ENTREVISTA

Nelly Beatriz M. P. Penteado(*)

 

Esta entrevista foi concedida a um aluno do curso de Psicologia da UNIMEP. Desde então venho enviando-a a outros estudantes de psicologia que me solicitam relatos de minha experiência como psicóloga.

 

Ano em que me formei: 1990

Universidade: São Francisco (Itatiba-SP)

 

 

1 – Quando foi que você se decidiu pela Psicologia? O que é necessário para ser um bom psicólogo?

Gosto da Psicologia desde o tempo em que era professora de Pré-Escola, quando passei a ler muito a respeito como uma forma de encontrar soluções para os problemas que encontrava em sala de aula.

Acredito que para ser bom psicólogo são necessários: dedicação, entusiasmo, curiosidade e desejo de aperfeiçoamento constante, uma certa sensibilidade e capacidade de empatizar com as pessoas e uma profunda humildade diante das coisas que não sabemos e dos problemas que não compete apenas a nós solucionarmos. Além de tudo isso, penso que é necessário propiciar o crescimento do cliente, ao invés de focalizar onipotentemente a sua cura.

 

2 – Desde quando você atua na área de psicologia?

Atuo na área desde 1988, quando cumpri um ano de estágio na 3M do Brasil, na área de Recursos Humanos, acompanhando Desligamentos de Funcionários e atuando no Programa de Relocação de funcionários com problemas (de saúde, desempenho, relacionamento, etc.). Posteriormente trabalhei durante um ano e meio numa empresa de supermercados (Supertuba), fazendo seleção de funcionários e também conduzindo treinamentos. Trabalhei então durante três anos no Ambulatório de Saúde Mental de Indaiatuba, como psicóloga clínica. Desde 1992 venho atuando também em consultório particular e a partir de 94 passei a conduzir treinamentos e palestras sobre PNL, sendo estas as minhas principais atividades atuais.

 

3 – É difícil ajudar o outro quando nós é que estamos com problemas?

Se entendi sua pergunta, sim, é difícil atender e ajudar o outro quando estamos com problemas. Mas não é impossível. Para tanto, é necessário uma atitude menos egocêntrica, como quem esquece um momento de pensar em si para poder pensar no outro.

Porém o psicólogo é humano, e às vezes será mais prudente e honesto dispensar o cliente, marcando um novo horário, do que prestar-lhe um serviço de qualidade ruim. É uma questão de bom senso.

 

4 – Você acha que o mercado de trabalho para os psicólogos está saturado?

A psicologia ainda é uma ciência nova, desconhecida e às vezes marginalizada por uma parcela da população que a associa a práticas psiquiátricas. Sem dúvida, o país precisa de muitos psicólogos (dos que já existem e daqueles que estão se preparando para sê-lo). Todavia, os contextos nos quais o psicólogo é chamado a atuar ainda são escassos, os espaços são muito disputados. Mas cabe a cada um ir em busca de seu espaço, de seu ideal, ainda que para isso sejam necessários esforço, empenho e paciência. Quero dizer que dificuldades existem em todas as profissões e que só o idealismo, o entusiasmo em relação a algo que você gosta muito, são capazes de enfrentá-las. O mercado encarregar-se-á de distingüir aqueles que realmente amam a profissão daqueles que apenas visam vantagens financeiras.

Aliás você me pergunta sobre vantagens. As vantagens que vejo são relacionadas muito mais ao fato de se fazer algo que se gosta, de perseguir um ideal, do que da Psicologia propriamente dita. Sinto-me privilegiada por partilhar de momentos tão importantes na vida das pessoas e por acompanhar um pouco de seu crescimento.

 

5 – Sua família interfere em sua profissão?

Minha família não interfere em minha atividade profissional. Eles mantêm uma atitude de apoio e respeito em relação ao meu trabalho, o que considero essencial.

 

6 – É agradável $er p$icólogo?

Pelos cifrões que você colocou na pergunta (se é agradável $er p$icólogo...), digo que no início as coi$a$ não $ão muito agradávei$, não. Demora um bom tempo (pelo menos é o que minha experiência me ensinou) até que você consiga "amadurecer" na profissão e se estabelecer, tornar-se conhecido e ter seu trabalho reconhecido e respeitado. Estou falando da área clínica. Há outros contextos (áreas como Recursos Humanos, Propaganda, etc.).

Quanto ao outro sentido de agradável, acredito que é muito mais do que isso, é "apaixonante" trabalhar nessa área. Estudar sobre a natureza humana, ler muito e ser como um guia à pessoa que está em busca de si mesma é para mim algo fascinante (apesar de todas as dificuldades relatadas acima).

 

Deixo-lhe uma mensagem final, que é mais ou menos aquilo que eu gostaria de ter sabido quando estava no início do curso, assim como você.

 

Siga sua curiosidade, sua motivação, seu desejo de aprender. Deixe que eles o guiem. Faça todos os cursos pelos quais você se sentir motivado. É muito importante que exista muito prazer nessa jornada, porque se você pensar apenas em obrigações a cumprir, em etapas a serem vencidas, obstáculos, prazos para começar a obter resultados, será muito penoso. Atualize-se sempre, não como algo que você "DEVA" mas sim que você QUEIRA MUITO fazer. Permita-se pesquisar assuntos fora das aulas, além dos conteúdos (a tal da "curiosidade" novamente...). Não espere pelo retorno financeiro imediato, na verdade, não encare seu curso como um "investimento" financeiro. E vá em busca de seus ideais, de seus sonhos, estejam eles onde estiverem. Estou torcendo por você e por sua turma!

 

 

 (*) Nelly Beatriz M. P. Penteado é Psicóloga e Master Practitioner em Programação Neurolingüística (PNL).

 [email protected]

 

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