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Geologia e relevo. O continente africano é constituído basicamente por um escudo pré-cambriano de estrutura tabular, muito erodido e com grandes bacias sedimentares (Saara e Congo). Durante a era secundária, a África se separou do continente de Gonduana, do qual também faziam parte a América do Sul, a Austrália, a Índia e a Antártica. No norte, a placa africana formou, ao chocar-se com a placa eurasiática, uma zona de compressão que, durante a era terciária, originou as cordilheiras alpinas situadas dos dois lados do Mediterrâneo. No setor oriental do continente aparece, em contrapartida, um fenômeno de expansão da crosta terrestre, que se manifesta na formação de uma série de falhas tectônicas orientadas de noroeste a sudeste e de nordeste a sudeste. Tais falhas, que compõem o vale do Rift, ou "grande fossa", são a manifestação de um processo incipiente de formação de uma dorsal oceânica, cujo primeiro resultado foi a separação da península arábica e o surgimento do mar Vermelho, durante a era terciária.

A única cordilheira recente é a do Atlas, situada na zona do Magreb, entre o cabo Bon e a costa atlântica. Esse sistema montanhoso, surgido durante a fase orogênica alpina, consiste em vários alinhamentos separados por vales e planaltos internos, e seu ponto culminante é o monte Tubkhal (4.165m), no trecho mais ocidental.

Ao sul do Atlas se estende o grande planalto desértico do Saara, com superfície de 8.600.000km2 e altitude média de 450m; as depressões de Qattara (Egito) e Bodelê (Tchad), a bacia do Níger e os maciços de Ahaggar (Argélia), Tibesti (Tchad) e Marra (Sudão) são os acidentes geográficos mais importantes dessa zona, caracterizada por suas paisagens de dunas (ergs), planaltos rochosos (hamada ou tasili) e extensões pedregosas (regs). Ao sul do Sahel, zona de transição para os climas tropicais, fica o planalto do Sudão e, já na zona equatorial, se encontra a bacia do Congo, rodeada ao norte e ao sul por planaltos menores e depressões (Tchad, Nilo, Zambeze, Kalahari), a oeste pelos montes Cristal e, a leste, pelo planalto dos grandes lagos; nessa última região erguem-se os maciços de Uganda, Quênia e Tanzânia, de origem vulcânica, nos quais se localizam as maiores altitudes do continente: o Elgon (4.321m), o Quênia (5.494m), o Ruwenzori (5.119m) e o Kilimanjaro (5.895m). A nordeste do vale do Rift, está o maciço da Abissínia, dividido por uma grande fratura no sentido nordeste-sudoeste.

Clima. A distribuição climática da África é basicamente determinada pela latitude das diferentes regiões, estruturadas em faixas simétricas nos hemisférios norte e sul, a partir da linha do equador, que passa pelo centro do continente. Distingue-se em primeiro lugar uma zona de clima equatorial (bacia do Congo, Gabão, Camarão, orla sul do golfo da Guiné e zonas elevadas da África oriental), extremamente úmida e de temperatura elevada, embora moderada pelas chuvas constantes; a oscilação térmica é reduzida, com médias de 25o C. Estendem-se em seguida duas zonas tropicais, ao norte (Sudão) e ao sul (bacia do Zambeze), com estação úmida no verão e seca no inverno.

O Saara e o Kalahari, respectivamente nos hemisférios boreal e austral, constituem duas extensas faixas de clima desértico, muito seco e de grandes amplitudes térmicas -- altas temperaturas durante o dia e rápido esfriamento à noite. Por último, os extremos setentrional e meridional do continente -- o Atlas e a região do Cabo --_ apresentam clima de tipo mediterrâneo seco, com chuvas na primavera e no outono e estiagem no verão. A altitude oceânica e os cursos fluviais introduzem algumas variantes climáticas regionais no esquema geral.

Hidrografia. Apesar de longos e caudalosos, em geral os rios africanos não têm bons leitos para navegação, dado o relevo acidentado de seus cursos inferiores, com numerosas cascatas e corredeiras. Na vertente mediterrânea desembocam os curtos rios do Atlas, entre os quais se destacam o Muluya, o Shelif e o Medjerda, todos de regime torrencial (ueds), e o Nilo, de regime irregular, que com seus 6.690km é o mais longo do mundo. No Índico deságuam o Zambeze e o Limpopo, ambos de regime irregular de cheias; no Atlântico, o Orange, também de tipo tropical, o Congo ou Zaire, de tipo equatorial (caudal regular), o Níger, o Gâmbia e o Senegal, mais irregulares, e, já na costa marroquina, os ueds Tensift e Sebu.

Dos rios que não correm para o mar, o mais importante é o Chari, que desemboca no lago Tchad, o qual vem sofrendo um processo de dessecação natural. A estrutura tabular do continente e o fracionamento do escudo nas zonas de expansão da crosta favoreceram a formação de numerosos lagos, entre os quais cabe citar o Tana (Etiópia), nascente do Nilo Azul, e, mais ao sul, na região dos grandes lagos, o Rodolfo, o Alberto, o Eduardo, o Vitória -- segundo do mundo em extensão, com 69.485km2 --, o Tanganica, com 1.433m de profundidade, e o Niassa.

Flora e fauna. A distribuição climática do continente africano determina diretamente a configuração de suas zonas de vegetação e fauna. A selva equatorial, frondosa e exuberante, abriga numerosas espécies de aves, símios -- chimpanzés e gorilas --, répteis, anfíbios e insetos. Nas zonas tropicais estende-se a savana, paisagem de vegetação herbácea, com árvores de folhas caducas (baobá, sicômoro) isoladas ou em bosques; nas savanas abundam os grandes mamíferos herbívoros (elefantes, rinocerontes, hipopótamos, girafas, búfalos, antílopes, gazelas) e os carnívoros (leões, leopardos, hienas, chacais).

As grandes zonas desérticas do Saara e do Kalahari apresentam vegetação muito escassa, de plantas espinhosas, exceto nos oásis, onde crescem formações de palmeiras; insetos, répteis, roedores e alguns mamíferos de grande porte, como os chacais, constituem a fauna adaptada a essas regiões. Nas zonas mediterrâneas cresce o típico bosque baixo, combinado com maquis, garrigue e bosques de pinheiros e carvalhos, onde habitam numerosas espécies animais de clima temperado: lebres, cabras, raposas, aves de rapina, pombas, perdizes, répteis etc.


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