Freio
Centrífugo:
O
freio centrífugo tem um perfil de frenagem ao quadrado da rotação
do carretel; ideal para as baixas e médias rotações (se a
situação de arremesso for próxima às condições ideais, o mais
comum!), mas péssimo para as altas rotações. Exatamente sua
frenagem irrisória nas baixas e médias rotações o habilita ao
arremesso de iscas leves, e o torna significativamente superior ao
freio magnético para o arremesso de iscas de qualquer peso.
Seu
problema é frear demais nas altas rotações! Em nenhum outro tipo
de freio seria mais desejável que houvesse um ponto de saturação
(um limite máximo de força de frenagem). Além da limitação da
distância máxima de arremesso; é notável que a distância de
arremesso muda pouco com a variação da força empregada durante o
arremesso, isso ocorre porque logo no começo da saída de linha, a
força a mais colocada no arremesso se transforma em rotação a
mais e em muito mais frenagem...
Sua
desvantagem sobre o freio magnético é quando se arremessa contra o
vento, pois com o freio centrífugo dá cabeleiras nesta situação,
obrigando a usar o freio mecânico (auxiliar, secundário, Cast Control,...)
que não possui um perfil ideal de frenagem para esta situação por
frear demais nas baixas rotações (o perfil do freio magnético é
parecido com o perfil ideal para arremessos contra um vento muito
forte; mas quem é que pesca nesta situação de ventania?...).
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Uma
Dica
Não
se regula um freio, especialmente o centrífugo, em
função do peso a ser arremessado; mas sim em função
do jeito de arremessar. Quanto mais energia for usada no
arremesso, menos "buchinhas
(chapeuzinhos,...)" se deve usar.
Por
exemplo: para o arremesso de iscas pesadas, varas longas
como uns
6 pés
, e com um bom braço a arremessar, 1 ou 2 buchinhas
são suficientes; enquanto que se você trocar a isca
por uma leve, vara menor, ou com o uso de uma menor
força de arremesso, você deve aumentar o número de
buchinhas porque a rotação máxima do carretel será
menor.
Todos
os freios freiam mais com o aumento da rotação do
carretel, mas em especial o freio centrífugo que não
tem "saturação (limite máximo de força de
frenagem)". Se o arremesso alcançar maiores
rotações, o aumento dessa rotação se encarregará de
aumentar a força de frenagem |
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Freio
Shimano SVS 4X4:
Mais
um freio centrífugo; mas com a possibilidade de ser ajustado
durante a pescaria sem ter de abrir a carretilha. Embora não deixe
de ser uma evolução em relação ao freio centrífugo
convencional, não irá oferecer melhor desempenho; apenas
praticidade maior
Freio
Centrífugo somado ao Freio Magnético:
Se
resume a um freio misto, que combina os freios magnético e
centrífugo; sendo superior a ambos isoladamente. Essa superioridade
ocorre porque o freio magnético permite um ajuste rápido da
frenagem nas médias rotações, sendo suficiente ajustar "em
casa" o freio centrífugo.
Quem usa um freio centrífugo sabe que é problemático você abrir
o freio para ajustá-lo durante a pescaria; mas quase sempre se usa
um ajuste único para a pescaria, limitando-se ao uso do Cast Control
para regular para vento. É aí que o freio magnético ajuda muito,
pois o perfil do freio magnético é mais próximo ao ideal para ser
somado ao perfil do freio centrífugo para se obter um ajuste para o
vento frontal! A única desvantagem é que o freio magnético
continua somando força de frenagem durante as altas rotações; mas
essa desvantagem não é muito perceptível porque a rotação
máxima será menor mesmo (por causa do vento frontal)...
Concluindo;
foi feliz e oportuna a combinação desses 2 freios. Mas ainda se
tem o problema do excesso de frenagem nas altas rotações.
Na
ilustração, o efeito do Cast Control (em verde); uma frenagem
constante independentemente da velocidade de rotação. Também são
vistos os perfis dos freios magnético (em azul) e centrífugo (em
vermelho).
Freio
Daiwa Mag Force V ou Z:
Nas
baixas e médias rotações, ele freia ainda menos (ou um pouco
mais, dependendo do ajuste) que um freio centrífugo, pois ele
apresenta um padrão de frenagem ao cubo da rotação do carretel.
Nas
altas rotações; ele assume um perfil de frenagem próximo ao
ideal, semelhante ao do freio magnético, mas ainda sem atingir uma
saturação.
Resumindo:
é o freio que reúne as características próximas às ideais para
o arremesso em situação ideal; e ainda é capaz de dar ajuste
suficiente para a maior parte das situações de vento frontal.
Como
nem tudo é perfeito, falta-lhe 2 coisas:
Saturação
em altas rotações; pois ele se limita a ter o perfil do freio
magnético nesta faixa de rotação. Embora esse perfil de frenagem
seja bom em altas rotações; poderia ser ainda melhor; se houvesse
uma real saturação...
E
"ampla gama de regulagem nas médias rotações",
importante para arremessos com vento frontal; mas ele ainda é capaz
de fornecer ajustes satisfatórios para quase todas as situações
de vento.
Houve
um freio que era capaz de atingir verdadeira saturação em altas
rotações, o "Ultramag da Abu Garcia (fabricado entre 1982 e
1986)"; porém ele não era nada adequado às outras rotações
(média e baixa) e parou de ser fabricado...
Freio
Shimano DC-7:
Teoricamente,
o melhor freio possível, pois todas as características de um freio
ideal só podem mesmo ser reunidas por um freio
"programável"...
Porém;
testes práticos revelaram que o freio Mag Force é mais efetivo,
tanto em distância de arremesso como em prevenir cabeleiras...
Ocorre que o freio DC7 não foi feito para a nossa pescaria de
Tucunaré, ou de Robalo... Ele foi concebido para pescarias em que
se usam varas sempre acima de
7 pés
...; ou seja, aquela regulagem q faz a carretilha arremessar uma
isca de 14g a mais de 100m, e girar o carretel acima dos 50.000 RPM,
foi feita com uma vara com mais de
9 pés
...
Eles
(os japoneses) usam linhas na faixa de 0.20mm para a maioria das
pescarias... Realidade bem diferente da nossa.
Resumindo:
pra nós pescadores de tucunarés, uma carretilha com esse freio é
inviável!
Conclusão:
O
freio centrífugo é claramente superior ao freio magnético,
especialmente para o arremesso de iscas leves. E o freio magnético
tem um perfil de frenagem próximo ao perfil ideal para o arremesso
nas piores condições possíveis (forte vento frontal).
O freio Daiwa Mag Force V ou Z "ainda" é o melhor freio
da atualidade; pelo menos, para a realidade das nossas pescarias em
águas interiores.
Para o arremesso de iscas relativamente grandes (varas mais longas
tal como
6 pés
, braço forte, sem vento frontal,...; em suma, situação ideal
para grandes arremessos), o freio centrífugo se comporta tão bem
quanto o freio Mag Force! Para tanto, se deve usar apenas 1 buchinha
levantada e assim, atingir altas rotações e grandes distâncias de
arremesso! O freio Mag Force continua sendo superior ao freio
centrífugo por não depender de situação ideal, varas longas,
iscas relativamente pesadas, e grande força de arremesso para ter
seu máximo desempenho.
O freio DC-7 possui grandes vantagens, sendo o único que atende à
necessidade de regular as médias rotações sem comprometer
(seriamente) as altas rotações. Apenas um freio eletrônico ou
programável seria capaz de atender a todas as demandas de perfis de
frenagem... Mas o uso de linha de
0,20 mm
com varas a partir de
9 pés
não é a nossa realidade, o que torna esse freio inviável para
nós!
Quem
sabe, no futuro, haja mesmo um freio eletrônico capaz de atender
nossa demanda...
Filosofando...
Não resisto à
tentação de perguntar... Porque usar uma carretilha com um
freio DC7 que custa U$ 650,00 lá fora, se um molinete atende
melhor ainda à necessidade de arremessos longos, como na
pesca de costão?
Como
molinetes não precisam frear a saída de linha, não importa
o quanto de tecnologia seja usada... Molinete sempre arremessa
mais longe (especialmente os de carretel mais largo ou Long-Cast)!
Não
sejamos consumistas e vamos usar carretilhas sim, mas com
sabedoria.
Uma
carretilha é mais confortável (ergonômica), mais leve e
forte (teoricamente, depende dos modelos comparados...),
permite arremessos mais precisos, dá menos barriga na linha
durante o arremesso (importante para arremessos com vento
lateral que leva a barriga da linha para cima de vegetação
ou estruturas, ou para arremessos sob estruturas como árvores
"debruçadas" sobre a água...). |
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