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.:: Turismo e Inclusão Social ::.

Introdução

 

Quando o turismo foi percebido como uma boa oportunidade de investimento, muitos empresários se interessaram e ele cresceu bruscamente, e na maioria das vezes de forma irregular. Assim, como uma atividade capitalista, o turismo exclui em sua maioria a população local de seus processos e benefícios, o que chamamos de exclusão social.

Portanto, propostas foram criadas para combater a exclusão e promover a inclusão social. Turismo Participativo, onde a comunidade está inserida em todos os processos, e um programa de certificação de comércio justo para a indústria do turismo são algumas dessas propostas.

 

Inclusão Social

 

O turismo é uma atividade capitalista, ou seja, potencialmente excludente. A partir do século XIX, com a Revolução Industrial, surgiu o “turismo moderno” e ganhou força, por volta de 1960, como atividade capitalista globalizada, passando a ser percebido como grande oportunidade de investimentos lucrativos em todo o mundo.

O aumento da exploração do turismo e o crescimento acelerado e descontrolado de países ricos e periféricos tornou-o o assunto de discussões sobre políticas públicas nas conferências internacionais. Foram consideradas necessárias mudanças na política de planejamento e gestão do turismo e de outras áreas, para que esse crescimento não privilegiasse apenas uma pequena parte da população com capital e empreendimentos.

Para falarmos sobre inclusão social, devemos entender o que isso significa. Inclusão social é uma ação que combate a exclusão social geralmente ligada a pessoas de classe social, nível educacional, portadoras de deficiência física, idosas ou minorias raciais entre outras que não têm acesso a várias oportunidades. Inclusão Social é oferecer aos mais necessitados oportunidades de participarem da distribuição de renda do País, dentro de um sistema que beneficie a todos e não somente uma camada da sociedade.

De certa forma, a inclusão social está ligada com o fator da sustentabilidade no turismo, pois é difícil falar de um, sem citar o outro. Os empreendimentos turísticos que tentam praticar o turismo sustentável/ responsável, incluem a população local nos seus projetos.

A proposta de Turismo Participativo é uma maneira de inserir a comunidade no turismo realizado nela. Essa idéia surgiu com a consciência de que deve haver uma participação da população e ganho para esta. A atividade turística interfere na organização dos espaços, na utilização de serviços turísticos e urbanos, assim necessita de controle dos governos e da comunidade onde a atividade está inserida.

A participação da comunidade visa inserir a população em todos os estágios do turismo, desde o levantamento de dados, planejamento, execução até a própria gestão, trabalhando em conselhos formados por associações e líderes da comunidade, representando-os da melhor maneira possível. Eles têm a função de exprimir os sentimentos, necessidades, objetivos, desejos e habilidades da comunidade, para que a atividade esteja de acordo com o potencial e a disponibilidade da comunidade. Os conselhos não têm a função de deliberar, porém representam a população e são de alto valor para as decisões tomadas pelo governo. Nem sempre as decisões do conselho são atendidas, algumas vezes o conselho é contrariado e ignorado, mas é um início de inserir a população local à atividade e dar-lhes o direito às oportunidades do turismo.

A população tem que ser vista não só como mão de obra barata, como a maioria dos empresários do turismo fazem, ela deve ser vista como um agente importante para a implantação da atividade em determinado local. Ela tem o poder de ajudar ou prejudicar o turismo, assim, se ela for inserida da devida forma e se sentir parte do processo e receber os benefícios como todas as partes integrantes, ela dará valor e otimizará a atividade turística. Mas isso só ocorrerá quando toda a população estiver inserida e não houver diferenças sociais na sociedade, onde todos recebam sua parte e que esta seja justa.

A África possui um potencial turístico fantástico, com uma vasta área de lazer, cultura, natureza, que poderia ser explorada de forma sustentável e participativa. Entretanto, a história africana perpetua com a massa negra africana trabalhando como mão de obra barata e desqualificada, sempre à margem de todos os processos desenvolvidos no continente, como o turismo.

O continente hoje passa momentos mais calmos, sem conflitos reais na maioria dos países. Esse fato juntado com as belezas inexploradas e não depredadas ainda, incita o desejo de pessoas do mundo todo de conhecer o continente com tantas diferenças e belezas. Assim o turismo no continente é explorado por luxuosas redes hoteleiras instaladas em lugares excepcionalmente lindos. Eles exploram a mão de obra barata local e os deixam fora da atividade em si incrementando a exclusão social.

Percebemos uma necessidade do governo de criar políticas que conscientizem os empresários e se necessário os obriguem a introduzir a população no processo, por meio de capacitação e investimento na qualificação da mão de obra local, sem importar de outros lugares.

   Sendo assim a África do Sul foi pioneira na implantação de um programa de certificação de comércio justo para a indústria do turismo. O programa, criado pela ONG Fair Trade in Tourism South Africa em 2003, confere selos a hotéis, pousadas, operadoras e outras empresas do setor turístico que trabalham de acordo com as regras do comércio justo – ou seja, pagam salários justos aos seus funcionários, oferecem boas condições de trabalho e respeitam os direitos humanos, a diversidade cultural e o meio ambiente.

Jennifer Seif, diretora executiva da ONG Fair Trade in Tourism South África diz que “Na África do Sul, não podemos falar em turismo sustentável sem pensar em inclusão social, na luta contra a discriminação racial e no empoderamento das comunidades locais”.

O programa da ONG sulafricana já certificou 14 estabelecimentos no país. Alguns são pequenas casas rurais adaptadas para receber turistas; outros, luxuosos ‘safari lounges’ que operam pelo sistema ‘all inclusive’ e tem diárias de até US$ 1 mil. Todos eles têm em comum o respeito aos princípios do comércio justo. Para as empresas certificadas, os benefícios incluem assessoria técnica para operar de modo mais sustentável, maior acesso ao mercado, melhoria na credibilidade junto ao consumidor e troca de experiências com outros estabelecimentos certificados.

Sobre o programa de inclusão social por meio do turismo na África do Sul, José Ferreira de Lima, o Sassá, que trabalha com ecoturismo e turismo de aventura na Chapada dos Veadeiros, no município de Alto Paraíso (GO), conta que “A real possibilidade de inclusão social por meio do turismo em um País mutilado pelo Apartheid, foi a experiência mais marcante. Percebemos que com um esforço conjunto entre governo, entidades associativas e iniciativa privada é possível modificar profundamente um país em pouco tempo. Hoje em dia, na África do Sul é difícil encontrar empreendimentos turísticos que não utilizem na prática os conceitos da sustentabilidade.”

Foi constatado que essa política otimizou o aproveitamento da viagem, pois a amabilidade e simpatia dos habitantes é um aspecto que agrada muito os turistas. Todos os hotéis, lojas, restaurantes, equipamentos, produtos, enfim tudo ligado ao turismo, leva a marca ‘Proudly África’, que significa ‘orgulhosamente África’.

 

Conclusão

 

As inserção de políticas participativas, onde a população não fica à margem do processo e atividade turística diminuiu a exclusão social do país. A África foi mutilada pelo Apartheid há apenas doze anos, o que mostra ser possível mudar um país com a inserção da comunidade, otimizando o turismo e fazendo dele uma atividade sustentável e positiva para todos os participantes do turismo.


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