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 O clamor da juventude brasileira

Diante de fatos chocantes como estes, fico pensando que será da juventude brasileira nos próximos anos. O que pode esperar da sociedade um jovem pobre, com baixa escolaridade e sem profissão definida? Será o caminho do crime, da contravenção ou da droga as únicas alternativas que restam a esta juventude – quando é interessante aos que dirigem a sociedade – é louvada e lisonjeada?

A denúncia não é novidade. Mas ela merece repercutir e entrar fundo na consciência de todas as pessoas que ainda sonham com um país mais justo, igualitário e com um futuro para a juventude violentada de nosso país.

No dia 27/11/2006, o Núcleo de Estudos da Violência da USP – Universidade de São Paulo lançou o livro “Homicídios de crianças e jovens no Brasil – 1980 a 2002”. O livro apresenta dados alarmantes sobre o número de homicídios entre crianças e adolescentes na faixa etária entre zero e 19 anos.

De 1980 a 2002, 16% dos assassinatos cometidos no Brasil correspondem a pessoas nessa faixa de idade. Quando se analisam os dados referentes a adolescentes entre 15 e 19 anos, a proporção de mortes por homicídio supera a de acidentes por trânsito, e sabemos que esta última também é muito alta entre jovens, principalmente, entre os que andam de moto. O pior ainda é que, comparando os dados referentes a 20 capitais brasileiras, a tendência entre os números de 1980 e 2002 é sempre de aumento dos homicídios.

Rio de Janeiro, Recife e Vitória ponteiam nesta triste estatística. Há outro dado que merece ainda maior atenção. Do total de violações ocorridas, 14% foram cometidas contra crianças e adolescentes de 0 a 19 anos, enquanto a grande maioria das vítimas, isto é, 86%, é do sexo masculino. Na faixa etária mencionada, os casos de violência policial somam 55%.

O estudo compreende um período bastante longo, 23 anos, o que dá muita confiabilidade às estatísticas. Ele foi realizado com base em dados fornecidos pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde e o Banco de Dados da Imprensa sobre graves violações dos direitos humanos do Núcleo de Estudos da Violência da USP.

Diante de fatos chocantes como estes, fico pensando que será da juventude brasileira nos próximos anos. O que pode esperar da sociedade um jovem pobre, com baixa escolaridade e sem profissão definida? Será o caminho do crime, da contravenção ou da droga as únicas alternativas que restam a esta juventude que – quando é interessante aos que dirigem a sociedade – é louvada e lisonjeada?

Não é mais possível admitir que saia governo, entre governo, não se consiga mudar este quadro. Evidentemente, soluções grandes como esta não são fáceis nem poderão ser alcançadas num passe de mágica. Mas existem caminhos. Jovens que se reúnem para discutir a violência e assumem coerentemente a proposta da educação para a paz é um pequeno, mas importante, exemplo. E tem aqueles projetos que levam jovens aos circos, para os grupos de dança, para a música de percussão com instrumentos de sucata; ou ainda os projetos de incentivo ao esporte, os clubes de leitura, os grupos de teatro de periferia, o hip hop, a nova arte do grafite, os corais de MPB, a capoeira, os grupos de jovens de comunidades religiosas, enfim, um sem número de possibilidades que vão surgindo aqui e ali a partir da própria organização da sociedade civil.

Imagino que políticas públicas voltadas para a juventude e o acesso universal à escola, em todos os níveis, seriam decisivas da parte dos governos, desde o município, passando pelo estado até os programas do governo federal. O mais paradoxal é que existem recursos, tanto nas esferas pública como privada, e que nem sempre são conhecidos ou bem utilizados.

O que não pode acontecer é que cada um de nós, especialmente quem é pai ou mãe, fique indiferente a esta verdadeira tragédia que JÁ está diante de nossas portas e narizes. Há um clamor que se avoluma desde milhões de jovens corações que sonham apenas com um futuro decente e digno, um futuro no qual possam aspirar a um trabalho que lhes garanta viver e construir o seu futuro e o das gerações que lhes sucederão. Quem se habilita a assumir esta causa?

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 Por Roberto Zwetsch

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