Ordem Rosacruz
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do Terceiro Milênio
Maria no Processo da Evolução
A
Ascensão de Maria e o combate dos anjos, sobre a Terra na qual o homem
luta pela salvação. Este painel, intitulado "A Mulher e o Dragão",
faz parte do tríptico sobre o Apocalipse encomendado pelo Hospital Saint-Jean
(Bruges). Foi pintado por Memling (1475-1479).
por
Vicente
Velado, OSB (*)
Abade
da Ordo Svmmvm Bonvm
Zelador
da Sancta Ordo Exorcista
Em 15 de março de 2001, durante a tradicional catequese das Quintas-Feiras (1), o Papa João Paulo II dedicou-se ao tema "Maria, Imagem Escatológica da Igreja". Disse o Santo Padre que "Maria é a imagem da Igreja e a expressão perfeita da liberdade a que aspira o homem em sua vida". Convém lembrar aqui que tal é a importância de Maria no misticismo ocidental que transcende a linha divisória das religiões, tanto assim que o Profeta (2) lhe dedica uma surata inteira no Alcorão, na qual é cantada a pureza de Miriam (Maria), a Mãe de Deus para os católicos e a Mãe do Profeta Jesus para os maometanos.
Quando os judeus constituíram Deus à imagem de sua cultura machista, os místicos que escreveram a Bíblia em nome de Jeová, guiados pelo Espírito Santo, não conseguiram escapar dos grilhões mentais de tal cultura e trataram de imputar a Eva a culpa pela queda do homem -eis que ela aceita a maçã ofertada por Satanás e faz com que Adão a coma, desgraçando sua posteridade. Para libertar o homem dessa miséria surge Jesus, nascido de uma virgem, e a dignidade da mulher é restituída misticamente, para a salvação da humanidade.
O demônio, sempre alerta, vem através das eras tratando de vilipendiar a imagem da mulher, para melhor poder atingir os homens. Muitas têm sido as táticas adotadas para a consecução dessa estratégia: a mulher é silenciada e reduzida a objeto sexual, a ser de segunda categoria, a escrava dos machos, e chega a ter o clitóris amputado, em certas tribos africanas, para que não tenha orgasmo e sirva unicamente como objeto do prazer masculino e máquina reprodutora.
Jesus veio, entre outras coisas, para por um paradeiro a essas monstruosidades engendradas pelo anjo decaído, a quem foi dado poder no Reino da Dualidade para a manifestação dos eventos na matéria. "Meu Reino não é deste mundo", diz Jesus, apontando Satã como o príncipe do Plano Objetivo; mas ao mesmo tempo, intrinsecamente revolucionário, Jesus prega o exercício da caridade, da tolerância, da justiça social e do amor incondicional, para a melhoria da qualidade de vida neste mesmo Plano, o mundo material, que não é o seu Reino, mas é onde os homens e mulheres vivem. Então os banqueiros (3) judeus e seus patrões romanos o crucificam e a história da humanidade muda inexoravelmente, pelas mãos do Apóstolo Paulo.
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O objetivo do Príncipe das Trevas é simples e claro: impedir a evolução da consciência coletiva dos seres manifestados no Plano Material, porque com isso escapariam ao seu domínio - o primado da matéria - e enfraqueceriam seu poder como Lei Cósmica.
Tem-se que a pureza da mulher, representada por Maria, é uma das principais alavancas para a evolução da humanidade no sentido de abrir horizontes de compreensão, por seu exemplo como símbolo místico. A própria Igreja fez desse símbolo o cerne de sua doutrina, com o Dogma da Mãe de Deus, cujo entendimento é facultado ao membros do seu Círculo Interno.
Pode-se afirmar com segurança absoluta que onde a imagem de Maria é vilipendiada ali está a marca de Satanás.
Se durante a Idade Média a mulher foi enxovalhada e fustigada (inclusive por membros da própria Igreja, que haviam conscientemente vendido suas almas ao demônio), com o alvorecer da Sociedade de Consumo esse quadro não só não melhorou como se agravou, apesar das enganosas aparências de libertação. A mulher foi emancipada para votar e trabalhar fora, disputando o mercado de trabalho com os homens, mas nunca o diabo obrou tanto como agora para achincalhar sua imagem. Recentemente, em uma Lista de Discussão da Fraternidade Rosacruz, foi postada mensagem contendo um alerta contra o funk, no qual pode-se ler estas estrofes:
"Máquina de sexo, eu transo igual a um animal/A Chatuba de Mesquita do bonde do sexo anal/Chatuba come cu e depois come xereca/Ranca cabaço, é o bonde dos careca".
"Me chama de cachorra, que eu faço au-au/Me chama de gatinha, que eu faço miau/Goza na cara, goza na boca/goza onde quiser".
Nestas "letras", embasadas em um refrão musical hipnótico, copiado dos guetos negros americanos, o boçal a serviço da Grande Loja Negra externa as fórmulas ritualísticas para a conspurcação do símbolo sagrado: a mulher reduzida a objeto sexual se submete e compactua com o aviltador, consumando-se o escárnio no qual o anjo decaído se compraz para melhor ofender a Deus. (**)
Formas de contracultura têm se expressado de maneira pretensamente musical na atual Sociedade de Consumo e reconheça-se que algumas delas, a despeito de sua abjeção, funcionam como catarse, devolvendo a cidadania a grupos marginalizados, como é o caso do rap no Brasil; antes, os habitantes dos guetos tinham vergonha de sua condição e tentavam escondê-la; com o rap, passaram a ostentá-la, adquirindo autenticidade - um começo, para quem não tem nada com que fazer a escada inicial que o levará ao patamar de onde poderá ver, de longe, a Ética. Observe-se, porém, que essa vertente do rap em momento algum se dedica a enxovalhar a imagem feminina.
Vicejando (vicejando?) no lodaçal defecado neste mundo pela Revolução Industrial (4) os políticos do Terceiro Mundo não só consentem nesse tipo de achincalhe como o incentivam, com um duplo objetivo: promover a imbecilização das massas a fim de que possam ser facilmente manobradas e perpetuar a continuidade dos guetos, para com isso garantir os votos. Dificilmente se encontrará na espécie humana tipo mais execrável que o desses políticos. O simples fato de ter sido eleito, em tais condições como as do Terceiro Mundo, já coloca qualquer um sob suspeição, pois que nenhum homem de bem tem acesso ao status de ser elegível; para isso haverá ter compactuado com corruptos, traficantes de drogas, ladrões e toda essa fauna que chega ao poder a serviço do Príncipe das Trevas.
Deve-se ressaltar que justamente o contrário disso tudo tem sido feito pelas Ordens e Fraternidades Rosacruzes, que têm preservado o sentido místico dos símbolos sagrados do Cristianismo. Em última análise, essas organizações têm sido as guardiãs da mensagem de Jesus Cristo e têm dignificado a imagem da mulher, como se vê nos rituais de Templo da A.M.O.R.C.
Retornando aqui ao tema abordado por Sua Santidade em 15 de Março de 2001, o Papa recordou que no Apocalipse de São João se narra como "contra Maria e a Igreja se levanta o dragão que evoca Satanás e ao Mal". Fazendo uma interpretação mariana de uma passagem do Apocalipse, o Pontífice assinala que "Maria, seu Filho e a Igreja representam a aparente debilidade e pequenez do amor, da verdade e da justiça. Contra eles se arroja a monstruosa energia devastadora da violência, da mentira, da injustiça".
O Bispo de Roma enfatiza que "ao se contemplar esse mistério em perspectiva mariana podemos afirmar que Maria, junto com seu Filho, é a imagem mais perfeita da liberdade e da liberação da humanidade e do cosmos". João Paulo II finalizou sua abordagem exortando a humanidade a "fixar seus olhos sobre Maria, imagem da Igreja peregrina no deserto da história, porém encaminhada para a meta gloriosa da Jerusalém celestial".
Nota dos Editores:
(*) O Frater Vicente Velado, eremita da Ordem Beneditina, integra a Hierarquia Esotérica da AMORC , da qual é membro vitalício. Este artigo representa opinião pessoal sua e não opinião oficial da AMORC.
(**)A esse respeito leia-se o capítulo do livro "O Eremita", no qual o Frater Velado afirma ter surpreendido Satanás rezando a Santa Missa em uma igreja do interior do Brasil. Para ler esse capítulo clique aqui.
Leia a entrevista do Frater Velado: "Como me Tornei Eremita"
Notas do Autor:
(1) A Quinta-Feira
é o Dia Santo da Igreja, consagrado à vocação mística infundidade pelo Espírito
Santo.
(2) Maomé.
(3)Naquela época não existiam bancos, como hoje se os entende, mas a atividade de banqueiro era exercida in totum por membros da elite judaica. Observe-se que na sociedade moderna a situação se repete, com a Águia Romana empunhada pelo Tio Sam, que rende vassalagem aos banqueiros internacionais: Jesus é recrucificado todos os dias, minuto-a-minuto, no homem do povo.
(4)Leia-se a esse respeito o Manifesto do Unabomber, no qual ele prega a necessidade da destruição da atual sociedade, "por não ser mais possível recuperá-la". Neste documento, o terrorista assinala logo de início que "A Revolução Industrial foi uma desgraça para a raça humana".
Nota especial: A íntegra da mensagem postada em lista de discussão referida neste artigo pode ser lida no link abaixo (é a mensagem de número 428)
Lista
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