por João Paulo Cursino P. Santos
Adendo de 12 de maio de 2004
Eu poderia atualizar este arquivo para incluir Insurreição, Nêmesis e Enterprise, juntamente com as temporadas não consideradas de Deep Space Nine e Voyager. Poderia, mas não vou. Aqueles dois filmes e Enterprise são tão lastimáveis que desanimam. Enterprise eu nem considero que se passe no mesmo universo das outras séries. E, depois, tanta gente já fez isso; não vou ser mais um. Nem vou corrigir os eventuais erros, dá muito trabalho. Se você realmente precisa saber, é o seguinte: Enterprise (exibida de 2001 até agora) vem cem anos antes de "The Cage"; esses dois filmes da NG estrearam, respectivamente, em 1998 e 2002 e vêm dois e seis anos depois de Primeiro Contato. DS9 e Voyager duraram sete anos cada uma.
Além disso, DS9 foi exibida originalmente como Jornada nas Estrelas: A Nova Missão pela Record, mas é Jornada nas Estrelas: Deep Space Nine no USA.
Todo o universo de Jornada foi criado por Gene Roddenberry, todos os
elementos (mas não os roteiros!), até seu falecimento em setembro
de 1991, quando a produção já era comandada pelo sucessor
Rick Berman. 1. "The Cage" ("A Jaula"), primeiro episódio piloto de 1964 e
ambientado cerca de treze anos antes dos demais, mostrava a U.S.S.
Enterprise sob o comando do Capitão Christopher Pike (Jeffrey
Hunter) e sua imediato, Number One (Majel Barrett), uma mulher com as
características que depois seriam atribuídas aos vulcanos. O Sr.
Spock era o único membro da tripulação que depois seria
reaproveitado. Esse episódio nunca foi exibido na televisão, mas,
reeditado, tornou-se "The Menagerie" Parts I & II (episódios da
Clássica onde os personagens assistem a uma reprodução das
aventuras de Pike). Disponível em vídeo.
2. Jornada nas Estrelas (Star Trek): também conhecida
como TOS (The Original Series) ou Clássica, é a
série original produzida de 1966 a 1969. Em seus 79 episódios
(não se incluindo "The Cage"), mostra a missão de cinco anos da
NCC-1701 U.S.S. Enterprise, nave estelar da Federação Unida
de Planetas (entre os quais se inclui a Terra), explorando a Galáxia e
"estranhos novos mundos, buscando novas formas de vida e novas
civilizações, audaciosamente indo aonde nenhum homem jamais
esteve". O lema da série, ambientada na década de 2260 (conforme
se estabeleceria depois), indica sua proposta de exploração
pacífica do espaço profundo e de novas possibilidades, uma
valorização das potencialidades humanas, discussões do
eterno conflito humano, e exaltação da diversidade, em uma luta
contra o preconceito racial, político e religioso. Na
tripulação da nave, o Capitão James T. Kirk (William
Shatner), o lógico imediato e oficial de ciências Sr. Spock
(vulcano interpretado por Leonard Nimoy, um papel que representa a
essência da série, pois discutia o ser humano segundo um ponto de
vista externo), o Dr. Leonard "Bones" McCoy (DeForest Kelley), o
engenheiro-chefe Scotty (James Doohan), o piloto Ten. Sulu (George Takei), a
oficial de comunicações Ten. Uhura (Nichelle Nichols), o navegador
Chekov (Walter Koenig) e a enfermeira Chapel (Majel Barrett). Os efeitos
especiais da série eram avançados para a televisão da
época, mas tudo era feito com mínimo de tempo e dinheiro. Apesar
disso, a preocupação extrema de Gene Roddenberry e sua equipe com
a credibilidade sempre superou essas limitações.
3. Jornada nas Estrelas em desenho animado: de 1973, com 22
episódios utilizando as vozes originais dos atores, seguindo a
idéia de TOS. Também conhecida como TAS (The Animated Series).
4. Jornada nas Estrelas, o Filme (Star Trek: The Motion
Picture): feito em 1979 e ambientado dois anos após TOS, este filme
substituiu o projeto da Paramount de fazer uma nova
série de Jornada nos anos 70. Mostra os personagens se
reencontrando a bordo da Enterprise para uma nova missão. A nave,
saindo de uma reforma na Terra e bem diferente por dentro e por fora, é a
única capaz de conter uma ameaçadora nuvem que traz
destruição para a Terra. O Almirante Kirk reconvoca McCoy e
recebe a ajuda inesperada de Spock, que se retirara para Vulcano. A
Enterprise descobre que a nuvem abriga a entidade V'Ger, que procura seu
criador.
5. Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan (Star Trek II: The
Wrath of Khan): filme de 1982, ambientado em 2285. Khan, vilão
enfrentado no episódio "Space Seed" da Clássica, captura Chekov e
a U.S.S. Reliant e busca vingar-se de Kirk e roubar a bomba Genesis, um
projeto para a criação de vida em planetas mortos. A
Enterprise, em missão de treinamento, é chamada para o
resgate. Após uma batalha entre as duas naves, Khan detona a bomba
Genesis e, com isso, um planetóide próximo passa a poder abrigar
vida (sendo, a partir daí, chamado de planeta Genesis). Spock
sacrifica-se para salvar a Enterprise, recebendo uma dose letal de
radiação e morrendo diante de Kirk. O corpo é sepultado no
espaço em uma comovente cerimônia, caindo no planeta.
6. Jornada nas Estrelas III: À Procura de Spock (Star Trek III: The Search for Spock): filme de 1984, continuação do
anterior. No retorno à Terra, McCoy apresenta um estranho comportamento.
Kirk e Sarek, pai de Spock, descobrem que a alma do vulcano está
compartilhando do corpo do doutor e que Spock está vivo no planeta
Genesis. Kirk e seus oficiais roubam a Enterprise para resgatarem o
amigo, depois de sabotarem a NX-2000 U.S.S. Excelsior, uma nave
experimental capaz de atingir velocidades de transdobra. Chegando a Genesis,
sofrem ataque de uma Ave de Rapina klingon e encontram Spock rejuvenescido. Os
klingons matam o filho do Almirante e este é forçado a explodir
sua nave. Ao final, Spock é reintegrado a seu corpo.
7. Jornada nas Estrelas IV: A Volta para Casa (Star Trek IV:
The Voyage Home): de 1986 e o mais popular dos filmes (muita gente o conhece
como "o filme da baleia"), continuação do III. Quando a
equipe está de retorno à Terra a bordo da Ave de Rapina, descobrem
que uma sonda está destruindo o planeta. A chave para pôr fim ao
incidente é obter baleias-corcundas para se comunicarem com a sonda, mas
elas estão extintas. A tripulação volta a 1986 utilizando
o efeito estilingue (onde o Sol atua como acelerador para a viagem no tempo)
para obter duas baleias-corcundas. Ao final, Kirk é rebaixado de
Almirante de volta para Capitão e ganha o comando de uma nova nave,
idêntica à que perdera: a NCC-1701-A U.S.S. Enterprise.
8. Jornada nas Estrelas V: A Fronteira Final (Star Trek V: The
Final Frontier). Neste filme de 1989, um meio-irmão religioso de Spock
seqüestra alguns embaixadores. A Enterprise acorre, mas isso era
só uma forma de o vulcano, Sybok, conseguir um meio de chegar a
Sha-Ka-Ree, centro da Galáxia, onde ele crê que seja o lar de Deus.
No caminho, a nave é perseguida por uma Ave de Rapina klingon.
9. Jornada nas Estrelas VI: A Terra Desconhecida (Star Trek VI: The Undiscovered Country). Este filme, de 1991, é uma
comemoração dos 25 anos da Jornada, refletindo a
reaproximação de EUA e URSS. O roteiro põe um fim à
antiga hostilidade entre klingons e Federação, com as primeiras
conversações pela paz depois que um grave acidente
ecológico obriga os klingons a negociar. Uma nave é enviada com o
chanceler Gorkon e a Enterprise deve escoltá-la. Entretanto, um
complô mata o chanceler e Kirk e McCoy são condenados pelos
klingons (seu advogado de defesa é interpretado por Michael Dorn, o Ten.
Worf da Nova Geração). Enquanto eles penam em um
asteróide-prisão, a tripulação deve desvendar o
mistério. No início do filme, vemos a NCC-2000 U.S.S.
Excelsior em missão sob o comando do Cap. Sulu (o mesmo que,
quando tenente no tempo de TOS e nos filmes anteriores, fora piloto da
Enterprise). A ajuda dele e de sua nave acaba sendo valiosa na
história. No final do filme, a NCC-1701-A e sua tripulação
recebem mensagem comunicando sua iminente descomissão.
10. Primeiras cenas de Star Trek: Generations. No sétimo
filme de Jornada, de 1994, vemos uma nova Enterprise, a
NCC-1701-B, da classe Excelsior. Sob o comando do Capitão
Harriman, sua cerimônia de lançamento conta com as ilustres
presenças de Kirk, Scotty e Chekov -- os únicos do elenco original
(Leonard Nimoy declarou que não faria Spock, pois o roteiro não
previa qualquer crescimento para o personagem, apenas sua presença para
atrair público). Quando a Enterprise-B vai resgatar uma nave em
apuros, Kirk dá uma de herói e, desaparecendo, é dado por
morto. Esse trecho do filme acaba aqui e dá pena do tratamento oferecido
à Clássica. A continuação está no item 14.
11. Jornada nas Estrelas: A Nova Geração (Star
Trek: The Next Generation). Esta série, iniciada em setembro de 1987
e encerrada em maio de 1994 após muito sucesso, deu origem a uma nova
geração de trekkers. A partir de 2364 (cem anos após a
missão da Enterprise original), a nave estelar NCC-1701-D U.S.S.
Enterprise, da classe Galaxy (muito maior e mais poderosa do que
sua clássica antecessora), viaja pelos domínios de uma
Federação crescida e consolidada e sai de seus limites para
viagens exploratórias, experimentos científicos, missões
diplomáticas e de defesa. A Federação e o Império
Klingon são aliados e os romulanos, inimigos de ambos. Sob o comando do
austero Capitão Jean-Luc Picard (o inglês Patrick Stewart), os
personagens principais são o imediato Comandante William T. Riker
(Jonathan Frakes), o andróide Data (Brent Spiner), a Conselheira Deanna
Troi (Marina Sirtis), o engenheiro-chefe Geordi LaForge (cego, usa um
VISOR e é interpretado por LeVar Burton), Tenente Worf (um klingon
chefe da segurança, interpretado por Michael Dorn), Dra. Beverly Crusher
(Gates McFadden), oficial médica chefe, e seu filho Wesley (Wil Wheaton)
-- que, mais tarde, foi para a Academia da Frota Estelar, aparecendo pouco na
série. O pai de Wes, Jack Crusher, foi morto em uma missão sob o
comando de Picard quando os dois, grandes amigos, serviam a bordo da
Stargazer. Desde o segundo ano, Whoopi Goldberg vive Guinan, a
bartender, misteriosa amizade de Picard que serve de conselheira a todos
que a procuram.
A NG retrata seu tempo: o comando de Picard segue as linhas do
gerenciamento de empresas das décadas de 80 e 90, com a discussão
em volta de uma mesa onde todos os oficiais são ouvidos. Os
cenários têm cores mais suaves, estética mais limpa do que
os ângulos e exageros de TOS. A série acabou se tornando um
"novelão", pois os episódios seguem uma continuidade onde as vidas
de todos os personagens evoluem e a maior parte dos fatos acaba sendo
conhecimento necessário à compreensão de episódios
posteriores. Alguns pontos importantes no início foram a morte da
Tenente Tasha Yar (Denise Crosby), devido ao desejo da atriz de sair; a
transferência de LaForge de piloto da nave para engenheiro-chefe e sua
subseqüente promoção a Tenente-Comandante; a
substituição temporária, durante o segundo ano da
série, da Dra. Crusher pela Dra. Katherine Pulaski (Diana Muldaur); e o
crescimento da barba de Will Riker. Outros marcos seguem abaixo.
- Os borgs são uma raça cibernética de
humanóides com implantes, com uma mente coletiva e computacional que
desconhece o conceito de indivíduo, apresentados em "Q Who" (segundo
ano). Têm o propósito de assimilar outras culturas, aproveitar
suas tecnologias para seu próprio aperfeiçoamento e destruir o que
restar. Em "The Best of Both Worlds" e sua "Part II" (terceiro-quarto anos), uma
nave borg realiza o grande assalto à Federação,
seqüestrando Picard (que se torna Locutus of Borg) e destruindo quase toda
a Frota Estelar na batalha de Wolf 359. Em "I, Borg" (quinto ano), a
Enterprise resgata um borg de um acidente, e ele comporta-se como
indivíduo. Amigo de Geordi, o borg, batizado como Hugh, é
devolvido à coletividade. Em "Descent" e sua Part II
(sexto-sétimo anos), Lore (veja item abaixo) torna-se líder dos
borgs em uma batalha onde Hugh lidera uma facção de
indivíduos.
- Depois de um encontro de Data com seu irmão gêmeo mau, Lore,
este fica à deriva no espaço até ser resgatado. Os dois se
reencontram em "Brothers", quando seu criador, o Prof. Noonian Soong, dá
a Data um chip emocional. Lore rouba o chip, mas Data recupera-o
em "Descent". As primeiras emoções que Data sente com o aparelho
são negativas e ele decide desativá-lo até se julgar em
condições de lidar com isso.
- No passado, os pais de Worf pereceram em um ataque romulano à
colônia de Khitomer. Anos mais tarde, em "Sins of the Father" (terceiro
ano), o pai do klingon foi acusado de traição e, conforme a
tradição, o filho carregou a culpa. Quando K'Ehleyr, ex-amante de
Worf, é assassinada por Duras, o verdadeiro culpado (em "Reunion", quarto
ano), o tenente vinga-se. A morte do líder do Império dá
origem a uma guerra civil pela sucessão ("Redemption" I e "II",
quarto e quinto anos), envolvendo a arbitragem de Picard a favor de Gowron, a
guerra pessoal de Worf e seu irmão contra a Casa de Duras, as filhas de
Duras (Lursa e B'Etor) em disputa pelo controle do Império e um plano
romulano pelo domínio do mesmo. Com o plano desmascarado, a Frota
impõe um bloqueio que assegura a vitória de Gowron. Lursa e
B'Etor tornam-se renegadas.
- Alguns personagens tornaram-se recorrentes. Q, o ser onipotente e dotado
de um incômodo senso de humor, apareceu sete vezes, inclusive no
último episódio, "All Good Things..."; Lwaxana Troi, mãe da
Conselheira interpretada por Majel Barrett-Roddenberry; Vash, amante de Picard;
e Alexander, filho de Worf e K'Ehleyr, também apareceram às vezes. O Chefe de Transporte Miles O'Brien (Colm Meaney) apareceu muito. Em "Data's
Day" (quarto ano), ele casou-se com Keiko Ishikawa (Rosalind Chao) e, em
"Disaster" (quinto ano), nasceu Molly, filha do casal. No sexto ano, mudaram-se
para Deep Space Nine (item 13 abaixo).
- Em "Second Chances" (sexto ano), Riker revisita um planeta onde estivera
antes e encontra um duplo seu. Descobre-se que, no passado, o feixe de
transporte que o levara embora do planeta fora parcialmente refletido e
recomposto de volta, enquanto parte passou e, por isso, desde então
há dois Rikers! O segundo, ainda tenente, assume o nome de Thomas Riker
para se diferenciar (é o "T" de William T. Riker).
- O último episódio, "All Good Things...", dura noventa
minutos e fecha um ciclo iniciado no primeiro. Este é, talvez, o melhor
episódio de toda a série, uma comemoração dos sete
anos da viagem (o título é uma referência a um ditado, "all
good things must come to an end", ou "tudo que é bom acaba"). Muito bem
escrito e incluindo cenas em homenagem à Clássica, pode parecer
confuso, mas, à medida em que se o assiste com atenção,
tudo fica claro. Q volta para julgar a humanidade, propondo um enigma a Picard.
O Capitão é atirado no tempo entre o presente, o passado sete anos
antes (poucas horas antes do início da série), e um futuro
alternativo 25 anos além de seu presente. Um paradoxo temporal,
provocado por ele, pode ser a causa do fim da humanidade! No futuro
alternativo, a Enterprise-D aparece reformada, com camuflagem e uma
terceira nacele. Esta NÃO é a Enterprise-E (muitos
fãs pensam ser). Aquele futuro jamais acontecerá e, no filme que
continua esta série (veja abaixo), a nave é destruída.
12. Participações do elenco da Clássica na NG:
- em "Encounter at Farpoint" (primeiro episódio da série), vemos
o Almirante McCoy. É o Dr. McCoy; - em "Unification", Picard e Data vão a Romulus
investigar um embaixador da Federação que tenta reunificar os
povos vulcano e romulano, separados 5000 anos antes. O embaixador é
Spock!
- em "Relics", a Enterprise-D encontra uma antiga nave
destroçada. Dentro dela, alguém se abriga no teletransporte
desde oitenta anos antes. Descobrem que é Scotty, o engenheiro-chefe da
antiga Enterprise. Esse episódio é imperdível para
fãs de TOS, mesmo que não gostem da NG; - em "Sarek" e "Unification", vemos, respectivamente, a primeira
aparição e a morte de Sarek, pai de Spock.
13. Jornada nas Estrelas: A Nova Missão (Star Trek:
Deep Space Nine). Atualmente em sua sexta temporada, esta série estreou
em janeiro de 1993 e conviveu durante um tempo com a NG na
televisão. Em tempos anteriores à NG, os cardassianos,
inimigos da Federação, dominaram o planeta Bajor, mas, depois,
retiraram-se. Bajor pediu auxílio à Federação para
se reconstruir e esta potência adotou, como base de
operações, uma estação espacial abandonada pelos
cardassianos. Rebatizada Deep Space Nine e operada conjuntamente por Bajor e
pela Frota Estelar, a estação é colocada sob a
responsabilidade do Comandante Benjamin Sisko (Avery Brooks) e seu imediato, a
bajorana Kira Nerys (Nana Visitor).
DS9 explora as discordâncias entre Federação e
Bajor, enriquecendo o universo criado por Gene Roddenberry quando, pela primeira
vez, os pontos de vista dos protagonistas se dividem.
Ainda na tripulação estão o Dr. Julian Bashir
(Alexander Siddig), audacioso e inexperiente, e a Ten. Jadzia Dax (Terry
Farrell). Esta é uma trill e abriga um simbionte em seu ventre. O
simbionte vive séculos e já esteve em diversos hospedeiros,
inclusive Curzon, amigo e mentor de Sisko. Hoje, Jadzia Dax tem a personalidade
composta entre a jovem e o simbionte. Ainda entre os componentes da equipe,
há o Comissário Odo (capaz de adotar qualquer forma e interpretado
por René Auberjonois) e o Chefe de Operações Miles O'Brien
(este personagem veio da NG, tendo sido transferido da
Enterprise-D. É interpretado por Colm Meaney). O ferengi Quark
(Armin Shimerman, com muitas aparições na NG, a maioria em
papéis de ferengis) é dono de um bar, auxiliado pelo irmão
Rom (Max Grodenchik) e o sobrinho Nog (Aron Eisenberg). Nog é amigo de
Jake Sisko (Cirroc Lofton), filho do Comandante, e parte para a Academia da
Frota Estelar no início da série. Outras figuras são Keiko
O'Brien, Garak (Andrew Robinson), um alfaiate cardassiano que também
serve como agente duplo, e Gul Dukat, cardassiano que fora comandante de DS9 e,
hoje, é um inimigo por vezes forçado a se aliar a Sisko. O papel
é de Marc Alaimo, que já fez muitos alienígenas diferentes
na NG.
No primeiro episódio da série, "Emissary", descobre-se um
wormhole (conhecido no Brasil como "fenda espacial") perto de Bajor.
Esse wormhole oferece uma passagem para o outro lado da Galáxia, o
Quadrante Gama. Com isso, abre-se uma nova porta para rotas de comércio
e exploração e o fluxo crescente de naves devolve Bajor ao mapa
político-econômico deste Quadrante, e há a presença
crescente de movimentos fundamentalistas religiosos e terroristas Maquis (veja
item sobre a Voyager abaixo).
"Emissary" inicia-se com cenas que se teriam passado na época do
quarto ano da NG: vemos Picard transformado em borg e as naves da Frota
sendo destruídas em Wolf 359. Entre elas, a Saratoga, com Sisko e
sua esposa Jennifer, que morre no incidente.
O segundo a quarto anos da série enfrentam continuamente a
ameaça dos Maquis (veja o item 15 abaixo), terroristas e espiões
infiltrados na Frota. No quarto ano, Sisko mantém um romance com uma de
suas integrantes.
O primeiro episódio de uma série de Jornada a realmente
ser continuação de outro da Clássica foi "Crossover", do
segundo ano de DS9, onde Kira e Bashir vão para o mesmo universo
paralelo de "Mirror, Mirror", da Clássica. Lá, verificam as
conseqüências da ação de Kirk e Spock cem anos antes.
Outros episódios, "Through the Looking Glass" (terceiro ano) e "Shattered
Mirror" (quarto ano), continuam o anterior.
Odo era um personagem enigmático, que desconhecia sua origem. Em
"The Search" Part II (terceiro ano), ele descobre fazer parte dos Fundadores, um
povo que constitui o Dominion, eminente potência do Quadrante Gama.
Quando o Dominion se torna uma ameaça a este lado da fenda
espacial, DS9 adquire uma nave de combate, a U.S.S. Defiant, no terceiro
ano da série. A Defiant é um protótipo
construído para combate aos borgs. Diante do perigo imediato do
Dominion, ela fica permanentemente designada para DS9, servindo à
estação em diversas missões. O terceiro, quarto e quinto
anos da série são uma luta contínua contra o
Dominion, fazendo muito uso da navezinha.
Um personagem recorrente era o Vedek Bareil (Philip Anglim), líder
religioso de Bajor que mantinha um caso com Kira. Entretanto, ele foi
assassinado na terceira temporada, permitindo que Vedek Winn (Louise Fletcher)
passasse a Kai (líder religiosa suprema).
No primeiro episódio da quarta temporada, "The Way of the Warrior",
a estação ganha a presença fixa do klingon Worf. Isso
é após o filme Generations; veja entrada abaixo. Sisko
já é Capitão, depois de ter sido promovido no
episódio "The Adversary" (último do terceiro ano).
No quarto ano, os klingons dominam Cardassia, originando conflitos entre
Federação, Império Klingon e cardassianos. A
aliança com os klingons deteriora-se e ameaça transformar-se em
guerra. Gul Dukat torna-se renegado entre os cardassianos.
No quinto ano, ocorre a invasão do Dominion a este quadrante,
muito mais preocupante do que os demais adversários da
Federação.
Outras participações especiais: no primeiro episódio,
quando O'Brien chega, a Enterprise-D está presente e o
Capitão Picard conversa com Sisko. Q, Vash, Lwaxana Troi, Lursa e B'Etor
(veja a sucessão no Império Klingon acima), da NG, aparecem
no primeiro ano. Bashir e Quark apareceram em "Birthright", sexto ano da
NG. "Blood Oath", do segundo ano, trouxe os três klingons que
haviam aparecido em TOS: Kor, Kang e Koloth, interpretados pelos mesmos atores
originais. No terceiro ano, "Defiant" traz Tom Riker de volta.
O episódio de comemoração de trinta anos de
Jornada, "Trials and Tribble-ations", transporta a
tripulação da estação ao episódio "The
Trouble with Tribbles" ("Problemas aos Pingos"), de TOS, onde as técnicas
de computação gráfica utilizadas em Forrest Gump
promovem o encontro de Sisko e Kirk. O objetivo é conter a
vingança do klingon que Kirk desmascarou no episódio original, o
qual também volta no tempo para usar os tribbles (os "pingos" do
título em português) contra a Enterprise.
14. Star Trek: Generations. Este filme para cinema, de 1994,
é o primeiro da Nova Geração, o sétimo de
Jornada e o único ruim. IMPORTANTE: é voltado para o
público que conhece bem a NG. Na verdade, é uma "passagem
de bastão" entre as duas gerações, pois segue a atual
política da Paramount de "enterro" de TOS (não sei o que é
pior: isso ou o tratamento puramente comercial que ela vem recebendo -- leia meu
artigo Kirk não foi o único).
Com esse filme, a Paramount põe fim a qualquer esperança de haver
um filme posterior com o elenco da Clássica. As primeiras cenas
são o item 10 acima. Depois disso, no século 24, vem a
continuação natural (?) da NG. Data decide testar seu
chip emocional, mas este funde-se a seu cérebro e, a partir deste
filme, o andróide passa a ter emoções. Descobre-se que um
cientista louco, Soran, com ajuda de Lursa e B'Etor, tem um projeto para entrar
no Nexus, misteriosa anomalia espacial que serve de porta para uma
dimensão onde o tempo não corre. Foi nele que o Capitão
Kirk desapareceu 78 anos antes, quando participava da primeira viagem da
Enterprise-B. Agora, a Enterprise-D deve impedir Soran, que
destruirá planetas habitados para realizar seu plano. A nave é
DESTRUÍDA e, dentro do Nexus, Picard convence Kirk a lutar contra Soran.
Os dois derrotam o vilão, mas KIRK MORRE! (Entendeu por que digo que a
Paramount pretende acabar com qualquer possibilidade de novos filmes de TOS?)
No final, a tripulação é resgatada.
15. Star Trek: Voyager. A quarta série de Jornada, se
não se considerar a animada. Estreou em janeiro de 1995, quando
DS9 estava em seu terceiro ano; está em sua quarta temporada e
transcorre simultaneamente a DS9, como foi durante um tempo com
DS9 e NG. Voyager inaugurou a emissora de TV da Paramount
e representa um passo adiante em Jornada: pela primeira vez, apresenta
uma mulher como Capitão no comando de um seriado. Para entender a
disposição da série, é preciso saber sobre alguns
eventos ocorridos desde o sétimo ano da NG e ao longo de
DS9.
Tempos atrás, o fim da guerra com os cardassianos criou uma zona
desmilitarizada entre eles e a Federação. Alguns planetas da
área eram habitados e os moradores decidiram promover uma guerrilha
contra os dois lados que os expulsaram. O movimento, batizado Maquis
(homônimo a grupos da Resistência francesa da II Guerra Mundial),
ganhou força com a presença de ex-oficiais renegados da Frota e
outras raças. As atividades terroristas dos Maquis têm motivado
espionagem e infiltração por parte da Frota Estelar, desde a
Nova Geração ("Preemptive Strike", sétimo ano) e
passando por DS9, onde, volta e meia, algum episódio mostra os
aborrecimentos de Sisko com o movimento.
No primeiro episódio de Voyager, "Caretaker", uma nave Maquis
foge para as Badlands, região anômala do espaço onde
desaparece. Em busca dela, a Frota manda a NCC-74656 U.S.S. Voyager,
nave da classe Intrepid com 201 tripulantes e bem menor do que as da
classe Galaxy. A Voyager também desaparece nas Badlands e,
em seu destino, descobrem que estão do outro lado da Galáxia, de
onde levarão 75 anos, em velocidade máxima, para voltar a algum
lugar conhecido. Os Maquis (encontrados afinal) e os oficiais da Frota percebem
que não faz mais sentido lutarem entre si e unem forças em uma
só tripulação para tentarem achar um atalho de volta. Essa
é a premissa da série.
Tripulação da Voyager: Capitão Kathryn Janeway
(Kate Mulgrew); seu imediato Maquis, Chakotay (Robert Beltran), descendente de
índios norte-americanos; oficial de segurança Tuvok (Tim
Russ, de "Starship Mine", NG, e Generations), vulcano;
engenheira-chefe B'Elanna Torres (Roxann Biggs-Dawson), meio klingon, meio
humana, e Maquis; Neelix (Ethan Phillips), um alienígena que pegou carona
e é guia, cozinheiro e quebra-galho; Alferes Harry Kim (Garrett Wang), em
sua primeira viagem; Tom Paris (Robert Duncan McNeill), hábil piloto e
desajustado, embarcou como parte de um acordo entre ele e a Frota: sua ajuda
como informante em troca da liberdade condicional. Paris estava preso por seu
envolvimento com os Maquis e McNeill já havia feito um tripulante da
Frota, em "The First Duty" (NG). Kes (Jennifer Lien) é namorada
de Neelix e, por ser uma Ocampa, seu ciclo de vida dura nove anos. No
início do quarto ano, Kes sai da tripulação, sendo
substituída por uma borg que conseguiu desligar-se da coletividade (Seven
of Nine, interpretada por Jeri Ryan).
Um personagem inovador é o médico holográfico. O
médico formal morreu no início de "Caretaker". Desde
então, a nave tem contado com um programa holográfico de
computador, para emergências onde não haja médico a bordo,
acionado conforme interesse dos outros personagens mas tão capaz quanto
um profissional de verdade. Doc, interpretado por Robert Picardo, é um
personagem cujos pontos de vista enriquecem a série, na linha de Spock,
Data e Odo.
Em "Caretaker", a Voyager começa estacionada em DS9, onde um
tripulante quase é enganado por Quark. No episódio "Death Wish",
o imortal e infame Q visita a nave. No segundo, terceiro e quarto anos,
há também a participação dos borgs, respectivamente
nos episódios "Unity", "Scorpion" e "Scorpion, Part II", onde se faz uma
aliança conjuntural com a raça cibernética para
enfrentarem uma ameaça ainda maior (e quando vai deixar de haver
"ameaças maiores" em Jornada?... :) ).
O episódio de trinta anos de Jornada, "Flashback", transporta
Janeway à batalha do filme Star Trek VI através das
memórias de Tuvok, que servira sob o comando de Sulu na mesma
época. O ator George Takei revive o papel e as cenas do filme
(acrescidas de novas outras) na ponte da Excelsior, acompanhado de Janice
Rand, Valtane e seu piloto (também os mesmos atores do filme).
16. Star Trek: First Contact. Neste segundo filme (e exclusivamente)
da NG, lançado em 1996, a Enterprise-E combate uma
invasão dos borgs, contando com ajuda da Defiant, Worf e todo o
resto da tripulação da Enterprise-D. Os borgs conseguem
voltar no tempo e assimilar a Terra do século XXI. Para impedi-los, a
Enterprise segue-os e contacta Zefram Cochrane, inventor da
propulsão de dobra espacial, na véspera de seu primeiro vôo
para o primeiro contato com uma inteligência alienígena. O filme
é rico em cenas de ação, com profusão de detalhes
dos borgs, e reflete o talento do diretor, Jonathan "Riker" Frakes, um dos
melhores de Jornada desde a NG.
Este artigo foi registrado no Escritório de Direitos Autorais da Fundação Biblioteca Nacional sob o número 320.480, livro 586, folha 140, está protegido pela lei
no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, e foi publicado originalmente em http://aquarius.ime.eb.br/~jpcursino/CRONO.HTM em 1996 e republicado em
http://www.geocities.com/jpcursino/crono.htm em 12 de maio de 2004. A reprodução só é
franqueada a quem obtiver minha
permissão expressa, específica e nas condições ditadas por mim. Eu costumava autorizar a
reprodução, até que encontrei este mesmo artigo na página
de uma organização com a qual nunca havia tido contato. O texto havia sido adulterado, com
omissão
da autoria e meu nome apenas na "bibliografia". Sob minha insistência, concordaram em tirar a obra
do ar, mas insinuaram que eu não podia provar ser o autor. Por isso, agora, tudo é
registrado.
Jornada nas Estrelas e tudo que vai dentro são marcas da Paramount
Pictures, não pretendo violar normas nem direitos, esta página é só diversão, não há
finalidade comercial, etc.
jpcursino(arroba)yahoo.com
28 de janeiro de 1998