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"Filho, pecaste? Não o faças mais. Mas ora pelas tuas faltas passadas, para que te sejam perdoadas. Foge do pecado como se foge de uma serpente" (Eclesiástico 21,1-2a)

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 Dunga, membro da Comunidade Canção Nova, conheceu o inferno do vício e conseguiu se libertar. Hoje, ele dedica a vida a contar como encontrou a paz e a alegria de louvar a Deus.

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"A maior alegria de Deus é ver acontecer na vida de Seus filhos aquilo que Ele sonhou para cada um deles". Pense nisso. Você, jovem, que está nas drogas, quando seus pais se uniram no amor, Deus teve a possibilidade de gerar uma outra vida através do amor de seus pais. Imagine você realizando na sua vida um plano só seu e você realizando esse plano. Não há coisa mais louca, mais linda, ..., dentro de nós do que realizar a vontade de Deus. 

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Repórter JM: Como aconteceu sua conversão?

Dunga: Bom, minha conversão aconteceu naqueles anos de grande estouro da RCC, no fim dos anos 80. Em 1983, depois de muita insistência e intercessão da minha mãe, eu decidi dar um passo, pois há 5 anos eu vinha me envolvendo com drogas. Não tinha me tornado um dpendente químico, eu era um usuário, mas estava a caminho da dependência, no início de uma trajetória que, para muitos, não tem volta. Justamente nessa época, o apelo do amor dos meus pais diante das situações que eu vivia, tais como chegar em casa bêbado, drogado, prostituído. Sempre fui acolhido de maneira muito tranqüila e, no dia seguinte, eles me abraçavam e aquilo me violentava praticamente, aquele abraço, aquele "eu te amo". Então, ao longo desses 5 anos, essa foi a postura deles. Sou filho de pais muito simples e que não tinham muito argumento para usar comigo, então o argumento muito forte que eles tinham era justamente o amor. Minha mãe, bem cedinho, antes de eu ir trabalhar pedia para eu ler o Salmo 90 para ela e aquela oração também foi tomando conta do meu coração, mas o o ponto chave ao longo desses 5 anos foi viver duas situações contraditórias: ser muito amado pela minha família, família essa que já participava todinha de grupos da RCC, aonde fui o último da minha casa, e, ao mesmo tempo, viver a realidade da rua, da bebedeira, da prostituição, das drogas, dos amigos que não eram tão amigos assim. Durante 5 anos, vivi esse conflito até que, em 1983, numa noite de terça-feira, eu saí de casa drogado e acabei entrando numa igreja, em um grupo da Renovação Carismática Católica. Num período de dois a três meses, fui vivendo essas duas situações, ainda envolvido nas coisas do mundo, mas sentindo um grande apelo de ir para as coisas de Deus, até que eu decidi abandonar todas as coisas e me dedicar a Deus. A partir deste momento, a minha vida mudou inteira e nesta época os meus vizinhos já comentavam que o Dunga estava indo na igreja e a partir daí a coisa também explodiu na minha vida. Devo isso às orações e ao amor de meus pais, à insistência deles em perseverar este amor mediante tantas dificuldades que eu criei. Chegou uma hora que eu não consegui mais rejeitar, resistir ao amor de Deus e ao amor da minha família.

Repórter JM: Tudo isso aconteceu aonde?

Dunga: Eu morava na cidade de Pindamonhangaba e foi num grupo de oração chamado São José. Na minha casa, a rádio Canção Nova era ligada durante todo o dia. A princípio, isso me perturbava, me tirava um pouco do sério, mas, com o tempo, e fui também me acostumando ao ponto da rádio ter tido uma influência muito grande n aminha conversão.

Repórter JM: Qual o papel da família do dependente químico na sua recuperação?

Dunga: A família do dependente químico ou do usuário de droga que ainda não se tornou um dependente químico, deve, acima de tudo, demonstrar amor. Não se pode combater o mal com o mal, usar as mesmas armas. Deve-se utilizar armas contrárias e a melhor delas é a arma do amor. A família não pode perder a capacidade de amar e demonstrar esse amor. Pai, mãe, irmãos, todos devem estar envolvidos para compartilharem suas forças. Uns conhecem Deus na doença, outros na hora que vão para a cadeia, outros quando sofrem um acidente, enfim, cada um possui um fundo de poço, alguns quando acabam o namoro, quando perdem o emprego. Nessa hora, a pessoa tem que olhar para o lado e ver imediatamente as pessoas que o amam, as pessoas que perseveram nesse amor, para que ele tenha essa confiança de levantar a mão e pedir socorro. Nessa hora, ele precisa ter uma família que o ama do seu lado, que persevera, que não desanima, pois os grandes casos de conversão, de cura e de recuperação dentro da própria casa acontecem nesse sentido, quando a família perseverou, amou, não cansou demonstrar esse amor. Nesse momento, muitas vezes, abreviado pela graça divina, porque nem todo usuário de droga é mal e ele também tem o coração bom, muitas vezes ele pode ter esse momento de lucidez, esse momento de levantar a mão e pedir socorro como que por uma graça, porque ele também tem o coração bom, não são todos que estão totalmente deturpados, adulterados ao ponto de não ser mais bom, então, nessa hora, quando ele levanta a mão, ele precisa ter a família ao lado, a família que não cansou de demonstrar esse amor. E ele passa a acreditar nesse amor e aí uma outra história começa a acontecer.

Repórter JM: Nos dias de hoje, como que a juventude pode se manter longe das drogas?

Dunga: É muito difícil, nos dias de hoje, a pessoa se manter longe do mundo das drogas, pois ela está na esquina, na escola, no bolso do colega, no maço de cigarro, na cerveja, na cachaça,... Mas você pode manter-se fora das situações em que a droga é comercializada, em que ela é usada, assim estará longe delas. Hoje o que nós vemos e aconselhamos para a juventude é que ela esteja fora dessa situação, que escolha sempre muito bem nossas amizades, e valorizar aquilo que hoje infelizmente as pessoas estão fazendo de tudo para desvalorizar que é a família. Jovem que tem uma família, que honra pai e mãe, jovem que é presença dentro de casa, que tem essa ressonância também da própria família, do pai, da mãe, dos irmãos do jovem que tem um bom namoro, que curte as coisas de Deus ele se mantém, ele consegue se manter fora das situações, repito a droga estará ao lado dele mas ele não estará nas situações que a droga promove.

Repórter JM: Como nasceu o trabalho com a juventude? E o PHN, hoje reconhecido e aplaudido em grande parte do mundo?

Dunga: Eu tive a graça de apresentar um programa de televisão chamado "Resgate Já", durante 5 anos, na TV Canção Nova. Esse programa registrava o que a igreja fazia e faz até hoje de maneira a levar a salvação até outras pessoas de maneira muito concreta, por exemplo, o trabalho pastoral carcerário. Durante estes 5 anos visitei, duas vezes por semana, lugares como penitenciária de segurança máxima, cadeia pública, casa de recuperação de jovens drogados, casa de apoio a portadores do vírus HIV, lares para menores abandonados, unidades da Febem, Carandiru. Pude perceber que 90% das pessoas que estavam ali eram jovens, na faixa etária entre 18 a 27 anos, e convivi muito com eles e neste período Deus colocou no meu coração, "ensina a juventude a dizer não ao pecado, para que elas não precisem pagar esse preço altíssimo, de estar aqui por que eu já paguei esse preço, não precisa que eles paguem". Aquilo ficou no meu coração, até que um dia, pregando num grande retiro para jovens na Canção Nova, eu usei pela primeira vez a frase "por hoje eu não vou mais pecar". Então realmente se trata de uma grande inspiração, e aí deu a música, como restauração, que hoje é cantada no Brasil inteiro. Hoje o PHN tornou-se uma inspiração e tornou-se também uma espiritualidade, ou seja, uma espiritualidade de luta, de luta contra o pecado, de todo dia de acordar com essa disposição de não pecar, de não erra o alvo. Porque a tradução de pecado também pode ser errar o alvo, imagine você errando o alvo todo dia, errando o alvo no seu casamento, no seu namoro, no emprego, errando o alvo nas suas amizades. Quando você erra o alvo, você acerta qualquer coisa menos o seu objetivo, portanto pecar significa errar o alvo, não pecar significa acertá-lo. Então você todos os dias se levanta com essa disposição, por hoje eu não vou mais pecar. Porque por hoje? Porque em relação a ontem, não há mais o que fazer com ele, e o amanhã não chegou ainda, seja quem for, rico ou pobre, somos iguais, não temos mais o dia de ontem e não tem o dia de amanhã, todos nós só possuímos o dia de hoje, só podemos trabalhar o dia de hoje.

Repórter JM: Dunga, quais os passos para a libertação de um dependente?

Dunga: O primeiro passo e o mais importante é ele pedir ajuda, é dizer "eu preciso". O segundo passo, é a grande proposta de acordar todos os dias dizendo: "por hoje eu não vou mais pecar". Quando eu tenho essa pré-disposição, eu acordo, abro os olhos e digo por hoje não vou mais pecar então por hoje não vou usar minha inteligência para isso, por hoje não vou freqüentar aquele lugar, por hoje não vou conversar com aquela determinada pessoa, por hoje não vou me envolver com aquela determinada situação, então dizendo esse não ao pecado eu estou fazendo uma opção real que eu não vou fazer no meu dia, e tudo isso vai fazer que haja uma reação no meu interior. Terceiro passo, Deus sabe tudo de nós, sobre nossa vida, nossos pecados e os momentos em que nos levantamos. Tentar se aproximar de alguém que possa te ajudar a fazer isso, com certeza a leitura da Palavra, a Missa, a Eucaristia, com certeza com freqüência a um grupo de oração, a um grupo de jovens, a busca de Deus vai fazer com que se concretize tudo isso, ele pediu ajuda, ele evitou as situações, agora ele vai se fortalecer com as coisas de Deus, é um tripé simples, claro que cada um desses tripés tem desdobramento, mas se a princípio ele tiver esses três tipos de atitudes, com certeza ele vai receber ajuda, ele vai evitar situações e procurar situações que vão constituí-lo e buscar esse Deus maravilhoso de várias maneiras, ele está muito próximo mesmo de grande libertação das drogas ou de qualquer outro tipo de vício. Então esse tripé tira qualquer um do buraco mais fundo que seja.

Repórter JM: Espiritualmente existe diferença entre drogas lícitas ou ilícitas?

Dunga: Acho que é tudo fabricado no inferno, e espiritualmente dizendo, não existe diferença entre um copo de cachaça, um copo de cerveja, uma carreira de cocaína, um cigarro de maconha, uma pedra de crack ou um comprimido de ecstasy, pois todas elas nos levam a perder a liberdade. Todo homem foi feito livre, Deus nos fez livres e depois nos libertou morrendo na cruz. Muitas pessoas tem um barzinho dentro de casa onde na ausência do pai o filho muitas vezes sem sono bebe para dormir ou para ir atrás daquela menina com coragem. Ele sem perceber já está condicionando coisas totalmente simples ao uso de uma droga.

Repórter JM: Pra finalizar, pedimos uma mensagem a um possível dependente que está lendo essa entrevista e para a família dele.

Dunga: A minha mensagem é essa: "A maior alegria de Deus é ver acontecer na vida de Seus filhos aquilo que Ele sonhou para cada um deles". Pense nisso. Deus pensou em você. Você, jovem, que está nas drogas, quando seus pais se uniram no amor, Deus teve a possibilidade de gerar uma outra vida através do amor de seus pais. Então, a sua história pode ser maravilhosa. Imagine você realizando na sua vida um plano só seu e você realizando esse plano. Não há coisa mais louca, mais linda, que desperte mais adrenalina dentro de nós do que realizar a vontade de Deus. Eu nasci numa fazenda chamada Coruputuba, significa Cemitério dos Índios, e eu morava na parte pobre da fazenda que chamava Pé Preto. Minha casa tinha cacimba, tinha fossa, o banheiro no fundo do quintal, aquele de casinha mesmo, de madeira, coberto com telha, os varais pendurados em arame, banho de bacia, chuchu da cerca, salada do canteiro, a mistura era o ovo ou de vez em quando a galinha que estava no quintal, um porquinho no final de ano. Naquela vida nunca poderia imaginar que eu fosse um dia prega o PHN na Alemanha, no Japão, na Inglaterra, no Canadá, na Itália, em Portugal, nos Estados Unidos, por todo o Brasil. Eu nunca poderia imaginar mesmo. Não poderia imaginar também quando eu estava fumando maconha atrás do muro da minha escola. Nunca poderia imaginar isso quando eu estava numa cama com uma prostituta, numa zona de prostituição. Nunca poderia imaginar, aí um dia eu comecei a acreditar nessa possibilidade, que existia um plano pra minha vida e comecei a perseguir esse plano. E hoje estou aqui, dando essa entrevista. Então, pra você que ainda está nas drogas, independente do buraco que você se encontra, olha pra cima cara, tenta enxergar a mão do seu pai, da sua mãe ou de algumas outras pessoas estendidas à você, tentando te puxar pra fora. Estenda sua mão, aceite esse convite, grita por ajuda, Vai fazer a vontade de Deus na sua vida que é muito legal, é a coisa mais louca que você pode experimentar. E que repito: "A maior alegria de Deus é ver acontecer na vida dos Seus filhos aquilo que Ele sonhou pra cada um deles". Faça isso e você será muito feliz.

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 Entrevista concedida pela Redação da Revista CREIA

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