ARTIGOS NOVOS
REPRODUÇÃO PERMITIDA DESDE QUE MENCIONADA A
FONTE
Nelly Beatriz M. P. Penteado (*)
A
seguir, vários artigos sobre PNL, Qualidade de Vida, Educação Infantil, Psicopedagogia
e Terapia Comportamental e Cognitiva. Você também poderá lê-los em meu blog: http://nellypenteado.blogspot.com
2 – PROJETO DE VIDA (04/01/2009)
Uma
forma atual de se explicar o que é Qualidade de Vida é comparar nossa vida a
uma pizza. Há pessoas que dedicam a "pizza toda" (a vida, o tempo, os
recursos) a uma única meta, por exemplo, ao trabalho. São aquelas pessoas que
vivem para o trabalho, que só falam de trabalho, que se esquecem das outras
áreas da vida. Há outras que se dedicam de forma exclusiva ao casamento (ocorre
mais freqüentemente com as mulheres, talvez por fatores culturais que
discutiremos num outro artigo), que após o casamento abandonam amigos, lazer,
família, religião, para dedicar-se aos assuntos da casa, para cuidar do marido/esposa, etc.. Há também as
pessoas que se dedicam exclusivamente à religião, que se tornam obcecadas pela
questão religiosa, aquelas que normalmente não conseguem conversar sobre outros
assuntos ou que usam a religião para explicar todo e qualquer fato. Há pessoas
que fazem do centro de suas vidas o culto ao corpo e à beleza física, cuja vida
toda se organiza em torno deste objetivo, com muitas horas diárias utilizadas
para esta finalidade, restando pouco ou nenhum espaço para outras áreas, para
outras metas. Enfim, são aquelas pessoas que apostam todas as fichas em uma
única área, excluindo as demais áreas ou deixando-as em segundo plano. Esta não
é uma forma saudável de organizar a própria vida, pois se algo não der certo,
por exemplo, se ocorrer a perda do emprego, o fim do
casamento, a desilusão com a religião ou a perda da beleza física, fica-se sem
chão para pisar, sem ter em que se apoiar. É como diz o velho ditado: "Não
se deve colocar todos os ovos na mesma cesta".
Uma
maneira mais saudável de organizar a própria vida, a própria "pizza",
é dividi-la em várias fatias, de igual tamanho, deixando-se uma fatia para cada
área da vida: área familiar, afetiva, emocional,
profissional, social (que inclui os amigos, os grupos dos quais fazemos
parte), lazer (aquilo que fazemos unicamente por prazer, diversão, para
"recarregar a bateria"), área física (que inclui cuidados com a
saúde, atividade física e cuidados com o corpo, com a aparência, alimentação,
sono), área espiritual, área financeira (como administramos nossos recursos),
sexual, intelectual (cursos, livros, novas aprendizagens, manter-se atualizado)
e a área da cidadania (como contribuímos com nosso bairro, nossa cidade, nosso
país. Aqui inclui-se o trabalho voluntário, cujo princípio é: existe algo que
você possui ou que sabe fazer e que poderá ser útil a alguém que está
precisando disso neste exato momento). Portanto, isto é Qualidade de Vida, esta
divisão da pizza em muitas fatias, todas as áreas de nossa vida tendo um espaço
e sendo igualmente consideradas e cuidadas.
Esta
é uma forma mais equilibrada e saudável de gerenciar a própria vida porque
quando ocorrer um problema com determinada área, teremos
todas as outras para podermos nos apoiar. Por exemplo, a pessoa que perdeu o
emprego não estará sozinha: terá a família, os amigos, a religião, o trabalho
voluntário, o lazer, e etc., em que se apoiar. Fica inclusive mais fácil
conseguir um novo emprego quando se participa de outros ambientes, quando se tem outros vínculos, uma rede de contatos.
E
você, leitor? Como está a sua "pizza"? Quantos pedaços ela tem? Será
que algumas áreas invadiram o espaço de outras? Será que o trabalho, por
exemplo, ocupa um espaço enorme em sua vida, espaço este que está sendo roubado
de outras áreas, que são igualmente importantes (família, amigos, lazer, etc.)?
Será que há áreas que foram esquecidas, que estão como canteiros abandonados,
não cultivados? O que fazer se este for o seu caso?
Abordaremos
esta questão no próximo artigo, quando falaremos sobre Projeto de Vida, algo
que poderá rearranjar sua "pizza" e dar novo sentido e organização à
sua vida.
E
não fique muito surpreso se nas próximas vezes em que for comer pizza começar a
"pensar na vida" - ou se na mesa ao lado houver alguém muito
pensativo olhando para a pizza recém-servida...
No
artigo anterior comparamos nossa vida a uma pizza, cada pedaço correspondendo a
uma área de nossa vida, para explicar o que é Qualidade de Vida. Mas o que
fazer quando, ao avaliarmos nossa "pizza", constatamos que há poucas
fatias? Que faltam fatias importantes (como espiritualidade, amigos, lazer,
cidadania, etc.)? O que fazer quando determinadas áreas de nossa vida invadiram
completamente o espaço pertencente a outras áreas, a outras "fatias",
que ficaram "espremidas", ou que acabaram desaparecendo
completamente? Por exemplo, aquele profissional que duas vezes por semana
praticava esporte com os amigos e que após ser promovido na empresa (aumentando
o número de horas trabalhadas), reduz para uma vez e depois para nenhuma?
Para
organizar as coisas, vamos propor duas estratégias.
A
primeira é uma avaliação bem simples. Você só vai precisar de papel e lápis.
Tudo pronto? Então vamos lá. Você vai listar todas as áreas de sua vida: 1-
FAMILIAR (inclui sua família de origem, pais e irmãos, e sua família atual, marido/esposa e filhos), 2 - AFETIVA (relacionamento
amoroso), 3- EMOCIONAL (como administra suas emoções, como se sente: feliz,
triste, deprimido, ansioso, etc.), 4 - PROFISSIONAL (sua profissão, se está
satisfeito com sua área de atuação, com os resultados de seu trabalho, se tem
uma carreira planejada), 5- INTELECTUAL (cursos, leituras, novas aprendizagens,
manter-se atualizado), 6- SEXUAL (qualidade e quantidade), 7- FINANCEIRA (como
administra seu dinheiro, como equilibra seu orçamento, como investe, poupa, planeja gastos), 8- SOCIAL (amigos, grupos aos quais
pertence, eventos sociais aos quais comparece), 9- ESPIRITUAL (em que você
acredita, se está satisfeito com suas crenças nesta área, com sua forma de
viver e expressar estas crenças - o que não implica necessariamente em
freqüentar uma determinada religião ou igreja), 10- LAZER (aquelas coisas que
você faz unicamente para se divertir, por prazer,
diversão, para "recarregar a bateria": inclui hobbies,
como dançar, fazer coleções, cantar, tocar instrumentos musicais, etc.), 11- CIDADANIA (as contribuições que
você dá ao seu bairro, à sua cidade, ao seu país, o que você faz para ajudar o
próximo, como você coloca aquilo que sabe ou que possui a serviço do próximo,
de uma causa), 12 - FÍSICA (sua aparência, como está sua saúde, seus cuidados
com alimentação, sono, exercícios).
Você
vai agora atribuir uma nota, de zero a dez, a cada uma destas áreas de sua
vida. Avalie sinceramente cada área e dê uma nota. Recomenda-se que você não
seja nem crítico demais (dando nota zero a todas as áreas, por exemplo), nem
otimista demais - ou presunçoso (dando nota dez a todas). Seja realista.
Você
acabou de fazer um balanço de sua vida, um diagnóstico, que vai permitir-lhe
saber como anda sua "pizza", quais as áreas críticas, o que está bom
(e que, portanto, deve ser conservado) e o que precisa urgentemente ser
melhorado.
Agora
vem a outra estratégia: o Projeto de Vida.
Talvez
você queira fazer seu Projeto de Vida por escrito (seria o mais indicado). Você
poderá fazê-lo na mesma folha em que fez a avaliação, escrevendo brevemente à
frente da nota que você atribuiu, ou poderá fazê-lo à parte (algumas pessoas
preferem fazê-lo no computador - estas poderão me enviar um e-mail solicitando
o Projeto de Vida já formatado, que só precisarão completar), de forma mais
detalhada.
Após
ter avaliado cada área, ter descoberto quais as áreas que precisam ser
melhoradas, você poderá então determinar OBJETIVOS (o que você quer conseguir
em cada área, como você quer que elas fiquem daqui a algum tempo), ESTRATÉGIAS
(o que você vai fazer para conseguir atingir cada objetivo, para deixar cada
área do jeito que você quer) e EVIDÊNCIAS (como você vai saber que atingiu seu
objetivo: o que você precisa ver, ouvir, sentir, para concluir que realizou seu
objetivo; que provas ou sinais precisará ter para
certificar-se de que atingiu seu objetivo).
Por
exemplo, imagine que na área do LAZER você vai listar três OBJETIVOS (é melhor
ser bem específico e listar poucos objetivos para cada área: três é um bom
número): 1- Aprender a tocar violão. 2- Sair mais com amigos. 3- Dançar. Você
então poderá passar às ESTRATÉGIAS: para alcançar o objetivo número 1 (aprender
a tocar violão), vou procurar um professor. Para alcançar o objetivo número 2
(sair mais com amigos), vou convidá-los mais vezes, aceitar o convite, quando
eles convidam, e freqüentar mais ambientes em que possa encontrar amigos (como
clubes, por exemplo). Para o objetivo número 3 (dançar), vou entrar num curso e
ir a lugares em que possa dançar.
Então
vêm as EVIDÊNCIAS: "vou saber que atingi o objetivo número 1 (tocar
violão) quando souber tocar uma música inteira olhando na partitura". Aqui
é importante observar que é necessário que sejamos realistas e modestos nas
evidências. Seria irreal, por exemplo, usar como evidência neste caso "ser
um músico profissional" e "tocar numa orquestra ou banda". É
preciso dimensionar bem os passos, como se eles fossem os degraus de uma
escada. Também não serviria a evidência: "vou saber que estou saindo mais
com amigos quando eu tiver um monte
de amigos e tiver muitos convites"
por ser muito vaga e inespecífica. Quanto é "um
monte" de amigos? Quanto é "muitos convites"?
Se eu não dimensionar, não vou saber quando atingi o objetivo.As EVIDÊNCIAS
têm, portanto, a função de verificar quando o objetivo foi alcançado. É o sinal
que confirma que chegamos lá.
Estabelecendo
OBJETIVOS, ESTRATÉGIAS E EVIDÊNCIAS para cada área de sua vida, você terá
concluído seu Projeto de Vida. E daí? É só isso?
Não,
de forma alguma. Você precisará implantar o seu Projeto, o que significa que
não há mágica e que você terá de arregaçar as mangas, pôr as mãos na massa e
fazer o que precisa ser feito. E de tempos em tempos, precisará refazer seu
Projeto, pois as metas alcançadas serão substituídas por novas metas, ou talvez
existam metas que deixem de ser importantes e que precisem ser então
descartadas. Portanto, o Projeto precisará ser atualizado periodicamente.
Uma
pergunta freqüente, quer no consultório, ou em cursos
e palestras em que abordo este tema: um casal deveria fazer um único Projeto de
Vida? Ou cada um faz o seu? Vamos responder a esta pergunta no próximo artigo,
quando abordaremos a questão do casamento e dos papéis que desempenhamos na
vida.
Há
pessoas que afirmam: "Ah! Eu não gosto de planejar nada. Não gosto de me
prender a projetos, gosto de ser livre, de ir ao sabor do vento". A estas
pessoas gostaria de propor as seguintes perguntas: Ser livre é não planejar
aonde queremos ir? Como diz aquela música "Deixa a vida me levar..."? Ou aquela frase "Se você não sabe para onde
está indo, qualquer lugar serve"? Ou ser livre é
justamente o contrário: poder planejar e escolher para onde
vamos? O que é afinal liberdade? É uma reflexão
interessante, que retomaremos numa outra ocasião.
(*) Nelly Beatriz M. P. Penteado é psicóloga, psicoterapeuta,
Master Practitioner em Programação Neurolingüística
(PNL), pós-graduada em Terapia Comportamental e Cognitiva e em Psicopedagogia.
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