Quackwatch em português ||| Mensagem Especial para os Pacientes com Câncer
Se você ouvir que um método "alternativo" produziu recuperações "milagrosas" do câncer, você deveria ser cético. Há pelo menos cinco razões pelas quais um relato assim pode ser errôneo:
Veja quatro exemplos de relatos favoráveis que não se confirmaram quando foram investigados.
Durante os anos 80, Anthony Sattilaro, M.D., escreveu livros e apareceu em talk shows promovendo a macrobiótica como uma cura para o câncer. Em Recalled from Life (1982), ele descreveu como tinha sido submetido a terapia convencional para o câncer de próstata mas deu o crédito a macrobiótica por sua melhora. Em Living Well Naturally (1984), disse que seus médicos tinham declarado que ele estava em um estado de remissão permanente. Entretanto, ele morreu de câncer de próstata em 1989.
Lawrence Burton, Ph.D., que morreu em 1992, oferecia a "terapia imune-aumentativa (IAT)" em sua clínica nas Bahamas. Burton alegava que a IAT curaria pacientes com câncer manipulando um sistema de defesa imunológico que ele postulava. Em 1979, o programa "60 Minutos" da rede de televisão norte-americana CBS deu a Burton um tremendo empurrão publicitário quando um médico proeminente declarou que um de seus pacientes parecia ter se recuperado milagrosamente com o tratamento de Burton. Embora o paciente tenha morrido doze dias após o programas ir ao ar, o "60 Minutos" se recusou a informar aos telespectadores este fato. Em 1990, o oncologista Wallace Sampson, M.D., analisou um livreto com 35 relatos de casos usados para promover a clínica de Burton. Sampson concluiu que 30 tinham sido submetidos ao tratamento padrão ou próximo do padrão e tinham uma probabilidade significativa de viver tanto quanto foi registrado no livreto. Os outros careciam de detalhes suficientes para fazer qualquer julgamento.
Stanislaw R. Burzynski, M.D., que opera uma clínica em Houston, Texas, alega que seus "antineoplastons" podem "normalizar" as células do câncer e que tem ajudado muitas pessoas com câncer a ficarem boas. Em 1998, a apresentadora de talk-show. Sally Jesse Raphael, destacou quatro "milagres" -- pacientes de Burzynski, que ela disse estavam livres do câncer. Todos os quatro declararam que Burzynski os havia curado quando os métodos convencionais facrassaram. Quatro anos mais tarde o "Inside Edition" investigou e relatou que dois dos quatro pacientes tinham morrido e um terceiro estava tendo uma recorrência de seu câncer. (O quarto paciente tinha câncer de bexiga, o qual tem um bom prognóstico). A viúva de um dos convidados de Raphael declarou que seu marido e cinco outros da mesma cidade tinham buscado o tratamento após saber a respeito de Burzynski em um programa de televisão e que todos tinha morrido de suas doenças.
Lucas Boeve, proprietário de uma clínica na República Dominicana, alegava que o gás ozônio administrado em suas instalações tinha curado câncer, AIDS, doença de Alzheimer, doença de Parkinson, artrite e muitas outras doenças, e que ele proporcionou uma máquina de ozônio que tinha curado "Magic" Johnson da AIDS. Em 1994, a equipe do "Dateline" da NBC examinou de uma maneira responsável as atividades de Boeve investigando todos os pacientes com câncer e AIDS em uma lista de histórias de sucesso proporcionada por Boeve. Dos trezes pacientes com câncer: dois tinham morrido; três não puderam ser localizados; dois se recusaram a ser entrevistados; três estavam vivos mas ainda tinham câncer; e três disseram que tinham sido ajudados, mas seus médicos disseram que provavelmente estavam sem o câncer antes da terapia com ozônio. Dos dois pacientes com AIDS, um disse que se sentia bem mas ainda era HIV positivo, e o outro não havia sido testado novamente para HIV. "No todo", um comentarista concluiu, "nenhuma cura documentada na própria lista de Boeve." Além disso, os representantes de Johnson disseram que ele não tinha nada a haver com Boeve (ou ozonioterapia) e ainda estava infectado com o vírus.
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