por João Paulo Cursino P. Santos
Desde 1966, Jornada nas Estrelas (Star Trek)
vem manifestando-se em um total acumulado de cinco séries de televisão (uma das
quais animada) com um total de cerca de quinhentos episódios e das quais duas
estão atualmente sendo produzidas; oito longas-metragens de cinema; cerca de
quatrocentos livros, também em produção continuada; dezenas de títulos regulares
de revistas (algumas de quadrinhos, outras de artigos); outros tantos de aplicativos
para computadores pessoais; e incontáveis matérias publicadas em periódicos e na
Internet. O trabalho original de Gene Roddenberry, criador das três primeiras séries e
de toda a fundamentação deste universo, foi apoiado e expandido não apenas por
seus produtores e roteiristas, mas também por um sem-número de escritores e
artistas de toda sorte.
O conjunto dos livros de Jornada pode ser dividido em
diversas categorias. A mais abundante é a dos romances originais, a maioria dos
quais são publicados pela Pocket Books, todos eles consistindo em histórias que não
foram nem serão filmadas. Ao contrário do que ocorre com os demais tipos de livros
de Jornada, a maioria dos romances da série Clássica exigem um bom
conhecimento de seus personagens e situações para um entendimento mais
completo (o que não impede o leitor menos sintonizado de ter uma excelente
diversão). Isso ocorre porque são muito abundantes (e geralmente divertidas) as
referências a detalhes mencionados em episódios da série. Nesses romances, o
mais interessante é o aproveitamento de personagens que participaram de apenas
um episódio a uma extensão significativamente maior do que a original. Também há
versões de todos os filmes e de alguns episódios, assim como romances voltados
para crianças, mas essas categorias são em quantidade bem menor.
De modo geral, dentre os romances publicados em português
pela editora Aleph, de São Paulo, os oito primeiros foram traduzidos com bastante
apuro, enquanto os últimos (após o 12o) têm tradução ruim e
qualidade editorial péssima. Atualmente, são 26 títulos.
Para os quadrinhos, valem os mesmos comentários feitos
sobre o conteúdo dos romances da Clássica. Apesar de nem sempre se destacarem
pela apresentação visual, seus roteiros podem ser excelentes. Existem séries
(atualmente, quatro são publicadas pela Marvel), assim como edições anuais,
graphic novels e edições especiais.
Uma categoria particularmente atrativa é a dos manuais,
livros que descrevem minuciosamente o universo de Jornada como se este
fosse real. Há manuais sobre naves, sobre planetas, povos, linguagens, história dos
séculos XX a XXIV etc. Mais um gênero são os livros de referência relacionando
episódios e detalhando seus elementos, com dados sobre sua produção, elenco,
roteiros e detalhes curiosos.
Outro subconjunto de livros é composto por aqueles que
analisam Jornada nas Estrelas como fenômeno social, descrevendo os fatores
envolvidos, a influência sobre as pessoas e o significado de seus componentes. De
forma semelhante, os anos recentes vêm testemunhando um grande aumento na
quantidade dos livros que recontam como foi a criação de Jornada, alguns
com ênfase nos aspectos visuais e da elaboração da obra em si, outros narrados
como autobiografia de atores, produtores ou mesmo fãs, do ponto de vista subjetivo.
Finalmente, há livros que não podem ser inseridos em qualquer dessas categorias,
como os de humor (satíricos ou não).
Para uma avaliação mais clara do conteúdo das diversas
publicações de Jornada, sugiro meu artigo A
canonicidade em Star Trek. Ali se discutem o valor e o significado dos livros,
e também se justificam os conflitos entre eles e os episódios e entre as próprias
publicações.
O que segue adiante é uma listagem de alguns dos livros
mais representativos ou recomendados acerca deste fascinante universo. O objetivo
é proporcionar uma relação de leituras introdutórias que facilitem e aumentem
significativamente a compreensão de quem delas faça uso. Também incluí alguns
títulos em português, como indicação do que se encontra disponível no mercado
nacional. Pode ser que você estranhe a ausência de uma grande quantidade de
manuais de referência, livros autobiográficos e livros sobre a arte de Jornada.
Se não estão aqui, é porque, para as finalidades desta bibliografia, julguei
suficientes as presentes referências e procurei evitar redundâncias.
No que tange os romances, atualmente eles são cerca de
250, mais aproximadamente vinte livros de contos, incluindo-se, aí, as adaptações de
filmes e episódios. Esses números são muito grandes para que eu possa selecionar
os títulos mais indicados dentre eles. O que posso fazer é basear-me nos que já li e
nas recomendações de pessoas em cujas opiniões confio, para poder fazer um
apanhado suficientemente bom. Além disso, os romances não guardam o caráter
instrutivo dos outros livros relacionados; seu caráter de leitura introdutória vale
apenas para os demais romances. Estão aqui como amostragem e pela
diversão que proporcionam.
Finalmente, observo que, para os livros da Pocket Books, as
datas indicadas são as de suas primeiras publicações, pois são reimpressos por
vários anos a partir da primeira impressão.
Adendo de maio de 2004: este artigo data de janeiro de 1998.
Para esta publicação, corrigi alguns erros e atualizei as referências pela norma NBR
6023/2000, mas não tive o menor saco de realmente atualizar o documento. Nos
últimos anos, multiplicaram-se as minisséries de livros de Jornada nas
Estrelas, entre as quais destaco as duas trilogias de William Shatner e Judith e
Garfield Reeves-Stevens (The Ashes of Eden, The Return e
Avenger; e Spectre, Dark Victory e Preserver); My
Brother's Keeper; New Earth; The Lost Era. Também há novas
séries, onde aponto New Frontier e Stargazer; assim como DS9
Relaunch, continuação de DS9 após o fim da série. Para uma busca
cuidadosa, recomendo
O Leitor mais interessado poderá procurar outras listas
comentadas em
Lá vai.
Esta é a republicação reunindo todos os capítulos de
uma história distribuída ao longo da primeira série que a DC publicou com os
personagens da Clássica (sobre tal série, veja mais detalhes adiante). Aqui, as
aventuras de Star Trek III são continuadas por um dramático reencontro com
os personagens do universo paralelo de "Mirror, Mirror". Kirk comanda a
Excelsior na defesa de uma invasão liderada pelo Kirk "paralelo". Uma vez
que a história foi escrita antes de Star Trek IV, as diferenças são marcantes
entre essas duas continuidades dadas ao filme anterior; entretanto, os problemas de
compatibilidade são parcialmente resolvidos em edições posteriores daquela primeira
série em quadrinhos.
Trata-se de um conjunto de seis livros (de um total de
doze originalmente publicados em inglês) traduzidos por Cristina Nastasi, do
JETCOM, e revisados por outras pessoas do mesmo grupo. São adaptações de
episódios da série Clássica, com uma média de seis episódios em cada livro. Destas
excelentes traduções, as cinco primeiras foram numeradas e vendidas em bancas de
jornal, mas hoje, infelizmente, estão esgotadas. Em 1997, a Unicórnio Azul lançou
um sexto volume, duplo, com acabamento melhor e semelhante ao dos livros da
Aleph e vendido em livrarias a R$ 18,00. Para informações, pode-se contactar a
Editora Mercuryo no endereço Al. dos Guaramomis, 1267, São Paulo, SP, CEP
04076-012.
Esta é uma graphic novel do período em que a
DC publicava sua segunda série da Clássica. A história é independente e reúne
diversos personagens que tripularam a Enterprise em ocasiões especiais
durante a Clássica e seus filmes. Está muito bem escrita e muito bem desenhada.
Adendo de maio de 2004: a editora Brainstore publicou essa
história em preto e branco em 2002, sob o título Dívida de honra.
Este é um dos romances originais de bolso da
Clássica, na série da Pocket que, ao tempo desta digitação, somava 84 livros
numerados. Apesar de absolutamente fiel aos personagens e situações da Clássica,
sua história de ficção científica de alto nível não depende de um conhecimento
profundo da série. Ao contrário do que ocorre à maioria dos romances relacionados
aqui, a ênfase não é nos personagens, mas no roteiro criativo, bem escrito e
plausível. A Enterprise é danificada por uma anomalia gravitacional e atirada
ao vazio entre os braços de Órion e Sagitário da Galáxia, chegando a um planeta
onde as estrelas não são visíveis e os habitantes acreditam morar no único planeta,
orbitando a única estrela do universo. A tripulação deve pedir ajuda sem desrespeitar
a Diretriz Primeira, ou não conseguirá retornar a casa. O grande mérito do autor foi
conceber o sistema social, cultural e tecnológico de um mundo onde o céu não
tivesse estrelas.
Este romance é voltado para bons conhecedores da
série Clássica e, talvez devido a seu conteúdo divertido e familiar, foi selecionado
para ser o primeiro livro de Jornada já traduzido para o português. Em 1991, a
Aleph lançou-o como Star Trek: jornada nas estrelas 1: portal do tempo. A
história centra-se em Zar, um filho que Spock gerou na viagem temporal do episódio
"All Our Yesterdays". O Guardião da Eternidade auxilia o resgate de Zar e seguem-
se diversos problemas de adaptação do garoto ao presente. A tradução está boa, e a
continuação Time for Yesterday (n. 39), da mesma autora, está
traduzida como O filho de Spock, mas
desconheço a qualidade desta.
Peter David é considerado o melhor escritor da
Nova Geração. Seus primeiros trabalhos foram excelentes histórias em
quadrinhos da Clássica na DC Comics, mas ele se tornaria mais famoso por seus
romances da NG em capa dura. Parte do segredo de ele escrever tão bem parece
residir em seu conhecimento e profunda afetividade para com os personagens da
Clássica, brincando com eles e homenageando-os mesmo em livros onde não
aparecem. Seu talento manifesta-se sobretudo nos diálogos e no humor para
conhecedores das duas séries. Em 1997, David lançou uma série de livros sem
correspondente na televisão, Star Trek: New Frontier, que utiliza uma nova
nave e tripulação oriundas do universo da Nova Geração.
Imzadi é considerado um dos melhores romances da NG, envolvendo
projeções da tripulação da Enterprise-D no futuro e o romance de Riker e Troi. Existe
uma tradução homônima da Aleph, mas não recomendo.
Este romance reúne Trelane, personagem de um
episódio da Clássica, a Q, seu semelhante na Nova Geração. Apesar de eu
ainda não o haver lido, recomendo-o pelo simples fato de ter sido escrito como capa-
dura de Peter David e repetidamente elogiado.
Este é outro dos melhores romances já publicados de
Jornada e o melhor que li da Nova Geração, ambientando-se no quarto
ano da série. Sua complexa história é uma épica batalha contra os borgs,
envolvendo uma irmã de Guinan no comando de uma versão mais poderosa da
cornucópia vista no episódio "The Doomsday Machine", da Clássica. Aqui, fazem-se
diversas homenagens àquela série, dando-se suporte ao papel da Enterprise
original, complementando-se aquele antigo episódio com um novo significado e
mesmo brincando-se com a antiga tripulação quando os tholianos aparecem.
Fornece-se nova percepção dos borgs e há envolvimentos com ferengis, com uma
humana resgatada da maligna coletividade, com a Dra. Pulaski, com Shelby e com
um Capitão rival de Picard desde os tempos de Academia. Destaque para um pega
de uma nave da classe Excelsior contra um cubo borg, reminiscente de
quando Kirk exigia mais potência de Scotty. Deviam mesmo ter feito uma minissérie
deste livro, pois ele merecia.
Este romance inicia-se continuando The Abode of
Life, mas logo se converte em uma história de ficção científica que não depende
de um conhecimento detalhado de Jornada para ser interessante — apesar de
isso ajudar, pois o respeito à natureza dos personagens é total. A anomalia
gravitacional do livro de Lee Correy revela-se ainda mais potente e leva a
Enterprise a outra galáxia, onde a nave cai no meio de uma guerra que vem
sendo travada há séculos. E transforma-se em alvo! Apesar de isso parecer um tanto
apelativo, o livro é cativante e contém ótimos diálogos.
O mesmo autor publicou a aparente continuação The Final Nexus (n. 43) em 1988.
Este excelente romance é extenso e absorvente.
Conta o que se passou desde a chegada da nave estelar Enterprise à Terra,
no retorno de sua missão de cinco anos sob o comando do Capitão Kirk: como foram
recebidas as lendas vivas da Federação, como Kirk relutantemente aceitou a
promoção a Almirante, Spock e McCoy abandonaram a Frota Estelar, o comando da
nave passou a Will Decker e iniciou-se a reforma dela. A história secundária inclui
cenas em Vulcano e uma trama interessante que antecipa o conteúdo do episódio
"Unification", da NG. Sua continuação imediata, A Flag Full of
Stars (n. 54), de Brad Ferguson (1991), contém belos momentos, como a decolagem do
disco da Enterprise e sua reintegração ao casco secundário, mas não chega a
manter o pique. O último da trilogia, Recovery (n. 73), de J.M. Dillard
(1995), mostra a conclusão da reforma da nave e termina de construir o cenário para
que o primeiro filme de cinema dê continuidade. Dessa forma, os três livros traçam a
ponte entre a série e o filme.
Talvez este seja o romance de que mais gostei. A
autora escreveu uma história que respeita fielmente os personagens da Clássica,
contendo muito humor em cima do caráter deles e elementos extremamente criativos
de ficção científica. O envolvimento com três raças alienígenas fornece excelentes
diálogos e situações quando a Enterprise é enviada para estabelecer relações
diplomáticas com um planeta recém-contactado. Kirk deixa McCoy no comando por
meia hora, mas desaparece por vários dias, e uma nave klingon inicia um conflito
enquanto o Doutor substitui o Capitão.
Este é o romance mais famoso de todos, sendo
considerado um dos melhores e uma das maiores contribuições de um livro ao
universo de Jornada. Aqui, descreve-se minuciosamente o planeta Vulcano,
sua sociedade, sua história, tradições e costumes. Uma leitura extensa e
repetidamente recomendável.
Outro romance voltado para bons conhecedores da
série Clássica, este centraliza-se no Kobayashi Maru, o teste da Frota Estelar
bastante enfatizado no filme Star Trek II. Tem uma boa tradução pela Aleph,
como Kobayashi Maru. Kirk, Scott,
Sulu e Chekov contam como passaram pelo teste em seus dias de Academia, em
narrações bastante divertidas que respeitam integralmente o caráter de cada um e o
histórico da série e dos filmes.
Estes quatro livros são guias de episódios para as
respectivas séries, detalhando não apenas dados de produção e roteiros, mas,
especialmente, observando marcos e informações significativas acerca do universo
de Jornada e falhas de produção e de roteiro. Escritos por um fã, são voltados
para quem dá valor aos detalhes.
Esta preciosidade é raríssima hoje, tendo sido
publicada no mesmo mês do primeiro filme de cinema. Trata-se de um livro
totalmente não canônico, inclusive porque as datas não têm nada a ver com o que
seria posteriormente estabelecido ou com o Chronology em vigor hoje, mas é
bastante criativo e fascinante. O propósito, plenamente atendido, é contar toda a
evolução da humanidade no espaço: invenção da dobra espacial, criação da
Federação de Planetas Unidos, marcos em seu histórico, guerra com os romulanos...
Registra primeiros contatos fascinantes, dando a idéia de uma exploração mais cheia
de mistérios, perigos e maravilhas do que as séries desde a Nova Geração
costumam mostrar, em uma Galáxia cheia de diversidade e desafios; magnificamente
ilustrado por Rick Sternbach, está pleno de texto, reproduções de diários de bordo
informais, divertidos e detalhados, tudo de acordo com as informações e o espírito da
Clássica e do desenho animado. Cobre até a reforma da Enterprise (claro, né)
e chega a mencionar a transdobra. As histórias do primeiro contato com os vulcanos
e do primeiro vôo de Zefram Cochrane não são diretamente relacionadas e são muito
mais interessantes do que em First Contact. Uma leitura inestimável.
Este foi publicado em português pela Aleph em 1993,
sob o título Manual da Enterprise.
Mapeia os 21 deques da nave conforme vista nos três filmes de 1979 a 1984. A
maior parte de seu conteúdo ancora-se fielmente neles, mas também há material
original. À luz de publicações posteriores, quase todo esse material original verifica-
se falho por entrar em conflito com as fontes canônicas.
O autor é um trekker Ph.D. em Física que escreveu um
livro voltado para o público leigo. De modo didático e com um senso de humor
particular, explica a Física de hoje usando exemplos tirados de Jornada. Com
referência à Física real, expõe onde a tecnologia e a Física fictícia dos séculos XXIII
e XXIV são e onde não são válidas. Traça paralelos e mostra as possibilidades e os
absurdos, sendo uma boa amostra de como a ficção científica pode despertar sua
mente. No Brasil, foi publicado como A Física de Jornada nas Estrelas:
Star Trek pela Makron, de São Paulo, em 1996. A tradução não está tão ruim
que não se possa apreciar o excelente conteúdo, mas deixou MUITO a desejar, tanto
em termos do jargão específico de Jornada como de seu português
deplorável. Comuniquei-me com o revisor de Jornada, Álvaro Antunes, e ele
disse-me que a editora havia desconsiderado seu trabalho, daí o resultado
final.
Livro esgotado e raro, compõe, juntamente com
The Making of Star Trek (referenciado adiante), o par de leituras fundamentais
que mudarão sua visão da série Clássica, promovendo uma apreciação global que
lhe fará valorizar ainda mais profundamente aquela magnífica obra. Este livro é uma
coleção de pequenos ensaios independentes que investigam o porquê de
Jornada atrair tanto público. Centraliza-se em analisar os personagens; as
reações que tais personagens desperta(va)m nas pessoas; o crescimento, as
dimensões e a diversidade do movimento trekker.
Este romance foi publicado pela Aleph como Crime em Vulcano. Foi muito elogiado e a tradução
está muito boa. A história envolve uma seqüência de assassinatos em Vulcano, onde
os habitantes não acreditam que isso possa acontecer.
Publicado pela Aleph como I.D.I.C. A história envolve uma epidemia decorrente da crença
vulcana de se cultuar a Infinita Diversidade em Infinitas Combinações da Criação, um
dos esteios de Star Trek. É interessante ler Crime em Vulcano antes
deste.
Publicada pela Aleph como Star Trek: jornada
nas estrelas 3: efeito entropia, esta história enfatiza bastante a ficção científica pura.
É recomendada para quem gosta de enredos complexos envolvendo diversas
viagens no tempo. Particularmente, eu apreciei e não me lembro de ter queixas
quanto à tradução.
Traduzido por Cristina Nastasi, do JETCOM, a partir
do original I Am Spock (New York: Hyperion, 1995), este livro é uma
contrapartida a I Am Not Spock, título infeliz publicado por Nimoy em 1975.
Aqui, o ator avalia sua carreira e sua relação com o personagem e com o fenômeno
que é Jornada. Recomendo a tradução.
Dispõe todos os fatos ocorridos no universo de
Jornada conforme exibidos nos episódios e filmes, em ordem cronológica. A
primeira edição, de 1993, cobria somente até o quinto ano da Nova Geração.
A edição atual inclui toda a Nova Geração, quatro anos de Deep Space
Nine e dois de Voyager, além de Generations e First
Contact. O mais interessante são os comentários ao próprio livro, discutindo seus
critérios e as origens de diversos elementos. É uma leitura muito instrutiva, pois
oferece boa noção de tudo que se passou nos episódios e no histórico desenvolvido
pelas séries, ajudando a cobrir os buracos onde o leitor não assistiu às obras
originais.
Este volume reúne verbetes para todas as pessoas,
locais, naves, formas de vida, instrumentos e tudo o mais contido nos episódios e
filmes, da série Clássica ao início do segundo ano de Deep Space Nine. A
segunda edição, de 1997, certamente representa uma grande atualização em relação
à primeira, mas não a avalio porque ainda não a vi, apesar de já ter lido que o papel
está bem melhor e as figuras, finalmente, vieram em cores. É uma obra de referência
muito útil, compilando toda a informação exibida até sua publicação.
Adendo de maio de 2004: a segunda edição realmente é bem
mais extensa, colorida e com papel mais fino. A terceira edição, de 1999,
simplesmente acrescenta páginas ao final para suplementar a segunda, sem editar
os verbetes originais e iniciando uma ordem alfabética só para o material novo,
mesmo quando os verbetes devessem ser os mesmos. Um trabalho porco.
Publicado durante o terceiro ano de produção da série,
este livro faz com Deep Space Nine o que a referência de Whitfield e
Roddenberry (adiante nesta bibliografia) fazia com a Clássica, com a diferença de ser
um livro maior e bem mais ilustrado. Assim como os outros do gênero de making
of, sua ênfase é na conceitualização, nas escolhas ocorridas na criação de
personagens, situações, desenho de produção etc. Situa o leitor no contexto de
criação da série e mostra as possibilidades que poderiam ter ocorrido. Muito
instrutivo para se dar mais valor à série conforme apresentada.
Este romance foi elogiado por sua sensibilidade e por
reunir as tripulações da Clássica e da Nova Geração em uma história que faz
muito mais sentido do que o lamentável Generations. Envolve Zefram
Cochrane, a invenção da dobra espacial e o início da história da Federação. De
acordo com opiniões confiáveis, é decerto um dos melhores romances.
Considerado a bíblia sobre Phase II, este livro
traz tudo que há para se saber acerca daquela que teria sido a terceira série de
Jornada (a segunda, se não se considerar o desenho animado). "Teria" sido,
porque não foi realizada; os planos originais para sua estréia foram cancelados em
1978, seguindo-se seu aproveitamento na forma do primeiro filme de cinema, com
alguns elementos sendo posteriormente incorporados à Nova Geração. As
402 páginas descrevem, com fotografias e riqueza de detalhes, todos os aspectos da
série que quase foi produzida, inclusive os roteiros previstos, em um livro espetacular
no gênero making of.
Este é o making of Nova Geração, descrevendo
minuciosamente a produção da série. Enfatiza principalmente os aspectos visuais,
como a maquiagem, as naves e outras maquetes, os instrumentos e os painéis.
Também trata dos roteiros e das origens dos conceitos da série. O acabamento
editorial é, possivelmente, o melhor em todos os livros.
Várias pessoas que leram falaram maravilhas deste
romance. Não é o primeiro que Shatner escreve de Jornada, mas consta que
seja seu melhor. Inicialmente encarado com descrença em virtude do autor, de ser
continuação do infeliz Generations e de ressuscitar o Capitão Kirk (forçando a
barra em uma situação já desajustada desde sua morte), ele ultrapassa expectativas
reunindo Spock, McCoy, Data, os borgs e até mesmo V'Ger em uma coerente trama
envolvendo amizade e reflexão.
Adendo de maio de 2004: foi publicado no Brasil como O
retorno do Capitão Kirk, em tradução de Cristina Nastasi para a editora
Mercuryo.
Tradução de My Star Trek Memories, do
ator que fez o Capitão Kirk. Excelente leitura, trazendo uma percepção divertida dos
bastidores da série. A revisão é de Cristina Nastasi.
Nastasi traduziu também este livro a partir do original
Star Trek Movie Memories, que continua a referência anterior contando os
bastidores dos filmes de cinema.
Após a Gold Key e a Marvel, a DC publicou duas
séries de quadrinhos da Clássica intituladas StarTrek, com autoria de diversos
roteiristas e desenhistas. Muitas histórias são excelentes em ambas as séries,
promovendo reencontros com diversos personagens da série Clássica. No Brasil, em
1991-1992, a editora Abril publicou nove edições de seu título Star Trek:
jornada nas estrelas, com a excelente história contida nas doze primeiras edições da
segunda série da DC, mais histórias menores da Nova Geração (traduzidas de
outro título da DC). A história da Clássica é de autoria de Peter David, o que justifica
os diálogos e o humor como seus pontos mais altos.
Esta referência preciosa descreve minuciosamente a
Enterprise-D, sua disposição, seus equipamentos e os instrumentos utilizados
rotineiramente pelos personagens da Nova Geração. Os homens que a
escreveram são as maiores autoridades no assunto, pois foram eles mesmos que
criaram essa tecnologia. Portanto, mesmo aquilo que esteja no livro mas não seja
apresentado ao telespectador através da série em si "já é" verdade, pois assim
disseram os criadores.
Adendo de maio de 2004: o capítulo 5 foi vertido para o português por Tiago Duarte e assim republicado pelo Trek
Brasilis em junho de 2003.
A primeira edição foi publicada pela Ballantine em
1976; a segunda, pela Carol, New York, em 1995. Bjo Trimble é a mãe do movimento trekker;
sua liderança em campanhas de cartas salvou a série Clássica do cancelamento
duas vezes.
O Concordance é um livro pioneiro, representando o
primeiro esforço de se criar uma enciclopédia de Jornada e reunindo todo o
conhecimento que se pode extrair das séries Clássica e animada e sobre suas
produções, na forma de guia de episódios e de um grande léxico. A segunda edição
do livro é revisada e estendida em relação à primeira, pois inclui dados dos sete
filmes e dos episódios da NG com os personagens da Clássica. Tal edição
também conta com as contribuições de trekkers de todo o mundo, como Cristina
Nastasi, do JETCOM. Em 1982, Trimble também publicou o elogiado (e hoje
esgotado) On the Good Ship Enterprise, contando sua experiência como
fã.
Este livro conta, em detalhes, todo o processo criativo
que antecedeu e acompanhou a produção da série Clássica de Jornada nas
Estrelas. Quando foi originalmente publicado, a série estava a ponto de adentrar
seu terceiro e último ano de produção. É uma leitura fundamental para se
compreenderem o contexto, as motivações e as limitações por trás da série, assim
como todos os problemas operacionais em seu dia-a-dia. Desse modo, contribui
enormemente para se entender a essência e apreciar a estética e o significado da
série.
Este artigo foi registrado no Escritório de Direitos Autorais da Fundação Biblioteca Nacional sob o número 320.480, livro 586, folha 140, está protegido pela lei
no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, e foi publicado originalmente em
http://aquarius.ime.eb.br/~jpcursino/BIBSELE.DOC em 1997 e republicado em
http://www.geocities.com/jpcursino/bibcom.htm
em 12 de maio de 2004. A reprodução só é franqueada a quem obtiver minha
permissão expressa, específica e nas condições ditadas por mim. Eu costumava autorizar a
reprodução, até que encontrei meu artigo Uma cronologia de Jornada nas Estrelas na página
de uma organização com a qual nunca havia tido contato. O texto havia sido adulterado, com
omissão
da autoria e meu nome apenas na "bibliografia". Sob minha insistência, concordaram em tirar a obra
do ar, mas insinuaram que eu não podia provar ser o autor. Por isso, agora, tudo é
registrado.
Jornada nas Estrelas e tudo que vai dentro são marcas da Paramount
Pictures, não pretendo violar normas nem direitos, esta página é só diversão, não há
finalidade comercial, etc.
jpcursino(arroba)yahoo.com
Versão 1.2b
29 de maio de 2004