Uma bibliografia comentada para Star Trek

por João Paulo Cursino P. Santos
jpcursino(arroba)yahoo.com
Versão 1.2b
29 de maio de 2004

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          Desde 1966, Jornada nas Estrelas (Star Trek) vem manifestando-se em um total acumulado de cinco séries de televisão (uma das quais animada) com um total de cerca de quinhentos episódios e das quais duas estão atualmente sendo produzidas; oito longas-metragens de cinema; cerca de quatrocentos livros, também em produção continuada; dezenas de títulos regulares de revistas (algumas de quadrinhos, outras de artigos); outros tantos de aplicativos para computadores pessoais; e incontáveis matérias publicadas em periódicos e na Internet. O trabalho original de Gene Roddenberry, criador das três primeiras séries e de toda a fundamentação deste universo, foi apoiado e expandido não apenas por seus produtores e roteiristas, mas também por um sem-número de escritores e artistas de toda sorte.

          O conjunto dos livros de Jornada pode ser dividido em diversas categorias. A mais abundante é a dos romances originais, a maioria dos quais são publicados pela Pocket Books, todos eles consistindo em histórias que não foram nem serão filmadas. Ao contrário do que ocorre com os demais tipos de livros de Jornada, a maioria dos romances da série Clássica exigem um bom conhecimento de seus personagens e situações para um entendimento mais completo (o que não impede o leitor menos sintonizado de ter uma excelente diversão). Isso ocorre porque são muito abundantes (e geralmente divertidas) as referências a detalhes mencionados em episódios da série. Nesses romances, o mais interessante é o aproveitamento de personagens que participaram de apenas um episódio a uma extensão significativamente maior do que a original. Também há versões de todos os filmes e de alguns episódios, assim como romances voltados para crianças, mas essas categorias são em quantidade bem menor.

          De modo geral, dentre os romances publicados em português pela editora Aleph, de São Paulo, os oito primeiros foram traduzidos com bastante apuro, enquanto os últimos (após o 12o) têm tradução ruim e qualidade editorial péssima. Atualmente, são 26 títulos.

          Para os quadrinhos, valem os mesmos comentários feitos sobre o conteúdo dos romances da Clássica. Apesar de nem sempre se destacarem pela apresentação visual, seus roteiros podem ser excelentes. Existem séries (atualmente, quatro são publicadas pela Marvel), assim como edições anuais, graphic novels e edições especiais.

          Uma categoria particularmente atrativa é a dos manuais, livros que descrevem minuciosamente o universo de Jornada como se este fosse real. Há manuais sobre naves, sobre planetas, povos, linguagens, história dos séculos XX a XXIV etc. Mais um gênero são os livros de referência relacionando episódios e detalhando seus elementos, com dados sobre sua produção, elenco, roteiros e detalhes curiosos.

          Outro subconjunto de livros é composto por aqueles que analisam Jornada nas Estrelas como fenômeno social, descrevendo os fatores envolvidos, a influência sobre as pessoas e o significado de seus componentes. De forma semelhante, os anos recentes vêm testemunhando um grande aumento na quantidade dos livros que recontam como foi a criação de Jornada, alguns com ênfase nos aspectos visuais e da elaboração da obra em si, outros narrados como autobiografia de atores, produtores ou mesmo fãs, do ponto de vista subjetivo. Finalmente, há livros que não podem ser inseridos em qualquer dessas categorias, como os de humor (satíricos ou não).

          Para uma avaliação mais clara do conteúdo das diversas publicações de Jornada, sugiro meu artigo A canonicidade em Star Trek. Ali se discutem o valor e o significado dos livros, e também se justificam os conflitos entre eles e os episódios e entre as próprias publicações.

          O que segue adiante é uma listagem de alguns dos livros mais representativos ou recomendados acerca deste fascinante universo. O objetivo é proporcionar uma relação de leituras introdutórias que facilitem e aumentem significativamente a compreensão de quem delas faça uso. Também incluí alguns títulos em português, como indicação do que se encontra disponível no mercado nacional. Pode ser que você estranhe a ausência de uma grande quantidade de manuais de referência, livros autobiográficos e livros sobre a arte de Jornada. Se não estão aqui, é porque, para as finalidades desta bibliografia, julguei suficientes as presentes referências e procurei evitar redundâncias.

          No que tange os romances, atualmente eles são cerca de 250, mais aproximadamente vinte livros de contos, incluindo-se, aí, as adaptações de filmes e episódios. Esses números são muito grandes para que eu possa selecionar os títulos mais indicados dentre eles. O que posso fazer é basear-me nos que já li e nas recomendações de pessoas em cujas opiniões confio, para poder fazer um apanhado suficientemente bom. Além disso, os romances não guardam o caráter instrutivo dos outros livros relacionados; seu caráter de leitura introdutória vale apenas para os demais romances. Estão aqui como amostragem e pela diversão que proporcionam.

          Finalmente, observo que, para os livros da Pocket Books, as datas indicadas são as de suas primeiras publicações, pois são reimpressos por vários anos a partir da primeira impressão.

          Adendo de maio de 2004: este artigo data de janeiro de 1998. Para esta publicação, corrigi alguns erros e atualizei as referências pela norma NBR 6023/2000, mas não tive o menor saco de realmente atualizar o documento. Nos últimos anos, multiplicaram-se as minisséries de livros de Jornada nas Estrelas, entre as quais destaco as duas trilogias de William Shatner e Judith e Garfield Reeves-Stevens (The Ashes of Eden, The Return e Avenger; e Spectre, Dark Victory e Preserver); My Brother's Keeper; New Earth; The Lost Era. Também há novas séries, onde aponto New Frontier e Stargazer; assim como DS9 Relaunch, continuação de DS9 após o fim da série. Para uma busca cuidadosa, recomendo

  • SimonSays.com (Pocket Books)
  • Amazon.com
  •           O Leitor mais interessado poderá procurar outras listas comentadas em

  • The Complete Starfleet Library - a super-hiper-ultra-mega-extra-combo-bibliografia comentada de Jornada nas Estrelas. O que não estiver lá não existe. Aliás, o autor Steven J. Roby lista até o que não existe.
  • Ex Astris Scientia: Book Reviews - resenhas de alguns livros técnicos, de Bernd Schneider.
  • Psi Phi
  • rec.arts.startrek.tech Reading List - resenhas de alguns livros técnicos, mantidas por Joshua Sean Bell.
  • USS Kapu - lista quase completa dos títulos em português, de Regina Planella.
  •           Lá vai.

  • BARR, Mike W.; SUTTON, Tom; VILLAGRAN, Ricardo. Star Trek: The Mirror Universe Saga. New York: DC, 1991.
  • Esta é a republicação reunindo todos os capítulos de uma história distribuída ao longo da primeira série que a DC publicou com os personagens da Clássica (sobre tal série, veja mais detalhes adiante). Aqui, as aventuras de Star Trek III são continuadas por um dramático reencontro com os personagens do universo paralelo de "Mirror, Mirror". Kirk comanda a Excelsior na defesa de uma invasão liderada pelo Kirk "paralelo". Uma vez que a história foi escrita antes de Star Trek IV, as diferenças são marcantes entre essas duas continuidades dadas ao filme anterior; entretanto, os problemas de compatibilidade são parcialmente resolvidos em edições posteriores daquela primeira série em quadrinhos.

  • BLISH, James; LAWRENCE, J.A. Star Trek: episódios da série Clássica. São Paulo: Unicórnio Azul (Mercuryo), 1995 e 1997.
  • Trata-se de um conjunto de seis livros (de um total de doze originalmente publicados em inglês) traduzidos por Cristina Nastasi, do JETCOM, e revisados por outras pessoas do mesmo grupo. São adaptações de episódios da série Clássica, com uma média de seis episódios em cada livro. Destas excelentes traduções, as cinco primeiras foram numeradas e vendidas em bancas de jornal, mas hoje, infelizmente, estão esgotadas. Em 1997, a Unicórnio Azul lançou um sexto volume, duplo, com acabamento melhor e semelhante ao dos livros da Aleph e vendido em livrarias a R$ 18,00. Para informações, pode-se contactar a Editora Mercuryo no endereço Al. dos Guaramomis, 1267, São Paulo, SP, CEP 04076-012.

  • CLAREMONT, Chris; et alii. Star Trek: Debt of Honor. New York: DC, 1992.
  • Esta é uma graphic novel do período em que a DC publicava sua segunda série da Clássica. A história é independente e reúne diversos personagens que tripularam a Enterprise em ocasiões especiais durante a Clássica e seus filmes. Está muito bem escrita e muito bem desenhada.

    Adendo de maio de 2004: a editora Brainstore publicou essa história em preto e branco em 2002, sob o título Dívida de honra.

  • CORREY, Lee. The Abode of Life. New York: Pocket, 1982. (Star Trek, n. 6.)
  • Este é um dos romances originais de bolso da Clássica, na série da Pocket que, ao tempo desta digitação, somava 84 livros numerados. Apesar de absolutamente fiel aos personagens e situações da Clássica, sua história de ficção científica de alto nível não depende de um conhecimento profundo da série. Ao contrário do que ocorre à maioria dos romances relacionados aqui, a ênfase não é nos personagens, mas no roteiro criativo, bem escrito e plausível. A Enterprise é danificada por uma anomalia gravitacional e atirada ao vazio entre os braços de Órion e Sagitário da Galáxia, chegando a um planeta onde as estrelas não são visíveis e os habitantes acreditam morar no único planeta, orbitando a única estrela do universo. A tripulação deve pedir ajuda sem desrespeitar a Diretriz Primeira, ou não conseguirá retornar a casa. O grande mérito do autor foi conceber o sistema social, cultural e tecnológico de um mundo onde o céu não tivesse estrelas.

  • CRISPIN, A[nn] C. Yesterday's Son. New York: Pocket, 1983. (Star Trek, n. 11.)
  • Este romance é voltado para bons conhecedores da série Clássica e, talvez devido a seu conteúdo divertido e familiar, foi selecionado para ser o primeiro livro de Jornada já traduzido para o português. Em 1991, a Aleph lançou-o como Star Trek: jornada nas estrelas 1: portal do tempo. A história centra-se em Zar, um filho que Spock gerou na viagem temporal do episódio "All Our Yesterdays". O Guardião da Eternidade auxilia o resgate de Zar e seguem- se diversos problemas de adaptação do garoto ao presente. A tradução está boa, e a continuação Time for Yesterday (n. 39), da mesma autora, está traduzida como O filho de Spock, mas desconheço a qualidade desta.

  • DAVID, Peter. Star Trek: The Next Generation: Imzadi. New York: Pocket, [1992].
  • Peter David é considerado o melhor escritor da Nova Geração. Seus primeiros trabalhos foram excelentes histórias em quadrinhos da Clássica na DC Comics, mas ele se tornaria mais famoso por seus romances da NG em capa dura. Parte do segredo de ele escrever tão bem parece residir em seu conhecimento e profunda afetividade para com os personagens da Clássica, brincando com eles e homenageando-os mesmo em livros onde não aparecem. Seu talento manifesta-se sobretudo nos diálogos e no humor para conhecedores das duas séries. Em 1997, David lançou uma série de livros sem correspondente na televisão, Star Trek: New Frontier, que utiliza uma nova nave e tripulação oriundas do universo da Nova Geração.

    Imzadi é considerado um dos melhores romances da NG, envolvendo projeções da tripulação da Enterprise-D no futuro e o romance de Riker e Troi. Existe uma tradução homônima da Aleph, mas não recomendo.

  • —. Star Trek: The Next Generation: Q-Squared. New York: Pocket, 1994.
  • Este romance reúne Trelane, personagem de um episódio da Clássica, a Q, seu semelhante na Nova Geração. Apesar de eu ainda não o haver lido, recomendo-o pelo simples fato de ter sido escrito como capa- dura de Peter David e repetidamente elogiado.

  • —. Star Trek: The Next Generation: Vendetta. New York: Pocket, 1991.
  • Este é outro dos melhores romances já publicados de Jornada e o melhor que li da Nova Geração, ambientando-se no quarto ano da série. Sua complexa história é uma épica batalha contra os borgs, envolvendo uma irmã de Guinan no comando de uma versão mais poderosa da cornucópia vista no episódio "The Doomsday Machine", da Clássica. Aqui, fazem-se diversas homenagens àquela série, dando-se suporte ao papel da Enterprise original, complementando-se aquele antigo episódio com um novo significado e mesmo brincando-se com a antiga tripulação quando os tholianos aparecem. Fornece-se nova percepção dos borgs e há envolvimentos com ferengis, com uma humana resgatada da maligna coletividade, com a Dra. Pulaski, com Shelby e com um Capitão rival de Picard desde os tempos de Academia. Destaque para um pega de uma nave da classe Excelsior contra um cubo borg, reminiscente de quando Kirk exigia mais potência de Scotty. Deviam mesmo ter feito uma minissérie deste livro, pois ele merecia.

  • DeWEESE, Gene. Chain of Attack. New York: Pocket, 1987. (Star Trek, n. 32.)
  • Este romance inicia-se continuando The Abode of Life, mas logo se converte em uma história de ficção científica que não depende de um conhecimento detalhado de Jornada para ser interessante — apesar de isso ajudar, pois o respeito à natureza dos personagens é total. A anomalia gravitacional do livro de Lee Correy revela-se ainda mais potente e leva a Enterprise a outra galáxia, onde a nave cai no meio de uma guerra que vem sendo travada há séculos. E transforma-se em alvo! Apesar de isso parecer um tanto apelativo, o livro é cativante e contém ótimos diálogos.

    O mesmo autor publicou a aparente continuação The Final Nexus (n. 43) em 1988.

  • DILLARD, J[eanne] M. Star Trek: The Lost Years. New York: Pocket, 1989.
  • Este excelente romance é extenso e absorvente. Conta o que se passou desde a chegada da nave estelar Enterprise à Terra, no retorno de sua missão de cinco anos sob o comando do Capitão Kirk: como foram recebidas as lendas vivas da Federação, como Kirk relutantemente aceitou a promoção a Almirante, Spock e McCoy abandonaram a Frota Estelar, o comando da nave passou a Will Decker e iniciou-se a reforma dela. A história secundária inclui cenas em Vulcano e uma trama interessante que antecipa o conteúdo do episódio "Unification", da NG. Sua continuação imediata, A Flag Full of Stars (n. 54), de Brad Ferguson (1991), contém belos momentos, como a decolagem do disco da Enterprise e sua reintegração ao casco secundário, mas não chega a manter o pique. O último da trilogia, Recovery (n. 73), de J.M. Dillard (1995), mostra a conclusão da reforma da nave e termina de construir o cenário para que o primeiro filme de cinema dê continuidade. Dessa forma, os três livros traçam a ponte entre a série e o filme.

  • DUANE, Diane. Doctor's Orders. New York: Pocket, 1990. (Star Trek, n. 50)
  • Talvez este seja o romance de que mais gostei. A autora escreveu uma história que respeita fielmente os personagens da Clássica, contendo muito humor em cima do caráter deles e elementos extremamente criativos de ficção científica. O envolvimento com três raças alienígenas fornece excelentes diálogos e situações quando a Enterprise é enviada para estabelecer relações diplomáticas com um planeta recém-contactado. Kirk deixa McCoy no comando por meia hora, mas desaparece por vários dias, e uma nave klingon inicia um conflito enquanto o Doutor substitui o Capitão.

  • —. Star Trek: Spock's World. New York: Pocket, 1988.
  • Este é o romance mais famoso de todos, sendo considerado um dos melhores e uma das maiores contribuições de um livro ao universo de Jornada. Aqui, descreve-se minuciosamente o planeta Vulcano, sua sociedade, sua história, tradições e costumes. Uma leitura extensa e repetidamente recomendável.

  • ECKLAR, Julia. The Kobayashi Maru. New York: Pocket, 1989. (Star Trek, n. 47)
  • Outro romance voltado para bons conhecedores da série Clássica, este centraliza-se no Kobayashi Maru, o teste da Frota Estelar bastante enfatizado no filme Star Trek II. Tem uma boa tradução pela Aleph, como Kobayashi Maru. Kirk, Scott, Sulu e Chekov contam como passaram pelo teste em seus dias de Academia, em narrações bastante divertidas que respeitam integralmente o caráter de cada um e o histórico da série e dos filmes.

  • FARRAND, Phil. The Nitpicker's Guide for Next Generation Trekkers; The Nitpicker's Guide for Classic Trekkers; The Nitpicker's Guide for Next Generation Trekkers, Volume II; The Nitpicker's Guide for Deep Space Nine Trekkers. New York: Dell, respectivamente 1993, 1994, 1995 e 1996.
  • Estes quatro livros são guias de episódios para as respectivas séries, detalhando não apenas dados de produção e roteiros, mas, especialmente, observando marcos e informações significativas acerca do universo de Jornada e falhas de produção e de roteiro. Escritos por um fã, são voltados para quem dá valor aos detalhes.

  • GOLDSTEIN, Stan; GOLDSTEIN, Fred. Star Trek Spaceflight Chronology. New York: Pocket, 1980.
  • Esta preciosidade é raríssima hoje, tendo sido publicada no mesmo mês do primeiro filme de cinema. Trata-se de um livro totalmente não canônico, inclusive porque as datas não têm nada a ver com o que seria posteriormente estabelecido ou com o Chronology em vigor hoje, mas é bastante criativo e fascinante. O propósito, plenamente atendido, é contar toda a evolução da humanidade no espaço: invenção da dobra espacial, criação da Federação de Planetas Unidos, marcos em seu histórico, guerra com os romulanos... Registra primeiros contatos fascinantes, dando a idéia de uma exploração mais cheia de mistérios, perigos e maravilhas do que as séries desde a Nova Geração costumam mostrar, em uma Galáxia cheia de diversidade e desafios; magnificamente ilustrado por Rick Sternbach, está pleno de texto, reproduções de diários de bordo informais, divertidos e detalhados, tudo de acordo com as informações e o espírito da Clássica e do desenho animado. Cobre até a reforma da Enterprise (claro, né) e chega a mencionar a transdobra. As histórias do primeiro contato com os vulcanos e do primeiro vôo de Zefram Cochrane não são diretamente relacionadas e são muito mais interessantes do que em First Contact. Uma leitura inestimável.

  • JOHNSON, Shane. Star Trek: Mr. Scott's Guide to the Enterprise. New York: Pocket, 1987.
  • Este foi publicado em português pela Aleph em 1993, sob o título Manual da Enterprise. Mapeia os 21 deques da nave conforme vista nos três filmes de 1979 a 1984. A maior parte de seu conteúdo ancora-se fielmente neles, mas também há material original. À luz de publicações posteriores, quase todo esse material original verifica- se falho por entrar em conflito com as fontes canônicas.

  • KRAUSS, Lawrence M. The Physics of Star Trek. Basic, 1995.
  • O autor é um trekker Ph.D. em Física que escreveu um livro voltado para o público leigo. De modo didático e com um senso de humor particular, explica a Física de hoje usando exemplos tirados de Jornada. Com referência à Física real, expõe onde a tecnologia e a Física fictícia dos séculos XXIII e XXIV são e onde não são válidas. Traça paralelos e mostra as possibilidades e os absurdos, sendo uma boa amostra de como a ficção científica pode despertar sua mente. No Brasil, foi publicado como A Física de Jornada nas Estrelas: Star Trek pela Makron, de São Paulo, em 1996. A tradução não está tão ruim que não se possa apreciar o excelente conteúdo, mas deixou MUITO a desejar, tanto em termos do jargão específico de Jornada como de seu português deplorável. Comuniquei-me com o revisor de Jornada, Álvaro Antunes, e ele disse-me que a editora havia desconsiderado seu trabalho, daí o resultado final.

  • LICHTENBERG, Jacqueline; MARSHAK, Sondra; WINSTON, Joan. Star Trek Lives!. New York: Bantam, 1975.
  • Livro esgotado e raro, compõe, juntamente com The Making of Star Trek (referenciado adiante), o par de leituras fundamentais que mudarão sua visão da série Clássica, promovendo uma apreciação global que lhe fará valorizar ainda mais profundamente aquela magnífica obra. Este livro é uma coleção de pequenos ensaios independentes que investigam o porquê de Jornada atrair tanto público. Centraliza-se em analisar os personagens; as reações que tais personagens desperta(va)m nas pessoas; o crescimento, as dimensões e a diversidade do movimento trekker.

  • LORRAH, Jean. The Vulcan Academy Murders. New York: Pocket, 1984. (Star Trek, 20.)
  • Este romance foi publicado pela Aleph como Crime em Vulcano. Foi muito elogiado e a tradução está muito boa. A história envolve uma seqüência de assassinatos em Vulcano, onde os habitantes não acreditam que isso possa acontecer.

  • —. The IDIC Epidemic. New York: Pocket, 1988. (Star Trek, n. 38)
  • Publicado pela Aleph como I.D.I.C. A história envolve uma epidemia decorrente da crença vulcana de se cultuar a Infinita Diversidade em Infinitas Combinações da Criação, um dos esteios de Star Trek. É interessante ler Crime em Vulcano antes deste.

  • McINTYRE, Vonda N. The Entropy Effect. New York: Pocket, 1981. (Star Trek, n. 2)
  • Publicada pela Aleph como Star Trek: jornada nas estrelas 3: efeito entropia, esta história enfatiza bastante a ficção científica pura. É recomendada para quem gosta de enredos complexos envolvendo diversas viagens no tempo. Particularmente, eu apreciei e não me lembro de ter queixas quanto à tradução.

  • NIMOY, Leonard. Eu sou Spock. São Paulo: Mercuryo, 1997.
  • Traduzido por Cristina Nastasi, do JETCOM, a partir do original I Am Spock (New York: Hyperion, 1995), este livro é uma contrapartida a I Am Not Spock, título infeliz publicado por Nimoy em 1975. Aqui, o ator avalia sua carreira e sua relação com o personagem e com o fenômeno que é Jornada. Recomendo a tradução.

  • OKUDA, Michael e Denise. Star Trek Chronology: The History of the Future. 2. ed. New York: Pocket, 1996.
  • Dispõe todos os fatos ocorridos no universo de Jornada conforme exibidos nos episódios e filmes, em ordem cronológica. A primeira edição, de 1993, cobria somente até o quinto ano da Nova Geração. A edição atual inclui toda a Nova Geração, quatro anos de Deep Space Nine e dois de Voyager, além de Generations e First Contact. O mais interessante são os comentários ao próprio livro, discutindo seus critérios e as origens de diversos elementos. É uma leitura muito instrutiva, pois oferece boa noção de tudo que se passou nos episódios e no histórico desenvolvido pelas séries, ajudando a cobrir os buracos onde o leitor não assistiu às obras originais.

  • OKUDA, Michael; OKUDA, Denise; MIREK, Debbie. The Star Trek Encyclopedia: A Reference Guide to the Future. 1. ed. New York: Pocket, 1994.
  • Este volume reúne verbetes para todas as pessoas, locais, naves, formas de vida, instrumentos e tudo o mais contido nos episódios e filmes, da série Clássica ao início do segundo ano de Deep Space Nine. A segunda edição, de 1997, certamente representa uma grande atualização em relação à primeira, mas não a avalio porque ainda não a vi, apesar de já ter lido que o papel está bem melhor e as figuras, finalmente, vieram em cores. É uma obra de referência muito útil, compilando toda a informação exibida até sua publicação.

    Adendo de maio de 2004: a segunda edição realmente é bem mais extensa, colorida e com papel mais fino. A terceira edição, de 1999, simplesmente acrescenta páginas ao final para suplementar a segunda, sem editar os verbetes originais e iniciando uma ordem alfabética só para o material novo, mesmo quando os verbetes devessem ser os mesmos. Um trabalho porco.

  • REEVES-STEVENS, Judith; REEVES-STEVENS, Garfield. The Making of Star Trek: Deep Space Nine. New York: Pocket, 1994.
  • Publicado durante o terceiro ano de produção da série, este livro faz com Deep Space Nine o que a referência de Whitfield e Roddenberry (adiante nesta bibliografia) fazia com a Clássica, com a diferença de ser um livro maior e bem mais ilustrado. Assim como os outros do gênero de making of, sua ênfase é na conceitualização, nas escolhas ocorridas na criação de personagens, situações, desenho de produção etc. Situa o leitor no contexto de criação da série e mostra as possibilidades que poderiam ter ocorrido. Muito instrutivo para se dar mais valor à série conforme apresentada.

  • —; —. Star Trek: Federation. New York: Pocket, 1994.
  • Este romance foi elogiado por sua sensibilidade e por reunir as tripulações da Clássica e da Nova Geração em uma história que faz muito mais sentido do que o lamentável Generations. Envolve Zefram Cochrane, a invenção da dobra espacial e o início da história da Federação. De acordo com opiniões confiáveis, é decerto um dos melhores romances.

  • —; —. Star Trek: Phase II: The Lost Series. New York: Pocket, 1997.
  • Considerado a bíblia sobre Phase II, este livro traz tudo que há para se saber acerca daquela que teria sido a terceira série de Jornada (a segunda, se não se considerar o desenho animado). "Teria" sido, porque não foi realizada; os planos originais para sua estréia foram cancelados em 1978, seguindo-se seu aproveitamento na forma do primeiro filme de cinema, com alguns elementos sendo posteriormente incorporados à Nova Geração. As 402 páginas descrevem, com fotografias e riqueza de detalhes, todos os aspectos da série que quase foi produzida, inclusive os roteiros previstos, em um livro espetacular no gênero making of.

  • —; —. Star Trek: The Next Generation: The Continuing Mission: A Tenth Anniversary Tribute. New York: Pocket, 1997.
  • Este é o making of Nova Geração, descrevendo minuciosamente a produção da série. Enfatiza principalmente os aspectos visuais, como a maquiagem, as naves e outras maquetes, os instrumentos e os painéis. Também trata dos roteiros e das origens dos conceitos da série. O acabamento editorial é, possivelmente, o melhor em todos os livros.

  • SHATNER, William. Star Trek: The Return. New York: Pocket, 1997.
  • Várias pessoas que leram falaram maravilhas deste romance. Não é o primeiro que Shatner escreve de Jornada, mas consta que seja seu melhor. Inicialmente encarado com descrença em virtude do autor, de ser continuação do infeliz Generations e de ressuscitar o Capitão Kirk (forçando a barra em uma situação já desajustada desde sua morte), ele ultrapassa expectativas reunindo Spock, McCoy, Data, os borgs e até mesmo V'Ger em uma coerente trama envolvendo amizade e reflexão.

    Adendo de maio de 2004: foi publicado no Brasil como O retorno do Capitão Kirk, em tradução de Cristina Nastasi para a editora Mercuryo.

  • SHATNER, William; KRESKI, Chris. Jornada nas estrelas: memórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
  • Tradução de My Star Trek Memories, do ator que fez o Capitão Kirk. Excelente leitura, trazendo uma percepção divertida dos bastidores da série. A revisão é de Cristina Nastasi.

  • —; —. Jornada nas estrelas: memórias dos filmes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
  • Nastasi traduziu também este livro a partir do original Star Trek Movie Memories, que continua a referência anterior contando os bastidores dos filmes de cinema.

  • Star Trek. New York: DC, 1984-1988 e 1989-1996.
  • Após a Gold Key e a Marvel, a DC publicou duas séries de quadrinhos da Clássica intituladas StarTrek, com autoria de diversos roteiristas e desenhistas. Muitas histórias são excelentes em ambas as séries, promovendo reencontros com diversos personagens da série Clássica. No Brasil, em 1991-1992, a editora Abril publicou nove edições de seu título Star Trek: jornada nas estrelas, com a excelente história contida nas doze primeiras edições da segunda série da DC, mais histórias menores da Nova Geração (traduzidas de outro título da DC). A história da Clássica é de autoria de Peter David, o que justifica os diálogos e o humor como seus pontos mais altos.

  • STERNBACH, Rick, OKUDA, Michael. Star Trek: The Next Generation Technical Manual. New York: Pocket, 1991.
  • Esta referência preciosa descreve minuciosamente a Enterprise-D, sua disposição, seus equipamentos e os instrumentos utilizados rotineiramente pelos personagens da Nova Geração. Os homens que a escreveram são as maiores autoridades no assunto, pois foram eles mesmos que criaram essa tecnologia. Portanto, mesmo aquilo que esteja no livro mas não seja apresentado ao telespectador através da série em si "já é" verdade, pois assim disseram os criadores.

    Adendo de maio de 2004: o capítulo 5 foi vertido para o português por Tiago Duarte e assim republicado pelo Trek Brasilis em junho de 2003.

  • TRIMBLE, Bjo. Star Trek Concordance.
  • A primeira edição foi publicada pela Ballantine em 1976; a segunda, pela Carol, New York, em 1995. Bjo Trimble é a mãe do movimento trekker; sua liderança em campanhas de cartas salvou a série Clássica do cancelamento duas vezes.

    O Concordance é um livro pioneiro, representando o primeiro esforço de se criar uma enciclopédia de Jornada e reunindo todo o conhecimento que se pode extrair das séries Clássica e animada e sobre suas produções, na forma de guia de episódios e de um grande léxico. A segunda edição do livro é revisada e estendida em relação à primeira, pois inclui dados dos sete filmes e dos episódios da NG com os personagens da Clássica. Tal edição também conta com as contribuições de trekkers de todo o mundo, como Cristina Nastasi, do JETCOM. Em 1982, Trimble também publicou o elogiado (e hoje esgotado) On the Good Ship Enterprise, contando sua experiência como fã.

  • WHITFIELD, Stephen E.; RODDENBERRY, Gene. The Making of Star Trek. New York: Ballantine, 1968 (e reimpressões até 1991) .
  • Este livro conta, em detalhes, todo o processo criativo que antecedeu e acompanhou a produção da série Clássica de Jornada nas Estrelas. Quando foi originalmente publicado, a série estava a ponto de adentrar seu terceiro e último ano de produção. É uma leitura fundamental para se compreenderem o contexto, as motivações e as limitações por trás da série, assim como todos os problemas operacionais em seu dia-a-dia. Desse modo, contribui enormemente para se entender a essência e apreciar a estética e o significado da série.


    João Paulo Cursino é o consultor para termos militares e técnicos nas traduções das séries Jornada nas Estrelas: A Nova Geração, Deep Space Nine e Voyager para a televisão brasileira.

    Este artigo foi registrado no Escritório de Direitos Autorais da Fundação Biblioteca Nacional sob o número 320.480, livro 586, folha 140, está protegido pela lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, e foi publicado originalmente em http://aquarius.ime.eb.br/~jpcursino/BIBSELE.DOC em 1997 e republicado em http://www.geocities.com/jpcursino/bibcom.htm em 12 de maio de 2004. A reprodução só é franqueada a quem obtiver minha permissão expressa, específica e nas condições ditadas por mim. Eu costumava autorizar a reprodução, até que encontrei meu artigo Uma cronologia de Jornada nas Estrelas na página de uma organização com a qual nunca havia tido contato. O texto havia sido adulterado, com omissão da autoria e meu nome apenas na "bibliografia". Sob minha insistência, concordaram em tirar a obra do ar, mas insinuaram que eu não podia provar ser o autor. Por isso, agora, tudo é registrado.

    Jornada nas Estrelas e tudo que vai dentro são marcas da Paramount Pictures, não pretendo violar normas nem direitos, esta página é só diversão, não há finalidade comercial, etc.

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