CLIQUE AQUI para conhecer a história do símbolo da Engenharia Agronômica


Previsão do Tempo
Veja a Previsão do Tempo


EMBRAPAS no Brasil


ARTIGOS E OPINIÕES

A IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA E DO ENGENHEIRO-AGRÔNOMO

EngºAgrº, M.Sc., Luiz Adriano Maia Cordeiro
Professor do Curso de Agronomia FACTU
UNAÍ - MINAS GERAIS
[email protected]

No último dia 12 de outubro comemorou-se, além do dia das crianças e de Nossa Senhora Aparecida, o dia do Engenheiro-Agrônomo. Profissional este que vive momentos difíceis, reflexo da descapitalização e desarticulação que o setor agropecuário vem passando nos últimos anos, particularmente na última década.

Entretanto, a nobreza de seu labor transcende os interesses econômicos e comerciais da atividade agrícola, sendo na verdade uma classe de profissionais com uma difícil e fundamental missão: ofertar o elemento mais básico à manutenção da vida no mundo – o alimento.

Praticar a agricultura (ager, agri = campo; cultura = cultivo) é uma atividade árdua, pesada e exclusiva daqueles que têm amor e devotação à terra e à natureza, vocação esta cada vez mais rara no homem moderno. Sua profissão resume-se em uma arte ...a Agricultura, que é a arte de cultivar os campos e domesticar animais, com fins puramente utilitários ao homem...

A história de sua profissão confunde-se com a história da humanidade, pois, uma vez que homem deixou de ser nômade, na pré-história, onde praticava extrativismo vegetal na busca de alimentos, e passou a cultivar vegetais e produzir seus alimentos, tornou-se agricultor.

De uma atividade empírica (considerada uma arte) a agricultura transformou-se numa atividade técnico-científica (considerada uma ciência), e que precisava, cada vez mais de estudos, pesquisas e trabalho de pessoas com formação acadêmica para assistir o agricultor, orientando-o e monitorando seu desempenho nos campos.

Com a evolução das ciências gerais (Alquimia, Química, Física, Fisiologia, Genética, etc.) ocorreu a evolução da agricultura, e da ciência específica que dela nasceu: a AGRONOMIA (ager, agri = campo; nomos = ciência, leis). Portanto, a Agronomia é a ciência que estuda as leis físicas, químicas e biológicas aplicadas às plantas cultivadas, aos rebanhos, aos solos, ao ambiente, com o objetivo de melhorá-los para produção de alimentos, fibras e energia através do cultivo técnico dos campos, para o progresso das nações e para a evolução e o bem-estar da humanidade.

O surgimento da Agricultura Moderna (onde a escala de produção altera processos tradicionais e seculares de produção) trouxe inseridas inovações nas áreas da mecânica (com substituição do trabalho animal pelo trabalho mecânico), da biofísica (agindo na qualidade e conservação dos produtos, pasteurização, congelamento, secagem, armazenamento e ensilagem), da bioquímica (fertilização de solos e uso de biocidas, "pesticidas", "agrotóxicos") e da biologia (através da seleção e melhoramento genético de plantas e animais, com a aplicação de leis da transmissão de caracteres hereditários descobertas por Johann Mendel).

Através do somatório do uso de máquinas, equipamentos agrícolas, insumos, energia elétrica, novas técnicas cultivo e genética aconteceu uma evolução contínua da agricultura moderna, fazendo com que nos dois últimos séculos, a produtividade do trabalho agrícola (rendimento operacional) multiplicasse por 50 e a do solo agrícola por 10.

Ainda assim, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), hoje em dia mais de 800 milhões de pessoas – a maioria nos países em desenvolvimento – sofre de subnutrição crônica, alimentando-se em menor quantidade do que aquela necessária para atingir os níveis mínimos de energia para a sobrevivência.

Por outro lado, a população mundial cresce à razão de 3 novos habitantes a cada segundo, o que significa 25 mil indivíduos por dia e cerca de 90 a 100 milhões por ano. Até o ano 2050 o Planeta Terra terá uma população entre 9 e 10 bilhões de habitantes. Em comparação com a situação atual, mais 4 bilhões de pessoas terão de ser alimentadas, ou seja, no período de uma geração a quantidade de alimentos hoje disponível terá que ser mais do que duplicada.

Isto vai de encontro com a teoria desenvolvida por Thomas Robert Malthus em 1798, numa pesquisa sobre pobreza de massa populares – obra secular entitulada Ensaio sobre o Princípio de população. Nela o autor dizia que ... existe uma corrida implacável e assimétrica entre o crescimento demográfico, de inexorável progressão geométrica, e a vagarosa progressão aritmética do crescimento agrícola ... E isto tinha, provavelmente, um desfecho catastrófico.

Será que este pesquisador estava certo? Ou será que as críticas a ele é que estavam mais fundamentadas? Por exemplo, o autor Walter Bagehot comentou que Malthus usava fatos inverídicos e inconclusivos. E também, William Godwin criticou aquele autor dizendo que ele ignorava a capacidade da criatividade humana para produzir novos conhecimentos e tecnologias.

O que verifica-se hoje é que, realmente, muitos países obtiveram avanços extraordinários na tecnologia e desenvolvimento da agricultura, ofertando alimentos em quantidade e qualidade para a sua população, exportando excedentes e enriquecendo muito devido a esta atividade.

Por outro lado, na maioria dos países em desenvolvimento observa-se que o ritmo de crescimento da população tem sido mais acelerado do que a disponibilidade de alimentos. E ainda observa-se em muitos países onde há ampla disponibilidade de alimentos, porém, com uma má distribuição de renda, um poder aquisitivo insuficiente para o consumo elementar.

Os cereais são a principal fonte de nutrientes para os seres humanos e dos animais domésticos. Seu consumo atual é de 1,9 bilhão de toneladas por ano, e para atender esta demanda específica no futuro, a produção precisa ser dobrada até o ano de 2020. Em outras palavras, o rendimento de grãos de cereais deve aumentar cerca de 2,4% ao ano nos países produtores.

De uma maneira geral, para atender a crescente demanda da produção de alimentos estima-se que é preciso aumentar em 60% a produtividade das culturas nos países em desenvolvimento e incorporar cerca de 200 milhões de hectares ao processo produtivo, principalmente na região tropical.

Atingir estes níveis de aumento de produtividade é uma tarefa bastante difícil na prática, pois, cerca de 40% de toda a produção agrícola é perdida devido à incidência de doenças, pragas e plantas daninhas. Como conjugar a necessidade crescente por alimentos com a área agricultável disponível e ainda reduzindo estas imensas perdas? A resposta é: com uma agricultura mais eficiente, mais profissional e mais científica, que possibilite o aumento da produtividade por área cultivada.

E este objetivo, evidentemente, somente será atingido através do trabalho de Engenheiros-Agrônomos através do exercício profissional na assistência técnica, na extensão rural, na pesquisa básica e aplicada, no ensino agrícola, no desenvolvimento de novas variedades melhoradas e de novas técnicas de manejo fitotécnico, na utilização de modernas máquinas e implementos agrícolas, na adoção de novas metodologias de gerenciamento, enfim em todo o universo agrícola em sintonia com a nova realidade da globalização da economia mundial.

A responsabilidade técnica da produção de alimentos e fibras (produtos agrícolas) é, portanto, atribuição do Engenheiro-Agrônomo como profissional de nível superior, e sua área de atuação engloba todas as atividades da cadeia produtiva do agronegócio, desde a produção, passando pela colheita, armazenamento, transporte e comercialização de produtos agropecuários.

Assim sendo, a Produção Vegetal, que é um somatório de diversas áreas de estudo como a Fitotecnia, a Ciência dos Solos e a Fitossanidade, configura-se como sendo o principal ramo de atividade do Engenheiro-Agrônomo, que encontra hoje outras opções de atuação profissional como por exemplo, a Administração e Contabilidade Rural, Comercialização Agrícola e Agronegócio, Agroecologia e Estudos de Impactos Ambientais, Biotecnologia, Melhoramento Genético, Tecnologia de Sementes, Engenharia Rural, Mecanização Agrícola, Extensão e Sociologia Rural, Produção Zootécnica e Forragicultura, e ainda o Direito Agrário

O atendimento ao aumento da demanda mundial de alimentos passará pela formação, capacitação, especialização e atuação profissional destes profissionais em contingente suficiente para cobrir as áreas que estão atualmente em produção, e para atuarem futuramente também nas áreas de fronteira agrícola. Necessitamos ampliar o número de postos de trabalho com técnicos capacitados, com experiência de práticas produtivas de campo (visão técnica), mas também com boas noções de administração, economia e comercialização agrícola (visão econômica).

O objetivo é, principalmente, de proporcionar a formação e atuação cada vez maior de empreendedores que gerem bens, serviços e empregos no setor rural, com qualidade de produção e eficiente gestão do agronegócio, dentro de uma harmonia entre teoria e prática, ou seja, de um equilíbrio do perfil profissional executivo e conceptivo.

A amplitude do universo que envolve o conhecimento agronômico e ecológico desta profissão tem dimensões gigantescas, e que deve ser abordado com ênfase na qualidade total, e isto somente é atingido pelo profissional que aprende à aprender, à pensar, à criticar, à reciclar, à integrar, à experimentar, à arriscar, à empreender, à buscar sempre novas soluções para os infindáveis problemas que surgem à cada safra.

Parabéns à você que escolheu esta bela carreira... parabéns Engenheiro-Agrônomo! Continue acreditando nos seus ideais e na sua vocação, pois, saiba que seu trabalho está alimentando o mundo!

 

CADASTRE SEU E-MAIL

 
 
 
 
   
 

Site do Ministério da Agricultura

Portal do Governo do Estado do Piauí

 

Site do CONFEA

CREAS no Brasil

Site do CCA/UFPI

Hosted by www.Geocities.ws

1