Capítulo
I Capítulo
II
Capítulo
III
............ Na segunda metade dos anos 40 tio Aurélio
retornou de Vitória do Espírito Santo para onde fora levado pelo
seu primo Anísio Pereira de Souza, então Coronel da Polícia Militar
daquele estado, e dela comandante, afim de fazer carreira militar.
Até onde eu pude saber ele se envolvera em um movimento rebelde
e retornou ao Catu. para não sofrer as conseqüências que poderiam
advir à indisciplina. Jovem, inteligente, socialmente ativo, Aurélio
logo começou a liderar a juventude catuense. Com Oscarzinho, Seixas,
Albérico, Vadinho, Dr. Hugo, médico veterinário lotado na Fazenda
Modelo, João Alves e outros, fundou o CAC - Catu Atlético Clube
em torno do qual se desenvolveu o terceiro estrato social. Os comerciantes,
profissionais liberais, serventuários da justiça, da fazenda nacional
e da estadual, da saúde, do município, passaram a se congregar num
ambiente propício ao seu desenvolvimento cultural e desportivo.
Estudantes em férias e os veranistas completavam o quadro social.
Na biblioteca se encontrava a obra de Jorge Amado, Graciliano Ramos,
de alguns autores positivistas: Sílvio Romero, Euclides da Cunha,
de Engels (A dialética da Natureza), de Marx (O Capital). Se fazia
teatro e sobretudo se jogava basquete, esporte em que Aurélio e
Hugo se destacavam. Falava-se de política e de melhores dias para
o Brasil.
Cultuava-se a memória de Tiradentes e de outros heróis nacionais,
dentre eles Prestes. A sede social foi inicialmente instalada no
antigo sobrado do Barão de São Miguel, cedido pela Prefeitura Municipal,
prova de que as facções políticas conviviam sem brigas. Sim, porque
no CAC se fazia política e todo mundo sabia disso. Tempo das grandes
bandas: Glenn Miller, Harry James, Duke Ellington, Beny Goodman,
nos EEUU. Orquestra Tabajara, Maestro Cipó, no Rio de Janeiro.
A gente dançava ao som das orquestras de Salvador: Pedro Correia,
Os Stukas e outras, de Alagoinhas: Laranjeiras, de Cachoeira e outros
centros, que repetiam aquelas performances de fox, rumbas, mambos,
sambas canção, valsas e jazz em bailes memoráveis. Doce Tempo: tempo
de: Stardust, Moonlight Serenade, Perfídia, Quiçá, Aqueles olhos
verdes, Eu sonhei que estavas tão linda, Mambo Jambo, Siboney!...
Para matar de saudades meus contemporâneos acrescento uma foto da
solenidade da coroação de miss Catu que antecedeu um grande baile
em dezembro de 1948. Presentes, da esquerda para direita: Albérico
Silva, Aurélio Pereira de Souza, o titular da coletoria estadual
cujo nome esqueci, Oscar Pereira Sobrinho, Prof. Lourdes Soares,
Célia Lago (princesa) Elias Medeiros, A. Carvalho (miss Catu), Antonio
de Deus Seixas, José Lago, Zica (princesa, nossa prima, filha de
tia Santa), Dr. Hugo, João Alves, D. Senhora e Dr. W. Guena Melo
(Vadu). D. Senhora e Dr. Vadu representaram no ato o União e Progresso.
Elias Medeiros, ex-prefeito, getulista, fazia oposição a Oscar Pereira
de Souza, então prefeito de Catu.
Os demais eram diretores do CAC. Ao fundo os estandartes do clube.
Querem mais?
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Luiz
Carlos
08
de abril de 2007