AS ´PLANTAS MEDICINAIS ESTÃO EM ORDEM ALFABETICA DE ACORDO COM

O SEU NOME EM LATIM (NOME CIENTIFICO)

 

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Alho

Nome Científico: Allium sativum
Características: Desde o início da civilização humana, o alho exerce importante papel tanto na culinária quanto na Medicina. Originário provavelmente da Sicília ou da Ásia Ocidental, é utilizado há mais de 5 mil anos pelos hindus, árabes e egípcios. No Brasil, o alho chegou com os portugueses, na época do descobrimento. Pertence à mesma família da cebola e alho-poró. Sua planta pode medir de 50 a 70cm de altura, com folhas estreitas e alongadas.


Indicações e Usos: Um dos temperos mais populares em todo o mundo, o alho possui excelentes propriedades curativas e preventivas de algumas doenças. O alho regula a gordura do sangue; equilibra a flora medicinal, impedindo o crescimento de bactérias indesejáveis; regula a glicose do sangue. Previne gripes e resfriados e é muito indicado para doenças catarrais como bronquite, asma, pneumonia e tuberculose. Poderoso desinfetante do organismo, combate toxinas intestinais e expulsa vermes (por meio de chás). É um tônico superestimulante para revitalizar pessoas esgotadas e enfraquecidas. Reduz a pressão alta e previne os tumores malignos e a arteriosclerose (endurecimento dos vasos sanguíneos). Desintoxica os fumantes e reduz os efeitos da poluição do ar. A Medicina Popular também comprova o uso externo do alho contra calos, verrugas, picadas de inseto e até sarna.

Atenção:Comer alho em excesso pode causar dor de cabeça, no estômago, nos rins, provocar vômitos e até diarréia.



Segundo os supersticiosos, o alho afasta maus-olhados e energias negativas.


Alho-Poró

Nome Científico: Allium porrum
Características: Originário da Europa, o alho-poró é uma herbácea do mesmo gênero do alho e da cebola. A planta cresce em média 40 a 60cm de altura e tem um diâmetro entre três e seis centímetros. Suas folhas largas sobrepõem-se umas às outras na base da planta até formarem um talo redondo, que, ao encontrar a terra, torna-se bojudo. Em alguns aspectos lembra a planta do alho, mas não produz a "cabeça" ou bulbo com dentes.


Indicações e Usos: Tem quase todas as qualidades e propriedades nutritivas do alho. É usado em sopas, refogados e saladas, e como acompanhamento de leguminosas e carnes. Quando consumido cru, o alho-poró possui grande quantidade de vitaminas C e B1. Cru ou cozido, é uma rica fonte de ferro e vitamina E. O chá desta planta, preparado com um bulbo em 250ml de água fervente por 10 minutos, possui propriedades diuréticas. Por este motivo, a medicina popular afirma que o alho-poró dissolve cálculos renais. Possui, também, pequenas quantidades de várias substâncias presentes na cebola. Por isso, em pequena escala, ajuda a baixar a taxa de colesterol e descongestiona as vias respiratórias.



Em algumas regiões do país, esta herbácea é conhecida como porro.

 

Milefólio (Aquiléia)

(mil folhas)

Achillea millefolium L.
Asteraceae (Compositae)


Achillea millefolium O milefólio(MIL FOLHAS} é uma planta herbácea perene com caules eretos e terminados por ricas panículas compostas de pequenos capítulos de flores brancas ou rosadas. As folhas tanto terrestres como caulinas são lanceoladas e duas a três vezes penatissectas. Os frutos são aquênios. É uma espécie comum na Europa e na Ásia, onde se encontra à beira dos campos, nos prados, sobre as encostas secas e mesmo na floresta.

São colhidas as partes não lenhosas do caule com folhas ou simplesmente a flor. O caule é cortado à mão no começo da floração e secado com calor natural ou artificial (até 35°C). A flor é colhida igualmente à mão, cortando com a unha os capítulos individuais com 1 cm de caule aproximadamente. Estas partes ativas devem ser conservadas em local seco e na obscuridade. Contêm um óleo essencial, produto da destilação da matricina presente nas partes vegetais. Este óleo tem uma coloração azulada que se deve à presença de azulenos. O milefólio contém igualmente alcalóides, a aquileína e a estiquidrina, taninos, sucos amargos e outras substâncias. É utilizado em administrações internas contra as perturbações gástricas, a diarréia, os gases intestinais, como hemostático e contra as dores da menstruação. A infusão é feita com duas colheres de chá de partes ativas por chávena de água e deve ser consumida no próprio dia. O milefólio não deve ser tomado em doses fortes nem durante um período prolongado. Sobre as feridas supurantes, as erupções, o eczema, para lavagem das mãos rachadas, como gargarejo e na higiene ginecológica, utiliza-se uma decocção cerca de duas vezes mais concentrada.

Indicações e Usos: Tem várias indicações terapêuticas. É um bom tônico estomacal devido às suas propriedades tônico-aromáticas, e ajuda a eliminar mucos intestinais, catarros, escarros e vômitos sanguíneos. Estimula a secreção estomacal e biliar. Depurativa, age sobre os rins e a bexiga. Tem ação sobre as hemorróidas, combate a insônia e alivia as cãibras. O chá de mil-folhas é eficaz nas diarréias, má digestão, problemas do fígado e febres intestinais. Também pode ser usada em banho de assento para tratar de hemorróidas. Contra o nervosismo e esgotamento físico e mental a raiz da planta tem um efeito único. As pessoas sujeitas a erupções e feridas na pele também devem fazer uso constante da planta, principalmente em saladas cruas. Crua, a mil-folhas desintoxica o organismo, depura o sangue e ativa as funções renais.

Atenção: É importante lembrar que esta erva não deve ser empregada durante a gravidez, pois pode provocar sangramentos.



O termo que designa esta erva no meio científico, achilea, remete a Aquiles, que na Batalha de Tróia curou guerreiros com a mil-folhas.


 

 

 


Acônito

Aconitum napellus L.
Ranunculaceae


Aconitum napellus Planta perene com raizes tuberosas, caule ereto e folhas alternas palmatipartidas. Na parte superior do caule forma-se um cacho floral ramificado, composto de flores azuis com a forma característica de elmo. O fruto é uma vesícula. A espécie européia, espalhada em toda a zona temperada até a Suécia, cresce espontaneamente nos bosques sombrios e nas florestas frondosas. É uma planta protegida em numerosos países. É cultivada em grande escala para fins farmacêuticos.

São colhidos os tubérculos, mas unicamente os tubérculos laterais formados na Primavera. Depois de muito bem limpos e desembaraçados das raízes e das partes verdes, os tubérculos são cortados no sentido do comprimento e secos rapidamente a uma temperatura de 40ºC a 50ºC. O manuseamento das plantas e das partes colhidas requer a maior prudência, pois toda a planta é muito venenosa. Os tubérculos contêm até 1,5% de terpenóides azotados - aconitina, napelina benziaconitina -, açúcares, amido e outras substâncias. Em dose elevada, a aconitina é um dos mais violentos venenos para o sistema nervoso, e os tubérculos colhidos servem essencialmente para obter esse alcalóide. É utilizada como componente de misturas medicinais analgésicas (reumatismos, gota, ciática, dores de dentes), fornecidas unicamente mediante receita médica. É igualmente um remédio eficaz contra as dores e as afecções devidas a resfriamentos.

O envenenamento manifesta-se por salivação excessiva, falta de ar, tremuras, aceleração do pulso e do rítmo respiratório. 10g de raiz constituem uma dose letal.

 


Cálamo-aromático

Acorus calamus L.
Araceae


Acorus calamus Duas espécies perenes aquáticas rizomosas constituem este gênero nativo na Ásia do norte e oriental e América do Norte. Acorus calamus também é naturalizado na Europa. Acorus foi cultivado e comerciado durante mais de 4,000 anos. Chegou à Europa oriental provavelmente da Mongólia e Sibéria durante o século XIII, esparramando-se para a Europa ocidental no século XVI. Formas matizadas são populares como ornamentais, para plantio ao lado de águas e como planta comestível. Acorus gramineus foi mencionado na medicina chinesa como erva medicinal durante a dinastia Song (Século XII a XIV).

Acorus Calamus é uma planta perene dos locais pantanosos, com rizoma espessoe ramificado, apresentando folhas gladioladas com odor de mexerica. O caule nu de secção triangular possui um espádice cilíndrico e oblíquo composto por flores verde-amareladas, estéreis no clima europeu, que, aparecem no verão. Na sua terra de origem, a índia, as flores transformam-se em bagas. No século XVI o cálamo-aromático foi plantado no Jardim Botânico de Viena, de onde se espalhou para os jardins vizinhos, acabando por se naturalizar. É utilizado desde tempos muito antigos como planta medicinal e aromática. Acorus gramineus é uma planta muito variável, perene, semi-sempre-viva com rizomas ramificados e fortes folhas parecidas como de gramíneas. Diminutas flores esverdeadas aparecem no verão em um espádice de 5 a 10cm de tamanho. Acorus gramineus foi mencionado como planta medicinal na China durante a dinastia Song (séculos X e XI).

Acorus gramineus
Acorus gramineus
Ambas espécies são usadas para propósitos medicinais. Colhe-se o rizoma. Uma vez retirado do fundo lodoso dos ribeiros e dos lagos, o rizoma deve ser muito bem limpo, eventualmente pelado e colocado num secador a uma temperatura constante de 35°C. Obtém-se um produto fortemente aromático composto sobretudo de asarona (um componente tranqüilizante e antibiótico que é potencialmente carcinogênico), geraniol, sesquiterpenos, taninos e sucos amargos, acorina e acoretina. O cálamo-aromático é um amargo estomáquico particularmente eficaz: serve para corrigir as disfunções do aparelho digestivo, estimular o apetite, melhorar a digestão e a secreção dos sucos gástricos, atenuar as dificuldades digestivas. O seu uso externo tem um efeito rubificante e é utilizado igualmente em banhos fortificantes do sistema nervoso. Serve também para preparar um óleo aromático e remédios estomacais amargos, assim como tisanas e gotas que têm os mesmos efeitos. O óleo extraído das plantas da América do Norte e da Sibéria são isentos de asarona.


Podagraria

Aegopodium podagraria L.
Umbelliferae (Apiaceae)


Aegopodium podagraria O gênero Aegopodium é constituído por sete espécies de pequenas plantas perenes. A origem do nome vem do grego "Aigos", gota, e "podos", pé. "Podagraria" deriva do termo latino "podagra", gota, e refere-se ao uso medicinal da planta.

Aegopodium podagraria é uma planta da sombra úmida e dos solos fofos. Ela cresce sob as árvores dos bosques e, a partir dai, se espalha pelas margens dos bosques, pelas clareiras, pelas margens de rios e riachos, ao longo dos caminhos sombreados, sob as árvores frutíferas e finalmente nos jardins. Suas folhas grandes, divididas em até três partes, se assemelham às da Angélica, daí o nome popular francês de "pequena angélica". O Aegopodium contém muita água, aproximadamente 90%, mas apesar disso é aromático. Também nesta Umbelífera dos bosques o rizoma retém muita vitalidade, e não a libera nem mesmo na floração. A haste floral ascende portando grandes e belas umbelas brancas desabrochadas. Quando já se formaram as sementes secas, semelhantes às do cominho, então a planta começa a murchar e durante este processo de morte, começa sob a terra um forte processo de crescimento. O rizoma emite grande quantidade de brotos, os vegetativos e os reprodutores, estes últimos irão produzir as hastes florais do próximo ano.

O Aegopodium encerra no domínio da raiz as atividades que não foram transmitidas ao processo floral, Ele penetra com sua vitalidade o terrestre-mineral, dando forma ao aquoso, aromatizando, aerando e aquecendo esse elemento aquoso. Estes processos fazem do Aegopodium uma planta medicinal. Durante séculos ele foi considerado um bom remédio contra a gota. Nesta doença, o corpo físico escapa à atividade formativa intensa imposta pelo Eu; desta maneira o corpo astral substitui o Eu e resulta disso um catabolismo que não é mais dominado pelo Eu e que se traduz pelos depósitos e acúmulos de sais. Este processo é combatido pelo Aegopodium, ele estabeleceu um equilíbrio preciso entre os processos do ar (astral) e do calor (Eu) com o líquido (etérico) e o sólido (físico). Este vegetal, apesar de estar muito unido aos processos minerais do solo, continua plástico e fluido. Nesta planta as atividades antiespasmódicas, analgésicas e glandulares estão recolhidas em relação às outras Umbelíferas.

 

 


Castanheiro-da-índia

Aesculus hippocastanum L.
Hippocastanaceae


Aesculus hippocastanum A família das Hipocastenáceas tem menos de vinte espécies. A maior parte pertencente ao gênero Aesculus e outras duas ao gênero Billia, nativo da America Central. O gênero Aesculus consta de 13 espécies de árvores e arbustos decíduos que ocorrem no sudeste da Europa, Ásia oriental e América do Norte; Aesculus hippocastanum é nativo nos Bálcans e Himalaias. Introduzido na Europa no século XVI, o castanheiro da Índia têm uma bonita folhagem que fica de cor marrom-vivo no outono. As sementes se assemelham às do castanheiro comestível (Castanea sativa).

O castanheiro-da-índia é uma grande árvore cuja madeira é quebradiça e os brotos são pegajosos. Os ramos são cobertos de folhas opostas em forma de palma. As flores branco-amareladas estão dispostas em panículas e aparecem no início da primavera. O fruto é uma cápsula espinhosa que contém de uma a três sementes de coloração vermelho-marrom brilhante.

São colhidos a casca e sementes maduras no outono para uso em extratos líquidos e decocção, mas sobretudo as sementes ou castanhas, completamente maduras, no momento em que caem das cápsulas. São depois moídas, secas e processadas industrialmente. Aesculus hippocastanum As castanhas contêm até 28% de saponina, assim como aescina, aesculina, fraxina e taninos. Entram na composição de remédios de fabrico industrial, utilizados no tratamento das afecções cardíacas ou circulatórias. As matérias ativas atuam sobre a resistência das paredes venosas, aumentam a permeabilidade das coronárias e afetam igualmente a coagulação sanguínea. São também aplicadas no tratamento das inflamações das vias respiratórias superiores (expectorantes), das varizes e edema advindo de trauma severo. A medicina popular emprega esta castanha contra as diarréias persistentes, a disenteria, e no passado era mesmo usada para tratar a malária. Em aplicações externas, a decocção da castanha-da-índia serve para lavar feridas, frieiras e hemorróidas. As sementes contêm igualmente componentes do tipo cumarino que servem como aditivo dos cremes solares e protetores. Desde que o ingrediente ativo, a aescina, é muito pouco absorvido em seu estado natural, as sementes são cortadas e assadas antes de seu uso.

As castanhas têm também utilidade industrial, podendo servir para fabricar detergentes e produtos espumosos para extintores. Constituem igualmente um precioso alimento para numerosos animais sendo usado suas folhas e frutos como forragem e para tratar tosses em cavalos e gado.

 

 

 


Alquemila

Alchemilla vulgaris
Rosaceae


Alchemilla vulgaris Como todas as Rosáceas, esta pequena planta dos prados realiza uma bela harmonia entre as forças de dilatação e as forças de formação. As primeiras, favorecidas por um substrato úmido e as outras, pelo ar livre. É uma erva graciosa que só de olhar alegra o coração. Apesar disso, é uma variante unilateral, apesar de ser muito graciosa, do tipo Rosácea.

O principal órgão nesta planta é a folha. Nesta planta, a folha penada, típica das Rosáceas, está modificada e ela se encerra numa superfície arredondada e parece uma tigelinha cheia de pontas; a folha tem mais um aspecto de flor, Tais folhas estão reunidas numa roseta e munida de longos pecíolos ligados ao rizoma. Tudo aquilo que permanece de tendência penada é uma débil prega do limbo, limbo esse que se tornou côncavo, característica essa que é um atributo exclusivo das flores. Tais folhas secretam cada manhã gotículas d'água, e esse exudato permanece no centro de folha côncava e constitui um falso néctar. Nesta planta, as forças matinais da luz comprimem, de alguma maneira, o organismo dos líquidos, e isso se dá de maneira tão intensa que esse líquido é eliminado sob a forma dessas pequenas gotas que se reúnem no centro da folha. A gênese mais nobre do néctar, nas flores, resulta de uma pressão análoga, porém essa pressão não mais provém da esfera etérica, mas sim da astral, pressionando as glândulas especializadas dessa planta, e assim a Alchemilla realiza essa sudação, produz esse "orvalho".

O orvalho se forma no ar e está relacionado com a expiração matinal das forças etéricas da terra. (para maiores detalhes, consultar a obra "Terra e Homem" de Gunther Wachsmuth). São principalmente as forças do éter químico que se manifestam no fenômeno do orvalho (forças de condensação). As gotas do orvalho são retidas por pequeninos pelos situados na superfície da folha da Alchemilla. O fato dos alquimistas utilizarem em seus trabalhos esta "água proveniente dos céus", visando preparar a pedra filosofal, fez a planta receber o nome de Alchemilla, derivada de alquimista.

A inflorescência surge no centro da roseta foliar, e esse elemento foliar também se faz presente no eixo da inflorescência, porém ela não se metamorfoseia; as flores presentes nesse eixo não alteram a sua forma; o elemento foliar permanece inalterado e indomável até nas partes mais elevadas da planta, junto às suas flores, flores essas que nessa planta receberam uma enorme influência do elemento foliar que as transformou. A flor da Alchemilla desenvolve apenas um cálice e um calículo, As pétalas estão ausentes e a flor é verde - apenas um verde um pouco mais dourado do que as folhas. Apesar disso, tais flores apresentam um perfume melífico e tal aroma testemunha a natureza floral desta planta que pertence às Rosáceas. É a partir desta entrada do foliar no floral que podemos procurar a "signatura" da Alchemilla, ou seja, é a partir deste processo foliar presente no domínio floral que nós podemos procurar a natureza desta planta, e de sua ação medicinal, A região correspondente no Homem não se situa nos ritmos do coração a do pulmão, mas no útero. Este órgão rítmico, que foi levado até o domínio metabólico, podo ser visto, sob certo aspecto, como um "coração metamorfoseado".

A Alchemilla é a planta dos partos sadios, e da rápida cicatrização após o nascimento, é uma planta que faz cessarem as hemorragias uterinas. Ela ajuda a restabelecer o corpo astral da mãe na região abdominal, região essa da qual ele foi, de maneira muito intensa, excluído durante a gravidez, período dos crescimentos hipertrofiados.

 

 

 


Malva-do-pântano

Althaea officinalis L.
Malvaceae


Althaea officinalis O gênero Althaea consta de cerca de l2 espécies de plantas anuais e perenes, bastante semelhante ao gênero Malva, ocorrendo ao longo da Europa ocidental, Ásia Central e norte da África. Este gênero incluía antigamente Alcea rosea chamada então Althaea rosea. O nome Althaea vem do grego altha, curar, e refere-se às propriedades curativas destas plantas.

Althaea officinalis Altéia ou Malva-do-pântano, é uma planta herbácea perene com raiz ramificada amarela e caules altos e eretos cobertos de folhas alternas. Toda a planta é coberta de lanugem macia. Na axila das folhas nascem cachos paucifloros compostos de flores brancas ou rosadas. Os frutos discóides dividem-se em segmentos. A espécie, originária das regiões mediterrânicas, cresce numa vasta área da Europa ocidental até a Sibéria. É cultivada, desde há muito tempo, nos jardins como planta melífera, medicinal e ornamental.

Toda a planta tem virtudes farmacêuticas. Suas propriedades curativas foram registradas pela primeira vez no século 9 AC, São colhidas as raízes, as folhas e as flores. As raízes são limpas, peladas e secas a uma temperatura máxima de 40°C. As folhas podem ser colhidas progressivamente à medida que a planta floresce ou de uma só vez, quando a cultura é interrompida no Outono. A flor é colhida de manhã cedo, antes de abrir, com tempo estável. Deve ser secada a sombra num local bem arejado. A altéia é uma das mais importantes plantas medicinais mucilaginosas. As partes colhidas contêm mucilagem (as flores até 20%, as raízes até 30%), açúcares, amido, asparagina, pectina e outras substâncias. São utilizadas em tisanas em caso de inflamações das vias respiratórias superiores, como antitússico e expectorante mucilaginoso. A medicina popular emprega sobretudo a raiz contra as doenças gastrintestinais. A maceração à razão de uma colher de chá de raiz por chávena de água prepara-se sempre a frio. Em aplicação externa, serve para preparar pensos emolientes e gargarejos.

Freqüentemente é combinada com Symphytum officinale para reclamações digestivas; com Glycyrrhiza glabra, Marrubium vulgare ou Lobelia inflata para reclamações bronquiais; e com Ulmus rubra para uso externo. A Raiz descascada é dada às crianças para mastigar como uma ajuda tradicional à dentição. Raízes pulverizadas eram usadas para fazer pastilhas suaves para infecções de garganta e tosses. Também usados nos precursores do popular "marshmallow" de confeitaria que hoje já não contém extratos da erva. Malva sylvestris e Malva neglecta têm propriedades semelhantes, mas são consideradas menos efetivas.

 


Bredo, Carurú

Amaranthus viridis L.
Amarantaceae

O gênero Amaranthus inclui 60 espécies espalhadas mundialmente em regiões temperadas e tropicais, das quais umas 20 são consideradas como plantas invasoras; A. hypochondriacus ocorre no E.U.A. meridional, México, Índia e China. Muitas são comestíveis e são usadas como legumes e ervas de tempero, algumas são importantes como colheitas de grãos. Outras também têm usos medicinais. Algumas espécies têm folhagem colorida e são cultivadas para fins ornamentais. Amaranthus vem do grego amarantos "que não murcha" e se refere às flores de longa-duração. Amaranto também é o nome do pigmento magenta-vermelho achado em algumas espécies.

As plantas se reproduzem por sementes. A quantidade de sementes que uma planta produz é muito grande, podendo-se considerar um número entre 1.000 e 5.000 de uma forma generalizada, mas há possibilidade de se encontrar um número muito maior. As sementes têm geralmente uma longa viabilidade. No solo, com alguma umidade, algumas sementes têm viabilidade poAmaranthus retroflexusr até 5 anos. Após a maturação algumas sementes têm pronta viabilidade, enquanto outras apresentam certa dormência. Restrições mecânicas podem se constituir num fator de dormência. Sementes recém colhidas de Amaranthus retroflexus necessitam de uma temperatura entre 35° e 49°C para uma rápida germinação; à medida que envelhecem, podem germinar a temperaturas progressivamente mais baixas, fazendo-o finalmente até a 10°C.

Em épocas pré-colombianas, os índios cultivavam extensamente três das sessenta espécies silvestres de amaranto disponíveis do México à América do Sul. As sementes de amaranto produzem grãos nutritivos e as folhas tenras, quando cozidas, tornam-se saborosas como o espinafre. As plantas crescem muito bem em climas frios e secos, e na época da Conquista eram tão populares quanto o milho no México. O amaranto poderia ter se tomado um dos principais produtos agrícolas do mundo após a conquista dos espanhóis se não fosse uma bizarra circunstância histórica, descrita por Jean Marx:
"Há quinhentos anos, os grãos de amaranto faziam parte da dieta. do dia-a-dia dos astecas e eram parte integrante de seus ritos religiosos. Os astecas confeccionavam ídolos com uma pasta feita de sementes de amaranto moídas e tostadas que eram misturadas com o sangue das vítimas de sacrifícios humanos. Durante os festivais religiosos, os ídolos eram quebrados em pedaços e ingeridos pelos fiéis, uma prática que os conquistadores espanhóis consideraram uma paródia perversa da Eucaristia católica. Quando os espanhóis subjugaram os astecas, em 1519, eles proscreveram a religião asteca e, com ela, o cultivo do amaranto."

Espécies com usos medicinais semelhantes incluem: Amaranthus retroflexus (amaranto verde) que é originário da América tropical e atualmente naturalizado no E.U.A.; Amaranthus polygamus, uma espécie da Índia, supostamente com sementes afrodisíacas; Amaranthus spinosus (amaranto selvagem) que é usado tanto como adstringente, como febrífugo.

Amaranthus hypochondriacus (syn. Amaranthus hybridus. A. hybridus não é híbrido, mas uma planta altamente polimorfa). Ele é conhecido como uma erva medicinal, mas também tem folhas nutritivas e sementes com altos níveis de proteína (15%). Seu pigmento vermelho também é usado como colorífico em comidas e medicamentos. Em uso medicinal utiliza-se a planta inteira, as folhas e as sementes. É usado internamente para diarréia e menstruação excessiva. Externamente como adstringente para úlceras bucais e garganta; corrimento vaginal, ferimentos e hemorragia nasal. Seu pigmento vermelho também é usado como colorífico em comidas e medicamentos.

Amaranthus viridis (viridis é palavra latina, significando verde que é a cor predominante nessa espécie). Originária da região do Caribe, talvez da Jamaica, estando hoje vastamente distribuída por regiões tropicais e subtropicais do mundo. No Brasil pode ser encontrada em quase toda a extensão territorial, havendo uma maior concentração nas áreas de cafezais ou onde o café foi substituído por outras culturas.

Amaranthus viridis É um planta anual, reproduzida por semente. As sementes apresentam geralmente viabilidade imediata após a maturação. Na Região Sudeste a germinação ocorre principalmente durante a primavera e o verão, sendo o ciclo até a maturação de 80 - 90 dias; em determinadas condições a planta já pode formar sementes após 4 semanas e com isso podem ocorrer 3 - 4 gerações num ano. É comum a ocorrência de aglomerações densas. A planta prefere terrenos modificados como os de lavouras e não excessivamente úmidos.

É uma planta herbácea, geralmente ereta, com 30, 60 e até 100 cm de altura; Caule Cilíndrico, estriado longitudinalmente, liso e glabro ou com escassa pilosidade, de cor verde, às vezes com pigmentação avermelhada ou com manchas claras.

Raiz pivotante desenvolvida, aprofundando-se no solo, freqüentemente com pigmentação rosada ou avermelhada. Raízes secundárias abundantes, distribuídas superficialmente em solos férteis. Folhas simples, alternas, com pecíolo que pode chegar a 6 cm nas folhas maiores. Limbo de formato oblongo ou ovalado, nervuras proeminentes na face dorsal, com leve pilosidade nas folhas novas. Comprimento de 2 -11 cm por 1 -5 cm de largura. Cor verde intensa, sendo comum a ocorrência de manchas na parte mediana. Essas manchas são irregulares no formato e no tamanho, podendo ser de coloração acinzentada ou vermelho-amarronzada.

Inflorescência com espigas densas ou interrompidas que se dispõe na parte terminal dos ramos, dando ao conjunto uma idéia de panícula, simples ou pouco ramificadas, com 5 -15 cm de comprimento por 4 - 10 mm de espessura. Sobre o eixo das espigas distribuem-se as flores, reunidas em cimos de 4-10 flores masculinas e femininas, sésseis. A coloração das espigas é geralmente verde-pálida, podendo ocorrer pigmentação avermelhada. Na maturação as espigas apresentam um aspecto encarquilhado pela grande proximidade dos frutos e a coloração passa ao amarronzado ou acinzentado.

Flores Guarnecidas por brácteas e bractéolas ovaladas ou lanceoladas, côncavas, de ápice agudo, com nervura mediana verde-escura. Tépalas em número de 3 - 4, oblongas, com nervura verde-escura. Flores masculinas: menos numerosas, com 0,5 - 1,0 mm de comprimento, apresentando 3 estames livres com filetes curtos e anteras oblongas. Flores femininas: com ovário ovalado e comprimido, pouco menor que as tépalas; estilete curto e estigma trífido.

Aplicação Medicinal: Externamente como adstringente para boca e garganta, e para corrimento vaginal. Internamente: as folhas são diuréticas e em muitas regiões do interior do Brasil é usado contra doenças venéreas.

No Brasil, suas folhas eram usadas na culinária, refogadas, como se faz a couve, e muito apreciadas. Hoje, poucas pessoas sabem que este "mato" é comestível e muito nutritivo. Ricas em vitaminas e sais minerais, as flores e folhas do caruru têm tido a nobre função de combater a desnutrição infantil, no Nordeste. Além disso, a planta apresenta propriedades medicinais, e quando ingeridas em forma de chá, é um excelente diurético, digestivo, e também como protetor das mucosas do estômago e intestino.

Atenção: Esta flor não deve ser consumida por gestantes, lactantes, nem por cardíacos.

 

 


Cajueiro

Anacardium occidentale L.
Anacardiaceae

Anacardium occidentaleQuinze espécies de árvores ou arbustos perenes, de porte pequeno até árvores muito altas, compõem o gênero Anacardium, nativo de partes tropicais da América do Sul e Central e da Índia ocidental.

Anacardium occidentale é encontrado em áreas secas, especialmente em regiões litorâneas no nordeste do Brasil e no Caribe, foi levado do Brasil para Índia e o Arquipélago malaio durante o l6º século, mas não chegou à Europa antes de 1699. Suas folhas são ovaladas com até 22cm de tamanho. Suas flores verdes, pálidas, listadas de vermelho, docemente cheirosas, aparecem durante o ano inteiro. Seu pseudo-fruto tem uma castanha na sua base que é o verdadeiro fruto: o caju.

O pseudo-fruto do Anacardium occidentale tem uma polpa agradavelmente ácida e seu suco contém um óleo cáustico que é extraído antes das castanhas serem removidas. Várias espécies de Anacardium tem casca resinosa contendo uma goma que se assemelha à goma arábica e é usada para fazer verniz.

As partes utilizadas são as folhas, cascas, frutos, sementes e óleo. É uma erva que reduz a febre (folhas) e níveis de açúcar no sangue (casca) e é diurética (frutas); as castanhas são uma fonte de nutrientes; o óleo de sua casca é tóxico a muitos organismos inferiores causadores de doenças, como bactérias Staphylococcus.

A erva é usada medicinalmente, interiormente para diarréia (casca, extratos das folhas, suco da fruta), hipoglicemia (extrato da casca), e gripe (suco da fruta), e, na África ocidental, para malária (infusão da folha e da casca). No uso culinário, do pseudo-fruto são feitos sucos, bebidas e geléias. As castanhas assadas são usadas como alimento e também em uma variedade de doces e ornamento de alimentos; da castanha cru pode-se retirar o leite de cajueiro, substituto para leite animal em dietas especiais. Externamente a erva é utilizada para lepra, verrugas e enfermidades da pele (extrato fresco das cascas da castanha), e, na África ocidental, para dores de dente e gengiva (folha e infusão da casca). Extrato da casca é considerado por nativos da amazônia como tendo propriedades anticoncepcionais. Em termos econômicos, o óleo da casca da castanha é usado em fluído de freio, borrachas sintéticas, e para prevenir ataques de insetos ao papel e madeira. Também é plantado para controle de erosão.

Cuidado: O óleo é um irritante de pele: vapor do óleo é irritante se inalado.

 

 

Pimpinela-escarlate

Anagallis arvensis L.
Syn: Anagallis phoenicea Scop.
Primulaceae

Anagallis arvensis Um gênero de 20 espécies anuais, bienais e perenes, encontrado no mundo inteiro; Anagallis arvensis é nativa na Europa e uma erva daninha comum no solo cultivado. Originária da Europa, especialmente da área do Mediterrâneo, acompanhou os colonizadores europeus, provavelmente na forma de sementes misturadas com as de culturas, para muitas regiões, sendo hoje encontrada na maioria das regiões subtropicais e temperadas do mundo. No Brasil ocorre principalmente nas Regiões Sul e Sudeste. O nome Anagallis vem do grego "anagelas", sorrir, de seu uso para tratar depressão. Alguns dos nomes comuns a relacionam com previsão do tempo, em virtude das flores que se abrem ou fecham em função da luz, pressão e temperatura.

Anagallis arvensis é uma planta anual ou bienal com talos com quatro ângulos, folhas ovais-lanceoladas, e flores de coloração salmão ou vermelha, ocorrendo em solos pouco alcalinos ou ácidos. A planta é de ocorrência comum no Brasil. A variedade de flores azuladas - ssp. coerulea (Schreb.) Vollman, sinônimo de ssp. foemina (Mill.) -, ocorrem com maior freqüência em solos alcalinos. É bastante freqüente na Europa, mas também ocorre no Brasil. Encontramos em Itapecerica da Serra, SP, as duas subespécies ocorrendo lado a lado. Pensava-se no passado que a escassa variedade de flores azuladas fosse a forma fêmea da Anagalis escarlate.

Anagallis arvensis era antigamente uma erva medicinal altamente considerada, com usos que datam desde a época de Plínio (23-79 DC) e Dioscorides, atualmente não é mais recomendada. Contém saponinas irritantes que, como mostrado em recente pesquisa, têm efeito anti-viral, e cucurbitacinas (como encontradas na Bryonia), que são altamente tóxicas.

As partes usadas são as plantas inteiras. Elas são colhidas no verão e usadas frescas, freqüentemente espremidas como suco, ou secas para infusões, extratos líquidos, tinturas e pó. Uma erva acre, mucilaginosa, que abaixa a febre e tem efeitos diurético e expectorante.

A erva era tradicionalmente prescrita interiormente para depressão, tuberculose, reclamações do fígado, epilepsia, hidropsia e reumatismo. Já não é mais considerada segura pela maioria dos médicos naturalistas, mas de grande interesse para médicos pesquisadores. Externamente era usada na forma líquida para melhorar a aparência, especialmente para sardas.

 


Pulsatila

Pulsatilla vulgaris
Pulsatilla vernalis
Pulsatilla pratensis (Anemone pulsatilla)
Pulsatilla patens

Ranunculaceae


Pulsatilla vulgaris

Já foi mencionado que a Pulsatilla está um pouco alterada em relação ao tipo geral das Anêmonas, no que se refere às suas folhas tão divididas a ponto de se tornarem filiformes, deixando notar que o elemento aéreo penetra bastante na planta. Em conseqüência disso, os locais de predileção desta planta primaveril são os prados secos, encostas pedregosas, desde que não lhe falte a umidade do inverno. Enquanto outras Anemonas abrem suas corolas para cima, para o Sol, a flor da Pulsatilla pende pesadamente em direção ao solo assumindo a forma de um sino. Sua cor se escureceu até uma intensidade escura de violeta, sendo quase preta. O domínio Astral da atmosfera não se contenta apenas em aerar e volatizar as folhas; ele quer escavar a flor e esboçar um tipo de órgão. O elemento Astral é mais intenso na Pulsatilla do que em outras Anêmonas. Por isso ela é muito mais venenosa e ao mesmo tempo, mais dotada de propriedades medicinais. Quando o processo floral se esgota, o pedúnculo se endireita tornando-se novamente vertical, livre do peso, e os frutos se tornam aquênios ornados de apêndices plumosos, totalmente aéreos.

A atividade terapêutica da Pulsatilla se dirige à inserção do Corpo Astral no organismo dos líquidos que é penetrado principalmente pelo Corpo Etérico - e principalmente na inserção do Corpo Astral juvenil (primaveril) no sistema rítmico e nos ritmos sexuais. A planta florida contém impulsos que agem de maneira geral no sistema rítmico e na região genital do sistema metabólico. Os pacientes que possuem dificuldade em aerar e astralizar seu organismo líquido, bem como de aquecê-lo suficientemente - pessoas de natureza melancólica, geralmente femininas, com forte tendência a "se derreter em lágrimas", representam uma constituição particularmente acessível aos efeitos da Pulsatilla. Não é pois de nos admirarmos de encontrarmos nessa planta o semelhante no reino vegetal dessa constituição humana. Além disso, a Pulsatilla exerce uma ação irritante de natureza sulfúrica e inflamatória sobre a pele, mas essa ação é muito mais tênue do que a das outras Anêmonas e de algumas espécies de Ranunculáceas. A Anemonina e a Proto-anemonina são os portadores voláteis desta atividade. Nestes casos podemos utilizar a Actaea spicata. A Anemona nemerosa e a Caltha palustris podem produzir abcessos de fixação.

 

 

 

 


Endro

Anethum graveolens L.
Umbelliferae (Apiaceae)


Anethum graveolens

Anethum graveolens - dill

Planta anual com caule ramificado, coberto por uma pruina glauca e terminado por umbelas de flores flavescentes. As folhas lineares, várias vezes penatissectas, são alternas sobre o caule. Os frutos são diaquênios. O endro ou aneto é originário das regiões orientais da bacia mediterrânea e da Ásia ocidental. No passado, era já considerado como uma importante planta medicinal, usada contra tosse, dores de cabeça e no preparo de ungüentos. Atualmente, é cultivado nos jardins ou no campo como importante espécie aromática.

São colhidos os frutos e por vezes também o caule com folhas. As umbelas são cortadas à medida que atingem a maturação, são postas a secar antes de caírem os aquênios. Esta colheita deve realizar-se quando há orvalho, pois os frutos caem facilmente do caule. Quando se colhe o caule, este é cortado imediatamente antes da floração e é secado rapidamente à sombra ou num secador, a uma temperatura que não ultrapasse os 35°C. As partes ativas contêm um óleo essencial cujo principal componente é a carvona, possuindo também os frutos óleo e substâncias albuminosas. A planta tem uma ação carminativa: limita a acumulação de gases no corpo e facilita sua eliminação. A adição de uma pequena quantidade de frutos às tisanas produz um aperitivo e um calmante para os nervos. Os frutos têm igualmente uma ação favorável sobre a secreção láctea. A sua destilação permite obter um óleo aromático que é usado na farmácia, no fabrico de licores e na cosmética.

O caule fresco serve para aromatizar certas preparações culinárias.

Indicações e Usos: Tem sabor agradável, suave e um pouco picante, e dele se usam as folhas frescas e as sementes, tanto na culinária quanto na medicina caseira. Tem ação estimulante no aparelho digestivo e combate os gases intestinais. Na medicina caseira o aneto tem as mesmas aplicações que o funcho. Suas sementes em infusão são empregadas para combater cólicas (propriedades antiespasmódicas), acidez estomacal, gases (funciona como anti-séptico intestinal) e insônia. Favorece a lactação e atua como um sonífero natural. Nas inflamações do olho, recomendam-se compressas do chá das sementes. Popularmente, utiliza-se o aneto fervido em azeite de oliva e aplicado ainda quente sobre os furúnculos, o que amadurece-os para serem retirados e ainda alivia a dor.



As sementes do aneto são utilizadas também no preparo de conservas de pepino e para aromatizar xaropes e licores

 

 


Antenária, Pé-de-gato

Antennaria dioica (L.) GAERTN.
Asteraceae (Compositae)


Antennaria dioica Aproximadamente 45 espécies de pequenas plantas lanosas, perenes ou semi-perenes, compõem o gênero Antennaria que é distribuído ao longo de regiões temperadas e mornas, excluindo a África. O nome Antennaria deriva dos apêndices lanososos nas sementes que se assemelham a antenas de insetos.

Antennaria dioica, pé-de-gato ou antenária, é uma planta herbácea perene que forma tapetes sobre o solo, espalhando-se através de rebentos radiculares. As folhas terrestres são em forma de pequenas colheres, as caulinas são lineares e aplicadas contra o caule. A sua face inferior é branca e tomentosa. Os capítulos florais estão dispostos em corimbos terminais; algumas plantas só produzem flores violáceas pistiladas, outras têm flores brancas hermafroditas. A antenária cresce sobre as encostas secas, à beira dos campos, nos prados e na floresta, geralmente num substrato arenoso. Ocupa uma vasta área no centro e no norte da Europa, América do Norte e norte da Ásia, penetrando até a Sibéria. Servia antigamente para tratar a tuberculose e a disenteria.

Antennaria dioica As partes usadas são a planta inteira ou apenas as flores. Os capítulos florais com um curto pedúnculo são colhidos à mão, imediatamente antes do seu pleno desabrochar. Põe-se de parte os capítulos coloridos, que são mais ricos que os brancos. A secagem faz-se sobre grades, à sombra, num local bem arejado. Os capítulos têm odor agradável e gosto amargo. Contêm um óleo essencial, taninos, sucos amargos, pigmentos orgânicos, e têm uma ação adstringente, emoliente, colagoga e estimula o fígado. São utilizados em infusões no tratamento das vias respiratórias superiores, do catarro gastrintestinal e da vesícula biliar. Entram igualmente na composição de tisanas diuréticas.

Embora Antennaria dioica seja a única espécie do gênero com uso difundido como erva medicinal, várias espécies do gênero próximo relacionado, Gnaphalium, são tradicionalmente usadas como medicamento. Antennaria dioica era classificada antigamente como Gnaphalium dioica. A antenária é uma espécie de terrenos pedregosos que é plantada freqüentemente em locais secos, assim como à beira de platibandas. Os caules e flores secas são usados para confeccionar arranjos florais.


Salsão selvagem

Apium graveolens L.
Umbelliferae (Apiaceae)


Apium graveolens O gênero Apium consta de 20 espécies de plantas perenes, anuais e bienais encontradas de forma selvagem na Europa, América do Norte, Ásia temperada e regiões Antárticas. Apium graveolens é um vegetal bienal que está incluído no grupo das Umbelíferas que crescem na água ou num ambiente aquoso e é muito próximo ao salsão cultivado. O Apium, em sua forma selvagem, cresce junto às lagoas salgadas próximas ao mar. Nesta planta o elemento salino é acrescentado ao elemento aquoso. As cinzas do salsão selvagem contêm 20% de cloreto de sódio, além de conter silicea, ferro, manganês e traços de cobre e arsênico. É uma planta bianual, que se condensa no primeiro ano em um tubérculo ligeiramente carnoso e produz folhas em forma de mãos intermediárias entre as folhas simples e arredondadas do Hydrocotyle e as folhas totalmente recortadas de muitas Umbeliferas. No segundo ano saem abruptamente do caule oco pequenas umbelas de flores. Esta planta possui um forte aroma característico que poderíamos denominar "salino". Ela gosta de regiões úmidas e muito chuvosas.

A humanidade de outrora vivenciava a descida do processo vegetal vivo no meio úmido, salgado e escuro, como uma descida em um mundo subterrâneo, e viam no salsão selvagem uma planta da morte e do luto. Esta planta, durante a ascensão e crescimento da haste floral, era vista, ao contrário, como algo que sai e se liberta do reino das trevas; por essa razão o salsão selvagem era a planta com a qual eram trançadas as cordas que constituíam as coroas dos vencedores dos jogos neméicos e ístmicos, e isso também nos revela o caráter alegre e jovial dessa planta. Em Selinonta foi erguido um templo para uma divindade ctônica, subterrânea, denominada Apius, à qual foi dedicado o Apium ou salsão que se tornou uma planta de culto ligada a este rito.

A ação do Apium graveolens no organismo astral é muito marcante. O salsão foi utilizado como medicamento nos espasmos toráxicos acompanhados de angústia e, por outro lado, nos casos onde o corpo astral intervém muito fortemente no organismo dos líquidos. Esta planta diminui a secreção láctea e diminui o inchaço das mamas. O suco da raiz desta planta foi utilizado nos catarros pulmonares crônicos, na tosse, nas retenções urinárias e em todos os tipos de doenças renais, na formação de areia e cálculos renais. Também foi utilizado na hidropsia, gota e reumatismo. Uma Umbelífera que é ao mesmo tempo uma halófita, ou seja uma planta do sal, pode fazer com que o organismo regule os seus processos salinos. Daí pode-se entender a sua atuação nos depósitos salinos em todo o organismo, até na região da pele.

 


Bardana

Arctium lappa L.
Asteraceae (Compositae)


Arctium lappa Com sua forte raiz de cerca de 50 cm, a bardana medra em solos úmidos e fofos de montes de terra que ela encontra ao longo de cercas, montes de cascalhos, trilhos de estradas de ferro e rodagem, desde que nesses locais haja muita luz. As folhas inferiores são muito grandes, sem nenhum espinho, em forma de coração, e são substituídas, à medida que o caule ascende e se ramifica, por folhas diferentes, apertadas contra o caule; no auge do verão, o vegetal fica completo com todas as folhas e com numerosos capítulos que lembram pertencerem aos cardos por seus pequenos espinhos retorcidos. As folhas são então liberadas de qualquer luta contra o impulso endurecedor, pois elas só têm um forte teor de mucilagens.

A bardana está presente, por sua extrema vitalidade, em substratos pobres e ressecados pela luz. Ela só possui a tendência cardo em suas flores. A raiz e as folhas foram utilizados como remédios conhecidos há muito tempo, e nelas encontrou-se mais tarde um pouco de óleo essencial, taninos, substâncias amargas, mucilagens. A raiz, Radix bardanae, é ainda hoje um constituinte das espécies lenhosas (tisanas lenhosas). A tintura da raiz, dinamizada homeopaticamente, vem sendo empregada contra afecções dermatológicas (acne, furúnculo, eczema do couro cabeludo) e nos bloqueios do metabolismo.


Indicações e Usos: É pouco conhecida entre os brasileiros, mas suas raízes são muito utilizadas pelos japoneses. A raiz e as folhas são as partes mais utilizadas desta erva, que possui um sem fim de propriedades terapêuticas. Por depurar o sangue, é indicada para casos de varizes e hemorróidas, em loções, banhos ou pomadas. Além disso, por ser bactericida e cicatrizante, dá ótimos resultados em tratamentos de acne. Atua em afecções gástricas e intestinais, cardíacas (possui alto teor de vitamina B1), hepáticas e prisão de ventre. Diurética, a bardana ainda auxilia a limpeza e desintoxicação do corpo.



A bardana é muito utilizada pelos adeptos da dieta macrobiótica.

 


Uva-ursina

Arctostaphylos uva-ursi (L.) SPRENG.
Ericaceae


Arcrostaphylos uva-ursi Aproximadamente 50 espécies de arbustos robustos, decíduos ou perenes e pequenas árvores compõe o gênero Arctostaphylos, distribuído principalmente na América do Norte ocidental e norte da Europa. Várias espécies são usadas ornamentalmente. O nome vem do grego "arkton staphyle", uvas de urso, pelo fato dos frutos serem um importante alimento para os ursos.

Arcrostaphylos uva-ursi é um arbusto rasteiro de crescimento rápido, com ramos densamente cobertos de folhas coriáceas, ovais e persistentes. As diminutas flores, brancas ou rosadas, estão agrupadas em cachos e aparecem no início da primavera. Os frutos são bagas vermelhas que contêm cinco sementes. A uva-ursina cresce nas florestas de montanhas bem iluminadas, nas clareiras, nos entulhos suficientemente ricos em humus ácido e umidade. Devido ao rápido crescimento, a uva-ursina é utilizada em encostas para controle de erosão. Em certos países é uma espécie protegida. Os povos nórdicos consideram-na como medicinal desde há muito tempo, e os seus conhecimentos acabaram por se propagar aos outros países da Europa.

São colhidas as folhas retirando-as delicadamente e com parcimônia (somente em alguns ramos, para que a planta não morra) na Primavera. As folhas devem ser secadas rapidamente, mesmo ao sol, ou em secador numa temperatura de até 55°C para uso em infusões, extratos líquidos, sacos de chá medicinal e tabletes. Contêm até 12% de glicosídeos, 10% de tanino, hidroquinonas, notadamente arbutina que é fortemente anti-bacteriana, sendo principalmente efetiva contra Klebsiella e Escherichia coli que são associadas com infecções urinárias, e metilarbutina. Contém também ácidos orgânicos e outras substâncias. São usadas eficazmente contras as doenças inflamatórias das vias urinárias (como desinfetante), contra os cálculos urinários e diversas afecções renais, mas somente quando a urina apresenta uma reação básica.

Freqüentemente é combinada com Althaea officinalis, Elymus repens, Zea mays e Agathosma spp. Recentemente foi reconhecida útil no tratamento de cistite em paraplégicos - uma condição reincidente, freqüentemente resistente aos antibióticos convencionais. Contém substâncias irritantes e não deve ser dado às mulheres grávidas, crianças ou pacientes com doença renais. Em caso de utilização prolongada, a uva-ursina pode provocar obstipação.

Atenção: O tratamento com esta erva não deve durar mais de 10 dias seguidos, ou 15 no máximo. Se for necessário, pode repetir depois de passado algum tempo.



A uva-ursina dá uma cor esverdeada à urina, o que indica que o tratamento está surtindo efeito.

 

 


Aristolóquia-clematite

Aristolochia clematitis L.
Aristolochiaceae


Aristolochia clematitis O gênero Aristolochia consiste de cerca de 300 espécies venenosas de cipós, trepaderas, arbustos e herbáceos perenes que ocorrem principalmente nas partes mornas e tropicais das Américas. Muitas espécies trepaderas são cultivadas pela sua atraente folhagem e intrigante cheiro de suas flores. O nome Aristolochia é derivado do grego "aristos", melhor, e "lokhia", parto, e se refere aos principais usos medicinais.

Aristolochia clematitis é uma planta herbácea vivaz dotada de um rizoma subterrâneo e de um caule alto e ereto com folhas alternas e cordiformes. Na axila das folhas crescem ao longo do verão flores amarelas alongadas em forma de trompeta. O fruto é uma cápsula. A espécie cresce nas regiões européias e asiáticas quentes, nas florestas iluminadas, na orla dos campos e das vinhas, freqüentemente como adventícia das culturas. Todas as suas partes são venenosas e têm um cheiro fétido.

Para fins terapêuticos é colhido o caule com folhas na época da floração plena, cortando à mão a parte superior dos caules. Secagem sobre grades de canas, à sombra, com corrente de ar seco, a uma temperatura máxima de 40°C. As partes ativas contêm ácido aristolóquico, um óleo essencial, taninos, pigmentos e um alcalóide, a aristoloquina. Têm uma ação relaxante sobre as cãibras, calmante sobre as dores cardíacas, gástricas, intestinais ou respiratórias. São utilizadas para tratar doenças do sistema vascular e a trombose. Em aplicação externa, a aristolóquia-clematite favorece a formação da camada granulosa epidérmica, e a decocção da planta é por isso utilizada no tratamento das feridas, das úlceras, dos eczemas e das erupções cutâneas. Tomada em dose elevada, pode no entanto causar diarréias, hemorragias internas, abortos e estar na origem de lesões renais e hepáticas irreversíveis. Só deve ser utilizada, portanto, sob vigilância médica.

Os nomes populares "erva-de-parto" e "raiz-de-cobra" referem-se aos usos de várias espécies de Aristolochia em medicamentos tradicionais para infecções post-partum e mordidas de serpente. Estes usos podem ter sido originados pela Doutrina medieval de Assinaturas que declaravam que a cor ou a forma de uma erva indicava seu propósito. Nas flores de Aristolochia era visto uma forma semelhante a um feto encurvado e a maioria das plantas assemelham-se a uma serpente. Aristolochia clematitis tem uma longa história de uso em partos, registrados desde os tempos dos antigos egípcios. Ela se assemelha bastante a Asarum canadense em suas propriedades e usos. Em medicina veterinária, produtos à base de aristolóquia-clematite são usados para tratar feridas, sobretudo nos cavalos.

Aristolochia clematitis Aristolochia serpentaria era usada pelos nativos norte-americanos como remédio para mordida de serpentes. Foi introduzida no 17º século na Europa como medicamento para mordidas de serpentes e cães raivosos. Muito em moda durante os anos setenta, decorrente de pesquisa moderna de suas propriedades medicinais, resultou na super-coleta da variedade selvagem, tornando-a rara. A parte utilizada é a raiz. É uma erva amarga, aromática, tônica, que induz transpiração, é anti-inflamatória e atua como diurético. É usada internamente para reumatismo, gota, artrite devido a febres, pneumonia, febre tifóide e malária. Externamente para pleurisia, herpes e feridas difíceis de cicatrizar. É incluída em vários tônicos comerciais para a circulação, pele e rins. Somente deve ser usada por médicos qualificados.

Aristolochia debilis foi mencionada pela primeira vez em antigos textos médicos chineses, aproximadamente em 600 AC. Aristolochia reticulata é uma espécie semelhante mas maior em tamanho. Aristolochia debilis é uma erva com efeitos de eliminar a dor e anti-inflamatório (raízes). Também abaixa pressão sanguínea, controla tosse, relaxa espasmos bronquiais e atua como um expectorante (frutos). É usada interiormente para artrite, feridas purulentas, hipertensão, mordidas de serpentes e insetos, e desordens gástricas envolvendo inchaço (raízes); para asma, tosses úmidas, bronquite, hipertensão, e hemorróidas (frutos). Somente deve ser usada por médicos qualificados.

Várias outras espécies de Aristolochia são usadas medicinalmente e incluem: Aristolochia indica, uma erva usada na medicina Aiurvédica para induzir aborto; Aristolochia bracteata, usada na Índia e a África tropical; a Norte-americana Aristolochia longa; e Aristolochia rotunda, uma espécie européia meridional.


Arnica

Arnica montana L.
Asteraceae (Compositae)


Arnica montana A arnica é uma planta herbácea perene que possui um rizoma subterrâneo e um caule ereto, ramificado e glanduloso, terminado por um capítulo de flores amarelas. As folhas da roseta terrestre são ovais, aplicadas contra o solo; as folhas do caule são lanceoladas, opostas e inseridas no local dos nós. O fruto é um aquênio negro munido de penugem. A arnica cresce nas montanhas européias e norte-americanas, mas começa a ser muito rara como espontânea, e é por isso protegida em numerosos países.

Toda a planta tem valor farmacêutico. Colhe-se sobretudo a flor, mas freqüentemente também o rizoma. A flor deve ser colhida sem o disco e sem invólucro: são apanhadas apenas as flores tubulosas e liguladas. Os rizomas são limpos e secados rapidamente. Os capítulos contêm vestígios de óleo essencial, carotenóides, um suco amargo, a anircina, uma saponina, o arnidiol, esteróis, a isoquercetina, o astragadol, etc. O rizoma contém taninos, até 6,3 % de óleo essencial e resina. Ambas as partes têm uma ação estimulante, e mesmo irritante, sobre as mucosas gástrica e intestinal, assim como uma ação irritante sobre os rins. A arnica tem igualmente efeitos benéficos sobre a circulação sanguínea e a atividade cardíaca, sob a condição de ser prescrita e dosada por um médico. Emprega-se sobretudo um extrato alcoólico, a tintura de arnica. Esta tintura era muito apreciada antigamente para tratar as feridas, como desinfetante e cicatrizante. Decocções e infusões de arnica entram também na composição de gargarejos, banhos e pensos.

Indicações e Usos: Tem propriedades anti-inflamatórias. Utilizada em tinturas e cataplasmas, é excelente no tratamento de emergência de choques e contusões, além de distensões musculares. A arnica é tóxica.

Atenção: Não se aconselha, de forma alguma, esta erva para uso interno. As substâncias extraídas das flores e das raízes só devem ser prescritas por profissionais.


 


Losna

Artemisia sp. L.
Compositae (Asteraceae)

Compostas contendo substâncias amargas terapêuticas: As losnas

As 200 espécies do gênero Artemisia (losna), nascem do encontro do tipo compostas com o meio seco e quente das regiões mediterrâneas e do Oriente próximo. São essencialmente vegetais das estepes, voltados à influência do ar. Ao gesto de dilatação herbácea se junta o da irradiação, da volatização; a flor é anemófila (polinizada pelo vento). A esfera floral utiliza o instrumento do ar seco, quente, fortemente iluminado; ela entra em contacto com as forças etéricas da losna que lhe atraem, e ela desce profundamente. Daí uma grande quantidade de pequenas flores sem lígulas, de aspecto insignificante, mas aromatizadas e amargas, apresentando uma raríssima síntese de óleos essenciais e de substâncias amargas; Essas plantas florescem no fim do verão. Elas são aquecedoras (vermute significa provavelmente warmwurz, raiz quente, e é o nome da losna em alemão) e estimulantes de todo o trato digestivo, graças a atração exercida sobre o corpo astral. Esta é a principal ação dos extratos dessas plantas, Elas favorecem, além disso, o fluxo biliar, mas quando a sua ação é muito forte, se torna tóxica, ela pode atingir a parte "superior" do corpo astral, a que está ligada ao sistema nervoso e ao cérebro. Aparecem então vertigens, crises epileptiformes, cãibras musculares, etc.



Artemisia vulgaris

Artemisia vulgaris A Artemisia, cuja forma é harmoniosa, é uma erva daninha encontrada em toda Europa, até o Cabo Norte, na beira dos caminhos, dos bosques, dos terrenos baldios, etc. De seu vigoroso rizoma ascendem numerosos talos retos, providos de pequenas folhas recortadas; em lobos agudos, de um verde-marrom na ponta, brancas e lanosas embaixo. Elas brilham, de certa maneira, numa multidão de pequenos capítulos aéreos de cor amarelo-acinzentada. Bem conhecida de nossos antepassados como planta curativa e mágica, a Artemisia revelou aos cientistas modernos um conteúdo interessante de inulina, tanino, essências (contendo cineol), resinas e substâncias amargas, mas ela é mais áspera em seu gosto do que amarga, e pouco aromática. É empregada na fraqueza gástrica, nos espasmos dos órgãos digestivos, na amenorréia, seu rizoma é um dos mais antigos remédios contra a epilepsia.



Artemisia absinthium - Losna - Absintho

As regiões de estepes próximas do Mediterrâneo são as verdadeiras pátrias do absintho (em alemão wermut). Mas ela está difundida em toda a Eoropa e Ásia, até o sul da Noruega, sobre os solos pedregosos, móveis, quentes, ensolarados e ricos em nitrogênio, nas ruínas, vinhas, etc.

Artemisia absinthium

Seu rizoma vivaz emite numerosos talos em forma de arbusto; eles são guarnecidos, sem muito luxo, de folhas verde-escuras e prateadas, recortadas em lobos obtusos, delicadamente ornadas de pelos sedosos. Tais talos se terminam em pedúnculos muito ramificados e com muitos pequenos capítulos caídos e amarelados que florescem no fim do verão.

Esta planta medicinal já era conhecida pelos antigos egípcios. Imaginava-se que a melhor variedade crescia na beira do mar Negro. Mais tarde, foram encontradas substâncias amargas (glicosídeos absintina e anabsintina), tanino (sobretudo na primavera), resinas, óleos essenciais (0,5 a 1% com tuiona, tuiol, pineno, felandreno, azuleno), vitaminas (C e B2), e, nas cinzas, nitratos e sílica. A planta é extremamente amarga e seu perfume severo revela as forças que compõem aqui uma harmonia, única em seu gênero, entre o amargo e o aromático.

Os medicamentos tirados do absintho florido regularizam a intervenção do corpo Astral e do Eu no sistema digestivo; combatem a falta de apetite, a dispepsia, a falta de acidez gástrica ou seu excesso, a "preguiça" do fígado e da vesícula biliar. Eles aliviam a dor e as cólicas. A energia e a alegria de viver são aumentadas. O poder de auto-defesa contra as doenças aumenta. Os alimentos são melhor utilizados. De alguma maneira, essa ação lembra a do arsênico, que energiza o corpo astral.

O licor destilado dessa planta é muito tóxico e seu uso crônico acarreta efeitos que Rudolf Steiner descreve assim: "O absintho incita os líquidos do organismo humano a se rebelar contra o correto acolhimento do elemento aéreo. Assim, quando eu tenho absintho no corpo, eu não posso mais integrar convenientemente a configuração aérea em todas as partes do corpo... Então, o ar ronca como num gargarejo por todas as partes do organismo, fica separado do resto, fica bloqueado em vários locais... Isso provoca uma sensação agradável, pois o ar não precisa trabalhar. Quando o ar penetra convenientemente no líquido, então deve ser realizado um trabalho, senão ele não alimenta o corpo como deve fazer. O homem então, pouco a pouco, se sente tão bem quanto um porco. No porco existe isso de especial, ele assimila ar o tempo todo, mas não o assimila bem. Ele tem também uma respiração curta. Ora, da mesma maneira que o éter está difundido no líquido, o anímico está difundido no elemento aéreo... a alma, ou o corpo Astral. Absorvendo ar, o homem toma para si a alma... Quando o ar "ronca" nele e fica separado do resto, o homem se sente à vontade. Mas o anímico não está no corpo para servir ao prazer e ao bem-estar do homem. Ele deve trabalhar nos órgãos, trabalhar de maneira correta para que o coração e os órgãos sejam convenientemente alimentados. Quando, porém, o ser humano impede o anímico de se expressar, e o faz "divertir-se" pelo corpo, ele se sente "feliz como uma porca", mas os seus órgãos não são alimentados como se deve..". Rudolf Steiner explica em detalhes que o consumo de absintho prejudica terrivelmente os órgãos da reprodução, e que entregar-se a essa bebida é sinal de uma profunda decadência: "os filhos de seus "bebedores" estão expostos a todo tipo de doença".



Artemisia abrotanum

Artemisia abrotanum O Abrotanum, que é a mais aromática das espécies de Artemisia, é originária da Europa meridional e da Ásia maior, mas podemos encontrá-la na Europa central em solos quentes, nutritivos, fofos e arenosos. Os lobos das folhas muito recortadas formam um feixe filamentoso. Desse bouquet plumoso emana um odor forte, refrescante, salino, aromático, com um gosto de fundo semelhante ao do limão, muito ácido. Ele produz suas panículas muito frouxas de inflorescências, com minúsculos capítulos compactos, inclinados, reunidos em pequenos cachos, Essa planta, cuja parte inferior se lignifica, floresce do meio do verão até o outono, ou quando o sol está declinando em seu ciclo anual.

É certo que o elemento astral, nessa planta, age ainda mais fortemente sobre o físico-etérico que as outras artemisias descritas anteriormente. O fator aquecedor é mais ativo, ao passo que o sabor amargo está em regressão. Além das substâncias amargas, encontramos um óleo essencial abundante, e um alcalóide, a abrotina. A ação digestiva diminui em detrimento da ação aquecedora, diurética (que estimula a atividade do corpo astral em favor das secreções), utilizamos o Abrotanum em processos exsudativos e na ascite; além disso, na tuberculosse do peritônio e do mesentério; contra os espasmos do corpo astral na organização respiratória: dispnéia, asma, que podem ser influenciadas favoravelmente. Em uso externo, essa planta pode contribuir de maneira intensa para a cura de frieiras.



Artemisia cina

Devemos procurá-la não somente nas estepes, mas nas estepes salinas, entre o mar Cáspio e o mar Aral. Junto com os processos salinos reina lá um ar seco, fortemente iluminado e aquecido; é o meio que agrada essa espécie de Artemisia, Artemisis dracunculosespécie de arbusto que cresce até a altura de nossos joelhos, se lignifica embaixo, com folhas pequenas, muita encolhidas, divididas duas vezes na parte de baixo da planta, simples, e com pelos cinzas no alto; logo aparece uma inflorescência muito ramificada. Os capítulos amarelados medem alguns milímetros, e são numerosos. Encontramos um óleo essencial contendo santonina (lactona biterpênica). A ação desta substância sobre o intestino e vesícula biliar é tóxica (a bile é levada até o sangue); ela provoca na organização superior uma hiper anemia cerebral, espasmos epiletiformes, vertigens, dilatação das pupilas, alucinações e delírio. Utilizamos o poderoso poder parasiticida da Artemisia cina. Seus capítulos secos são um dos vermífugos mais eficazes que se conhece. A droga recebe também o nome de "semen contra".



Artemisia dracunculus - Estragão

Nessa espécie, o gosto amargo é muito atenuado, o aromático predomina, com um gosto docemente apimentado, lembrando o anis. Não se trata de uma planta medicinal, mas uma planta condimentar delicada; seu porte é esbelto, suas folhas são inteiras, estreitas; mencionamos nesse item o estragão apenas para mostrar a grande variedade do gênero artemisia.

 

Indicações e Usos: A raiz e a folha contêm óleo volátil e um princípio amargo que torna a artemísia útil como tônico estomacal, excitante, com propriedades antiespasmódicas e anti-helmínticas. Ela é usada também para combater a histeria e as manifestações epilépticas, a icterícia e a diarréia. Tomado meia hora antes das refeições, o chá das folhas e flores da artemísia tem efeito digestivo e alivia cólicas intestinais. Contra distúrbios menstruais, recomenda-se beber uma xícara deste chá durante os sete dias que antecedem a menstruação. Devido a alta toxicidade contida no óleo essencial da planta, é necessário controle no seu uso e muito cuidado no excesso de doses.

Atenção: Durante a gravidez, ou quando estiverem amamentando, as mulheres devem evitar o consumo da artemísia.



A raiz desta erva, reduzidas a pó, serve para afastar as traças das roupas e dos livros.

Do fruto da losna é extraído um dos componentes do licor que leva o nome de absinto.

 


 

 


Aveia

Avena sativa L.
Gramineae (Poaceae)


Avena sativa Avena é um gênero de aproximadamente 15 espécies de gramas anuais, encontradas de forma selvagem na Eurásia e África do norte. As mais importantes são Avena fatua (aveia selvagem), uma espécie européia meridional que alcançou partes do hemisfério norte durante a Idade do Ferro e se tornou a principal colheita de subsistência da Escócia; e Avena sativa (aveia cultivada) que foi desenvolvida de aveias selvagens. Avena sativa cresce extensamente em regiões temperadas do norte, de vez que precisa de mais água e umidade que o trigo.

Avena sativa é uma planta herbácea anual cultivada nos campos como importante cereal. A raiz fasciculada dá origem a caules terminados por panículas florais. As folhas lineares e envaginantes apresentam uma grande lígula. As espiguetas caídas estão protegidas por duas glumas. O fruto é uma cariopse. Originária da Europa oriental, a aveia é cultivada no mundo inteiro, excetuando-se as regiões tropicais, sobretudo nas latitudes nórdicas e em locais altos. Avena sativa está no limiar entre erva e alimento. É cultivada como forragem e também para alimentação, sendo consumida como pães e bolos ou mingau de aveia, notadamente na Escócia.

Para fins medicinais, são usados sobretudo os grãos, mas também a palha, embora menos freqüentemente. Os grãos são obtidos batendo a aveia madura e seca, passam pelo crivo em máquinas das indústrias de moagem, depois são pressionados para fazer flocos de aveia. Estes contêm preciosas albuminas, gluconinas, vitaminas do complexo B, ácido pantotênico, carotenos, enzimas, amido, substâncias minerais, sobretudo sob a forma de silicatos e óleos fixos que são importante fonte de vitamina E. Os flocos de aveia servem para preparar caldos e papas nutritivos que convêm particularmente aos convalescentes de doenças graves, de operações e de diarréias violentas.

Uma infusão de duas a três colheres de café de flocos de aveia por chávena de água (a tomar três vezes por dia) estimula o apetite e atenua as dores de garganta e do tórax. Tem igualmente um efeito fortalecedor em caso de fadiga nervosa, nervosismo, insônia. Reduz a atividade tiroidiana e constitui um tratamento complementar da diabetes, da esclerose, da hipertensão. O consumo regular de germe de aveia reduz níveis de colesterol do sangue. A palha de aveia serve para preparar banhos que acalmam as dores reumatismais, a ciática e as perturbações hepáticas. Uma decocção de aveia é eficaz contra o eczema, as frieiras e as impigens. Aveia cozida (mingau de aveia) é um popular prato do café da manhã; moída é um ingrediente importante de broas e flocos de cereais industrializados, também muito consumidos na refeição matinal.


Marroio-negro

Ballota nigra Roth.
Labiatae (Lamiaceae)


Ballota nigra Nativo na Europa, região mediterrânea e Ásia ocidental, o gênero Ballota contém 35 espécies de arbustos e sub-arbustos perenes robustos. A maioria das espécies são consideradas ervas daninhas, mas algumas têm folhagens aveludadas e são cultivadas como plantas ornamentais. Aparentemente o nome Ballota vem do grego "ballote", rejeitar, porque o gado evita estas plantas.

Ballota nigra é uma planta adventícia perene, herbácea, com caules angulosos, ascendentes, apresentando folhas pecioladas alternas. Toda a planta está coberta de pêlos e impregnada de um óleo essencial de odor pouco agradável. Na axila das folhas nascem verticilos ímpares de flores rosadas, por vezes brancas. O fruto é um tetraquênio. O marroio cresce nos jardins, nas praças das aldeias, nos vazadouros e nos escombros, sobretudo nos locais onde a terra é rica em azoto. Como todas as labiatas, é uma excelente planta melífera, sendo muito atraente às abelhas.

Ballota nigra é um exemplo de erva que é extensamente cultivada em hortas, mas hoje raramente é usada por médicos herbários, que preferem o Marrubium vulgare que lhe é semelhante, mas de aroma mais agradável. O óleo extraído de Ballota nigra é usado para adulterar o de Marrubium vulgare. É utilizado como planta medicinal desde há muito tempo para tratamento dos olhos e dos ouvidos, mais recentemente também dos nervos.

Colhe-se o caule com folhas no momento da floração plena e com tempo soalheiro. Corta-se toda a parte superior do caule, que é secada à temperatura de 35°C. O caule seco liberta um odor forte e deve, por isso, ser armazenado separadamente dentro de sacos fechados. Contém taninos, óleos essenciais, ácidos orgânicos, pectina. Usa-se como calmante nas perturbações de origem nervosa: depressão, enxaqueca, neurastenia, estados ansiosos e outras afecções nervosas ou psíquicas. Também usado para náuseas de movimento, náusea matutina em gravidez, desordens menstruais, e reclamações bronquiais. É também diaforético.

Prepara-se uma infusão na proporção de duas colheres de café para duas chávenas de água e consome-se duas a quatro chávenas por dia. Emprega-se igualmente sob a forma de pó, que deve ser tomado segundo a dose de 2g a 4g por dia em 2 a 4 administrações. Em aplicação externa, as compressas de marroio aliviam as dores reumatismais.

 


Margarida comum

Bellis perennis L.
Asteraceae (Compositae)


Bellis perennisO gênero Bellis consiste de sete espécies de arbustos anuais ou perenes, nativos na Europa e mediterrâneo. Plantas deste gênero são muito cultivadas e algumas delas podem mesmo ser consideradas como bianuais. Elas são facilmente cultivadas e têm uma estação prolongada de florescimento. O nome Bellis vem do latim "bellus", bonito.

Bellis perennis é uma planta herbácea perene que faz parte da componente adventícia dos solos com ervas em abundância. A sua roseta terrestre de folhas claviformes resiste bem à concorrência das gramíneas e de outros vegetais, produzindo na Primavera várias gerações de capítulos. Estes são compostos de flores liguladas brancas ou rosadas e de um disco amarelo de flores tubulosas. O fruto é um aquênio. É uma espécie banal, variável, abundante nos prados ao longo da Europa e da Ásia ocidental e tem uma longa história como uma erva medicinal sendo utilizada desde há muito tempo para tratar feridas e doenças do peito. Gerard escreveu em 1597 que "As margaridas mitigam todos os tipos de dores, mas especialmente nas articulações e gota, se elas forem amassadas com manteiga nova sem sal e aplicadas no lugar da aflição ..." (The Herball, or General History of Plants).

Bellis perennis var. Pomponette São colhidos os capítulos florais, cortando-os com a unha e deixando uma pequena parte do pedúnculo, quando o tempo estiver seco. A secagem é feita sobre grades à sombra ou ao sol. Os capítulos contêm saponinas, óleos essenciais, substâncias mucilaginosas, taninos e pigmentos. A sua ação adstringente e emoliente leva a que sejam usados pela medicina popular para tratar os catarros das vias respiratórias e facilitar a expectoração. São igualmente eficazes no tratamento dos catarros do estômago e dos intestinos e reduzem as perturbações ligadas aos desarranjos intestinais. Prepara-se uma infusão a 3% que se deixa macerar durante vinte minutos e que se consome segundo a dose de 2 a 4 chávenas por dia. Uma maceração a frio tem os mesmos efeitos. É usada externamente para rupturas, veias varicosas, feridas secundárias, e olhos doloridos ou lacrimejantes. As flores das margaridas melhoram o aspecto das misturas para tisanas. Servem também para preparar compressas e banhos anti-inflamatórios, hemostáticos, reduzindo as equimoses, os abcessos, as erupções cutâneas. A decocção de folhas verdes tem os mesmos efeitos. São usadas também no preparo de um remédio homeopático usado para tratar contusões profundas.

A figura à direita mostra uma variedade cultivada denominada Bellis perennis var. Pomponette.


Uva-espim

Berberis vulgaris L.
Berberidaceae


Berberis vulgaris Cerca de 450 espécies perenes e arbustos decíduos compõem o gênero Berberis, amplamente distribuído na Eurásia, Américas e África do norte. Muitas espécies são cultivadas por suas flores aromáticas, pelos frutos de cores brilhantes e pela agradável folhagem que, no caso das espécies decíduas, dá a bela coloração do outono. O habitat denso e espinhoso faz deles os melhores arbustos para cercas de restrição ou proteção em encostas íngremes.

Berberis vulgaris é um arbusto com folhas ovais, dentadas e orladas de espinhos, crescendo em feixes sobre braquiblastos na axila dos espinhos. As flores amarelas estão agrupadas em cachos. Os frutos são bagas ovais encarnadas. Excetuando estas bagas, toda a planta é venenosa. É uma espécie que cresce em toda a Europa, até ao Cáucaso, vulgar nos bosques, nas encostas soalheiras, na orla dos campos. As suas propriedades medicinais são conhecidas há muito tempo: utilizava-se como antipirético, estomáquico, hepático e cardíaco.

Os usos medicinais de Berberis são um exemplo da Doutrina de Assinaturas, na qual era suposto que a cor ou a estrutura de uma planta era uma indicação divina de suas propriedades curativas. Muitas plantas com coloração principalmente amarela eram assim usadas como remédios para o fígado. Várias espécies de Berberis são medicinalmente usadas em diferentes partes do mundo, inclusive as Himalaianas Berberis aristata e Berberis asiatica. Na medicina Aiurvédica, estas espécies geralmente são conhecidas como daruharidra, "curcuma do mato", porque elas têm propriedades semelhantes às da Curcuma longa.

Colhe-se a casca e os frutos. A casca é retirada quer dos ramos quer das raízes; é limpa, secada (mesmo ao sol) e depois elimina-se a umidade residual num secador a uma temperatura que atinja os 50°C. A casca contém alcalóides, dos quais o mais importante é a berberina que é extensivamente usada no Japão e sudeste da Ásia para controlar diarréia tropical. A droga é obtida das raízes e rizomas de várias espécies de Berberis e da Mahonia, uma espécie próxima relacionada. A Índia produz até 7 toneladas da droga por ano, extraída de 600-700 toneladas de raízes. A berberina é extremamente tóxica, e a casca da uva-espim tem, por isso, um uso medicinal relativamente raro, sempre sob vigilância médica. É uma erva muito amarga, sedativa que é altamente efetiva contra muitos organismos causadores de doenças.

A uva-espim (frutos) é prescrita para tratar perturbações renais, contra os cálculos urinários, também para estimular a atividade gástrica e hepática. Aplica-se igualmente em tratamentos do sistema circulatório. Em doses baixas, é catártica, colagoga e diurética; em doses elevadas, produz um estado de entorpecimento, vômitos, diarréias, podendo mesmo provocar uma paralisia do centro respiratório. Os frutos são colhidos quando ficam plenamente maduros, no Outono, e podem ser consumidos frescos, em conserva ou secos. Têm um gosto ácido e contêm grande quantidade de vitamina C. Servem para preparar chás e tisanas refrescantes.


Picão-preto

Bidens pilosa L.
Asteraceae (Compositae)


Bidens pilosa O gênero Bidens consta de cerca de 200 espécies de plantas herbáceas e sub-arbustivas, anuais ou perenes, que ocorrem no mundo inteiro. Bidens pilosa é uma planta herbácea, originária da América tropical, apresentando sua maior presença na América do Sul. No Brasil está presente em quase todo o território, com maior concentração nas áreas agrícolas do centro-sul, onde se constitui numa das mais importantes espécies infestantes. Também presente na costa oeste do Continente Africano e na Europa mostra presença na Peninsula Ibérica. No Brasil meridional a planta pode ser encontrada durante todo o ano, mas a maior ocorrência é na primavera e no verão, recebendo os seguintes nomes vulgares: picão, picão-preto, picão-campo, pico-pico, erva-picão, fura-capa, carrapicho-de-duas-pontas, goambu, coambi, etc.. A origem do nome vem do latim "Bidens", dois dentes, em alusão às duas projeções agudas sobre os aquênios, e "pilosa" pela ocorrência de pêlos esparsos sobre as brácteas.

Bidens pilosa é uma planta anual, reproduzida por semente. Uma única planta pode produzir até 3.000 sementes, o que demonstra o potencial reprodutivo e infestante. É uma planta polimorfa, de aspectos bastante variáveis: plantas provindas de uma mesma planta-mãe podem apresentar flores cujos flósculos apresentam diversos tipos de lígulas, desde quase imperceptíveis até muito desenvolvidas. Bidens pilosa As folhas são pecioladas, posicionando-se em pares opostos, de cor verde intenso, podendo desenvolver uma tonalidade violácea em plantas mais velhas ou estressadas. A inflorescência é formada por capítulos isolados ou conjuntos de capítulos sustentados por pedúnculos de até 5 cm de comprimento. O florescimento é continuado e numa mesma planta pode se encontrar muitos aquênios maduros num ramo e flores em outro. Os aquênios, com suas farpas, prendem-se facilmente em tecidos e pêlos, facilitando sua dispersão.

Em estudos químicos e farmacológicos foram isolados hidrocarbonetos e fitosteróis, poliacetilenos com ação cercaricida e um poliacetileno, fenilheptatriino, com ação tóxica para bactérias, fungos e fibroblastos humanos, na presença da luz solar. Em ensaios farmacológicos preliminares, extratos alcoólicos apresentaram ação constritora da musculatura lisa uretina e diminuiram a pressão arterial em coelhos. Extratos aquosos administrados por via oral e intraperitonial em camundongos mostraram atividade hipoglicemiante.

Bidens pilosa As partes usadas são a planta inteira. Na farmacopéia do século passado era indicada como planta medicinal, com propriedades "estimulantes, desobstruentes, anti-escorbúticas, odontálgicas (raiz), antidesintéricas, vermífugas", sendo ainda recomendada contra icterícia, hepatite, diabetes, etc... Na farmacopéia popular, a planta é usada em infusão, quatro a cinco chávenas por dia, ou 1 colher das de chá do suco de folhas frescas por copo de água, a tomar 3 vezes ao dia, meia hora antes das refeições (icterícia e hepatite). Também é utilizada em banhos de imersão para problemas de pele. Em termos de usos culinário e econômico, a planta é usada pelos nativos da África negra como "verdura". Nas Filipinas entra na fabricação de uma bebida chamada "sinitsit". Antes da floração pode ser usada como forrageira, sendo freqüentemente dada a coelhos.


Urucum

Bixa orellana
Bixaceae


Bixa orellana Essa planta pertencia à família Flacourtiaceae, mas devido a alguns detalhes botânicos foi retirada dessa família, pertencendo atualmente à família Bixaceae, que possui um  único gênero e uma única espécie que é a Bixa orellana, o Urucum.

A família Flacourtiaceae é composta por muitas plantas de enorme valor terapêutico, como o Carpatoche brasiliensis conhecido com o nome de Sapucainha, cujo óleo das sementes possui um princípio ativo contra a Hanseniase, o ácido Chaulmoogrico. A Hanseniase (lepra) é uma doença que também envolve as partes mais externas do organismo, produzindo falta de sensibilidade em determinadas regiões do organismo. A Casearia-Guassatonga ou Erva de Lagarto é utilizada em ferimentos da mucosa e entra na composição de alguns medicamentos destinados aos gargarejos e tratamento de aftas e gengivites.

A Bixa orellana é utilizada pelos índios para pintar a pele de vermelho. Essa pintura protege a pele das queimaduras causadas pelo Sol. Os índios utilizam uma pasta feita com as sementes dessa planta que possuem um corante vermelho na parte externa. O Urucum nos revelou até agora, dois processos relacionados com a Prata: atividade na pele e relação com a cor e com a luz.

As flores do Urucum são cor rosa claro e apresentam um ovário contendo uma série de óvulos em seu interior. Durante o desenvolvimento do ovário, notamos algo muito interessante. O pequeno ovário vai crescendo, se desenvolvendo sem alterar a sua forma. O fruto é muito semelhante a um ovário que apenas cresceu sem se diferenciar. Esse processo de indiferenciação, de manutenção das características embrionais também nos revela uma relação com a Prata.

As folhas do Urucum possuem um espessamento no pecíolo. Essa estrutura sofre uma ligeira deformação em função provavelmente da concentração de água, e essa deformação permite que as folhas do Urucum se coloquem em posição perpendicular ao Sol forte, evitando que a superfície foliar receba uma radiação direta. Quando o Sol está mais fraco, as folhas da planta realizam um movimento de maneira a receber Sol em sua superfície. As folhas do Urucum realizam um processo de movimento em função da luz e da umidade. Isso está relacionado com a Prata.

As folhas do Urucum apresentam ainda um fenômeno interessante. Elas vivem em associação com um fungo específico denominado Cercospora Bixae. Quando a planta nasce em local  úmido com pouco Sol, esses fungos começam a proliferar de maneira tão intensa que as folhas ficam brancas e a árvore começa a definhar. O Urucum possui uma relação com a vida indiferenciada. Isso também é um processo da Prata.

As sementes do Urucum possuem um corante vermelho situado nas partes externas. Esse corante, utilizado outrora como protetor solar, também é utilizado na alimentação para colorir os alimentos de vermelho. O Colorau é uma mistura de sementes de Urucum maceradas com fubá de milho. A estrutura química é um Caratenóide, porém não tem possibilidade de se transformar em vitamina A. Os Carotenóides estão relacionados com a luz, a cor e a pele, e esses processos também estão relacionados com a Prata.

As sementes do Urucum poderão ser úteis para promover uma vitalização da epiderme. As folhas dessa planta produzem um leve relaxamento e uma pequena sonolência, e deveríamos estudar sua atividade na diminuição de pressão arterial.

O urucum é um dos únicos corantes alimentares que não fazem mal à saúde.

 


Borragem

Borago officinalis L.
Boraginaceae


Borago officinalis Três espécies anuais e perenes compõe este gênero que é nativo na região mediterrânea e na Ásia ocidental. Duas espécies, Borago officinalis e Borago pygmaea, são populares pelas suas flores de coloração azul claro. O nome Borago pode ser derivado do termo latino "burra", nome de um artigo de vestuário coberto de pelos, aludindo à folhagem cerdosa. Foi chamado de Euphrosinum por Plínio, por causa de seu efeito eufórico.

Borago officinalis é uma planta anual com caule ramificado e folhas ovais alternas. As outras folhas são agrupadas em roseta. No cimo do caule aparecem hastes com flores azuis ou esbranquiçadas. Os frutos são tetraquênios duros. Toda a planta está coberta de pelos ásperos. A borragem é originária dos países mediterrânicos, de onde se espalhou para o resto da Europa, passando pela Espanha.

Borragem tem uma antiga reputação de elevar o espírito, o que é resumido por John Gerard em "The Herball, or Generall Historie of Plantes" (1597): "Pessoas do nosso tempo usam flores de Borragem em saladas para se alegrarem e tornar a mente contente. Também há muitas outras coisas feitas com elas, são usadas para confortar o coração, afugentar duelos e aumentar a alegria da alma. As folhas e flores de Borragem colocadas no vinho tornam os homens e mulheres alegres e contentes e afugentam toda a tristeza, tédio e melancolia, como Dioscorides e Plínio afirmaram. Xarope feito de flores de borragem consola o coração, afasta a melancolia e acalma o frenético ou pessoa lunática".

Em termos medicinais são utilizadas as cimeiras floridas ou as folhas e as flores, separadamente. A colheita é feita a mão, com luvas, cortando-se a parte superior do caule, o que provoca o aparecimento de novos caules. Borago officinalis As partes retiradas são secadas em camadas finas, primeiro ao sol, que as faz murchar, e depois à sombra ou num secador, a uma temperatura máxima de 40°C. Têm aroma e gosto de pepinos. Contêm taninos, mucilagens, saponina, ácido salicílico e substâncias minerais. Sementes são uma rica fonte de ácido gama-linolênico. A planta (mas não o óleo) contém pequenas quantidades do alcalóide pirrolizidina (como encontrado no Symphytum officinale) que pode causar danos ao fígado. As cimeiras floridas, folhas e flores são anti-inflamatórias (especialmente inflamações das vias urinárias). Prepara-se uma infusão (8g-10g para 1/4 de litro de água) que é igualmente eficaz contra as afecções das vias respiratórias, tosse, rouquidão e catarros brônquicos. A borragem estimula o organismo, regulariza as trocas celulares e acalma o sistema nervoso. O óleo regulariza sistemas hormonais e abaixa a pressão sanguínea. O suco fresco é também utilizado no tratamento das perturbações nervosas. Externamente, a borragem é eficaz contra as erupções e as inflamações cutâneas.

Em termos culinários, as folhas dão um aroma e sabor de pepino e são adicionadas a bebidas, saladas e como condimento em queijos suaves. Em partes da Itália são cozidas como legume. As flores frescas são usadas como guarnição, mas tornam-se rosadas em contato com ácidos, como o suco de limão ou o vinagre. São ainda usadas em xaropes, ou como decorações de bolos e doces. As folhas novas de borragem contêm uma elevada proporção de vitamina C e servem para preparar uma salada que se condimenta com endro e cebola. É também uma excelente planta melífera.


Folha da fortuna

Bryophillum calycinum
Crassulaceae

Bryophillum calycinum Johannes W. von Goethe mencionou certa vez que ele se considerava muito mais cientista do que artista. Uma das maiores contribuições que o poeta doou à humanidade foi sua concepção sobre o reino vegetal.

O mundo das plantas não pode ser elaborado com o mesmo tipo de pensamento utilizado para examinarmos os minerais. Existe algo no reino vegetal que difere daquele mundo mineral, estático e sem vida.

Ao nos dirigirmos ao mundo das plantas, nosso pensar deverá ser capaz de acompanhar a própria transformação desses seres que se mostram como uma pequena estrutura compacta, a semente que vai se modificando no decorrer do tempo em um vegetal com folhas. As flores vão surgindo, os frutos começam a se formar, até que finalmente uma nova semente termina o ciclo.

O pensar intelectual é capaz de examinar o mundo da matéria morta e dos minerais. Este tipo de pensar não consegue ter acesso ao ser vivo e à vida. Para isso é necessário um outro tipo de pensar que seja capaz de se relacionar com a vida.

Um pensar móvel que consegue superar a inércia do mundo mineral, relacionando-se com aquela entidade capaz de modificar a matéria e transformar as formas é denominado pensar vivo. Goethe tinha acesso a esse elemento vivo que começava a surgir.

Como conseqüência desse pensar capaz de abordar a vida e o vivo, Goethe elaborou a idéia da Planta Primordial como síntese da vegetabilidade, do princípio planta. Essa planta primordial, segundo Goethe, é a idéia viva da qual todos os vegetais derivam. Essa planta primordial se manifesta de maneira mais unilateral em uma determinada planta, e um outro vegetal irá apresentar um outro aspecto dessa planta primordial.

Goethe teve essa idéia viva ao contemplar, no Jardim Botânico de Palermo, o Bryophillum.

As plantas, de maneira geral, possuem uma enorme vitalidade nos brotos vegetativos, que são estruturas embrionais presentes nas pontas do tronco e dos galhos, que produzem folhas e fazem a planta crescer.

No Bryophillum, essa vitalidade não se restringe aos brotos, mas permeia a planta. Isso se mostra em suas folhas  que possuem características de broto. Tais folhas podem produzir muitos brotos  e cada um dará origem a uma nova planta. Isso nos revela um processo de vitalidade e um processo de reprodução.

Alta vitalidade e reprodução estão intimamente associadas com a Prata.

As folhas da maioria das Crassuláceas são suculentas. Ao compararmos as folhas do Bryophillum com as demais plantas dessa família, iremos notar as seguintes características: O Bryophillum forma brotos em partes determinadas das bordas das folhas. Esse processo é de reprodução e vitalidade. Ainda em relação as demais Crassuláceas, as folhas do Bryophillum são muito mais elaboradas, formadas por folíolos cuja margem mostra um desenho ondulado. Apesar de muito vital e suculenta, essa folha é muito elaborada, refinada e isso nos revela um processo luminoso-configurativo capaz de conter a proliferação excessiva.

Esse processo luminoso-configurativo também se revela na exuberância da produção floral. O etérico potente do Bryophillum não cria obstáculos para um desenvolvimento floral tão intenso.

O Bryophillum age no sentido de estimular um desenvolvimento etérico muito intenso e, além disso, permite que a organização astral possa agir num etérico muito forte.

Observemos o suco das folhas do Bryophillum: ao macerarmos as folhas dessa planta, iremos obter facilmente um suco verde, ácido, formado por ácidos que fazem parte do ciclo de Krebs. Esse suco parece o de uma fruta verde, uma substância ácida etérica, que ainda não sofreu os processos de amadurecimento do fruto, que ainda não sofreu um toque mais acentuado do astral.

Esse líquido verde, contendo em si as forças de germinação e proliferação, tende a estimular a organização etérica, impedindo uma atividade do astral que tende a plasmar e configurar esse etérico. Através dessa atividade, essa planta poderá auxiliar o sono, que é a saída do astral, a diminuição de sua atividade. Por outro lado, a atividade etérica do Bryophillum não é tão intensa a ponto de produzir torpor, pois já mencionamos que o Bryophillum permite que a organização astral possa agir num etérico muito forte.

A maioria das Crassuláceas possui folhas muito suculentas com estrutura inchada, encharcada. A atividade astral não consegue permear essas plantas. Um etérico intenso começa a se isolar de uma atividade astralizante que não consegue permear a planta.

O Bryophillum, ao contrário, dá um passo no sentido de superar essa vida que se isola do meio ambiente.

Existe um distúrbio denominado histeria, onde o paciente torna-se totalmente alterado e sensível àquilo que ocorre no meio ambiente. Seu ser responde de maneira imediata àquilo que se passa fora dele. A astralidade desse paciente não consegue integrar-se de maneira harmônica em sua vida. O Blyophillum, uma planta que superou aquela intensa vitalidade desvinculada do elemento astral, irá agir harmonizando o astral do paciente que está se tornando cada vez mais desvinculado de sua harmonia com o restante do organismo.


Bupleurum

Bupleurum falcatum
Umbelliferae (Apiaceae)

Bupleurum falcatum Este gênero de cerca de 100 espécies habita as regiões rochosas e os campos ralos em vegetação, comuns nas montanhas, e também cresce nas estepes salgadas. O Bupleurum é uma variante muito peculiar da família das Umbelíferas. Algumas plantas silvestres se relacionam com o tipo Bupleurum que se afasta muito da imagem habitual das Umbelíferas. Encontramos folhas inteiras de bordo unido ou folhas semelhantes às das Gramíneas, ou ainda alguns tipos de rosetas. A característica tão geral da divisão penada desapareceu nesta planta. Mesmo as umbélulas estão profundamente enterradas nas folhas, e ficam lá dentro de seus involucelos como pequenos buquês. As diferentes espécies do gênero Bupleurum crescem nas regiões onde a água é escassa e rara, e tais plantas são obrigadas a se proteger de muitas maneiras contra a evaporação, pelo fato da água ser inseparável do tipo Umbelífera, daí a forma tão particular dessas plantas; uma pessoa não habituada com a botânica poderia confundir o Bupleurum com as Euforbiáceas, caso o Bupleurum não esteja na época da floração.

O Bupleurum rotundifolium, longifolium e falcatum preferem as montanhas calcáreas. O Buplevrun rannunculoides vegeta nos prados das altas montanhas. O Bupleurum junceum cresce junto às vinhas, nas colinas pedregosas, moitas, e matas do Mediterraneo. O Bupleurum petraeum cresce nas regiões calcárias das altas montanhas. O Bupleurum stellatum se encontra nos planaltos rochosos graníticos na região suíça de Valais (Wallis) e vegeta até 2.700 m de altitude. O Bupleurum fruticosum cresce nas montanhas da Sardenha.

Todas estas espécies contêm óleos essenciais muito semelhantes aos das outras Umbelíferas. Até o presente momento tais plantas são utilizadas com fins terapêuticos. O Bupleurum rotundifolium, por exemplo, é utilizado como vulnerário, para diminuir as inchações das glândulas e também na gota. O Bupleurum falcatum (raiz) é usado interiormente para malária, prolapso uterino e retal, herpes simples, hemorróidas, fígado preguiçoso associado com instabilidade emocional, desordens menstruais e inchaço abdominal. Algumas vezes é usado fresco com vinho para enfermidades febris, com vinagre como estimulante circulatório e misturado com sangue de tartaruga para malária.


Buxo

Buxus sempervirens L.
Buxaceae


Buxus sempervirens Encontrado na Europa ocidental, Américas do Norte e Central, Ásia oriental e Índias Ocidentais, o gênero Buxus contém aproximadamente 30 espécies de pequenas árvores e arbustos perenes. O lento crescimento e a longa vida do Buxus sempervirens, encontrado na Europa e América do Norte, motivou desde os tempos Clássicos seu uso para topiaria, a arte de adornar os jardins, dando a certos grupos de plantas diferentes formas e configurações.

Buxus sempervirens é uma árvore ou arbusto com folhas persistentes, plantada nos jardins e nos parques pelas suas qualidades ornamentais. Os ramos verdes têm folhas opostas ovais, com margem lisa, epiderme lisa e coriácea. No princípio da Primavera, glomérulos de flores verde pálido, flavescentes com odor de mel formam-se na axila das folhas: a flor pistilada ao centro, rodeada por algumas flores estaminadas. O fruto é uma cápsula. A espécie, originária da Europa meridional, está difundida em todo o mundo.

Buxus sempervirens São colhidas à mão, moderadamente, as folhas. Estas secam facilmente à sombra e devem ser frequentemente voltadas. Depois de secas, têm cor verde e gosto amargo. Contêm sobretudo alcalóides (buxina), óleos essenciais e taninos. Têm um efeito antipirético em caso de febre ou de inflamação das vias biliares e urinárias. Prepara-se para esse fim uma infusão na proporção de meia colher de café por chávena de água ou toma-se o pó das folhas na dosagem de 0,5 g por dia, segundo prescrição médica. Antigamente, o buxo era supostamente comparável em efetividade à quinina para tratar malária, porém hoje é raramente usado, por causa de sua toxicidade. Externamente, as folhas servem para preparar compressas ou banhos contra as dores reumatismais, a gota e erupções cutâneas. Também é usado em homeopatia para reumatismo. É uma planta tóxica e é preciso respeitar as doses prescritas. O excesso causa vômitos, convulsões e morte.

A madeira de buxo é extremamente dura, compacta e resistente. Utiliza-se na gravura em madeira e para fabricar instrumentos musicais, matemáticos e náuticos. Plínio (23-79 DC) descreveu um terraço "adornado com a representação de diversos animais feitas com buxo".

Avenca

Nome Científico:

Adiantum capillus veneris
Características: A Ásia e o sul da Europa são os lugares de origem desta erva, também chamada de cabelo-de-vênus ou avenca-do-canadá. Planta herbácea pequena, com altura variando entre 30 e 50cm, formando touceiras. Possui hastes e ramos marrons escuros, muito finos. Suas folhas são pecioladas e também muito finas. Bastante utilizada como planta ornamental, a avenca cresce bem em locais úmidos e onde a luz é escassa. Para uso fitoterápico, somente as folhas têm utilidade.


Indicações e Usos: A avenca, por suas muitas qualidades, pode ser vista como a planta protetora das vias respiratórias. O chá de suas folhas é indicado para o tratamento de tosse, gripe, asma, bronquite, inflamação na garganta e rouquidão, já que a mucilagem presente nas folhas protege estas vias. Para o cabelo, esta erva é um excelente tônico. Além de atuar como anticaspa, ela ainda fortalece o couro cabeludo, evitando a queda. Exerce, também, papel de diurético.



Para uso fitoterápico, somente as folhas da avenca têm utilidade.

Babosa

Nome Científico: Aloes vera
Características: Popular em todo o Brasil, a babosa, conhecida também como erva-babosa e aloé, é uma planta própria de regiões de clima quente. América, África e Ásia: são vários os continentes de origem desta planta. Suas folhas, grossas e orladas de espinhos em serrilha, contêm uma seiva amarelada, gomosa, de odor intenso e sabor picante. Na extremidade da haste que sai do centro das folhas, nascem flores amarelas e pequenos frutos capsulares, com as sementes. Planta muito antiga, já era conhecida da Humanidade desde as primeiras civilizações.


Indicações e Usos: A babosa entra na fabricação de licores, junto com outros ingredientes, e no preparo de cerveja preta, aperitivos e tônicos digestivos. Para fins medicinais, empregam-se as suas folhas frescas e o suco, extraído do caule, reduzido a pó, depois de dessecado. Suas folhas e principalmente o suco são emolientes e dão bons resultados quando aplicados sobre queimaduras, inflamações e para tirar berne, além de reduzir a queda de cabelos e a caspa em certos casos. Em doses pequenas, sua ação é tônica, aperitiva, estomacal e estimulante da secreção biliar. Administrada em doses maiores, funciona como purgante e ativadora da menstruação. O uso interno, entretanto, deve ser limitado, porque em doses acima do normal pode provocar nefrite (inflamação dos rins). Para o uso dermatológico, é utilizada como anti-rugas, limpando as células mortas e regenerando tecidos.

Atenção: A casca das folhas da babosa jamais deve ser consumida. Esta erva tampouco deve ser utilizada em crianças, gestantes e mulheres que sofrem de inflamações uterinas ou ovarianas. Contra indicada também para quem sofre de hemorróidas e cálculos da bexiga.



Dizem que Cleópatra já se beneficiava das propriedades rejuvenescedoras da babosa sobre a pele e os cabelos, para manter sua beleza.

Carqueja

Nome Científico: Baccharis trimera
Características: É uma planta perene, herbácea, que cresce entre 40 e 60 centímetros de altura. As flores amareladas nascem agrupadas, formando pequenas bolas. As folhas são pequenas e ovaladas.


Indicações e Usos: Por ser um tônico amargo, o chá da carqueja amargosa é indicado para os problemas de fígado, estômago, vesícula e intestino solto. Na medicina popular, é muito recomendada para combater a diabetes. Usa-se também para tratar o reumatismo e liquidar alguns vermes intestinais.



O chá da carqueja deve ser feito a partir das hastes florais da planta.

Pata-de-Vaca

Nome Científico: Bauhinia forficata
Características: Nativa da América do Sul, a leguminosa pata-de-vaca é uma árvore perene com até 3m de altura, folha de dois lóbulos, semelhantes a uma pegada de vaca - e dois espinhos na base. Bastante comum em terras nacionais, conforme a região do país é conhecida também pelos nomes: unha-de-vaca, unha-de-boi, pata-de-boi, mororó e mirorá.


Indicações e Usos: A planta contém glicosídeos, flavonóides (quercitina), sais minerais, ácidos orgânicos e tanino. Assim, além de diuréticas, as folhas desta planta abaixam a taxa de açúcar no sangue. Por isso, fazem bem à saúde dos diabéticos. Devem ser consumidas sob a forma de chás, no período matutino (ainda em jejum) e antes das principais refeições. Se tomado diariamente, este chá permite um regime alimentar menos rigoroso para os diabéticos. Possui ainda propriedades antidiarréicas.

Atenção: Chás de pata-de-vaca não devem ser consumidos por gestantes e lactantes

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