19 - COMO PODEMOS DEIXAR AS PESSOAS NUM ESTADO MELHOR DO QUE QUANDO AS ENCONTRAMOS

REPRODUÇÃO PERMITIDA DESDE QUE MENCIONADA A FONTE

Nelly Beatriz M. P. Penteado (*)

 

Sugerimos a seguinte experiência: observe atentamente os objetos de cor verde que existem no local onde você está. Agora responda: quantos objetos azuis existem neste local?

As perguntas que nos são feitas direcionam o foco da nossa atenção. Como se esta fosse um farol que ilumina apenas o local para onde é apontado. Por exemplo, você está consciente da sensação em suas mãos neste momento? É provável que agora esteja, porque direcionou sua atenção a elas.

Imagine dois amigos conversando num restaurante. Um deles diz:

- Você reparou nas cores das paredes? Que mau gosto, não acha?

- Sabe que eu nem tinha visto...

- E o uniforme do garçom, então...

- O que há com ele?

- Está enorme, deve ser uns dois números maior que o dele.

- É. Pode ser.

- Este molho não está com um gosto estranho?

- Como assim?

- Sei lá... Acho que não vou comer.

- Não percebi nada.

- Comida apimentada como esta não lhe dá azia?

- ...

As perguntas que nos são feitas direcionam não só a nossa atenção mas também a maneira como nos sentimos num dado momento. Com pessoas como a do exemplo citado, há que se ter firmeza e determinação para não voltar do almoço com azia e com a impressão de ter ido ao pior restaurante do mundo.

Dois cuidados são necessários neste aspecto. Primeiro, cuidado com o que você anda focalizando em relação à vida. Se você focalizar apenas defeitos, maldade, desgraças e pontos negativos, você os encontrará em profusão. É como diz o ditado: "Quem procura, acha".

Como aquela pessoa que foi mandada a Paris para fotografar cenas de violência urbana. Ao voltar de lá, perguntaram-lhe o que ela havia achado da culinária francesa, da arquitetura, dos museus, etc., ao que ela não soube responder, pois havia focalizado apenas a violência.

Há pessoas que são capazes de achar horríveis lugares maravilhosos. Por outro lado, há também pessoas que se encantam com lugares simples e singelos. Tudo depende do que se busca, do que se observa quando se olha para algo.

O segundo cuidado que se deve ter é com relação às perguntas que fazemos às pessoas. Devemos nos lembrar de que nossas perguntas têm o poder de dirigir a atenção do outro para aquilo que lhe estamos sugerindo.

Imagine que você conhece alguém que um dia você viu passar por um grande vexame (ele escorregou e caiu, ou bebeu demais numa festa). Toda vez que o encontra, você não consegue deixar de lhe perguntar: "Lembra-se daquele dia?" de forma que, depois de um certo tempo, só o fato de vê-lo já é suficiente para que ele se sinta mal.

Num outro exemplo, uma pessoa diz: "Nossa, como você está pálido! Você está doente?" Ou então: "Você está preocupado com alguma coisa? Você está triste?" Para poder responder a perguntas como estas, a pessoa precisará verificar como se sente e se perguntará: "Eu, triste? Deixe-me ver...É, eu estou um pouco aborrecido porque estou sem dinheiro". Perceba que é possível que ela estivesse bem até então, que não estivesse pensando na falta de dinheiro, mas o fato de alguém tê-la lembrado disto foi suficiente para mudar seu estado interno.

Melhor seria se nós sempre deixássemos as pessoas num estado interno mais agradável do que quando as encontramos. Há pessoas que já fazem isto conosco, inconscientemente, sem que nem se dêem conta disto, pois a repetição, a prática, automatiza esta estratégia. São pessoas que gostamos de encontrar, que nos deixam com um sorriso no rosto quando vão embora. Como elas fazem isto?

Inicialmente, observa-se que estas pessoas procuram perguntar apenas sobre os assuntos que sabem que deixam o outro feliz, motivado, curioso, orgulhoso, etc.. Também, são pessoas que sabem observar e buscar interesses em comum. Por exemplo, J. adora cinema e encontra S., que é um expert em filmes de suspense. J. aproveita então para pedir-lhe algumas indicações e os dois conversam animadamente sobre o assunto. J. também adora pescar, de forma que ao visitar uma ilha de pescadores, tem muito o que conversar com os habitantes da ilha.

Pode-se notar que é necessário possuir flexibilidade de comportamento, que significa ser capaz de variar o próprio comportamento para se adaptar às várias situações e pessoas. Além disto, é necessário também ter interesses variados, ou pelo menos curiosidade a respeito das coisas que não se conhece.

Sendo um bom observador, não é difícil perceber o que motiva a vida de alguém atualmente. Se uma pessoa está muito empolgada com seu novo emprego, apreciará que lhe perguntem sobre ele. Mas se ela está insatisfeita, fazer-lhe perguntas sobre ele poderá deixá-la num estado ruim (que poderá ser constatado pela simples observação de sua linguagem não verbal: a expressão de seu rosto, sua postura, seu tom de voz, etc.).

Sempre há algo positivo a ser lembrado sobre a vida de uma pessoa, algo de que ela sinta orgulho, algo que a deixe feliz, apesar de às vezes ela não estar consciente disto (como você não estava consciente da sensação em seus pés até este momento, após ter lido esta frase). Nós então poderíamos dirigir o foco de sua atenção para estes aspectos positivos que até então estavam inconscientes. E com isto a deixaríamos num estado interno muito melhor.

Estamos sugerindo aqui que todo relacionamento pode ser uma troca. Em todo relacionamento é possível descobrir afinidades, interesses em comum, assuntos que interessem a ambas as pessoas. Nós sempre poderemos aprender algo, quer nosso interlocutor seja um pescador, um menino ou o Presidente da República. Basta saber procurar, lembrando-nos de que encontramos aquilo que focalizamos.

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(*) Nelly Beatriz M. P. Penteado é Psicóloga e Master Practitioner em Programação Neurolingüística (PNL).

[email protected]

  

 

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