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À altura do talento

Todo grande jogador tem o seu momento de glória. Depois de conquistar vários títulos e de se tornar ídolo de uma grande torcida, ele tem o seu justo reconhecimento.

Pois bem, não se pode dizer que o nosso atacante Vágner Love seja um astro de nível mundial, que tenha conquistado muitos títulos até aqui em sua carreira, nem que ele esteja entre os 10 maiores ídolos da história de um grande time, no caso, o Palmeiras.

Porém, esse jogador de 20 anos vai deixar muita saudade pelos lados de Parque Antártica. Seu estilo agressivo, seu oportunismo, sua identificação com a torcida, tudo isso vai provocar muitas saudades aos palestrinos. Com Vágner, reaprendemos a ter um jogador ofensivo em quem confiar, já que isso era uma carência desde que Alex deixou a equipe há algum tempo.

Portanto, fala-se muito que Vágner fez seu último jogo com a camisa palmeirense no clássico diante do São Paulo, pois ele já teria assinado o contrato com o CSKA da Rússia e sua liberação seria apenas uma questão de pagamento do time russo ao Palmeiras. Se isso for verdade, Vágner teve uma despedida mais que justa, à altura da sua capacidade e com muita honra. Pode-se dizer ainda que, com essa possível e quase certa despedida, Vágner mostrou o quanto respeita o Palmeiras e sua imensa torcida. É uma tendência dos jogadores fazer "corpo mole" quando estão prestes a mudar de equipe, porém, Vágner Love decidiu o jogo, teve uma atuação primorosa, não foi displicente e não lhe faltou vontade durante todo o jogo.

Além disso, foi sempre um jogador que soube demonstrar firmeza nas decisões, sendo também o artilheiro em dois campeonatos num intervalo de tempo menor do que 1 ano. Resumindo, ele tornou-se um jogador respeitado pela torcida e identificado com ela, além de ser uma referência ao grupo de jogadores. Vai sim fazer muita falta.

E como ficará o Palmeiras sem Vágner Love? É difícil diagnosticar o quanto a sua ausência vai ser maléfica, mas algumas análises podem ser feitas de imediato.

O setor de meio-campo da equipe se estabilizou. Marcinho, Correa, Magrão e Pedrinho se entrosaram bem e conseguiram dar segurança a este setor. Creio que este seja o ponto forte do Palmeiras neste momento, ainda não na criação, mas pelo menos na marcação, o meio-campo está muito bem postado. Marcinho, apesar da fama de faltoso, é um exímio marcador, sendo injustiçado, pois não é tão valorizado quanto mereceria. Correa vive uma excelente fase, tendo se aprimorado muito nos cruzamentos e na chegada ao ataque, apresentando o maior número de assistências da equipe. Magrão é o fator de equilíbrio do time. Ele cobra, gesticula, briga, incentiva e motiva os outros jogadores a se empenharem, além de ter evoluído muito tecnicamente. Já Pedrinho (pode-se incluir em seu lugar Élson, Adãozinho ou Diego Souza) está numa posição instável, pois falta no time um armador, alguém que organize as ações ofensivas.

A defesa, ao meu ver, está se ajustando aos poucos. Percebe-se uma evolução dos defensores, que vão ganhando confiança e estabilidade.

O ataque será um problema. Perdeu-se a referência e um novo modo de jogo terá que ser montado pelo técnico para ajustar o novo "homem-gol" ao time, sem que ele tenha suas características suprimidas. Tudo terá que ser repensado e analisado para que o time não perca o bom ritmo e um atacante de área terá que ser contratado. O fato de o Palmeiras não ter um armador constantemente pode ser um problema para o novo ataque.

O gol não é problema. Sérgio está mostrando que pode também ser titular e isto é ótimo, pois cria uma disputa sadia com Marcos e quem ganha é o Palmeiras.

Enfim, fica o nosso agradecimento a Vágner Love. Um jogador que devolveu ao Palmeiras o futebol moleque, abusado e que nos fez confiar nas categorias de base. Boa sorte na sua carreira!


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