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ARTIGOS E OPINIÃO

SITUAÇÃO DO AGRONEGÓCIO E DO AGRICULTOR BRASILEIRO

Engº-Agro, M.Sc., Luiz Adriano Maia Cordeiro
Professor do Curso de Agronomia FACTU
UNAÍ - MINAS GERAIS
[email protected]


Muito fala-se, hoje, em uma "nova revolução" que está acontecendo no campo, graças às inovações tecnológicas da biotecnologia, que associadas à crescente preocupação com o meio ambiente (através de novos sistemas de produção, como o Plantio Direto na Palha), direcionam os avanços que podem alavancar a produtividade agropecuária da safra brasileira nos próximos anos.

Entretanto, foi o novo conceito de AGRONEGÓCIO entendido como sendo toda a cadeia produtiva (que engloba agricultura, pecuária, produção de adubos/fertilizantes, biocidas/defensivos/medicamentos veterinários, máquinas/tratores/equipamentos agrícolas, armazenamento, distribuição/transporte e comercialização/processamento de produtos agrícolas, enfim, desde a fabricação de insumos, a produção nas fazendas, a sua transformação até o seu consumo), que trouxe um maior refinamento administrativo da atividade agrícola.

Isto ocorreu e está ocorrendo em todas as regiões agrícolas do mundo, e no Brasil não está sendo diferente. Durante as décadas de 60 e 70 aconteceu a introdução das chamadas "grandes culturas" (cereais e oleaginosas, como a soja, trigo, arroz, milho, etc.) e início aperfeiçoamento pecuária (principalmente, a bovinocultura, a suinocultura e a avicultura). Mas, no cerrado foi somente a partir das décadas de 80 e 90 que a tecnologia agronômica alcançou e viabilizou o desenvolvimento real desta parte do Brasil Central, principalmente, devido ao melhoramento genético da cultura da soja. 

Atualmente, o nosso País passa por uma imensa transição socio-econômica caracterizada por uma perda de renda inédita, tanto pela ineficiente da ação governamental, quanto pela desarticulação do setor privado, cuja principal conseqüência é a DESCAPITALIZAÇÃO quase absoluta da agricultura (endividamento, queda de investimentos, abandono da atividade rural, falências, etc.).

Frente à este cenário, o conceito integrado de cadeia produtiva e agronegócio, faz com que a agricultura (mais articulada e eficiente e com maior agregação de valor) deixe definitivamente de ser uma atividade arcaica e ineficiente (com raras exceções) e passe a ser encarada como atividade empresarial, e como tal, gere lucros significativos ao empresário rural. Nós temos potencial ecológico e tecnológico para isso, basta existir condições socio-econômicas e políticas favoráveis por parte de quem dirige o País, e organização por parte de quem produz.

A adoção planejada de mecanismos mercantis mais modernos e sistemas organizacionais clássicos (como cooperativismo, associativismo, parcerias, alianças estratégicas, mercado futuro, bolsas de mercadorias, etc.) podem transformar a realidade do produtor, uma vez que, deseja-se o abandono da atual postura passiva desta classe, no sentido de esperar que sempre a intervenção governamental resolverá os problemas da economia e melhorará (num passe de mágica) a questão da renda no campo.

Aumentando o controle de custos de produção e monitorando os riscos inerentes à sua atividade (que são muitos), o agricultor pode obter tanto produção e como preços mais estáveis. Além disso, a atuação interdependente entre produtores, comerciantes e consumidores (em sintonia) traz maior agilidade ao setor, configurando um sistema mais profissional e mais sério.

A GLOBALIZAÇÃO e a ABERTURA ECONÔMICA possibilitaram que o setor agrícola brasileiro (na atual década) experimentasse transformações estruturais influenciadas por um comércio internacional dos produtos agrícolas, dominado pelas chamadas commodities agrícolas (ou seja, mercadoria ou artigo agrícola de venda com cotação internacional), que vêm apresentando: sinais de saturação, margens de lucro decrescentes por unidade de produto, necessidade de maior integração das propriedades nas cadeias produtivas, dependência cada vez maior de suporte científico e tecnológico na atividade de produção agropecuária (formação e atuação profissional de Engenheiros-Agrônomos e pesquisa agronômica), atendimento a novas exigências de padronização / classificação e controle de qualidade dos produtos agropecuários, e, aumento da demanda por processos de gestão.

Portanto, o moderno AGRONEGÓCIO (ou agribusiness) traz consigo a situação de produtores rurais tradicionais confrontando-se com complexos sistemas produtivos, comerciais, cadeias agroalimentares multinacionais, esquemas institucionais e organizações sociais, nos quais a "unidade de produção rural", ou seja a propriedade rural, constitui um elemento de vital importância ao sistema. Porém, deve estar integrada numa rede de vinculações a outros sistemas: comercial, financeiro, de infraestrutura, de tecnologia, de relações gerenciais do trabalho, e de todo aparato institucional público e privado.

Outra constatação importante, refere-se ao fato de que a maior parte da AGREGAÇÃO DE VALOR à produção agropecuária acontece fora das propriedades rurais ("fora da porteira"), e isto reforça mais ainda o reconhecimento da necessidade de sua inserção nesse amplo contexto de agronegócio.

Do ponto vista logístico, as principais estratégias de desenvolvimento do agronegócio nacional passam, necessariamente, pela integração dos diversos segmentos que compõem essa cadeia produtiva associadas, contudo, a ações e projetos cooperativos de CIÊNCIA e de TECNOLOGIA - cerne da competitividade, desenvolvimento e crescimento de qualquer setor.

Existe portanto, uma necessidade emergencial de apoio e investimentos no setor produtivo agropecuário, pois, temos a oportunidade histórica de inserção do Brasil no "1o Mundo" como maior produtor e exportador de alimentos do planeta. Porém, atingir estes níveis de aumento de produtividade é uma tarefa bastante difícil na prática, pois, cerca de 40% de toda a produção agrícola é perdida devido à incidência de doenças, pragas e plantas daninhas. Como conjugar então a necessidade crescente por alimentos com a área agricultável disponível e ainda reduzindo estas imensas perdas? A resposta é: com uma agricultura mais eficiente e mais sustentável que possibilite o aumento da produtividade por área cultivada.

No Brasil, em 1989 a safra de grãos atingiu o volume de 70 milhões de toneladas, e dez anos depois nas últimas safras, ainda não havia ultrapassado o patamar de 80 milhões de toneladas. Além disso, a cada ano aumentam as importações de trigo, milho, arroz e até feijão, num mecanismo momentâneo em que o governo ativa a compra direta de países produtores, obviamente, em detrimento da agricultura nacional numa tentativa equivocada de resolver problemas de abastecimento sem fomentar a atividade primária dentro do País, e sim, injetando divisas em outras economias.

Mesmo com um aumento na produção de grãos em uma década, a produtividade brasileira de grãos cresceu, isto porque, a área de cultivo caiu de 40 milhões de hectares para em torno de 36 milhões de hectares nas últimas safras. Em suma, em uma área 17% menor, conseguiu-se produzir 14% a mais o volume de grãos por área. Hoje, esta proporção engloba uma área de plantio que sofreu redução de 12%, com uma produção em torno de 60% maior, levando-se em conta uma safra pouco maior do que 80 milhões de toneladas (aproximadamente 85 milhões de toneladas).

E isto, evidentemente, somente foi conseguido devido ao trabalho e atuação eficiente de produtores e Engenheiros-Agrônomos através do exercício profissional nas lavouras, na assistência técnica, extensão rural, pesquisa básica e aplicada, no desenvolvimento de novas variedades melhoradas e de novas técnicas de manejo fitotécnico, utilização de modernas máquinas e implementos agrícolas, adoção de novas metodologias de gerenciamento e administração rural, aplicação de novos canais e formas de comercialização, tudo isto, em sintonia com esta nova realidade do agronegócio e da globalização da economia.

Em nível mundial, podem ser cultivados em torno de 3,6 bilhões de hectares, estando nos Países Tropicais as maiores áreas de reserva, como por exemplo, os Cerrados brasileiros (savanas tropicais), que dispõe de 200 milhões de hectares, dos quais somente um quarto desta área é aproveitada hoje em dia com agricultura e pecuária extensiva. Portanto, é exatamente nestas últimas áreas de fronteira agrícola (com extensão, solo, água renovável, radiação solar em abundância e tecnologia viáveis), que incluem em torno de 100 milhões de hectares aptos ao cultivo localizados no Brasil Central, Centro-Oeste e parte da Região Norte e Nordeste que está o "futuro celeiro" do mundo.

Cabe a nós produtores, engenheiros-agrônomos, técnicos, empresários, comunidade rural em geral fazer bom uso desta terra abençoada e dela usufruir sem degradar, aperfeiçoando, desta forma, a única atividade da economia brasileira com potencial competitivo no mercado internacional e capaz de transformar a nossa realidade - a AGRICULTURA.

 

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