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                   Santa Catarina  
Domingo 23 de agosto de 1998

Joinville

Progresso chega
com estação ferroviária

A partir da obra, em 1905, avenida Getúlio Vargas se desenvolveu

Maria Cristina Dias

No início deste século, um caminho ainda estreito, com valas laterais para drenagem do solo úmido e apenas macadamizado, começava a assumir papel de destaque na vida econômica da cidade, que rapidamente se expandia. Era a "Katharinenstrasse", a rua Santa Catarina que levava a população do centro de Joinville à distante zona Sul. Aos poucos ela foi se desenvolvendo, sendo alargada, calçada até se transformar nas décadas de 30, 40, 50 e até 60, em importante pólo comercial da região. Hoje, conhecida como avenida Getúlio Vargas, ela ainda é uma das principais e mais movimentadas vias de Joinville.

Primeiro foram as carroças, depois as bicicletas, bondes e automóveis. Devido à posição estratégica, desde que fora aberto, ainda no século passado, o caminho era intensamente usado pelos veículos e pedestres, que tinham nele praticamente o único acesso à zona Sul. Mas a construção de um empreendimento no início do século iria contribuir para alavancar o progresso da área: a Estação Ferroviária de Joinville.

Era final de 1905 e a cidade evoluía a olhos vistos, impulsionada pelo ciclo da erva-mate, o que certamente influenciou na decisão de incluir Joinville no caminho dos trilhos da rede ferroviária. Inicialmente, a Cia Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande (que em 1901 obteve a concessão da construção do ramal São Francisco do Sul) não incluía a antiga Colônia Dona Francisca entre as localidades que comporiam a rede.

Ao contrário. Segundo o historiador Carlos Ficker, no livro "História de Joinville, Crônicas da Colônia Dona Francisca", o traçado original da linha passava a cerca de 25 quilômetros ao sul, sem atingir Joinville. Apenas em 1902 isto foi modificado, em atendimento a um apelo da Câmara Municipal ao então Ministro da Viação, Lauro Müller.

Definição

 

Com isso, a nova linha passaria pela cidade. O local para a estação ferroviária foi então definido, seria na "Katharinenstrasse". Na época, para ir a São Francisco do Sul, era preciso pegar um dos vapores e seguir pelo rio Cachoeira, já que praticamente não havia ainda estradas transitáveis para lá.

Após determinado o curso da nova linha, os trabalhos começaram a evoluir. Logo em 1903 foi realizado o levantamento topográfico de toda a área e, no início de 1905, começavam as obras de terraplanagem no sentido São Francisco, Joinville, Itapocu. Naquele mesmo ano, foi aprovada a planta da Estação Ferroviária de Joinville, obra de porte situada quase no final da rua Santa Catarina, que foi erguida no antigo terreno dos Joenck, sob a administração de Fernando Lepper.

Comunidade de Joinville cobrou
melhoria da infra-estrutura urbana

 

Com a decisão de passar a estrada de ferro por Joinville, a população previu a evolução do local e a necessidade de melhorar a infra-estrutura urbana. Ficker cita comentários da época, embora sem explicitar a fonte. "Com a breve inauguração da estrada de ferro, a rua Santa Catarina, cujos terrenos já subiram muito de valor, vai aumentar e triplicar o seu trânsito em veículos, que transportarão pessoas e mercadorias de e para a estação férrea. Quem, compreendendo essa necessidade, quisesse corrigir a imprevisão do passado, devia começar pelo alargamento desta rua. A sua edificação tem, por felicidade, guardada certa linha em recuo de alinhamento, de modo que, para se estabelecer hoje o alargamento, só se torna necessária a retirada dos cercados existentes à frente das casas, alargando-se o leito da rua, estabelecendo-se entre o alinhamento das casas e as valas de escoamento o trânsito para pedestres, deixando-se livre aos veículos todo o espaço do centro".

A entrega da Estação Ferroviária de Joinville ao público ocorreu em clima de festa, em 29 de julho de 1906. Era um domingo e desde cedo os moradores da cidade se dirigiam para a "Katharinenstrasse" para assistir, no final da tarde, a chegada da primeira locomotiva à cidade. Segundo os registros da época foi grande a afluência das pessoas, que margeavam a linha ou na plataforma para ver o comboio que se aproximava. A banda de música "Guarany" também compareceu e, com a execução de diversas peças, contribuiu para aumentar o clima de euforia.

Para comemorar o feito, a cervejaria Kuehne, cujo gerente era Guilherme Walther e ficava instalada na antiga rua da Cerveja, atual rua Jaguaruna, lançou no comércio uma nova marca de cerveja, a "Marca Progresso 1906". Era um momento de prosperidade para Joinville e para a avenida Getúlio Vargas, que, por sua posição privilegiada, a partir daí, a cada dia atrairia mais estabelecimentos comerciais e empresas dos mais diversos ramos de atividade. (MCD)

Principal atacadista

 

Também estabelecido na avenida Getúlio Vargas estava o médico Jeser Faria, genro de Jorge Mayerle, que, na mesma rua mantinha o maior comércio atacadista da região, abastecendo não só Joinville, mas também as cidades vizinhas.

Outro profissional liberal era o dentista Werner Neumann, próximo ao secos e molhados de Leopoldo Elling. O caminho também contava com o secos e molhados de Edgar Klein, com a loja de tecidos de Elias Zattar, a farmácia Kuhmlehn e a de Leônidas Sá, o comércio de Chede Dippe e a loja de fazendas de Feres Zattar. Os irmãos Parucker tinham uma funilaria e não faltavam alfaiatarias na rua, além de muitos outros estabelecimentos.

Onde hoje está o Shopping Americanas ficava a fábrica de máquinas Raimann, que produzia equipamentos para a indústria mecânica e no local da atual Cipla, antes estava instalado o depósito de madeira de Bernardo Stamm.

Abrangendo dois quarteirões e sendo cortado pelas águas de um riacho, havia o ainda o Pasto do Walter, uma extensa área aonde os carroceiros que vinham de outras paragens realizar negócios na avenida podiam deixar suas carroças e cavalos. (MCD)

Caminho era marcado
por comércio e indústrias

 

Nas décadas de 30, 40, 50 e até os anos 60, a avenida Getúlio Vargas era fundamental para o comércio de Joinville. Caminho para a Estação Ferroviária, nela havia dezenas de casas comerciais de varejo e atacado, grande parte delas de propriedade dos "turcos", como eram genericamente chamados os árabes, libaneses, sírios e até turcos.

Antes disso, porém, do final da década de 10 até o início dos anos 20, uma indústria se destacou no início da rua, próximo ao hospital. Era a "Companhia Chímica Industrial" e a Farmácia Flora Dubois e Cia, de Oscar Neermann e do sócio Dubois. Alemão e farmacêutico de formação, Neermann morava ao lado da empresa, que fabricava desde pílulas fortificantes e contra a febre, até pó para pudim, essências para gasosas, perfumes, artigos dentários, tintas a óleo e produtos químicos em geral. O empreendimento fechou no início dos anos 20, quando a família se mudou para Curitiba e depois São Paulo.

Padaria

 

Quase em frente à "Cia Chímica", ficava inicialmente a padaria e, tempos depois, também a fábrica de biscoitos de Carl Kasting. O estabelecimento funcionava no térreo, a família residia no segundo andar e os empregados (que trabalhavam durante a madrugada) eram alojados no último pavimento do prédio, que ainda hoje permanece no local.

A partir daí era possível contar com os serviços do soldador Conrado Lindroth ou comprar pinheirinhos de Natal na Fábrica Heller. Nesse trecho inicial se encontrava também o comércio dos "turcos", com a Casa Oriental, de Calixto Zattar, um libanês que veio ao Brasil para passar a lua-de- mel, em 1920, e jamais retornou à Pátria de origem. Onde hoje é o supermercado Vitória, antes havia a fábrica de tubos de concreto dos Irmãos Rosa e adiante a cabeleireira Nailda, que ainda hoje está estabelecida no local. Mais a frente havia a ferraria de Emílio Klass, o Café Amélia, da família Mendes, a marcenaria Eggert e o comércio de tecidos de Abílio Farah. (MCD)


 

Casa de Caridade
surge com a colônia

 

Fundado há 146 anos, Hospital já atendia os imigrantes

 

Maria Cristina Dias

 

Desde o início deste século, quem precisa de assistência médico-hospitalar tem na avenida Getúlio Vargas um ponto de referência. É o Hospital Municipal São José, o mais tradicional de Joinville. Embora a parte mais antiga do atual prédio tenha sido erguida em 1906, a entidade já funcionava muito antes. Fundado há 146 anos, apenas um ano após a chegada dos primeiros imigrantes alemães e o início oficial da Colônia Dona Francisca, a princípio era uma modesta casa de saúde e atendia os colonos, que sofriam com as mazelas típicas de áreas tropicais e com as dificuldades de se adaptar ao novo País.

Ainda em 1851, uma epidemia de tifo dizimou dezenas de imigrantes e trouxe medo e insegurança aos que sobreviveram. A criação de um hospital e a presença de um médico para atender à comunidade era uma necessidade que já estava prevista. Ela fora determinada no contrato em que o príncipe de Joinville cedia as terras que recebera como dote da esposa, Francisca Carolina, à Companhia Colonizadora de Hamburgo, em 1849. O parágrafo oito era bem claro: "O sr Schroeder obriga-se a construir, conforme a necessidade, igrejas, hospitais e escolas, e enviar os respectivos sacerdotes, médicos e professores". E assim foi estabelecida a casa de saúde.

A construção da Casa de Caridade, entretanto, só ocorreu no início do século. Ela integrava a lista de compromissos pelo superintendente Procópio Gomes de Oliveira durante a campanha eleitoral e em 4 de junho de 1906 foi inaugurada.

Dificuldades foram muitas. A começar pela escolha do terreno, que deveria ser em local apropriado e adquirido a preços módicos, já que o aporte de capital era restrito. Foi então constituída uma comissão formada pelo próprio Procópio Gomes, Abdon Batista e Oscar Schneider (três importantes empresários da época, vinculados ao ciclo da erva-mate) para viabilizar a obra.

O terreno foi obtido junto ao padre Carlos Boegershausen, que tinha uma área de terras naquele local e a cedeu. Já o dinheiro para o empreendimento foi obtido com a ajuda da comunidade. Conta Carlos Ficker que havia uma "grêmio beneficente", que arrecadava recursos para a edificação. Somados estes recursos à dívida que o Estado tinha com o hospital velho e a venda do terreno onde ele funcionava juntou-se 40 contos de réis e foi possível o início das obras.

Banda de música na inauguração

O dia 4 de junho de 1906 foi festivo em Joinville. Desde as primeiras horas da manhã a população se concentrava em frente ao novo prédio da Casa de Caridade, que seria oficialmente entregue ao público às 10 horas. As sociedades musicais "Guarany" e "28 de Setembro" animaram o evento, enquanto os presentes eram brindados com o sorteio de bilhetes de entrada no Salão Mayerle e prêmios. À tarde, no jardim Mayerle, na "Katherinestrasse" houve jogos de boliche, rifas e outras diversões. Toda a sociedade estava representada.

No discurso inaugural, Procópio Gomes de Oliveira fez um relato das dificuldades que foram superadas para realizar a obra: "O novo hospital que hoje entrego ao município, eu espero e desejo que sempre há de ser um verdadeiro asilo paternal, abrigo santificado para os desventurados", discursou o superintendente, que, em seguida, abriu as portas da Casa de Caridade e convidou a população a entrar e conhecer as novas instalações. Nas enfermarias já havia 12 enfermos (internados dois dias antes), sob os cuidados das irmãs. Havia instalações amplas pra crianças, homens e mulheres, além de quartos reservados aos doentes particulares.

O superintendente também homenageou o velho padre Carlos Boegershausen, que por mais de 40 anos prestou atendimento à comunidade, além de ceder o terreno para viabilizar a obra. Em função da idade avançada, ele havia sido recentemente jubilado do magistério. Em dezembro daquele mesmo ano, padre Carlos faleceria nas instalações particulares da Casa de Caridade que ajudara a erguer. (MCD)

Mudanças incomodam

 

Muita coisa mudou na rua Getúlio Vargas nas últimas décadas e hoje, os antigos casarões que já abrigaram prósperos estabelecimentos comerciais e residências dividem espaços com novas edificações. Quem conheceu outros tempos e ainda hoje está estabelecido na rua reclama que o movimento diminuiu nos últimos anos. Há várias décadas o trânsito na avenida Getúlio Vargas seguia em duas mãos, o que beneficiava o comércio na área. Isso mudou a tempos, mas ainda é reclamação dos moradores.

"Tinha mais movimento", conta o comerciante Aderito Gaspar Carvalho, 74 anos, que há 27 anos está radicado no local com a Casa Carvalho, um armarinho. Sem se identificar, um morador nascido e criado na região, lembrou que já houve solicitação dos comerciantes para o restabelecimento da mão dupla e, em eleições passadas, um candidato à prefeitura chegou a se comprometer a reverter a mudança, o que não ocorreu. (MCD)

Personalidade polêmica

 

Em 1883, nascia na cidade gaúcha de São Borja, Getúlio Dornelles Vargas, que anos mais tarde viria a se tornar presidente da República e uma das figuras mais amadas e odiadas da história do Brasil. Amanhã, será lembrado o 44º ano de seu suicídio, que abalou a nação.

Ditador para uns e "pai do trabalhador" para outros, Getúlio iniciou a vida pública em 1909, como deputado em seu Estado natal. Daquele ano até 1926, sucederam diversos mandatos na Assembléia local e na Câmara Federal até que em 1926 assumiu o Ministério da Fazenda no governo Washington Luis.

Após deixar a pasta da Fazenda, Getúlio foi eleito governador do Rio Grande do Sul. Era a época da chamada "política do café com leite". Após eleições de lisura duvidosa para a sucessão de Washington Luis, a Aliança Popular liderada por Vargas e pelo paraibano João Pessoa, perdeu o pleito.

A sucessão presidencial naquele ano, entretanto seria decidida por uma revolução que, liderada por Vargas, eclodiu em 3 de outubro, rapidamente se espalhou pelo País e terminou um mês depois, com a renúncia de Washington Luis. Era o início da chamada "era Vargas", que só terminaria com seu suicídio, em 24 de agosto de 1954.

A gestão de Vargas foi marcada pela repressão à expressão política e, ao mesmo tempo, pelo avanço nas áreas social e econômica. Em 1937, Getúlio lideraria outro golpe, desta vez para garantir sua continuação no poder. Afastado tempos depois da presidência, mas com forte apelo junto aos trabalhadores, ele se candidatou ao cargo e, desta vez, pelas urnas, foi reconduzido ao comando do País, de onde só saiu, ainda durante seu mandato, morto. (MCD)

Há 53 anos alfaiate
costura a vida na avenida

 

Em meio a centenas de caixas de camisa, cabides de roupas de estilos e tamanhos diversos e tecidos das mais variadas cores e texturas, um profissional há 53 anos se destaca na avenida Getúlio Vargas. É Daniel, "o alfaiate da multidão", como indica a placa instalada sobre a porta de sua loja. O estabelecimento já está naquele exato local há 38 anos, porém a história de Daniel e da antiga rua Santa Catarina se encontrou antes, quando, em 1931, o menino com apenas um ano de idade, foi, junto com a família, residir em uma antiga casa de madeira na avenida.

A casa já não existe mais, mas as lembranças de quem passou a infância no local continuam vívidas. Daniel conta que em 1945 começou a aprender a profissão junto ao alfaiate Oscar Parucker, estabelecido na Getúlio Vargas, onde hoje é Papelaria Cruzeiro.

A vocação foi determinada pelo pai. "Éramos em oito e eu era o mais franzino de casa. Quando fiz 14 anos, o pai disse que estava na hora de aprender uma profissão". E determinou: o melhor é ser alfaiate. "Para mim isso bastou. No dia seguinte saí dizendo que ia ser alfaiate", relembra.

Depois de aprender o ofício, ele ainda trabalhou algum tempo com o mestre, até que resolveu abrir, em casa, o próprio negócio. "Dia 6 de setembro é o dia do alfaiate. E nesse dia, sem saber da data, trouxe uma escada e, eu mesmo, preguei a placa. Estava meio acanhado. Ia começar e na frente tinha outra alfaiataria estabelecida". O estabelecimento era de Binkoski, mas o real motivo do acanhamento era o que dizia o letreiro: "Daniel, O Alfaiate da Multidão".

O primeiro terno da carreira foi para o pai, o representante comercial João Bernardino da Silveira, que também vendia fogos de artifícios e tinha, em casa, uma fábrica de sacos de papel. "Ele comprou um corte preto e disse: 'Esse aqui é para o meu enterro'". Depois vieram muitos desafios. Como o de um funcionário da olaria de Max Schuelke (que ficava ao lado da loja de Oscar Parucker) que era muito gordo. "Assim que me tornei profissional tive vontade de fazer um terno para ele. Um dia ele veio e eu tive o prazer". Outro caso interessante foi o de um corcunda, que trabalhava para o atacadista Jorge Mayerle.

Naqueles tempos havia inúmeras alfaiatarias na rua Santa Catarina, lado a lado com as lojas de tecidos dos "turcos". E a população consumia. "Não se entrava em bailes em manga de camisa. Tinha que ter terno e a profissão era requisitada", revela. (MCD)

 

 
 

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