical Society analisou prontuários de 86 pacientes, examinou 10 pacientes, e não encontrou nenhuma evidência que o método de Gerson tivesse valor no tratamento do câncer. Uma análise do NCI do livro do Dr. Gerson, A Cancer Therapy: Results of Fifty Cases, concluiu em 1959 que a maioria dos casos falharam em estabelecer o critério (como verificação histológica do câncer) para avaliação apropriada de um caso de câncer [16]. Uma revisão recente das idéias presentes no tratamento de Gerson concluiu: (a) os "venenos" que Gerson alegava estarem presentes nos alimentos processados jamais foram identificados, (b) enemas freqüentes com café jamais mostraram mobilizar e remover venenos do fígado e intestinos de pacientes com câncer, (c) não há nenhuma evidência que qualquer um destes venenos estejam relacionados com o início do câncer, (d) não há nenhum evidência que exista uma reação inflamatória "curativa" que possa procurar e matar células cancerosas [17]. 

Entre 1980 e 1986 ao menos 13 pacientes tratados com a terapia de Gerson foram admitidos nos hospitais da área de San Diego com septicemia por Campylobacter fetus atribuída as injeções de fígado [18]. Nenhum dos pacientes estava livre do câncer, e um morreu de sua malignidade em uma semana. Cinco entraram em coma devido aos níveis baixos de sódio sérico, presumivelmente como resultado do regime dietético "sem sódio" de Gerson. Como resultado, Gerson pessoalmente modificou sua técnicas tratando produtos de fígado e biológicos in natura. Entretanto, a abordagem de Gerson ainda tem potencial considerável para danos. Mortes também foram atribuídas aos enemas com café administrados na clínica de Tijuana. 

Charlotte Gerson alega que o tratamento na clínica produziu altas taxas de cura para muitos cânceres. Em 1986, entretanto, investigadores descobriram que os pacientes não foram monitorados após deixarem a clínica [19]. Apesar da equipe da clínica mais tarde dizer que acompanharia seus pacientes sistematicamente, não há nenhuma evidência publicada que tenham feito isso. Um naturopata que visitou a Gerson Clinic em 1983 conseguiu acompanhar 21 pacientes por um período superior a 5 anos (ou até a morte) através de cartas anuais ou pelo telefone. Na marca do quinto ano, somente um ainda estava vivo (mas não livre do câncer); o restante sucumbiu ao seu câncer [20]. 

Cura Grega do Câncer

O principal proponente da Cura Grega do Câncer foi o microbiólogo Dr. Hariton-Tzannis Alivizatos, de Atenas, Grécia, que morreu em 1991. Ele alegava ter um exame de sangue que podia determinar o tipo, localização e severidade de qualquer câncer. Também assegurava que seu "soro" possibilitava ao sistema imune do paciente destruir as células cancerosas e ajudava a corpo a rejuvenescer partes destruídas pelo câncer. Observadores com conhecimento de causa acreditam que o ingrediente principal da tão falada Cura Grega do Câncer era a niacina. A American Cancer Society e o NCI pediram a Alivizatos várias vezes informações detalhadas sobre seus métodos, mas ele nunca respondeu [21].

Tratamento de Hoxsey

O naturopata Harry Hoxsey promovia um tratamento com ervas consistindo de uma pasta ou pó usado externamente e um tônico usado por via oral. As preparações externas continham agentes corrosivos como sulfeto de arsênio. O remédio interno, que é dito ser ajustado caso a caso, continha iodeto de potássio e certas coisas como trevo vermelho, alcaçuz, raiz de bardana, raiz de Stillingia, raiz de Berberis, raiz de ervas-dos-cancros, cascara, casca de freixo espinhento e casca de sanguinheiro. Hoxsey dizia que as fórmulas foram desenvolvidas em 1840 por seu bisavô e passado para ele por seu pai enquanto o último estava morrendo de câncer. 

O tratamento de Hoxsey foi oferecido em clínicas nos Estados Unidos de 1924 até que conflitos repetidos com o FDA levou-o a fechar sua clínica principal em Dallas no final da década de 50. Em 1963, a ex-enfermeira chefe de Hoxsey, Mildred Nelson, começou oferecê-lo em uma clínica em Tijuana, México [22]. O próprio Hoxsey contraiu câncer de próstata em 1967 e submeteu-se a cirurgia após tratar a si mesmo sem sucesso com seu tônico. A maioria das ervas no tônico foram testadas por atividades antitumorais em câncer, com resultados desprezíveis para alguns e nenhum resultado para as outras. Algumas destas ervas, mais notavelmente ervas-do-cancros, tem efeitos colaterais tóxicos. O NCI avaliou relatos de casos submetidos por Hoxsey e concluiu que nenhuma avaliação foi possível porque os registros não continham informação adequadas [23]. Hoxsey morreu em 1974. Nelson morreu em janeiro de 1999. 

Sulfato de Hidrazina

Em meados dos anos 70, sulfato de hidrazina foi proposto para tratar a perda de peso progressiva e características debilitantes do câncer avançado. Baseado em dados provenientes de animais e estudos preliminares em humanos, também tem-se alegado que causa regressão em tumores e melhora subjetiva em pacientes. Entretanto, três ensaios recentes patrocinados pelo National Cancer Institute não demonstrou nenhum benefício atribuível ao sulfato de hidrazina [24-26]. Os ensaios envolveram 243 pacientes com diagnósticos recentes de câncer de pulmão do tipo não-pequenas células, 266 pacientes com câncer de pulmão não-pequenas células avançado e 127 pacientes com câncer colo-retal avançado. O maior dos três encontrou que danos em nervos ocorreram mais freqüentemente e que a qualidade de vida foi significativamente pior no grupo de sulfato de hidrazina. Após estes estudos serem publicados, proponentes alegaram que eram inválidos porque foi permitido aos pacientes ingerir tranqüilizantes, barbitúricos ou álcool, os quais alegadamente anulariam o efeito do sulfato de hidrazina. O National Cancer Institute rejeitou essas considerações, e uma investigação pelo United States General Accounting Office não encontrou nenhuma diferença no tempo de sobrevivência entre os pacientes que usaram estas drogas e aqueles que não [27]. Em dezembro de 2000, o Annals of Internal Medicine publicou um relato de caso de um homem de 55 anos com câncer do seio malar esquerdo [região da face próxima a maxila e o arco zigomático]. Ao invés de se submeter ao tratamento médico recomendado, ele obteve sulfato de hidrazina através de um site da internet e, por quatro meses, seguiu o regime publicado no site kathykeeton.com. Duas semanas mais mais tarde, ele estava hospitalizado com sinais de insuficiência renal e hepática. Apesar do tratamento hospitalar intensivo, ele morreu em uma semana [28,29]

Terapias de "Hiperoxigenação"

Terapia de "hiperoxigenação" -- também chamada "terapia bio-oxidativa" e "terapia oxidativa" -- é baseada no conceito errôneo que o câncer é causado pela deficiência de oxigênio e pode ser curado expondo células cancerosas a maior quantidade de oxigênio que elas possam tolerar. Os agentes mais promovidos são o peróxido de hidrogênio, sesquióxido de germânio e ozônio. Embora esses componentes tenham sido objetos de pesquisas legítimas, há pouca ou nenhuma evidência que sejam eficazes para o tratamento de qualquer doença grave e cada um tem demonstrado potencial para danos [30]. Os produtos com germânio causam danos renais irreversíveis e morte [31]. O FDA baniu sua importação e apreendeu produtos de diversos fabricantes dos EUA. 

Terapia Imune-aumentativa

Terapia imune-aumentativa (IAT) foi desenvolvida por Lawrence Burton, Ph.D., um zoólogo que alegou poder estimular a capacidade natural do sistema imunológico para detectar e destruir células cancerosas. Ele alegou conseguir isto injetando extratos de proteína isoladas com processos que ele patenteou. Entretanto: (1) o sistema imunológico não detecta e destrói células cancerosas como Burton postulou, e (2) as substâncias que ele alegou usar não podem ser produzidas pelos procedimentos descritos em seu pedido de patente e não foi demonstrado que elas existem no corpo humano [32]. 

Os cientistas do NCI que analisaram os materiais do tratamento IAT dados a vários pacientes concluíram que os materiais eram soluções diluídas de proteínas comuns do sangue, principalmente albumina. Nenhuma era eletroforeticamente pura e nenhuma continha os componentes postulados por Burton. Burton não publicou relatos clínicos detalhados, não divulgou à comunidade científica os detalhes de seus métodos, não publicou estatísticas significativas, não conduziu um ensaio controlado ou providenciou a investigadores independentes espécimes dos materiais de seu tratamento para análise. Durante meados dos anos 80, diversos de seus pacientes desenvolveram infecções graves após o IAT [33].

Em 1980, o programa "60 Minutes" da TV norte-americana CBS deu a Burton uma publicidade tremenda quando um proeminente médico declarou que um dos seus pacientes parecia ter se recuperado milagrosamente com o tratamento de Burton. Apesar do paciente morrer de seu câncer doze dias após o programa ir ao ar, o "60 Minutes" se recusou a informar aos seus telespectadores este fato. Em 1986, o Congressional Office of Technology Assessment designou um grupo de especialistas técnicos e representantes de Burton para desenvolver um ensaio clínico para avaliar o IAT. Entretanto, a comunicação entre Burton e autoridades do governo americano foi rompida após ele insistir que um "pré-teste" fosse conduzido em sua clínica [34]. Burton morreu em 1993, mas a clínica ainda está em funcionamento.  

Iscador

Iscador é um extrato de erva-de-passarinho proposto pela primeira vez para o tratamento do câncer em 1920 por Rudolph Steiner, um médico suíço que adotava crenças ocultas. Steiner fundou a Sociedade para Pesquisa do Câncer para promover extratos de erva-de-passarinho e práticas baseadas no ocultismo que ele chamou de medicina antroposófica. Um relato de 1962 da sociedade alegava que o tempo de colheita das plantas era importante porque elas reagem às influências do sol, lua e planetas. Várias preparações com sucos desta erva foram estudadas com a esperança de encontrar um agente eficaz anticâncer. Entretanto, em 1984, o grupo de trabalho de especialistas da Sociedade Suíça de Oncologia concluiu que não havia nenhuma evidência que o Iscador fosse eficaz contra cânceres humanos [35].

Terapia Metabólica de Kelley/Gonzalez

Nos anos 60, William Donald Kelley, D.D.S., desenvolveu um programa para pacientes com câncer que envolvia medidas dietéticas, vitaminas e suplementos de enzimas, "tipagem metabólica" computadorizada. Kelley classificou as pessoas como "simpáticas dominantes", "parassimpáticas dominantes" ou metabolicamente "equilibradas" e fez recomendações dietéticas para cada tipo. Ele alegava que seu "Índice de Avaliação do Metabolismo Protéico" podia diagnosticar câncer antes de estar clinicamente aparente e que seu "Índice Kelley de Malignidade" podia detectar "a presença ou ausência do câncer, a taxa de crescimento do tumor, a localização da massa tumoral, prognóstico do tratamento, idade do tumor e a regulação do medicamento para tratamento".

Em 1970, Kelley foi condenado por exercício ilegal da medicina após testemunhas atestaram que ele tinha diagnosticado câncer de pulmão tendo como base o sangue do dedo de um paciente e prescreveu suplementos dietéticos, enzimas e uma dieta como tratamento. Em 1976, após apelar aos tribunais, sua licença de dentista foi suspensa por cinco anos [36]. Entretanto, ele continuou a promover seus métodos até meados dos anos 80 através de seu International Health Institute com sede em Dallas. Sob a tutela do instituto, profissionais licenciados e "técnicos metabólicos certificados" por todo os Estados Unidos poderiam administrar um questionário de 3.200 itens e enviar as respostas para Dallas. Os resultados fornecidos pelo computador proporcionavam um relatório completo sobre o "status metabólico" mais instruções detalhadas cobrindo alimentos, suplementos (tipicamente 100 a 200 comprimidos por dia), técnicas de "desintoxicação" e mudanças no estilo de vida. 

Um tratamento que se diz similar ainda hoje é oferecido por Nicholas Gonzalez, M.D., da cidade de Nova York, que alega ter analisado os registros de Kelley e redigido um livro a respeito de seus achados. O manuscrito nunca foi publicado, mas os especialistas que avaliaram seu capítulo sobre 50 casos não encontraram nenhuma evidência de benefício. Gonzalez diz que oferece "10 dietas básicas com 90 variações" e tipicamente prescreve enemas de café e "mais de 150 comprimidos por dia em doses divididas de 10 a 12".

Em 1994, após investigar seis casos de Gonzalez, autoridades de licenciamento do Estado de Nova York concluíram: (a) seu "protocolo alternativo" não o credenciava a um padrão alternativo de assistência; (b) ele falhou em interpretar corretamente sinais e sintomas de doenças em progressão; (c) ele tratou os pacientes de maneira incompetente, e  (d) sua forma de manter registros era inadequada. Ele foi posto em regime de liberdade vigiada por três anos com uma estipulação que entrasse em um programa de treinamento e seu trabalho fosse supervisionado pelo Departamento de Conduta Profissional. [Download da documentação - em pdf ]

Em 1997, um tribunal na cidade de Nova York concedeu 2,5 milhões de dólares por danos reais e 150.000 dólares por danos punitivos para uma ex-paciente de Gonzalez. A mulher testemunhou que tinha sido diagnosticada em um estágio inicial de câncer uterino em 1991 e submetida a uma histerectomia. Ao invés de fazer acompanhamento com radiação e quimioterapia recomendados pelo médico, ela consultou Gonzalez que a desencorajou a seguir o conselho de seu oncologista. Baseado em sua interpretação de um teste de cabelo, Gonzalez prescreveu mais de 150 comprimidos de suplementos alimentares por dia mais enemas com café freqüentes. Mais tarde ele alegou que o câncer estava curado, mas na verdade estava progredindo. No fim o câncer lesou sua espinha dorsal e a deixou cega. Um apelo manteve o veredicto de 2,5 milhões de dólares mas dispensou a indenização por danos punitivos. Em abril de 2000, um júri concedeu US$ 282.000 por danos ao marido de uma professora universitária de 40 anos que morreu de doença de Hodgkin em 1995. De acordo com um artigo no New York Daily News, o júri o considerou negligente porque falhou em estipular "testes apropriados" para rastrear o câncer, ao invés confiou em um método não comprovado de análise do cabelo [37].

Laetrile

Laetrile, que ganhou grande notoriedade durante os anos 70 e início dos 80, é o nome comercial de um parente sintético da amidalina, uma substância química presente no caroço de damasco, sementes de maça, amêndoas amargas e algumas outras frutas e nozes. Muitos promotores do laetrile o tem chamado de "vitamina B17" e falsamente alegado que o câncer é uma doença de deficiência vitamínica que o laetrile pode curar. Alegações da eficácia do laetrile tem variado consideravelmente [38]. Primeiro alegava-se que prevenia e curava o câncer. Então alegou-se que não curava, mas "controlava" o câncer enquanto dava aos pacientes um aumento no sentimento de bem-estar. Mais recentemente, tem sido alegado que o laetrile é  eficaz, não sozinho, mas como um componente da "terapia metabólica". (descrita abaixo)

O laetrile foi o primeiramente usado para tratar pacientes com câncer na Califórnia nos anos 50. De acordo com os proponentes, mata células tumorais seletivamente ao mesmo tempo que deixam células normais em paz. Embora o laetrile tenha sido promovido como seguro e eficaz, a evidência clínica indica que não é nenhum nem outro [39]. Quando submetido a quebra enzimática no corpo, forma glicose, benzaldeído e cianeto de hidrogênio [40]. Alguns pacientes de câncer tratados com laetrile sofreram com náuseas, vômitos, dores de cabeça e tonturas, e alguns morreram de envenenamento por cianeto. O laetrile foi testado em pelo menos 20 modelos tumorais animais e não foi encontrado nenhum benefício seja isolado ou em conjunto com outras substâncias. Diversas revisões de casos não encontraram nenhum benefício para o tratamento do câncer em humanos. 

Em resposta a pressão política, um ensaio clínico foi iniciado em 1982 pela Clínica Mayo e três outros centros de câncer dos EUA sob o patrocínio do NCI. O Laetrile e a "terapia metabólica" foram administrados como recomendado pelos seus promotores. Os pacientes tinham câncer avançado para os quais nenhum tratamento comprovado era conhecido. Dos 178 pacientes, nenhum foi curado ou estabilizado, e nenhum teve qualquer redução de quaisquer sintomas relacionados com o câncer. A taxa de sobrevivência média foi de cerca de cinco meses a partir do início da terapia. Naqueles que ainda estavam vivos após sete meses, o tamanho do tumor havia aumentado. Diversos pacientes experimentaram sintomas de toxicidade por cianeto ou tiveram níveis sangüíneos de cianeto próximos do nível letal [41]. 

Em 1975, uma ação de classe foi protocolada para interromper a interferência do FDA sobre a venda e distribuição do laetrile. Logo no início do caso, um juiz da corte distrital federal em Oklahoma emitiu mandados permitindo aos pacientes de câncer importar um suprimento de seis meses de laetrile para uso pessoal se eles pudessem obter a garantia de um médico de que eram "terminais". Em 1979, a Suprema Corte dos EUA estipulou que não era possível ter certeza de quem é terminal e que mesmo se fosse possível, tanto pacientes doentes terminais como o público geral tem o direito de proteção contra curas fraudulentas. Em 1987, após apelos posteriores serem negados, o juiz distrital (um forte proponente do laetrile) finalmente sucumbiu as cortes superiores e terminou com o sistema de garantias [38]. Poucas fontes de laetrile estão agora disponíveis dentro dos Estados Unidos, mas ainda é utilizado em diversas clínicas mexicanas. 

Regime de Livingston-Wheeler

Virginia C. Livingston, M.D., que morreu em 1990, postulava que o câncer é causado por uma bactéria que ela chamou de Progenitor cryptocides, a qual invade o corpo quando "a imunidade está sob pressão ou enfraquecida". Ela alegava combater isto fortalecendo o sistema imunológico do corpo com vacinas (incluindo uma feita com a urina do paciente); "desintoxicação" com enemas; enzimas digestivas; uma dieta vegetariana que evitava frango, ovos e açúcar; suplementos de vitaminas e minerais; visualização; e redução do estresse. Ela alegava ter uma taxa de recuperação muito alta mas não publicou nenhum dado clínico que sustentasse isto. Cientistas que tentaram isolar o microorganismo que ela postulava descobriram que era uma bactéria comum da pele. Pesquisadores do Centro de Câncer da University of Pennsylvania compararam 78 de seus pacientes com pacientes similares tratados na Livingston-Wheeler Clinic. Todos tinham câncer avançado para os quais não era conhecido nenhum tratamento comprovado. Como era esperado, o estudo não encontrou nenhuma diferença no tempo médio de sobrevivência dos dois grupos. Entretanto, os pacientes de Livingston-Wheeler relataram mais dificuldades com o apetite e dor [42].

Macrobiótica

Macrobiótica é um sistema filosófico quase-religioso que defende uma dieta semi-vegetariana. ("Macrobiótica" significa "modo de vida longa.") As dietas macrobióticas têm sido promovidas para manter a saúde geral e para prevenir e "aliviar" câncer e outras doenças. É dito que a dieta ótima equilibra os alimentos "yin" e "yan". É composta de grãos integrais (50 a 60% de cada refeição), vegetais (25 a 30% de cada refeição), produtos baseados em feijões ou soja integrais (5 a 10% dos alimentos diários), nozes e sementes (pequenas quantidades como lanches), sopa miso, chás de ervas e pequenas quantidades de carne branca ou frutos do mar uma ou duas vezes por semana. Algumas dietas macrobióticas contêm quantidades adequadas de nutrientes, mas outras não.

Praticantes da macrobiótica podem basear suas recomendações no "diagnóstico pelo pulso" e outros procedimentos não científicos relacionados com a medicina chinesa [43]. O diagnóstico pelo pulso supostamente envolve seis pulsos em cada punho que correspondem as doze esferas internas das funções corporais. Outros métodos diagnósticos incluem "diagnóstico ancestral", "diagnóstico astrológico", "diagnóstico da aura e vibracional", "diagnóstico ambiental" (incluindo considerações de "influências celestiais" e movimentos da maré) e "diagnóstico espiritual" (uma avaliação de "condições vibracionais atmosféricas" para identificar influências espirituais, incluindo "visões do futuro").

O principal proponente atual é Michio Kushi, fundador e presidente do Kushi Institute em Brookline, Massachusetts. De acordo com as publicações do Instituto, o modo de vida macrobiótico deve incluir mastigar os alimentos ao menos 50 vezes por bocado (ou até se tornar líquido), não vestir roupas sintéticas ou de lã próximas a pele, evitar longos banhos quentes, ter plantas verdes grandes em sua casa para enriquecer o conteúdo de oxigênio do ar, e cantar uma canção feliz todos os dias. Kushi alega que o câncer é em grande parte devido à dietas, pensamentos e modo de vida inapropriados, e pode ser influenciado pela mudança desses fatores. Ele recomenda alimentos yin para os cânceres devido ao excesso de yang, e alimentos yang para os tumores que são predominantemente yin. Seus livros contêm relatos de casos de pessoas cujos cânceres supostamente desapareceram após elas adotarem a dieta macrobiótica. Entretanto, os únicos relatos de eficácia são testemunhos de pacientes, muitos dos quais receberam terapias responsáveis [44]. A dieta em si pode causar aos pacientes de câncer uma grave perda de peso [45]. Em julho de 2001, a esposa de Kushi e a colega Aveline morreram de câncer cervical. De acordo com um obituário da Associated Press, ela se submeteu a radioterapia padrão quando o câncer foi descoberto. Quando o câncer se espalhou para seus ossos e foi dito a ela que nenhum tratamento padrão estava disponível, confiou na acupuntura e métodos "orientais" [46]

Terapia Metabólica

Proponentes da "terapia metabólica" alegam diagnosticar anormalidades no nível celular e corrigi-las através da normalização do metabolismo do paciente. Eles consideram o câncer, artrite, esclerose múltipla e outras doenças "degenerativas" como o resultado do desequilíbrio metabólico causado pela formação de "substâncias tóxicas" no corpo. Eles alegam que profissionais científicos meramente tratam os sintomas das doenças enquanto eles tratam a causa por remover as "toxinas" e fortalecer o sistema imune de modo que o corpo possa se curar. As "toxinas" não são nem definidas nem objetivamente mensuráveis. Regimes de tratamento "metabólico" variam de praticante para praticante e podem incluir uma dieta com "alimentos naturais", enemas com café, vitaminas, minerais, glândulas, enzimas, laetrile e vários outros preparados que não são legalmente comercializados nos Estados Unidos. Nenhum estudo científico jamais mostrou que a "terapia metabólica" ou qualquer um de seus componentes seja eficaz contra o câncer ou qualquer outra doença grave.

O proponente mais visível da "terapia metabólica" foi Harold Manner, Ph.D., um professor de biologia que anunciou em 1977 que tinha curado câncer em camundongos com injeções de laetrile, enzimas e vitamina A. (Na verdade, ele digeria os tumores injetando-os com enzimas digestivas, as quais não conseguem curar cânceres que tenham se disseminado por metástase.) Durante o início dos anos 80, Manner deixou seu emprego de professor e filiou-se a uma clínica em Tijuana, México. Embora ele alegue uma taxa de sucesso de 74% no tratamento do câncer, não há nenhuma evidência de que ele tenha acompanhado os pacientes após eles deixarem sua clínica [47]. Manner morreu em 1988, mas a clínica ainda está em funcionamento.

Pau D'arco

Chá de Pau d'arco, vendido através de lojas de alimentos naturais e pelo correio, é também chamado de taheebo, lapacho, lapacho morado, ipê roxo ou ipês. Alega-se que o chá é um antigo remédio dos incas preparado com a casca interna de várias espécies de Tabebuia, uma árvore perene nativa das Antilhas e das Américas Central e do Sul. Entretanto, histórias sobre suas origens contêm erros geográficos e botânicos. Proponentes alegam que o chá de pau d'arco é eficaz contra o câncer e muitas outras doenças. A madeira da Tabebuia contêm lapacol, o qual foi demonstrado ter uma atividade anti-tumoral em alguns modelos tumorais animais. Entretanto, nenhum estudo publicado mostrou um efeito significativo sobre o câncer em humanos. Estudos durante o início dos anos 70 descobriram que o lapacol não é absorvido tão prontamente por humanos como pelos ratos, e que os níveis plasmáticos altos o suficiente para influenciar tumores seriam acompanhados por efeitos anticoagulantes. Mesmo doses baixas podem causar náuseas e vômitos e podem interferir com a coagulação sangüínea [48]. Alguns pesquisadores acreditam que o lapacol deveria ser estudado posteriormente usando vitamina K para inibir sua atividade anticoagulante.

Cirurgias Psíquicas [Mediúnicas, Espirituais]

Alega-se que cirurgias psíquicas removem tumores sem deixar uma ferida na pele. Na verdade, seus praticantes usam truques de mãos para criar a ilusão de que a cirurgia está sendo realizada. Um dedo falso pode ser usado para armazenar tinta vermelha que parece ser "sangue" quando a pele é "cortada". Partes de animais ou chumaços de algodão embebidos em tinta são escamoteados e então exibidos como "órgãos doentes" supostamente removidos do corpo do paciente. (Entretanto, há relatos de que um "curandeiro" filipino usa sangue humano, o que eleva a possibilidade que HIV ou hepatite B possa ser transmitido.) A American Cancer Society concluiu que "todas as demonstrações até esta data de cirurgia psíquica têm sido realizadas através de várias formas de truques" [49]. A maioria dos "cirurgiões espirituais" atuam nas Filipinas ou no Brasil, mas alguns têm viajado para os Estados Unidos. Alguns foram processados por roubo e (ou) exercício ilegal da medicina [50]. 

Métodos Psicológicos

Vários métodos psicológicos estão sendo promovidos para os pacientes com câncer como curas ou coadjuvantes para outros tratamentos. As técnicas incluem imagens mentais, visualização, meditação, relaxamento muscular progressivo e várias formas de psicoterapia. Essas técnicas podem reduzir o estresse, aliviar a depressão, ajudar a controlar a dor e aumentar a sensação do paciente de domínio e controle. Apoio individual e de grupo pode ter um impacto positivo sobre a qualidade de vida e atitude geral. Uma atitude positiva pode aumentar a chance do paciente sobrevir o câncer por aumentar a confiança nos tratamentos comprovados. Entretanto, não foi demonstrado que as emoções influenciem diretamente o curso da doença.

Bernie Siegel, M.D., autor de Love, Medicine & Miracles e Peace, Love & Healing, alega que "pessoas felizes geralmente não ficam doentes" e que "uma atitude voltada para si mesmo é o fator mais importante na cura ou no estar bem." Siegel também declara que "um sistema imunológico vigoroso pode dominar o câncer se ele não for interferido, e crescimento emocional voltado para uma maior auto-aceitação e satisfação ajuda a manter o sistema imune forte." Entretanto, ele não publicou nenhum estudo científico que corroborasse estas alegações. Um estudo de 10 anos co-escrito por Siegel encontrou que 34 pacientes com câncer de mama participantes do programa Exceptional Cancer Patients de Siegel não viveram mais após o diagnóstico que os não participantes comparáveis. O programa consistia de apoio e terapia familiar similares semanalmente, aconselhamento individual e o uso de imagens mentais positivas [51]. Em novembro de 1998, Siegel enviou uma série de mensagens por e-mail para o Dr. Barrett nas quais ele dizia que o estudo que trazia seu nome foi feito por um estudante e foi inapropriadamente conduzido. 

O. Carl Simonton, M.D., alega que os cânceres podem ser afetados por técnicas de relaxamento e visualização. Ele alega que esta abordagem pode diminuir medos e tensões, fortalecer o desejo de viver do paciente, aumentar o otimismo e alterar o curso de uma malignidade pelo fortalecimento do sistema imune. Entretanto, ele não publicou os resultados de qualquer estudo bem conduzido testando suas idéias. Simonton teoriza que o cérebro pode estimular glândulas endócrinas a inspirar o sistema imune a atacar células do câncer. Ele e sua esposa Stephanie (uma psicoterapeuta) ensinam os pacientes a imaginar seu câncer sendo destruído por suas células brancas do sangue [leucócitos]. Entretanto, não há nenhuma evidência que os leucócitos realmente ataquem células cancerosas nesta maneira ou que a "supressão imune" seja um fator no desenvolvimento de cânceres comuns. 

O livro de Simonton, Getting Well Again, inclui relatos de pacientes que melhoraram após o uso de seu métodos. Entretanto, uma análise de cinco dos relatos que podiam parecer mais impressionantes para os leigos apontou que dois dos pacientes submeteram-se aos tratamentos padrão, um tinha um tumor de crescimento lento e um provavelmente não tinha câncer. O tumor do quinto paciente era tratável por métodos padrão [52].  

Algumas pessoas sugerem que o programa de Simonton pode ter efeitos psicológicos positivos que ajudam as pessoas a relaxar e sentir que estão "fazendo algo" positivo. Embora seus métodos sejam inofensivos fisicamente, podem desperdiçar tempo e dinheiro das pessoas e encorajar alguns pacientes a abandonar o tratamento médico eficaz. Também podem levar as pessoas a sentirem-se envergonhadas ou culpadas de que alguma imperfeição interna as levou a desenvolver câncer e está interferindo com sua recuperação. Pacientes que estejam procurando um programa de apoio deveriam selecionar um que seja baseado em princípios científicos e que tenha supervisão profissional competente.

Controle do Câncer Revici

Controle do Câncer Revici (também chamado de terapia lipídica e "quimioterapia guiada biologicamente") é baseado na noção que o câncer é causado por um desequilíbrio entre processos corporais construtivos ("anabólicos") e destrutivos ("catabólicos"). Seu principal proponente, Emanuel Revici, M.D., prescrevia álcool lipídico, zinco, ferro e cafeína, os quais ele classificou como anabólicos, e ácidos graxos, enxofre, selênio e magnésio, os quais ele classificou como catabólicos. Suas formulações eram baseadas em sua interpretação da densidade específica, pH (acidez), e tensão superficial de amostras únicas da urina do paciente. Os cientistas que se ofereceram para avaliar os métodos de Revici foram incapazes de entrar em acordo com ele sobre os procedimentos para assegurar um teste válido [53]. Contudo, seus métodos de interpretação urinária são obviamente inválidos. A densidade específica da urina reflete a concentração de substâncias dissolvidas e depende em grande parte da quantidade de consumo de líquidos de uma pessoa. A acidez depende principalmente da dieta, mas varia consideravelmente ao longo do dia. Desse modo, mesmo quando estes valores são úteis para uma determinação metabólica, a informação de uma única amostra de urina seria inexpressiva. A tensão superficial da urina não tem nenhum valor diagnóstico reconhecido medicamente. Em 1993, após um período de lutas com autoridades de licenciamento do estado de Nova York, a licença médica de Revici foi permanentemente revogada. Ele morreu em janeiro de 1998 com 101 anos de idade. Seu tratamento ainda está disponível no Revici Life Sciences Center, que é supervisionado segundo se fala por Keith Korins, M.D., e pela sobrinha de Revici.

714X

714X é uma solução química produzida em Quebec por Gaston Naessens, que também opera a International Academy of Somatidian Orthobiology. Ele alega que o 714X pode "fluidificar a linfa" e "dirigir o nitrogênio para as células cancerosas de modo a interromper suas secreções tóxicas as quais bloqueiam o sistema de defesa do organismo". 714X foi analisado pelo Health Protection Branch canadense e descobriu-se que contêm uma mistura de cânfora, cloreto e nitrato de amônia, cloreto de sódio, álcool etílico e água. A Health Protection Branch não recebeu nenhum dado científico para sustentar alegações de que o 714X pode curar o câncer ou a AIDS. Seu Comitê de Especialistas deplorou seu uso para esses propósitos e advertiu que podia haver efeitos colaterais adversos [54]. 

Em 1956, em conexão com o alegado remédio para câncer chamado GN-24, Naessens foi condenado por exercício ilegal da medicina e sentenciado por uma corte francesa a pagar a multa máxima aplicável. Ele foi processado novamente em 1964 após ter sido comprovado que outro alegado remédio para câncer que ele administrou na Córsega não funcionava [55]. 

Cartilagem de Tubarão

Alega-se que cartilagem de tubarão em pó contêm uma proteína que inibe o crescimento de vasos sangüíneos novos necessários para que o câncer se expanda. Embora um modesto efeito anti-angiogênico foi observado em experimentos de laboratório, não foi demonstrado que alimentando os humanos com cartilagem de tubarão iniba significativamente a angiogênese em pacientes com câncer. Mesmo se aplicações diretas fossem eficazes, administração oral não funcionaria porque a proteína seria digerida ao invés de absorvida intacta pelo corpo. (Se as proteínas pudessem entrar no corpo, elas causariam uma resposta imune que tornaria o indivíduo alérgico a elas e poderia disparar respostas alérgicas desastrosas com exposições futuras a proteína.)

Contudo, na primavera de 1993, o "60 Minutes" transmitiu um programa promovendo as alegações do bioquímico/empresário  I.William Lane, Ph.D., autor do livro Sharks Don't Get Cancer [Tubarões Não Têm Câncer]. O programa destacou um estudo cubano com 29 pacientes de câncer "terminal" que receberam preparações de cartilagem de tubarão. O narrador Mike Wallace filmou diversos pacientes fazendo exercícios e relatou que a maioria deles se sentia melhor várias semanas após o tratamento ter iniciado. O fato que "sentir-se melhor" não indica se um tratamento de câncer é eficaz não foi mencionado. Tampouco foi mencionado que tubarões também têm câncer, inclusive em suas cartilagens. Oficiais do NCI subseqüentemente revisaram os dados cubanos e concluíram que eles eram "incompletos e inexpressivos"[56].

Em  maio de 1997, no encontro anual da American Society of Clinical Oncology, pesquisadores relataram um estudo que descobriu que a cartilagem de tubarão era ineficaz contra câncer avançado em adultos com uma expectativa de vida de ao menos 12 semanas. O estudo acompanhou 58 pessoas para as quais foram prescritas doses orais de cartilagem de tubarão como sua única forma de tratamento anti-câncer. Após 12 semanas, nenhuma conseguiu uma resposta completa ou parcial ao tratamento com cartilagem de tubarão. Somente dez não mostraram nenhuma progressão de seus cânceres, e somente dois tiveram uma melhora quantificável na qualidade de vida. (O fato que dez cânceres não progrediram não é evidência que a cartilagem de tubarão fosse responsável por isto. A progressão do câncer nem sempre é rápida.) Os pesquisadores concluíram: "Cartilagem de tubarão foi inativa em pacientes com estágios avançados de câncer, especialmente de mama, cólon, pulmão e de próstata." O estudo foi financiado pela Cancer Treatment Research Foundation, Cartilage Technologies (um fabricante) e Cancer Treatment Centers of America. Alguns meses depois, a Cartilage Technologies anunciou que não apoiaria nenhuma pesquisa adicional sobre a cartilagem de tubarão como um remédio para câncer [57].

Agências do governo agiram contra pelo menos três companhias de comércio de cartilagem de tubarão. Em setembro de 1997, o FDA advertiu a Lane Labs-USA, de Allendale, Nova Jersey, para interromper as alegações que seu produto de cartilagem de tubarão BeneFin pode ajudar a combater o câncer, artrite e psoríase [58]. Em dezembro de 1999, o Departmento de Justiça dos EUA entrou com uma ação com intenção de impedir que a companhia continuasse seu comércio ilegal [59]. Em 1998, o Federal Trade Commission (FTC) obteve dois acordos barrando alegações não substanciadas para os produtos de cartilagem de tubarão. Nutriveda, Inc., de Brooklyn, Nova York, alegou que seu produto Cardilet era eficaz contra o câncer, reumatismo, artrite, diabetes, fibromas, bursite, problemas circulatórios, e cistos. Body Systems Technology, de Castleberry, Flórida, tinha anunciado que seu produto era eficaz contra o câncer. Em junho de 2000, o FTC anunciou que o Dr. Lane e o Lane Labs-USA assinaram um acordo para interromper alegações ilegais para BeneFin e pagar 550 mil dólares em multas e $450 pelo custo de um ensaio clínico aprovado envolvendo cartilagem de tubarão [60].

Vitamina C

A alegação que a vitamina C é útil no tratamento do câncer é largamente atribuível a Linus Pauling, Ph.D. Durante meados da década de 70, Pauling começou a alegar que altas doses de vitamina C são eficaz na prevenção e na cura do câncer. Em 1976 e 1978, ele e um cirurgião escocês, Ewan Cameron, relataram que um grupo de 100 pacientes com câncer terminal tratados com 10.000 mg de vitamina C diariamente sobreviveram de três a quatro vezes mais que pacientes com histórias clínicas relacionadas que não receberam suplementos de vitamina C [61-62]. Entretanto, Dr. William DeWys, chefe de investigações clínicas no NCI, descobriu que os grupos de pacientes não eram comparáveis. Os pacientes com vitamina C eram de Cameron, enquanto os outros pacientes foram assistidos por outros médicos. Os pacientes de Cameron iniciaram com vitamina C quando ele os rotulou como "intratáveis" por outros métodos, e sua sobrevivência subseqüente foi comparada a sobrevivência dos pacientes "controle" após eles serem rotulados como intratáveis por seus médicos. DeWys descobriu que os pacientes de Cameron foram rotulados intratáveis muito mais cedo no curso de suas doenças -- o que significa que eles foram internados no hospital antes de estarem tão doentes quanto os pacientes dos outros médicos e naturalmente se esperaria que vivessem mais [63]. Todavia, para testar se Pauling podia estar correto, a Clínica Mayo conduziu três estudos duplo-cegos envolvendo um total de 367 pacientes com câncer avançado. Todos os três estudos descobriram que os pacientes que receberam 10 g de vitamina C diariamente não ficaram melhor que aqueles que receberam um placebo [64-66]. Apesar de tomar grandes quantidades diárias de vitamina C durante muitos anos, tanto Pauling como sua esposa Ava morreram de câncer -- ela em 1981 e ele em 1994.

Para Informações Adicionais

A American Cancer Society (800 227-2345 nos EUA) pode fornecer relatórios com posições sobre muitos métodos questionáveis. Conselhos diretos podem ser obtidos do programa Candlelighters Childhood Cancer Foundation Ombudsman (301 657-8401, nos EUA), Consumer Health Information Research Institute (816 228-4595) e National Council Against Health Fraud (909 824-4690).

O serviço de informação do NCI (1-800-4-CANCER) responde a perguntas e proporciona literatura sobre os últimos tratamentos, ensaios clínicos e serviços comunitários envolvendo o câncer para pacientes e seus familiares. Médicos podem obter informações sobre protocolos de tratamento, resultados e ensaios clínicos através do Physician Data Query (PDQ) do NCI, um banco de dados computadorizado que é atualizado mensalmente. Isto possibilita que a maioria dos pacientes com câncer se beneficiem com os últimos conhecimentos científicos sem ter que viajar para longe. Nem o Cancer Information Service tampouco o Departamento de Medicina Alternativa do NIH proporcionam informações detalhadas sobre a segurança ou eficácia de métodos questionáveis. 

Unconventional Cancer Treatments, é um excelente livro de 300 páginas publicado em 1990 pelo Office of Technology Assessment do Congresso norte-americano. Sua edição está esgotada mas está disponível em inglês neste site. Se você deseja colaborar com a tradução deste livro para o português, entre em contato conosco.

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Porções deste artigo foram publicadas no capítulo dos autores no livro Cancer Medicine, 4th Edition, publicado por Williams & Wilkins (1996). Dr. Herbert é professor de medicina na Mount Sinai School of Medicine e chefe do Laboratório de Pesquisa em Nutrição e Hematologia do Bronx Veterans Affairs Medical Center.

Índice dos Tratamentos "Alternativos" de Câncer ||| Quackwatch em português

Este artigo foi revisado em 04 de janeiro de 2002.

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