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Um trabalho de nível internacional !



Tempo de Amar

          Purista. Pelo meu comentário a respeito do CD anterior de Rinaldo & Liriel, posso ser chamado de "purista", no sentido ruim da palavra, normalmente associada a conservadorismo e retrocesso, por eu ter criticado a parca presença de musicistas e uma produção, digamos, tímida. No entanto, caríssimos leitores, vocês ouvirão e verão com seus próprios ouvidos e olhos o que uma produção bem executada realiza. É dignificante ao talento do artista que se tenha uma produção capaz de externar seu valor em todos os aspectos.
          Meu aplauso ao Sr. Sergio Pommerening que se dedicou a essa espetacular realização, de quem eu não duvidei em qualquer momento da capacidade e profissionalismo. Sei que existem muitos obstáculos, prazos e responsabilidades em projetos desse porte, não dependendo apenas de uma pessoa. Um agradecimento sincero e emocionado, pois a partir desse CD vislumbro horizontes muito maiores a serem percorridos pela nossa estimada dupla lírica.
          Também agradeço ao trabalho magnífico da Sra. Heliane Karan, "anjinha e mestra da música lírica", como Liriel se referiu à Sra., de onde deduzo ter sido a responsável pela notada evolução no domínio técnico e sensível diferença na elasticidade vocal de nossos 'divinos'. Inclusive descobrimos novas e belas cores do timbre de Liriel ! Obrigado.
          Ah, claro! Tenho de falar do CD... estou agradecendo, agradecendo e o pessoal quer saber o que eu achei das músicas. Será que eu ainda tenho de falar? Acredito que devo.


          Fiquei devendo a continuação dos comentários para o final-de-semana, mas aconteceram tantas coisas nesse fim-de-ano (2002) que fui atropelado pelos acontecimentos todos...
          No entanto, basta que os homens tenham um pouco mais de boa-vontade para que as coisas transcorram bem. E assim, cá estou eu para cumprir a promessa e honrar esse CD tão bem produzido pela Luar Music e Warner.

          "Última flor do Lácio, inculta e bela,
          És, a um tempo, esplendor e sepultura:
          Ouro nativo, que na ganga impura
          A bruta mina entre os cascalhos vela..."

                              Olavo Bilac (1865-1918), Poesias

          Esses versos acima, palavras do grande poeta parnasiano, Olavo Bilac, um dos compositores de nosso "Hino da Bandeira", referem-se à nossa língua pátria, a Língua Portuguesa. Ainda que oprimida diante do poderio da cultura americana dominante, ela mantém-se altiva e em evolução, como bem deve ser a língua de um povo que interage com outras nações.
          Atualmente, em tempos de 'globalização', não apenas econômica, mas também cultural, as pessoas voltam-se às descobertas de outras culturas, por suas particularidades e curiosidades, criando laços e derrubando barreiras. Ou, ainda, surpreendem-se com realidades tão discrepantes, sociedades sem liberdade, verdadeiras ilhas submetidas ao totalitarismo de religiões, facções étnicas ou políticas... incrível.
          Dentro do fenômeno da globalização, nota-se que cada vez mais ganha força aqueles que evoluem com as influências, porém, sem perder a sua individualidade, a sua característica, seu reconhecimento de ser único como pessoa e pertencer a uma cultura própria. Manter viva a língua-mãe é um precioso recurso para a integração social de um povo e também a forma para que este sobressaia-se diante das outras nações. É sua identidade.
          Assim, não poderia ser diferente, porque este CD "Tempo de Amar" de Rinaldo & Liriel, ao mesmo tempo em que adquire qualidade internacional, determina sua identidade brasileira com várias músicas na língua de Camões (ainda que esse fora português...hehehe). Com isso, atraindo as atenções do público globalizado, pois nada mais interessante do que um dueto lírico extremamente talentoso acompanhado por uma belíssima orquestra em uma língua 'exótica' e sonora!
          Óbvio que nesse campo encontraremos diversas manifestações contrárias às versões (reconheço ser eu próprio um crítico a muitas versões de inglês e italiano para o português), mas de uns tempos para cá noto belíssimas versões de músicas estrangeiras para nossa língua vernácula. Aponto, aqui, inclusive, o trabalho de Alexandre Pires, com versão de Toni Braxton, dentre elas.
          A partir de toda essa explanação acima, preparei-me para rechaçar qualquer dúvida quanto a dois pontos de possível crítica: 1º, cantar em português e 2º, cantar versões para o português e não o original. Sim, porque quanto à qualidade sonora, produção, extensões vocais e outros quesitos técnicos não há do que falar. Está tudo excelente!!!
          Para que não digam que fiquei entorpecido pelos belíssimos arranjos de "Planeta Água", inebriado pela magnífica harmonia de "Strani Amori" e "Alla luce del Sole", ou ,ainda, enfeitiçado pela sonoridade e simplicidade de "Tempo de Amar" e "Entre o Céu e o Mar" e, por causa disso, não encontrei defeito nenhum e tudo me agradou, indico as músicas que não me agradaram: "Piano" ('Memory' é dessas músicas em que a versão seja para que língua for não me convence como em inglês - eu falei que sou crítico quanto a versões...) , "Um Sonhador" (mais pela letra mesmo e certa monotonia na melodia, um pouco menos simpáticas aos meus ouvidos) e "Quando m'en vo soletta" (La Bohème é famosíssima, mas, não sei... tem umas árias que me soam forçadas...).
          Óhhh... duas das músicas de Liriel !!
          Mas tudo na vida tem as suas compensações.
          Adorei ouvir "Hábito do Amor" inteira antes de poder ouvir toda a original "L'abitudine" que faz parte da trilha sonora da novela 'Esperança' e que é interpretada por Andrea Bocelli. Impressionou-me eu gostar mais da familiaridade com o português e a voz de Rinaldo do que com a sutileza e a espiritualidade de Andrea. (Embora a letra tenha algo que me inquieta muito - Gramática é bom) Quando Liriel inicia sua parte nessa música têm-se um sobressalto: "Que lindo!!". Está com a voz aveludada e muitíssimo bem colocada. Afinal... é mezzo? :-)
          O mesmo se segue em "Here in my heart". Minha irmã, 11 anos, disse: "Mano, que bonita está essa voz diferente da Liriel". Tive que rir com essa observação. Realmente o alcance da voz de nossa querida anjinha lírica é algo formidável.
          A interpretação de "Entre o Céu e o Mar" era para estar entre os clássicos do cancioneiro brasileiro... que coisa mais simples e linda! Bom, desde a novela "Porto dos Milagres", eu já gostava de ouvir a interpretação de Elba Ramalho, mas, agora, adquiriu ares de trilha sonora de filme de 'Hollywood'.
          Todos os duetos estão fora-de-série.
          A música individual de Liriel, sem dúvida nenhuma é a "Canção Inesperada". Essa sim, é muito superior a "Piano" e "Soletta". Aqui, mesmo a melodia sendo levemente repetitiva, nossa musa consegue vários efeitos, às vezes suaves, outras mais intensos, o que garante o resultado de sucesso.
          Já, a música de Rinaldo... São duas!!
          Seu "Nessun Dorma" pode ser executado em qualquer lugar do mundo. Da primeira vez que ouvi, fiquei completamente perplexo duplamente: arranjos sensacionais que modernizaram a música e a grandiosidade heróica que Rinaldo impôs. E continuo a admirar essa interpretação cada vez que a ouço.
          "Planeta Água", se eu não me engano, foi segunda colocada num dos antigos Festivais da Canção brasileiros, mas para o público foi na verdade a grande vitoriosa. Pois bem, eu acho que quando o Guilherme Arantes a cantava eu não prestava atenção nela a não ser no refrão, mas, agora, ouvi tudo, cada palavra, cada nota, cada "A", cada "ÃO"... é Língua Portuguesa! É linda! E Rinaldo canta magistralmente, como se a sua voz tivesse o poder de mover as águas, de transbordar oceanos... Uau...
          Rinaldo também está espetacular em "Hábito do Amor", como falei antes, mas muito mais em "Alla luce del Sole", em que Liriel participa sustentando magnífica e humildemente a execução do colega. Aliás, nas apresentações para o público, valeria inúmeros pontos à nossa musa se durante os acordes 'gitanos' dos violinos iniciais e violões ela criasse uma pequena coreografia ao redor do Rinaldo. Algo 'aciganado' mesmo, com palmas, corrupios, quedas ao chão... sei lá! Daria outro show.
          Nossa... as horas já se passaram.
          Deveria ter feito só a introdução com os meus argumentos hoje, mas comecei e não parei mais. Faltaram algumas músicas, né? Talvez alguns outros detalhes que eu gostaria de salientar também. Mas isso vai ter de ficar para outra ocasião.
          Alguém aí comprou o DVD do Credicard Hall?
          Eu não comprei... ainda. Primeiro tenho de comprar o player, né? Hehehe... Mas como ainda vão decidir qual a mídia de gravação DVD e o sistema de TV Digital brasileiros, deverei adiar ao máximo a compra de um aparelho de DVD. Os que comprei assisto na casa de tios ou amigos. Hehehe!!
          Um abraço a todos, e um ótimo 2003!
          Desculpem algum erro de português. Não pude revisar o texto porque não tenho mais tempo... é a vida.
          :-) hehehe...
          



Músicas do CD
Strani amore
Hábito do amor - L'Abitudine
Nessun Dorma
(Turandot)
Piano
- Memory vs italiano
Me espere até amanhã

Planeta água
Alla luce del Sole
Tempo de Amar
Here in my Heart
Canção inesperada
- Unexpected Song
Entre o Céu e o Mar
Se eu não te encontrasse
-
If I never know you

O sonhador
Quando m'en vo soletta
(La Boheme)

 







































































































































































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Arisson Rocha da Rosa
Porto Alegre, RS

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