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Limão

Nome Científico: Citrus limon
Características: O limoeiro pertence à família das rutáceas, com ramos cheios de espinhos, chegando a atingir de 4 a 5m de altura. Os frutos contêm grande quantidade de vitamina C, albumina, gorduras, hidratos de carbono, sais minerais, celulose etc. Populares no mundo inteiro, as frutas cítricas são, em geral, originárias da Ásia. As variedades principais existentes no Brasil são: o limão-galego, de fruto pequeno, redondo, muito suculento; o limão-siciliano, maior e mais alongado; o limão-cravo, de frutos ligeiramente avermelhados quando maduros, com aroma característico e suco bem ácido, sendo menos apreciado; o limão-taiti, de forma arrendondada, coloração esverdeada e acidez menos acentuada, encontrado mais facilmente no mercado.


Indicações e Usos: Por ser uma fruta rica em vitamina C, é eficaz no tratamento da gripe e das infecções. Porém, seria uma injustiça reduzir os poderes medicamentosos do limão apenas ao tratamento da gripe. Além de vitamina C, ele contém potássio, ferro, magnésio, enxofre, cálcio, cloro e fósforo. Com todos esses elementos, o limão pode ser usado no tratamento de uma série de outras doenças. Meio limão num copo de água morna tomado em jejum é um ótimo auxiliar nos regimes de emagrecimento. É muito eficaz no tratamento da obesidade, e também no do reumatismo, da náusea, da icterícia e do excesso de bílis. Quem toma limão diariamente mantém o fígado funcionando bem e o sangue livre de impurezas. Contra o limão só existe um ponto negativo: a sua acidez. Por causa dela, as pessoas que têm problemas gástricos só devem fazer uso do limão sob orientação de seus médicos. Também para uso externo, o limão tem uma ampla aplicação. O sumo misturado com açúcar, até formar uma pasta, é ótimo no tratamento da acne, da pele cansada e da oleosidade excessiva. Puro, o sumo serve para clarear as mãos e amaciar as cutículas endurecidas. Passado na cabeça, ele diminui a oleosidade do couro cabeludo e elimina a caspa. Além do sumo, também a casca, as folhas e as flores do limoeiro são usadas em chás e xaropes.

Atenção: O único cuidado que se deve ter, quando o limão é usado na pele, é de lavá-la antes de expô-la ao sol, para evitar o aparecimento de manchas escuras.



O costume popular de temperar os pratos com limão (em saladas, por exemplo) é duplamente benéfico: favorece o melhor aproveitamento do ferro contido nos alimentos; e torna menos necessário o uso de sal para acentuar o sabor da comida.

 

Calêndula, Malmequer

Calendula officinalis L.
Asteraceae (Compositae)


Calendula officinalis Planta anual cultivada desde a Idade Média, pelas suas qualidades ornamentais: os seus maravilhosos capítulos cor de laranja-vivo desabrocham continuamente desde o Verão até ao Outono. As folhas inferiores são espatuladas, as caulinares lanceoladas, sésseis e alternas. Os capítulos terminais são compostos de flores tubulosas estéreis e de flores liguladas férteis. O fruto é um aquênio curvo coberto de asperidades (em baixo à direita). As calêndulas são originárias da Europa meridional. São cultivadas atualmente como planta ornamental e medicinal. Neste último domínio, são preferidas as variedades de capítulo denso, cor de laranja menos intenso, contendo uma elevada taxa de substâncias ativas.

São colhidos os capítulos inteiros ou apenas as lígulas. A colheita faz-se manualmente, com tempo soalheiro, e as flores são secadas sobre grades de canas, à sombra, num local bem arejado, à temperatura máxima de 35°C. Contêm uma calendulassaponina-ácido-triterpenóide, outros glicosídeos ou calendulosídeos, sucos amargos e um óleo essencial. São usadas para estimular a atividade hepática, a secreção biliar e também para atenuar os espasmos gástricos ou intestinais. Os seus efeitos são, portanto, espamolíticos e colagogos. Em aplicações externas, a decocção, a tintura ou a pomada de calêndulas é aconselhada para as feridas rebeldes, escaras, úlceras nas pernas, inflamações purulentas e erupções cutâneas. A indústria cosmética emprega as calêndulas para amaciar a pele, para banhos e aplicações locais, pois são um excelente cicatrizante. A cor viva alaranjada das pétalas secas é muitas vezes aproveitada para melhorar o aspecto de outras substâncias medicinais.


Indicações e Usos: Antialérgica, cicatrizante, refrescante, antiinflamatória, bactericida e anti-fúngica, esta planta age contra acne, pele seca, feridas e queimaduras. Também empregada como mecanismo auxiliar regulador do ciclo menstrual e calmante de seus sintomas dolorosos (propriedades anti-espasmódicas). Externamente, sob a forma de pomadas, atua com eficácia em contusões, feridas, queimaduras, frieiras, etc. Após a extração dentária, usa-se sob a forma de bochechos. Na indústria cosmética, é utilizada na composição de xampus, cremes e sabonetes, e na indústria alimentícia, como corante natural.



Há registros da calêndula ter sido usada por médicos em campos de batalha, para tratar soldados feridos.



Bolsa-de-pastor

Capsella bursa-pastoris (L.) MEDIK.
Cruciferae (Brassicaceae)


Capsella bursa-pastoris O gênero Capsella consta de cinco espécies de ervas robustas, anuais ou bienais, encontradas ao longo de áreas temperadas e mornas. Capsella bursa-pastoris é uma planta herbácea, raramente apresentando uma altura maior que 50 cm. Supõem-se que a planta seja originária da Europa e disseminada a vários países durante a colonização, mas a literatura européia também a trata como adventícia. De qualquer forma, hoje está vastamente dispersa pelo mundo, em regiões de clima temperado e subtropical, ocorrendo principalmente em locais de maior altitude. No Brasil a ocorrência não é grande, sendo mais intensa na Região Sul. Na Argentina também ocorre a espécie Capsella rubella, bem como plantas de aspecto intermediário que podem ser híbridos. A origem do nome vem do latim, "Capsella", diminutivo de "capsa", cápsula e "bursa-pastoris" que é expressão latina significando bolsa-de-pastor e refere-se ao tipo de frutos.

É uma espécie bastante polimorfa, especialmente em relação ao tamanho e à forma das folhas e dos frutos. Na parte basal da planta encontra-se uma roseta de folhas, com as maiores atingindo até 15 cm de comprimento, sendo curto-pecioladas e apresentando margens com segmentos denteados que podem ser consumidas como verdura. Da base da planta elevam-se um ou mais caules pobremente enfolhados e na parte superior apresentam a inflorescência na forma de rácemos. O florescimento é continuado enquanto continua o desenvolvimento da planta, de modo que ocorrem flores na parte terminal enquanto frutos já se desenvolvem na parte inferior.

Capsella bursa-pastoris Colhe-se o caule com folhas no começo da floração (Herba bursae-pastoris), cortando-o à mão com a roseta de folhas terrestres. Após uma limpeza, procede-se à secagem em camadas finas e voltando freqüentemente as plantas, a uma temperatura inferior a 40°C. As plantas são depois conservadas em local seco dentro de invólucros fechados. Contêm colina, acetilcolina, um alcalóide, a bursina, ácidos orgânicos e taninos. Têm um efeito adstringente e vasoconstritor, sendo usadas para parar hemorragias estomacais, pulmonares e para diminuir sangramentos nas menstruações, na puberdade, na menopausa, bem como menstruações exageradas em geral e também para reduzir varizes e hemorróidas. É ainda usada para tratar catarros gastrintestinais. A bolsa-de-pastor tem efeito diurético e atua sobre os músculos uterinos lisos sendo por isso usada contra as hemorragias uterinas e as perturbações renais ou urinárias. Consome-se sob a forma de maceração a frio, na proporção de 6 colheres de chá de plantas para duas chávenas de água; deixar macerar durante 8 horas, filtrar e tomar dia sim, dia não. Em doses elevadas, a bolsa-de-pastor tem efeito tóxico. Em aplicações externas, a bolsa-de-pastor é usada para a limpeza de feridas, contra as erupções cutâneas e eczemas devidos ao calor excessivo.

Preparações com a planta (Herba bursae-pastoris) tem aceitação oficial pela Comissão E, do Ministério da Saúde da Alemanha (Bundesgesundheitsamt), com indicação para tratamento sintomático de menorragia e metrorragia leves, para uso tópico em sangramentos nasais e para uso externo em feridas que sangram.

 


Cardos Medicinais
(resumo filosofico)


Carduus lanceolatum L. O tipo compostas assume um aspecto particular na sub-família dos cardos. Eles são geralmente plantas imponentes, que crescem sobretudo nas estepes pobres e secas da região mediterrânea e do Oriente próximo, na Rússia meridional e Ásia central. Poderíamos denominar esses vegetais como "Os cactos do leste".

Na verdade, quando a América é representada através de seus cactos, a África através de suas Euforbiáceas e a Ásia através de seus cardos, algo das forças formadoras dessas zonas terrestres aparece. O inchaço aquoso do tipo cactus, que engole literalmente o caule e a folha numa bola caulinosa, e libera só as suas extremidades em forma de aguilhões espinhosos, é o tipo absolutamente oposto do cardo, onde o órgão da luz e do ar, a folha, se desenvolve de maneira predominante e se endurece exteriormente. O cactus se concentra e se petrifica no domínio dos éteres químicos e de vida; o cardo se endurece no domínio do éter e da luz.

Em todas as folhas, encontramos ritmicamente o líquido e o ar; o éter químico e o éter de luz interferem ritmicamente na folha. Uma folha normal é mais vivaz na base e menos na ponta; acontece uma ligeira desvitalização das bases para os bordos e as extremidades. A folha de cardo exagera nesse processo; a ponta e os bordos endurecem e, quanto mais as folhas, quase sempre muito grandes, são recortadas, mais elas são espinhosas. Pelo fato que, ao endurecimento da periferia se opõe um limite à sua dilatação e crescimento, a folha toma freqüentemente uma forma ondulada e convexa: cada folíolo, e mesmo as nervuras foliares, se tornam coriáceas, carnudas, enquanto que a substância permanece mole e viva no interior da folha. O fluído de vida vai secando na ponta, à medida que o cardo penetra na claridade aérea e seca.

Arctium minus Berhn. O cardo produz o elemento folha, mas essa planta escapa, de certa maneira, da atividade do elemento foliar, por um crescimento de seu caule até a região floral. Dessa maneira, o caule traz consigo forças foliares que dão ao caule suas "asas" (caules alados), se bem que esses caules são freqüentemente espinhosos. Mas a flor, que é um grande capítulo bem formado, abundante, é a meta principal de todo o processo. As folhas dos invólucros, freqüentemente espinhosas, fazem o capítulo do cardo parecer um pequeno cactus. O capítulo se encolhe em direção à sua ponta, e de seu colarinho surgem floretas tubulares, longas e finas. As flores, em lígulas, estão ausentes. A cor das flores é mais freqüentemente um rosa-violáceo de caráter puro, próprio, desprovido de qualquer paixão, um pouco como a turmalina no reino das pedras preciosas.

O odor é delicado, suave, seco, nobre. Observando um grande Onopordon florido, uma alma inocente teve uma sensação sutil desse vegetal e exclamou: "um penitente que se purifica!". E essa exclamação encontra o seu lugar aqui, mesmo que o antropomorfismo seja sempre injustificado na observação da natureza. Segundo Goethe, a natureza fala a todos os nossos sentidos, sejam eles conhecidos, pouco conhecidos, ou mesmo desconhecidos.

Os aquênios dos cardos são capazes somente de vôos breves, a despeito de seus pelos sedosos, devido a seu porte e peso. A inulina, que é o carboidrato das compostas, é abundante nos cardos; além disso, eles contêm substâncias amargas aromáticas. Nós deveríamos procurar a sua ação terapêutica entre a organização metabólica e a organização rítmica; ela consiste em liberar e vivificar os ritmos freados, endurecidos. Marte, Júpiter, e o Sol estão particularmente ativos nos cardos, e o efeito do remédio será dirigido aos órgãos correspondentes. Os Cirsos tendem à umidade, os Onopordons à seca desértica; os cardos, propriamente ditos (Carduus), crescem de preferência nas estepes; o gênero Carlina se encontra nas altas montanhas; a alcachofra é uma variação que cresce em terras cultivadas.


Onopordon

Onopordon acanthium
Asteraceae (Compositae)


Onopordon acanthium

Ele é o mais imponente, um verdadeiro "Eu dos cardos"! Provavelmente originário dos mesmos locais que os outros cardos já estudados, ele passou pela Inglaterra e Escócia para se difundir por toda Europa central, Rússia meridional, até a Ásia ocidental, se bem que no Oeste da Europa, ela só apareça raramente. As dunas arenosas ao bordo do mar, a planície húngara, a Ucrânia, todos os países com breves chuvas de primavera seguidas de um verão seco e ensolarado, agradam o Onopordon; então ele forma verdadeiras "florestas"

O Onopordon é o cardo que se aproxima mais do tipo. Da semente que cai no outono brota inicialmente uma vigorosa roseta de folhas que alimentam o crescimento de uma forte raiz Pivotante. A planta começa a conquistar as profundezas e o plano horizontal. Suas folhas são longas e largas, com bordos de grandes lobos triangulares, e ritmicamente ondulados. As nervuras dessas folhas continuam além do bordo, e se endurecem formando espinhos. Essas folhas, de um verde prateado, se dispõem em triângulos. Na primavera seguinte, a roseta assume ainda mais importância, até que no começo do verão, um potente impulso leva a folha para o alto. A diástole ou expiração se sucede a uma longa sístole ou aspiração (que simbolizam a profundidade e a largura). A vertical, o princípio-caule, reina doravante, entretanto com ramos secundários cheios de força. A planta ultrapassa a altura de um homem sem parar de irradiar, até que produza grandes capítulos esféricos, providos de espinhos.

A força foliar penetrada na região dos caules, produz, ao longo deles, grandes asas, inchadas, espinhosas, com dois lados; ao limbo desaparece pouco a pouco nessa formação de asas caulinares, até que restem apenas lobos terminais saídos do caule. Mas o princípio-folha permanece até a ponta extrema de cada ramo, e passa finalmente ao capítulo. Este surge a partir de um colarinho composto por uma multidão de floretas tubulares rosa-violeta, estreitas, e profundas. Ele emana um perfume sutil, delicado e nobre.

O Onopordon é o mais rítmico de todos os cardos. O que o caracteriza é a relação completa entre um rico aparelho foliar e uma abundância de flores, o equilíbrio dinâmico entre o baixo e o alto, a síntese dos ritmos foliares (etéricos) e florais (astrais). Rudolf Steiner ensinou a preparar a flor de Onopordon, associada com a flor de Primula e Hyosciamus, em um importante remédio para o órgão rítmico por excelência, o coração, desde que ele esteja perturbado. Como flor, o capítulo do Onopordon age sobre o metabolismo através de suas substâncias aromáticas amargas, ele atrai o corpo astral e o eu nos processos etéricos do metabolismo (estimulando-os) na direção do sistema rítmico e leva para o ritmo orgânico suas forças estruturantes. Efetivamente, o conflito entre as forças plasmático-fluidas, e as forças estruturantes-luminosas conferem a essa planta a sua característica típica.

 


Cardo-santo

Cnicus benedictus L.
Syn.:Carduus benedictus
Asteraceae (Compositae)


Cnicus benedictus

Esse cardo medicinal pertence também à região mediterrânea; como muitas outras plantas terapêuticas, foi levada na Idade Média, através dos Alpes, até os países do norte. Ele é anual, e pode ascender até a altura dos joelhos. Seus capítulos amarelados emergem de tufos de folhas alongadas, com divisões terminadas em pontas e invólucros espinhosos que os envolvem, de maneira a permanecerem profundamente enterrados na região foliar que os envolve numa verdadeira camada de espinhos. Podemos ver nessa planta forças de condensação excepcionais, e a língua os percebe num sabor extraordinariamente amargo. Além disso, uma substância glicosídica amarga (cnicina) está presente, além de tanino, um pouco de óleo essencial, resina e muita mucilagem. Aqui também, a ação principal da planta florida se dirige a digestão, aoO metabolismo, estômago, fígado e bile. As estases na região do fígado, a icterícia, as hemorróidas, a hidropsia, estão entre indicações desse remédio. Rudolf Steiner o recomendou em associação com a raiz de Paeonia (numa preparação determinada) para combater certas formas de hidropsia dependentes de perturbações renais e hepáticas. Ao considerarmos esse processo floral um pouco atrofiado, realizado por um aparelho foliar exuberante, compreendemos que as ações desse remédio se encontra entre o sistema metabólico e rítmico.






Silybum Marianum
Syn.: Carduus marianus
Asteraceae (Compositae)

Silybum marianum

Esse imponente cardo é um dos mais belos, com suas grandes folhas com feixes brancos, largas, muito onduladas, recortadas em lobos pontudos, de efeito escultural. No primeiro ano, na ponta da raiz fusiforme, a folhagem se arredonda em uma semi-esfera achatada; no ano seguinte, ele se soleva um pouco, deixando as hastes florais subirem livremente e ultrapassá-la. Elas se coroam no final, de grandes capítulos espinhosos, cheios de flores tubulares violeta-rosadas.

O Carduus marianus tem como habitat as estepes e os declives pedregosos, ensolarados, secos da região mediterrânea e da Ásia menor. Ali pode se espalhar e atingir a altura de um homem. Na Europa, ela se aclimatou como planta ornamental, tornou-se sub-espontânea, mas exige exposições ao sol. A planta morre depois de frutificar-se. Seus aquênios, convenientemente tratados, são um remédio importante contra as estases hepáticas, as estases sanguíneas no abdômen, eles estimulam a circulação na veia porta, o fluxo biliar, são utilizados na ascite, na icterícia e nos cálculos biliares; eles agem sobre sistema venoso do organismo inferior no caso de varizes, hemorróidas, úlceras nas pernas. A parte ativa é a camada externa da semente, rica em proteínas, com substâncias amargas, óleo essencial, aminoácidos (tiramina, histamina). Segundo o princípio, os aquênios provenientes de uma região tão floral, agem predominantemente sobre o metabolismo do organismo inferior.



Cardo-santo

Cynara cardunculus L.
Asteraceae (Compositae)


Cynara cardunculus

Planta herbácea perene com um caule gigantesco, ereto, densamente coberto de folhas espinhosas e lanceoladas. Estas folhas são glabras na face superior, brancas e tomentosas na face inferior. Os caules terminam em capítulos globulosos, espinhosos, compostos de lígulas azul-violeta. O fruto é um aquênio com penugem (figuras pormenorizadas em baixo). A espécie, originária da bacia mediterrânica, era já conhecida dos antigos Egípcios, Gregos e Romanos. Atualmente, é cultivada como legume, sobretudo na zona sudoeste da Europa.

Para fins medicinais, são colhidas as folhas, apanhadas à mão na época de floração plena. São secadas, estendidas sobre grades, à sombra, eventualmente num secador, a 40°C no máximo. As folhas secas contêm um suco amargo, a cinarina, mucilagens, taninos, ácidos orgânicos e vitamina A. Todas estas substâncias são colagogas e têm um efeito benéfico nas doenças das vias biliares e hepáticas. São usadas igualmente com sucesso contra a icterícia, cujos sintomas desaparecem mais rapidamente. As folhas reduzem a taxa de açúcar no sangue e são usadas como adjuvante no tratamento da diabetes. Têm efeito antisclerótico e servem também para fabricar bebidas amargas e licores. O suco fresco é utilizado externamente para tratar eczemas e erupções cutâneas.

Da Cynara cardunculus, consomem-se, como legumes, os pecíolos e as nervuras esbranquiçadas das folhas, enquanto uma outra espécie, a alcachofra (Cynara scolymus L.), é cultivada pelos seus espessos receptáculos florais.


 


Cardo-de-santa-maria

Silybum marianum L.
Asteraceae (Compositae)


Silybum marianum

Planta anual ou bienal caracterizada por um caule alto e ramoso, apresentando folhas sésseis, alternas, manchadas e com espinhos. Na extremidade dos ramos, encontram-se capítulos solitários de flores violáceas e tubulosas. Os frutos são aquênios com coroa. A espécie é originária das regiões mediterrânicas e freqüentemente semeada nos jardins campestres, a título ornamental ou medicinal. Naturalizam-se muitas vezes nos arredores. Os seus efeitos medicinais são conhecidos desde a Antiguidade: a planta era então usada para tratar a vesícula biliar e o fígado.

As partes mais importantes, do ponto de vista farmacêutico, são os frutos, os aquênios. Os capítulos são colhidos inteiros, à mão, quando amadurecem. Depois de estarem secos faz-se cair os aquênios mecânica ou manualmente, antes de proceder à sua limpeza. Contêm lipídios, albuminas, óleos essenciais e flavonóides importantes, a silibina e a silimarina. A maior parte da produção é tratada pela indústria farmacêutica e transformada em tinturas, gotas, pastilhas, etc., apresentando um teor em matérias ativas exatamente conhecido. Usados pelo médico, estes produtos são remédios eficazes contra as afecções da vesícula biliar; são colagogos e regeneradores do tecido hepático afetado por diversas lesões. A medicina popular emprega os aquênios para preparar uma decocção a 2%, que deve ferver durante 8 minutos, sendo tomados 2g a 6g de aquênios por dia. Esta decocção estimula a função hepático-biliar e é febrífuga. A ingestão de frutos moídos (pó), ou mesmo a mastigação esporádica de frutos inteiros, têm os mesmos efeitos.


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Carlina

Carlina acaulis L.
Asteraceae (Compositae)

Carlina acaulis O gênero Carlina consta de 28 espécies anuais; são encontrados também cardos bienais e perenes na Europa, regiões mediterrâneas e Ásia ocidental. Carlina acaulis cresce em prados nas regiões montanhosas da Europa central, sul e oriental. Seus frutos típicos são aquênios com uma plumagem para ajudar a dispersão pelo vento. Carlina foi denominada assim depois que Carlos Magno que teve uma visão de que a planta curaria pestilência.

Carlina acaulis é bienal ou perene, de porte reduzido, robusto, raiz longa e uma roseta de folhas espinhosas de cerca de 30cm de tamanho. As flores, em formato de disco, são cercadas por brácteas prateadas, aparececendo no verão.

Carlina era uma erva importante nos tempos medievais, classificada como antídoto para envenenamentos. É pouco usada hoje, desde que existem cardos mais efetivos como Cnicus benedictus e Silybum marianum. Em áreas rurais, os receptáculos são usados na alimentação como substituto para corações de alcachofra.

As partes usadas são as raízes. Uma erva tônica que beneficia o fígado, a vesícula biliar, o sistema genito-urinário e a pele. A erva é usada interiormente para retenção de líquidos, fígado, vesícula, problemas de próstata, bronquite e problemas de pele, como acne e eczema.

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Cominho

Carum carvi L.
Umbelliferae (Apiaceae)


Carum carvi Nesta planta, assim como no anis e no funcho, são os frutos que constituem a parte utilizada como condimento ou como medicamento. O gênero Carum compreende 22 espécies, que crescem no norte das regiões temperadas do velho mundo, assim como na Califórnia e no Chile. As espécies americanas possuem raízes nodosas e tuberosas. O Carum Carvi, cominho, se encontra em toda a Europa ao norte dos Alpes até o norte da Noruega. Encontra-se também até o Norte e centro da Ásia. É uma planta que cresce nos campos e junto às valas de irrigação, nas planícies e em terras de aluvião até o Norte da Alemanha. Ela sobe até os vales alpinos, aparecendo nas trilhas das ovelhas ao redor das cabanas dos pastores. Quanto maior a altitude, menor a planta se torna. A qualidade do cominho está diretamente ligada a um solo úmido e muito ensolarado. Este fato também se expressa no desenvolvimento foliar. Suas folhas formam uma pseudo bainha carnosa e são tão recortadas, que se tornam uma estrutura filamentosa. A raiz carnosa lembra uma cenoura, e se forma durante o primeiro ano (inspiração). Esta planta bianual, em seu segundo ano (expiração) produz no início do verão belas umbelas brancas, planas, em estrutura de guarda chuva. Elas são livres de todo o elemento foliar, não possuem nem invólucros nem involucelos na base das inflorescências.

Os frutos secos, ígneos, queimantes, já estão maduros no fim de julho, pois todo o calor do verão antecipa o seu amadurecimento, mas as folhas geradas a partir do solo úmido fornecem uma excelente forragem e o néctar escorre abundantemente de suas pequenas flores; mas na região do fogo estival, a planta se completa. A análise das cinzas dos frutos revela uma grande quantidade de sílica (3,5%) e de óxido de ferro (3,6%), além de 8% de óxido de magnésio. Isto revela uma forte relação desta planta com a luz.

É muito compreensível que tal planta produza uma ação aquecedora, fortificante no estômago e no intestino, estimulando as glândulas digestivas e a secreção do leite. Graças à forte atividade luminosa e calórica de suas flores e de seus frutos, ela tonifica o sistema metabólico humano e pode fornecer energia ao corpo astral que está desfalecendo, e ao corpo etérico debilitado. Daí compreende-se seu efeito antiespasmódico e sua atividade nos gases do trato digestivo, assim como sua atividade emenagoga. O cominho combate os espasmos uterinos, a hipocondria e a histeria. É interessante sua atuação contra a aerofagia. Todos os processos do organismo aéreo do homem, portador do corpo astral, são melhor dominados. Ele é um tônico para a consciência de vigília e capaz de eliminar as imagens incontroladas, oníricas da clarividência atávica. Existe um velho ditado que diz: "Quem come cominho, nunca terá um ataque de apoplexia".

 


Fidalguinhos

Centaurea cyanus L.
Syn.:Cyanuci segetum HILL.
Asteraceae (Compositae)


Centaurea cyanus Cerca de 450 espécies anuais, bianuais, perenais e sub-arbustos compõem o gênero Centaurea que ocorre nas regiões mediterrâneas, Eurásia, América do Norte e Austrália; Várias espécies são cultivadas como ornamentais por suas flores parecidas com cardos que são coloridas e brilhantes. O nome Centaurea foi atribuído porque o legendário centauro, Chiron, conhecido pelo seu conhecimento de ervas, foi o primeiro que revelou suas propriedades curativas.

Centaurea cyanus é uma planta anual com caule ereto, ramificado, apresentando folhas lineares alternas. Os capítulos de flores tubulosas azuis aparecem na extremidade do caule. Os frutos são aquênios com pêlos. A espécie é originária das regiões mediterrânicas e é encontrada em campos de cereais e lugares não cultivados da Europa e Ásia ocidental. Difundiu-se por todo o mundo com as culturas cerealíferas. No entanto, o uso de herbicidas torna-a cada vez mais rara desde há alguns anos. É uma excelente planta melífera.

Para fins medicinais, são colhidas as flores isoladas: arrancam-se à mão, uma a uma, em dias com bastante sol. São secadas em camadas finas sobre grades de canas, à sombra, num local bem arejado, ou num secador à temperatura máxima de 35°C. Depois de secas, devem ser conservadas em local seco e na obscuridade. Contêm pigmentos orgânicos, o mais importante dos quais é a centaurina, um glicosídeo, a cicorina, saponinas, mucilagens e taninos.

Emprega-se como diurético e estimulante do metabolismo. Os fidalguinhos entram na composição de tisanas para regular a digestão e tratar perturbações gástricas. As flores secas servem igualmente de corantes em certos medicamentos e misturas para infusões. O pigmento azul isolado é utilizado na indústria cosmética. Em uso externo, os fidalguinhos servem para preparar banhos destinados a tratar feridas e afecções ulcerosas, conjuntivites, feridas secundárias, úlceras de boca, sendo também adjuvantes nas loções capilares.

Centaurea cyanus é a erva melhor conhecida do gênero. Centaurea scabiosa, de maior porte, Centaurea nigra e Centaurea montana, todas têm propriedades semelhantes.

 


Fel-da-terra, Centáurea-menor

Centaurium erythraea RAFN.
Syn.:Centaurium minus MOENCH,
Erythraea centaurium (L.) PERS
Gentianaceae


Centaurium erythraea O gênero Centaurium consta de cerca de 40 espécies anuais e bienais, ocasionalmente perenais, encontradas ao longo de regiões temperadas. Centaurium erythraea é nativa em dunas e prados secos da Europa e sudoeste da Ásia e naturalizada na América do Norte. Como muitos membros da família das gencianas, é extremamente amarga, o que levou Nicholas Culpeper a comentar em The English Physitian Enlarged, or the Herbal (1653) que "é muito saudável, mas não muito gostosa".

Centaurium erythraea é uma planta herbácea anual, por vezes bienal, com caule ereto, ramificado na parte superior. As folhas da roseta são ovais, as outras são sésseis e opostas. As flores, cor-de-rosa-claro, compõem inflorescências suportadas por hastes. O fruto é uma cápsula. Centaurium erythraea É uma espécie dos baldios ensolarados, dos prados e das clareiras.

Usa-se a planta inteira. São colhidas as cimeiras floridas no momento da floração plena: os caules são cortados à mão, a cerca de 5 cm acima do solo, tendo o cuidado de deixar aproximadamente um quarto das plantas intactas, para assegurar a sua reprodução. As partes cortadas são secadas em camadas finas, à sombra, voltando-as freqüentemente, ou num secador a uma temperatura que não ultrapasse os 40°C. São conservadas em local seco e na penumbra, dentro de invólucros bem fechados. É uma erva muito amarga, seca, que age como tônico para o sistema digestivo e abaixa a febre.

Do ponto de vista medicinal, o fel-da-terra é uma espécie importante e muito procurada. Contém sobretudo glicosídeos amargos como a genciopicrina e eritrocentaurina que estimulam o fígado e vesícula biliar, aumentam o fluxo biliar, melhorando o apetite e a digestão. Contém também óleo essencial, taninos e outras substâncias. Os sucos amargos excitam as terminações nervosas das papilas degustativas da língua, o que provoca, por ação reflexa, um aumento da secreção gástrica. É usado internamente para dispepsia, reclamações do fígado e da bexiga biliar, hepatite, icterícia, anorexia, síndrome pós-viral, falta de apetite na convalescença e enfermidades febris. Combinado com Chamaemelum nobile, Filipendula ulmaria e Althaea officinalis para dispepsia, e com Berberis vulgaris e Rumex crispus para icterícia. Não deve dado às mulheres grávidas. Emprega-se sob numerosas formas: em gotas - Tintura amara - infusões - Species amaricantes, Species stomachicae. A medicina popular usa igualmente um infusão ou uma decocção de uma colher de café das partes secas para 1/4 de litro de água, a tomar de manhã e à noite em jejum. Utiliza-se de modo similar a tintura ou extrato alcoólico. O fel-da-terra, também chamado centáurea-menor, é cada vez mais usado, desde há algum tempo, na preparação de vinhos e licores.

 


Cairuçu asiático

Centella asiatica (L.) Urban
Syn.:Hydrocotyle asiatica L.
Umbelliferae (Apiaceae)


Centella asiatica O gênero Centella inclui aproximadamente 20 espécies de pequenas ervas perenes que medram na África meridional e na maioria das partes das regiões tropicais. A espécie mais conhecida é a Centella asiatica que é uma erva medicinal importante, semelhante a uma sua parente Européia, a Hydrocotyle vulgaris. A planta foi denominada inicialmente Hydrocotyle asiatica por Linnaeus e posteriormente passou para o gênero Centella. É uma espécie variável, de distribuição pantropical que prospera em lugares sombreados e úmidos como plantações de arroz, mas também cresce em áreas rochosas e em paredes sendo também uma planta infestante de gramados. É uma erva rasteira, perene, raízes propagando-se em nódulos, com agrupamentos de folhas de até 5cm, em formato de rim e bordas denteadas. Flores rosas minúsculas aparecem sob a folhagem na época do verão.

Centella asiatica é uma das mais importantes ervas na medicina Ayurvédica. Conhecida como Brahmi, "que traz conhecimento de brahman [Realidade Suprema]", foi por muito tempo usada na Índia para fins medicinais e para ajudar a meditação. Tradicionalmente usada na Índia e na África para tratar lepra, entrou na farmacopéia francesa através de Madagascar. Uma recente pesquisa mostrou que Centella asiatica reduz o tempo de cicatrização, melhora problemas circulatórios nos membros inferiores e acelera a cura.

Centella asiatica Usam-se as folhas e também a planta inteira que são colhidas a qualquer hora do dia e usadas frescas ou secas em infusões, decocção no leite, pulverizadas, ou como óleo medicinal. É uma erva rejuvenescedora, diurética, que limpa toxinas, reduz inflamação e a febre, melhora a cura e a imunidade, e tem um efeito balanceador no sistema nervoso.

Como uso culinário, as folhas são consumidas em saladas e como tempero no sudeste da Ásia. Medicinalmente a erva é usada interiormente para combater feridas e condições crônicas da pele (inclusive lepra), doenças venéreas, malária, veias varicosas e úlceras, desordens nervosas e senilidade. O excesso provoca enxaquecas e inconsciência passageira. Externamente é usada em feridas, hemorróidas e articulações reumáticas. Extratos também são utilizados em máscaras de cosméticos e cremes para aumentar o colágeno e firmar a pele.

CUIDADO: Esta erva é irritante de pele e está sujeita a restrições legais em alguns países.


Ipeca, ipecacuanha

Cephaelis ipecacuanha
Rubiaceae


Cephaelis ipecacuanha

Relacionadas ao gênero Psychotria e Palicourea, as aproximadamente 180 espécies do gênero Cephaelis são arbustos e pequenas árvores perenes que acontecem em várias partes das regiões tropicais. Muitas espécies são conhecidas por conter alcalóides.

Só Cephaelis ipecacuanha, um arbusto esbelto, perene, com raiz rastejante brilhante, folhas ovaladas pontudas, que cresce expontamente sob a copa das florestas tropicais brasileiras, é amplamente cultivado em Cingapura e na Malásia. Freqüentemente crescendo debaixo de seringueiras (árvores da borracha). Difícil cultivar fora de seu habitat natural. Exige solo bem escoado, terra rica em húmus com sombra e umidade. Na estação chuvosa aparecem os agrupamentos terminais de flores brancas em formato de trompete, logo seguidas por bagas purpúreas com duas sementes.

Ipecacuanha já era conhecida dos nativos brasileiros séculos antes de sua introdução em Portugal por um monge nos tempos coloniais. Um médico Parisiense, Helvetius, experimentou-a e confirmou sua eficácia e aplicação para diversos males, principalmente sua efetividade contra disenteria. Em 1688 vendeu sua patente do medicamento para a corte de Luís XIV por 1.000 luises de ouro. Cephaelis ipecacuanha contém emetina, um potente emético que, como um efeito colateral, estimula secreção de muco nos pulmões. Agora, crescendo no extremo oriente, é ingrediente principal de várias marcas de remédios contra tosse.

As partes usadas são as raízes, colhidas parcialmente no início da primavera, quando as plantas estão em flor, e são secadas para uso pela indústria farmacêutica. É um irritante violento que estimula os sistemas gástricos e bronquiais, abaixa febres e previne formação de cisto em disenteria motivada por amebas.

É usada interiormente para tosses, bronquite, tosse aguda, coqueluche e disenteria e amébica. Também usado em xarope para induzir vômito em crianças que ingeriram venenos e quando é preferível ao uso de lavagem estomacal em pessoa muito jovem. Excesso causa vômito severo e diarréia. Usado em homeopatia para náusea. Só para ser usada por médicos qualificados.


Líquen-da-islândia, Musgo-da-islândia

Cetraria islandica (L.) ACH.
Parmeliaceae


Cetraria islandica O gênero Cetraria consta de 40 espécies de líquens encontrados no mundo inteiro, especialmente nas regiões Árticas. Várias espécies são ecologicamente importantes como alimento para as renas. Desde tempos antigos os líquens foram usados para medicamentos, tinturas e perfumes. Eles não são cultivados e agora são raros no estado selvagem devido à poluição moderna; muitos herbolários atualmente só usam tratamentos a base de líquens em casos especiais.

Cetraria islandica é um líquen com talo ramificado e tufoso, crescendo em suportes pobres e ácidos, geralmente na sombra dos pinhais, sobre rochedos, árvores, muros em regiões da Europa, do Ártico, e de regiões ácidas da Australásia. Os talos são de coloração desde castanha a verde-azeitona, recortados, freqüentemente com manchas vermelhas na parte superior. Os povos nórdicos conhecem as virtudes medicinais do líquen-da-islândia há muito tempo e utilizam-no também como alimento para o homem e para os animais.

Cetraria islandica Colhe-se o talo (Lichen islandicus); as suas virtudes são mais eficazes no Verão, quando o líquen se desenvolve bem, é verde e não se desfaz. A colheita é secada no local (como o feno), depois à sombra, e exposta a uma corrente de ar. Depois de secado, o material deve ser conservado em invólucros fechados. Contém liquenina, isoliquenina, ácido cetrárico, mucilagens, sucos amargos e iodo. Uma recente pesquisa mostrou que ácidos de líquen são efetivos contra organismos tais como Salmonella, Trichomonas vaginalis e Mycobacterium tuberculosis.

As mucilagens têm uma ação favorável no tratamento da tosse, rouquidão, tosse convulsiva e asma brônquica (expectorante e antitússico). Os sucos amargos estimulam o apetite e a secreção dos sucos gástricos (amarum). O líquen seco deve ser cozido duas vezes, na dose quotidiana de 1,5 g. A primeira decocção é amarga, a segunda mucilaginosa. A erva é usada internamente para gastroenterite, intoxicação gastrintestinal, tuberculose e bronquite. Externamente para lavagem vaginal, furúnculos e impetigo. Extratos são adicionados a antiséticos e pastilhas para garganta que são usadas em casos de tosses secas e gargantas doloridas. O líquen, liberto do seu sabor amargo, é um excelente produto dietético; nos países nórdicos era usado também para fazer farinha e álcool.

Uma outra espécie de líquen, a evérnia da ameixieira (Evernia prunastri), cresce sobre estas árvores e é igualmente colhida pelas suas propriedades medicinais semelhantes.

 


Macela-dourada

Chamaemelum nobile (L.) ALL.
syn.: Anthemis nobilis L.
Asteraceae (Compositae)


Chamaemelum nobile Planta herbácea perene com caule rasteiro e ramificado, sustentando folhas alternas muito segmentadas. O caule termina num capítulo formado por flores liguladas periféricas e tubulosas centrais ou, nas variedades melhoradas e mais procuradas, unicamente por flores liguladas.

São colhidos os capítulos desabrochados, quando o tempo está quente e seco, à mão ou com um instrumento simples que permita cortar a flor sem o pedúnculo. É preciso ter cuidado para não esmagar os capítulos colhidos; são secados sobre grades de canas, a sombra, ou num secador a uma temperatura que não ultrapasse os 35°C. Depois são conservados em invólucros fechados. Contêm um óleo essencial rico em azuleno, sucos amargos, glicosídeos, colina. São usados pelas suas virtudes anti-inflamatórias, desinfetantes e diaforéticas. Têm como efeito acalmar o sistema nervoso, reduzir as contrações musculares, especialmente nas afecções ginecológicas. Prepara-se uma infusão a 2% que é filtrada passados quinze minutos e da qual se consome até 3 chávenas por dia.

Em aplicação externa, recorre-se a uma infusão até dez vezes mais forte e que só e filtrada após vinte minutos. Usa-se em tratamentos da pele e na lavagem dos cabelos louros para que o seu brilho natural aumente. A distilação das cimeiras frescas permite obter um óleo essencial largamente utilizado tanto em cosmética como para fins farmacêuticos.

A macela-dourada é também chamada camomila-romana.


Matricária-discóide

Chamomilla suaveolens (L.) ALL.
syn.: Matricaria discoidea DC.
Asteraceae (Compositae)


Chamomilla suaveolens

PLanta herbácea anual com caule ereto, muito ramificado e densamente folhoso. As folhas divididas são sésseis e alternas. Os capítulos aparecem isoladamente na extremidade das ramificações do caule; são de cor verde-amarelada, com um receptáculo cônico e oco, sem lígulas periféricas. Os frutos são aquênios. Toda a planta liberta um odor agradável. A espécie é originária da América do Norte e da Ásia oriental: no século passado foi introduzida na Europa através dos jardins botânicos e aí se naturalizou depois com uma rapidez fulgurante. Encontra-se à beira dos caminhos, nos pátios, nos locais abandonados. Substitui perfeitamente a verdadeira camomila nas regiões frescas onde esta não consegue crescer.

Colhe-se o capítulo, apanhado com um pedúnculo muito curto na altura em que desabrocha plenamente. Após secagem à sombra, em camadas finas, sem manipulação, obtém-se uma droga de odor agradável que deve ser conservada em recipientes fechados. Contém um óleo essencial (em menor quantidade que na verdadeira camomila), taninos, glicosídeos, um suco amargo. Possui aplicações idênticas às da verdadeira camomila, mas não é anti-inflamatória. A tisana é adjuvante no tratamento da gripe (sudorífico); é igualmente eficaz nas perturbações digestivas (desinfetante e carminativo) e expulsa os parasitas intestinais. Decocções fortemente concentradas servem para a higiene oral e para a lavagem de erupções cutâneas e eczemas.

 


Quelidônia-maior

Chelidonium majus L.C
Papaveraceae


Chelidonium majus Esta planta, também chamada erva-andorinha, é vivaz, herbácea e cresce, no mundo inteiro, entre escombros, em vazadouros e na vizinhança das habitações, como planta ruderal. Uma raiz cônica suporta um caule ramificado coberto de folhas alternas, recortadas, e termina numa umbela de flores amarelas. O fruto é uma cápsula alongada (em baixo à esquerda) contendo sementes com uma parte anexa carnuda (à direita). Toda a planta está impregnada de um suco alaranjado. A quelidonia é venenosa - o suco ataca a epiderme e os olhos.

São colhidas as cimeiras antes da floração plena. Recomenda-se o uso de luvas. As partes recolhidas são secadas em camadas finas sobre grades de canas ou num secador à temperatura máxima de 35oC. Contêm até 4% de alcalóides (quelidonina, queleritrina, sanguisorbina, berberina, etc.) ligados ao ácido quelidônico e outras substâncias. A quelidonia é utilizada como antispasmódico e sedativo em casos de dores intestinais e vesiculares. Atua igualmente sobre a circulação sanguínea, alargando as coronárias e aumentando a tensão. Os alcalóides têm também efeito bactericida. Desde há algum tempo, medicamentos à base de quelidonia são experimentados no tratamento de tumores malignos (a quelidonina é um veneno mitótico, infuenciando, como a colchicina, a divisão celular). A medicina popular emprega um ungüento à base de quelidonia para tratar o eczema crônico. A utilização do suco fresco para eliminar verrugas é desaconselhado, pois apresenta alguns perigos. Os remédios à base de quelidonia só devem ser usados sob controle médico.



Erva de Santa Maria

Chenopodium ambrosioides L.
Chenopodiaceae

Syn:  Chenopodium antihelminticum L.
  Ambrina ambrosoides Spach.
  Ambrina antihelmintica Spach.
  Atriplex ambrosoides Crautz.

Chenopodium ambrosioides

O gênero Chenopodium é cosmopolita e conta com de cerca de 150 espécies de sub-arbustos anuais e perenes. Chenopodium vem do grego "chen', ganso e "pous", pé (as folhas de várias espécies lembram o formato de pés de ganso). Na família Chenopodiaceae encontram-se muitas plantas úteis, como as Beterrabas e o espinafre. Uma planta do gênero Chenopodium, C. quinoa, cuja semente é parecida com lentilha, vem sendo cultivada há muito tempo pelos povos indígenas da Costa Pacífica da América do Sul, desde a Colombia até o Chile, sendo conhecida por "quinua". Chenopodium ambrosioides, uma erva tropical americana pungente, é extensamente usada na culinária mexicana, mas quase desconhecida em outros lugares. Várias espécies não aromáticas têm uma longa história de uso como plantas alimentícias.

Chenopodium ambrosioides (o nome ambrosoides deriva do fato que as inflorescências se assemelham às de Ambrosia sp.) é uma planta herbácea anual ou perene, de forte aroma, normalmente ereta, com cerca de 1 m de altura, reproduzida por semente. A produção de sementes é muito intensa, podendo chegar a dezenas de milhares por planta. A planta prefere solos de textura média, com boa fertilidade e suprimento moderado de água, tolerando solos salinos. O desenvolvimento vegetativo é favorecido por uma boa iluminação e as plantas se tornam mais competitivas em regiões e em épocas de dias longos, sendo o florescimento estimulado por dias curtos. Apresenta, especialmente nas folhas, pêlos vesiculosos que encerram um líquido de odor desagradável. A intensidade dos pêlos depende da variedade e das condições ambientais. Em épocas de seca a planta reabsorve esse líquido. Flores minúsculas, verdes aparecem em panículas no verão, seguidas por frutos verde-marrom, contendo uma única semente preta.

É uma espécie nativa na América tropical, sendo que diversos botanicos indicam o México como local de origem. Todavia A. von Humboldt relata que já em tempos pré-históricos a planta crescia nas Ilhas Canárias, e povos primitivos usavam-na como auxiliar no embalsamento de cadáveres. Hoje é vastamente distribuída em regiões de climas tropical, subtropical e temperado do mundo. No Brasil é ampla a distribuição, com ocorrência em quase todo o território e tem vários nomes populares: Ambrósia, Quenopódio, Erva-de-santa maria, Erva-pomba-rola, Erva-formigueira, Chá-do-méxico, Mastruço, Mastruz, Erva-mata-pulga, Uzaidela.

As partes usadas são a planta inteira, as folhas, e óleo. As plantas são cortadas no outono para extratos líquidos e são secadas para fabrico de pó. As folhas são usadas frescas e também conservadas como exigido para posterior uso. É uma erva picante, adstringente, fortemente aromática que destrói parasitas intestinais, aumenta a transpiração e relaxa espasmos. Também tem efeitos expectorante, anti-fungal e insecticida. Das folhas e flores pode-se extrair um óleo essencial que contém ascaridol. Foram isolados dois compostos ativos: glicosídio de quercitina e isohametina.

Chenopodium ambrosioides A "Erva-de-Santa Maria" é tradicionalmente usada no Brasil para afugentar pulgas e percevejos domésticos, sendo colocada, seca, sob o colchão ou lençol da cama. Fazem-se vassouras com a planta que, ao varrer a casa, afugenta pragas domésticas. Infusões ou extratos são usados como vermífugos, sendo realmente eficientes. No passado cultivava-se essa planta para a preparação de antihelmínticos oficinais, cuja descrição do processo foi publicada na Farmacopéia Brasileira de R. ALBINO. A ação é mais pronunciada contra ancilóstomo que sobre lombriga. O chá preparado com as folhas é pouco eficiente contra vermes intestinais, mas é considerado como estimulante estomacal. Medicinalmente a erva é usada internamente para tênia, outros pequenos parasitas, disenteria por amebas, asma e catarro. Externamente é usada para pé de atleta e mordidas de insetos.

Componentes ativos encontrados na planta são tóxicos. Em experimentos com administração da planta a porcos foi constatado o desenvolvimento de lesões hepáticas e glomerulares, sementes causaram tumores no estômago. O ascaridol provoca irritação na pele e mucosas, vômito, vertigem, dor de cabeça, danos nos rins e no fígado, colapso circulatório e eventualmente morte. A ingestão de infusão ou extrato por mulheres grávidas pode provocar aborto. Mulheres grávidas, pessoas idosas, crianças e pessoas debilitadas em geral não devem, de forma alguma, ingerir preparados com essa planta. Excesso causa vertigem, vômito, convulsões e até morte.

O óleo de chenopodium contém um vermífugo de largo espectro que é extensamente usado na medicina veterinária. É produzido de Chenopodium ambrosioides e também da variedade anthelminticum, que tem inclusive um teor mais alto do componente ativo. Na Argentina era comum o emprego dessa planta para o tratamento de verminoses de ovelhas. Também é usada como fumegante contra mosquitos e incluída em fertilizantes para inibir larvas de insetos. Compostos encontrados na planta são capazes de inibir o desenvolvimento de alguns fungos de solo, bem como o desenvolvimento de insetos como Scrobipalpula absoluta (traça do tomateiro) e Spodoptera frugiperda (lagarta do cartucho do milho), deixando prever possibilidades de aproveitamento em programas de controle biológico.


Chenopodium album

Chenopodium album É uma espécie originária da Europa, sendo nativa também na Asia. Ocorria na Bretanha já na parte final e logo após a Era Glacial. Sementes de Chenopodium album foram encontradas no estômago do homem de Tollund (100 AC). Ainda hoje é muito comum no Continente Europeu, sendo cultivada como legume e erva culinária. Povos de língua anglo-saxônica chamavam a planta de "melde" e o nome "Meldeburna", que significa "ribeirão onde crescem meldes" foi dado a uma povoação no século 10; esse nome foi alterado para Melbourn que hoje também é o nome de uma cidade na Australia. A planta alastrou-se ou foi levada para outras regiões, ocorrendo intensamente na América do Norte, marcando presença também na Ásia, inclusive na Península Arábica. Na América do Sul tem uma presença mais intensa no chamado cone Sul. No Brasil tem ampla distribuição, mas aparece quase sempre em forma de bolsões. Na região dos Campos Gerais, Paraná, tem ocorrido como infestante de lavouras. É uma das plantas com mais vasta área de distribuição pelo mundo, ocorrendo desde o Paralelo 70 ao norte, até o Paralelo 50 ao sul. Na Europa era uma das mais importantes verduras, até ser substituída pelo espinafre. Durante a colonização da América do Norte, os pioneiros também usaram a planta para consumo humano e como forragem para animais. As folhas novas eram fervidas e preparadas com manteiga, sal e pimenta. As sementes eram incorporadas na massa de pães e bolos e, por serem muito duras, eram previamente maceradas.

 


Almeirão selvagem
Radice selvagem (RS)

Cichorium intybus L.
Asteraceae (Compositae)

Cichorium intybus

A forte e longa raiz se enterra no solo e porta uma vigorosa roseta foliar que lembra a do Taraxacum, mas suas folhas são menos exuberantes e mais retraídas. A inflorescência se ramifica muito, quase que com ângulos retos, trazendo pequenas folhas sésseis, atrofiadas, como que engolidas pelo caule, e os ramos separados trazem os capítulos. É um contaste marcante em relação ao Taraxacum. Embaixo, as folhas "se colam" ritmicamente, enquanto que na parte de cima a ramificação, tal como os chifres de um cervo, lembram um cardo. Os capítulos radiados, de um azul maravilhoso, se desenvolvem apontando para o leste; eles são sésseis, como que aplicados ao caule; eles se abrem ao sol matinal e murcham à tarde. No dia seguinte surgem novas flores que murcham à tarde. Um poder floral quase inesgotável se movimenta durante o verão, ligado às forças da manhã.

Se alguém diz que de manhã, indo de leste para oeste, esteve ao longo de seu caminho "acompanhado" pelo azul intenso das flores do Chichorium, é preciso retificar o que ele disse: ele não foi "acompanhado" se caminhava de leste para o oeste, pois era de manhã e tinha o sol atrás dele; estas flores o "encontravam". Uma impressão "moral" emana dessa planta: paciência, espera sempre renovada, sentimento de conformidade resignada com seu destino. A lenda diz que uma virgem, cujo bem-amado partiu para a terra santa e deveria voltar um dia do leste com o sol nascente, o esperou todas as manhãs no caminho e foi transformada nessa flor.

Seus capítulos são constituídos de floretas liguladas e curtamente pedunculadas; os aquênios, coroados de pelos curtos não plumosos, se prestam mal a um vôo prolongado. Um látex preenche toda a planta, mas sobretudo na sua raiz. Os locais de predileção dessa planta são as beiras de caminhos e campos, onde é exposta ao sol e à claridade. Ela se encontra por toda a Europa e Ásia temperada. Ela floresce de julho a setembro. Em seu látex encontramos substâncias amargas, lactucopirina, óleos, manitol, látex, lactucocirol; a raiz contém um glicosídeo, a cichurina, e uma glico-dixicumarina. As cinzas dessa planta contêm 20 a 30% de óxido de Potássio, cerca de 7% de Si02, 6 a 12% de ácido de magnésio, 8 a l6% de óxido de sódio e 1 a 2%: de óxido de Ferro. Rudolf Steiner Indicou que o mais importante no Cichorium é a maneira como participam a sílica e os sais alcalinos, em seguida as substâncias amargas e a maneira curiosa da planta elaborar o carbono.

É preciso também não se esquecer de sua natureza lactífera, que estudamos anteriormente, em relação com a organização dos líquidos, com os processos nutricionais, com o fígado e a bile. É por isso que o Cichorium tem um grande leque de virtudes medicinais: o estômago e o intestino devem perceber, provar, experimentar os alimentos ingeridos, tirar deles toda a vida própria e os desfazer até quase o estado mineral. Nesse trabalho colaboram as substâncias amargas dessa planta, que levam o corpo astral e o Eu em direção a esse canteiro de "demolição", para regular o trabalho e transmitir seus produtos ao corpo etérico, que irá lhes vitalizar novamente. A falta de apetite, a fraqueza gástrica, o comprometimento dos órgãos digestivos devido às mucosidades, tem sua causa numa intervenção deficiente dos constituintes superiores. O Cichorium produz suas substâncias amargas, ao mesmo tempo que forma seu látex; tais substâncias vão até as flores. Na rápida e breve floração, podemos ver nitidamente a relação do processo floral com o metabolismo do homem.

Mas nossa planta age também na fase seguinte deste metabolismo: na gênese do sangue, do qual o fígado participa bastante intensamente. Ela age através de substâncias alcalinas que carrega em si no estado vitalizado, e que ela revela pela firmeza de seu caule. O Cichorium é um poderoso remédio homeopático, que é de grande ajuda nos bloqueios do fígado, problemas biliares (atividade biliar muito forte em direção ao interior e fraca em direção ao exterior), icterícia, estagnação do fluxo biliar, cálculos. Enfim, o intenso processo silicoso que se exprime na sua grande sensibilidade à luz, no poder que tem a flor de se voltar para o sol nascente, e também no recorte de suas folhas, agindo favoravelmente no homem, principalmente na última fase do metabolismo: a gênese de substâncias formadoras dos ossos, músculos e nervos. Os vasos sanguíneos das mucosas, da retina, do periósteo, são tonificados, a nutrição desses órgãos melhora. Cichorium é também um remédio bom em inflamações da cavidade abdominal, apêndice, e do peritônio (em associação com o Antimônio).



Cicuta aquática

Cicuta virosa L.
Umbelliferae (Apiaceae)

Cicuta virosa Na Cicuta aquática, o elemento aéreo penetra de maneira muito intensa no elemento aquoso, dominando este último. O elemento aéreo torna as folhas da Cicuta muito finas, fazendo destas, instrumentos importantes para o ar e a luz, criando um espaço próprio à explosão do processo floral. Este elemento escava tanto no caule, como no rizoma, que submerge na terra, lacunas aeríferas. Na cicuta o elemento aéreo domina o aquoso, a esfera astral penetra profundamente no corpo etérico.

A Cicuta aquática é encontrada no Norte e no Centro da Europa, na Ásia temperada, ao sul até Cashimira, a leste até o Japão, ou seja em regiões úmidas e ensolaradas, porém não muito quentes. Ela medra em locais cheios de lodo, junto às poças, na beira dos riachos e lagos, nos alagados, turfeiras e junto aos ameeiros. Cicuta virosa - root Seu grande rizoma tem a forma de uma cenoura, porém é escavado internamente, contendo grandes lacunas de ar que ocupam inteiramente os espaços internodais e é provido de raízes adventícias que partem de seus nós. Acima do rizoma ascende um caule da espessura de um dedo e com altura de aproximada de um metro. As folhas são grandes e verdes, as inferiores são munidas de longos pecíolos, as superiores estão apoiadas em bainhas abauladas e são finamente recortadas, já através da forma pertencente ao domínio aéreo. As grandes umbelas com numerosos raios portam umbélulas com muitas flores e toda sua inflorescência delicada e leve paira acima da planta. Ao cortarmos o rizoma, ele deixa escorrer um líquido aromático, resinoso, amarelo claro, cujo odor é suave mas atordoante. A resina mole, insolúvel encontrada neste líquido contém o princípio muito venenoso da planta, a cicutoxina, além disso contém um alcalóide, a cicutina. Ao contrário, o fruto seco contém óleo essencial em abundância, tais como cuminol e cimol. O caule principal contém, além da resina venenosa, muito açúcar, fosfato de cálcio e óleos essenciais. Toda a planta, e também o fruto, é aromática, exala um odor de salsão e tem sabor de salsinha.

A intoxicação causada pela cicuta é muito grave e nos revela que a organização astral é totalmente atacada no domínio neurosensorial: vertigens, sonolência, torpor, dilatação das pupilas e também espasmos semelhantes aos da crise epiléptica. Esta intoxicação é seguida de inflamação dos órgãos digestivos que se anuncia por uma sede insaciável, dificuldade de deglutição, paralisia da língua, respiração ofegante e convulsões e são os sintomas que precedem a morte. A autópsia revela que a morte ocorre por asfixia, o pulmão e o cérebro ficam preenchidos de sangue. Isso nos indica que é na região da cabeça e do tórax que a organização astral é atingida; o sangue é transportado para o cérebro e para os pulmões, para o organismo aéreo respiratório, organismo esse que é expelido para fora do ser humano. O quadro clínico desta intoxicação é o inverso do processo vegetal na cicuta, cujo traço mais característico é a penetração do elemento aéreo no domínio da raiz.

As indicações terapêuticas dessa planta são deduzidas dos processos caracterizados acima. Desde a antiguidade esta planta é utilizada pela sua atividade antiespasmódica, antiepiléptica, nas cãibras tetaniformes do maxilar, mas é utilizada principalmente na angina do peito, e algumas vezes também na coqueluche. É utilizada também nos casos de dismenorréia para estimular o corpo astral enfraquecido. Ela pode ser igualmente utilizada como analgésico em ungüentos e compressas (raiz ou planta toda), e também para combater as dores da gota ou do reumatismo e até mesmo do câncer. Esta planta é utilizada nos casos de endurecimento ganglionar e em eczemas pustulosos. De uma maneira geral, a cicuta atua beneficamente influenciando um relacionamento entre os processos astrais e etéricos no domínio médio e superior do organismo humano (domínio rítmico e neuro-sensorial)


Cimicífuga

Cimicifuga racemosa
Actaea racemosa

Ranunculaceae



Cimicifuga racemosa Esta pequena e alta planta, com suas inflorescências bastante longas em forma de velas, cresce nas florestas montanhosas da Europa, Ásia e América do Norte, em locais sombreados, úmidos, mas que recebem uma quantidade suficiente de luz.

Esta planta exprime a transição das forças da Primavera para o Verão. Ela atinge 2 metros de altura, e possui folhas 2 vezes penadas e longamente pecioladas. Seu cacho de flores é bastante alongado, nascido das forças do caule e produz o efeito de um pequeno bastão carregado de pólen, pois os envólucros florais (cálice e corola) caem bastante cedo, permanecendo apenas os estames. O odor das flores, inicialmente refrescante e açucarado, torna-se rapidamente desagradável.

Nas Ranunculáceas, as influências da Lua e do Sol unem-se harmoniosamente. Em conseqüência disso, fazendo parte de suas ações terapêuticas, além daquelas que se dirigem à esfera sexual, (onde os ritmos lunares estão manifestos), encontramos uma atividade na esfera Solar do coração e da circulação.

A Actea ou Cimicífuga é utilizada como medicamento nas amenorréias e dismenorréias, e para devolver ao útero, após o parto, a sua atividade rítmica. Ele ajuda a reinserir o Corpo Astral nos órgãos genitais após o parto, pois eles estavam comprimidos, antes do nascimento da criança.


 


Quinino

Cinchona pubescens
Rubiaceae

Cinchona pubescens Este gênero consta de cerca de 40 espécies de árvores e arbustos perenes, encontrados em escarpas mornas e úmidas dos Andes, principalmente nas altitudes entre 1.500 e 2.500 m. Cinchona pubescens é nativa no Equador. É difícil isolar e distinguir entre as várias espécies. As autoridades consideram que pode haver apenas pouco mais de 20 espécies realmente diferentes. O cultivo de Cinchona foi de importância capital desde o 17º século. Agora cultivada em muitas regiões tropicais, produz anualmente algo em torno de 8.000 a 10.000 toneladas de cascas, produzindo 400 a 500 toneladas de alcalóides (principalmente quinina).

A história da descoberta da cinchona pela epônima Condessa de Chinchon, esposa do Vice-rei do Perú, depois de um surto de malária, foi contestada pelos historiadores. Porém, é certo que os Jesuítas da área de Lima já estavam familiarizados com seus usos desde 1630 (de onde provém o nome popular "Casca dos Jesuítas"); foi mencionada pela primeira vez na literatura médica, por Herman der Heyden (Discours et advis sur les flus de ventre douloureux, 1643). Ao final do 17º século, a casca da cinchona estava em demanda mundial por curar malária e foram extraídas imensas quantidades do Peru e da Bolívia. Em 1820, o alcalóide quinina foi isolado e uma feroz competição se seguiu para achar a espécie que rendesse o mais alto teor. No início do 19º século, as populações de cinchonas selvagens estavam severamente dizimadas, conduzindo a uma competição entre holandeses e ingleses para o estabelecimento de plantações. Os holandeses tiveram sucesso e cultivaram Cinchona ledgeriana em Java, que se tornou o centro mundial de produção de quinina. Cinchona ledgeriana sempre teve o mais alto teor de alcalóide e assegurou o monopólio mundial de quinina nas plantações holandesas de Java.

Em grande parte substituída por drogas sintéticas nas recentes décadas, Cinchona e outras plantas como a Artemisia annua novamente se tornaram importantes, de vez que várias descendências da malária ficaram resistentes aos sintéticos. Outro alcalóide, quinidina, ficou recentemente importante como um tranqüilizante cardíaco. Quinina é famosa como a primeira substância que Samuel Hahnemann (l755-l843), fundador da homeopatia, testou nele próprio e o conduziu à formulação da Lei dos Similares ("similia similibus curentur, os semelhantes são curados pelos semelhantes").

Cinchona pubescens (cinchona vermelha, Casca peruana, Casca dos Jesuítas) Árvore perene de crescimento rápido, com folhas ovais, às vezes com manchas vermelhas escorridas nos lados inferiores, panículas de pequenas flores rosas tubulares são seguidas de cápsulas de 2cm de tamanho com 2 lóbulos. Cinchona pubescens é uma entre várias espécies de cinchonas, inclusive Cinchona calisaya, Cinchona ledgeriana (ambas conhecidas como cinchona amarela) e Cinchona officinalis, das quais é extraído o alcalóide quinina, um potente anti-malárico.

As partes usadas são o talo e a casca da raiz. Estas partes são colhidas após 6 anos, no período de maio até setembro, e secadas para confecção de extratos líquidos, tabletes, tinturas ou pó. As cascas podem ser raspadas das plantas no local ou descascada de ramos podados. É uma erva amarga, adstringente, que abaixa a febre, relaxa espasmos, é anti-malárica (quinina), e reduz o batimento cardíaco (quinidina).

A erva é usada medicinalmente, interiormente para malária, neuralgia, espasmos musculares, fibrilação cardíaca; é um ingrediente de remédios proprietários para resfriados e gripes. Excesso causa cinchonismo: enxaqueca, brotoeja, dor abdominal, surdez e cegueira. Não deve ser dado às mulheres grávidas, a menos que sofram de malária. Como gargarejo para garganta dolorida. Usado na homeopatia (como China officinalis) para esgotamento nervoso, anemia e convalescença. Em termos econômicos e culinários, a erva é usada como um sabor amargo em água tônica e bebidas carbonatadas.

Advertência: Esta erva, especialmente na forma de quinina, está sujeita a restrições legais em vários países.

 


Clematis

Clematis recta L.
Ranunculaceae


Clematis recta É uma planta não trepadeira que atinge a altura de cerca de um metro. É um "vegetal do verão". A Clematis recta segue o curso dos grandes rios - Elba, Vístula, Danúbio - e isso está de acordo com a afinidade geral das Ranunculáceas para com a água. Nestas regiões onde a planta nasce, ela escolhe os terrenos calcários, declives dos bosques e locais rochosos. Surgindo a partir de um rizoma nodoso, ela oscila entre a consistência herbácea e a consistência lenhosa; suas folhas são opostas e pesadas. O vegetal termina numa inflorescência de numerosas flores aéreas e odoríferas. O crescimento, interrompido durante a floração, é retomado nos grandes estiletes plumosos que persistem no fruto. As flores, com quatro pétalas, são branco-azuladas.

Ao tentarmos, em imaginação, metamorfosear a Pulsatilla, planta do inverno, em Clematis, planta do verão, devemos esperar que esta última apresente uma característica mais terrestre, dura e espessa; sua inflorescência também será mais elevada, frouxa, e mais fina e sutil. O princípio inflamatório será mais forte, provocará inflamações artificiais, terapêuticas. Da mesma maneira que a Pulsatilla é um remédio para a esfera genital feminina, a Clematis recta é utilizada na Homeopatia para combater as afecções genitais masculinas, tais como Orquite, Epididimite, inchação dos testículos e endurecimento dos mesmos. Os órgãos sexuais femininos estão mais próximos do sistema rítmico e os masculinos, do sistema metabólico. Rudolf Steiner mencionou em relação aos órgãos sexuais femininos, como "coração"; em relação aos masculinos, que se constituem órgãos acessórios do sistema Metabólico. Nos órgãos sexuais femininos reinam as forças cósmicas planetárias; nos masculinos, as forças telúricas de dissolução. A harmonização das forças lunares e solares é, como dissemos, um dos princípios da família das Ranunculáceas. É essa harmonização que permite aos processos foliares (rítmico e solar) introduzirem-se sem esforço na esfera floral, que é lunar, devido aos seus ritmos reprodutores. Este equilíbrio é mais rítmico nas plantas da Primavera e mais metabólico nas plantas do verão; as plantas da primavera são mais cósmicas e as do verão, mais terrestres.

 


Cólquico
Açafrão do prado

Colchicum autumnale L.
Liliaceae (Colchicaceae)


Colchicum autumnale O gênero Colchicum, distribuído ao longo da Europa, África do norte, Ásia ocidental e China ocidental, é constituído de cerca de 45 espécies perenais bulbares. Apesar de sua toxicidade, colchicums são populares plantas de jardim devido sua grande inflorescência colorida que aparece desde o início do verão até o início do outono. Eles crescem nas margens de caminhos, debaixo de árvores e em prados úmidos. O nome Colchicum provém de Colchis, uma área da Geórgia próxima ao Mar negro onde estas plantas são abundantes.

Colchicum autumnale é uma planta herbácea perene dotada de um bulbo subterrâneo escamoso do qual nascem, no início do verão, longas flores com cálices violáceos. Após a fecundação, formam-se sementes no ovário subterrâneo, onde se conservam até à Primavera. Nesta estação, o bulbo produz uma roseta de folhas lanceoladas no centro das quais se encontra o fruto, uma cápsula. Toda a planta é extremamente tóxica. Encontra-se espalhada por toda a Europa até a Ucrânia.

Colchicum autumnale Para fins medicinais, colhe-se sobretudo os bulbos e as sementes, é uma erva amarga, picante que alivia dor e reduz inflamação. Os bulbos são cortados em rodelas depois de muito bem limpos e postos a secar rapidamente (mesmo ao sol). As sementes maturam no Verão, altura em que se colhe a cápsula inteira. Depois de perfeitamente seca, a cápsula liberta as sementes. Toda a planta é rica em colchicina, que é um alcalóide venenoso; as sementes contêm também uma elevada proporção de lipídios, taninos e açúcar. As partes colhidas servem sobretudo para isolar a colchicina, que é usada nas crises agudas de artrites e gota, em casos de reumatismo muscular ou articular, na síndrome de Behÿet e escleroderma. Usado na homeopatia para dores em geral, diarréia e náusea causada pelo tempo úmido. Os gregos antigos usavam Colchicum em quantias mínimas para gota, asma, hidropsia e problemas renais. As doses terapêuticas foram avaliadas através de Anton von Stoerck em 1763, desde quando se transformou no tratamento standard para gota. No passado, também recorria-se a um derivado da colchicina, a demecolcina, para tratar leucemia.

Excesso causa dores gástricas, diarréia e danos renais. Pode causar anormalidades fetais; não deve ser dado às mulheres grávidas ou pacientes com doença renais. O uso prolongado pode causar perda de cabelo, desordens do sangue, dores musculares, fraqueza e formigando nas mãos e pés. A colchicina é um veneno mitótico que bloqueia a divisão celular: é usada hoje em engenharia genética e no melhoramento das variedades vegetais. O envenenamento por consumo das sementes ou das flores é freqüentemente mortal. Manifesta-se por aumento de salivação, vômitos, diarréias sangrentas, cãibras, paralisia geral. O contraveneno é a tanina. O cólquico é perigoso, mesmo para os animais.


Cicuta-maior
Cicuta verdadeira

Conium Maculatum L.
Umbelliferae (Apiaceae)


Conium Maculatum Nesta Umbelífera, o princípio Astral, agindo na organização aérea da planta, assumiu tamanha predominância sobre as forças Etéricas, formadoras do líquido, que a planta não se contenta em estimular esta organização etérica, mas ela atua invadindo violenta e continuamente esta organização até atingir ao domínio físico. É isso que torna essa planta tóxica. O "Tipo" das Umbelíferas pode possuir um representante tal como essa Cicuta, pois essa possibilidade existe no plano estrutural desta família.

Durante o primeiro ano de vida, o Conium maculatum forma uma raiz branca, fusiforme, plena de látex, situada debaixo de um buquê de folhas basilares em forma de roseta, nas quais se une a atividade de todo o meio ambiente circundante. No ano seguinte brota, de maneira intensa, o caule oco de coloração azulada atingindo até 2m de altura, trazendo consigo cores purpúreas que muitas Umbelíferas desenvolvem apenas na base (outras familias têm esta particularidade).

Todo o caule do Conium maculatum é manchado de um marrom avermelhado. As folhas lembram as do Salsão e são divididas em até 3 vezes. Notamos nos bordos e nas pontas das folhas uma região branca desvitalizada. Todo esse sistema foliar parece flácido e mole, murchando-se rapidamente durante os dias quentes, evaporando muita água e não absorvendo quase nada do solo. Para o olhar de um observador, o ar não parece aceitar esta planta com tanto prazer quanto aceita o Anis ou o Funcho.

O odor da Cicuta é notado a grande distância como uma nuvem com cheiro desagradável, animal, lembrando o da urina de rato. Este cheiro é como uma entidade fétida e venenosa que contorna a planta. O sabor das folhas é amargo e picante. As umbelas das flores compostas de umbélulas são de uma grandeza mediana. Os envólucros e os involucelos são nitidamente dobrados para baixo, e as floretas formam um fraco perfume açucarado.

O odor de ratos que nós mencionamos anteriormente provém do alcalóide concina e de outras substâncias semelhantes presentes numa quantidade de 0,05% na raiz, 0,06% no caule, 0,2% nas folhas, 0,24% na flor e 0,9% nos frutos verdes. Este alcalóide é, curiosamente, facilmente volátil, tal como os óleos essenciais. Aliás, esses alcalóides representam os sais que nasceram da união de sua natureza alcalina com os ácidos vegetais. Esses sais são eliminações residuais da Proteína vivente. O alcalóide da Cicuta tende ao domínio aéreo. Os processos que conduzem a formação do Alcalóide se intensificam enormemente com a floração e frutificação. São processos centrífugos. A concina é uma alfa-propil-piperidina.

O Conium maculatum medra na Europa, na Ásia Ocidental e na América do Norte, nos terrenos baldios, nas sebes, campos, cemitérios e junto aos entulhos, de maneira mais ou menos semelhante ao Hyosciamus. Esta planta procura a proximidade das habitações humanas, pois o solo é particularmente rico em Nitrogênio (Nós já mencionamos anteriormente a relação dos processos nitrogenados com tudo aquilo que é Astral). A concina contém muito Nitrogênio.

Como planta medicinal, o Conium maculatum já era conhecido na antiguidade, e a medicina Medieval sabia utilizá-lo. A maioria de suas indicações cederam aos tempos modernos, mas a terapia Homeopática recolocou este medicamento em seu devido lugar. Suas indicações terapêuticas diferem das que ocorrem normalmente nas Umbelíferas, a saber:

a. A atividade das glândulas é diminuída de diversas maneiras, a secreção láctica é diminuída até ficar totalmente seca. O seio não mais se dilata. Utilizado sob a forma de ungüento ou compressas, o Conium maculatum abre os abcessos, amolece os endurecimentos glandulares, e atua beneficamente nos tumores destes órgãos. Seu efeito contra a ejaculação precoce é notável. Os antigos preconizavam a utilização de compressas de Conium maculatum em torno dos testículos, anestesiando a atividade dessas glândulas, e isso produz um efeito comparável ao da castração.

b. Ao contrário, a expulsão da água pode ser favorecida principalmente na hidropsia. A Cicuta pode combater diversas inflamações, ciática, inflamação da pele e dos testículos. Os antigos lhe atribuíam uma ação fria "O caminho para o Hades através da Cicuta se torna frio e invernal". As pessoas envenenadas por essa planta se resfriavam a partir das extremidades inferiores - como sabemos através do texto maravilhoso referente às últimas horas de Sócrates.

c. As mais importantes propriedades terapêuticas da Cicuta se relacionam com o Corpo Astral. Sua ação analgésica, mesmo nos tumores cancerosos, é marcante, e ultrapassa de longe a ação das outras Umbelíferas. Os germânicos empregavam esta planta para acalmar os estados de excitação do corpo Astral (Herva do Furor). Na intoxicação pelo Conium maculatum, a consciência e as batidas do coração ficam conservadas quase que até o fim da vida. Não existe quase nada de angústia ou comoção. O homem envenenado deixa seu corpo com serenidade. Seu efeito anti-dor é adicionado ao seu efeito anti-convulsivante e anti-cãibras. O Conium maculatum é um remédio muito bom em certos espasmos e cãibras do estômago, intestino e bexiga, mas também é útil na asma, coqueluche, epilepsia, coréia, manias e delírio tremens. O Conium maculatum acalma igualmente os processos menos graves, como a tosse por irritação e tosse seca dos velhos. Esta planta é, enfim, um anti-afrodisíaco.

Tivemos a ocasião de examinar nas espécies anteriores de Umbelíferas a atividade de destacar o Corpo Astral de uma forte penetração no Corpo Etérico e no Corpo Físico. Esse processo age de maneira muito acentuada no Conium maculatum e constitui a propriedade terapêutica dominante dessa planta. Isto se deve ao fato que o "TIPO" dirigiu-se, nesse caso particular, ao âmbito da produção de veneno. A dinâmica estimulante do Corpo Astral se inverte em uma dinâmica paralisante, tais são as propriedades invertidas.


Lírio-dos-vales

Convallaria majalis L.
Liliaceae (Convallariaceae)


Convallaria majalis Há três espécies de plantas perenes rizomosas no gênero Convallaria, que ocorrem nas regiões temperadas do norte. A origem do nome vem do latim "convallis", vale, e se refere ao hábitat natural da planta, enquanto majalis significa o tempo de florescimento que ocorre no mês de maio.

Convallaria majalis, Lírio-dos-vales ou Lírio-de-maio, é uma planta herbácea perene dotada de uma rede subterrânea de rizomas emaranhados que produzem, na Primavera, folhas pecioladas, em seguida uma haste floral apresentando um cacho de flores campanuladas brancas. Os frutos são bagas encarnadas. Toda a planta é tóxica. A espécie está difundida na Europa, Ásia e América, crescendo sempre na sombra de florestas ou bosques escuros. É bastante cultivada e em muitas partes da Europa ela chega a ser mais comum em jardins que no estado selvagem.

São colhidas as cimeiras ou, mais freqüentemente, as folhas (Herba, Folium convallariae). São secadas em camadas finas, num local seco e bem arejado ou num secador a 60°C. Depois de estarem secas são verde-claras, inodoras, com gosto amargo. Contêm glicosídeos venenosos como o convalósido, convalotoxina, uma saponina, a convalarina, etc. O óleo volátil é rico em farnesol. O conjunto da produção de lírios-dos-vales é tratado pelas indústrias farmacêuticas, que isolam os diferentes glicosídeos constituintes a partir da matéria-prima em bruto, integrando-os depois, segundo doses exatamente determinadas, em remédios prescritos exclusivamente pelo médico. Estes são usados sobretudo no tratamento de doenças cardíacas, pois estimulam o ritmo do coração e a respiração (cardiotônicos). Certos componentes são também laxantes e eméticos.

O uso de Convallaria majalis como erva medicinal data de muito tempo atrás, pelo menos remontando ao segundo século DC, quando foi descrito em um herbário escrito por Apuleius. Uma pesquisa revelou o alcance e efeitos de seus componentes que aumentaram sua importância. C. majalis é semelhante em ação às espécies Digitalis, mas é menos cumulativo e então mais seguro para pacientes idosos.

Os extratos perfumados tirados das flores do lírio-dos-vales são largamente usados na indústria de perfumes e cosméticos e rapés. Os frutos vermelhos estão por vezes na origem de intoxicações nas crianças. Os venenos provocam paralisia do centro respiratório e é indispensável recorrer urgentemente a um médico.


Conizina-do-canadá

Conyza canadensis (L.) CRONQ.
syn.: Erigeron canadensis L.
Asteraceae (Compositae)

Conyza canadensis Cerca de cinqüenta espécies anuais e perenais compõem o gênero Conyza, nativo na América do Norte e amplamente naturalizado na Europa, Ásia, Austrália e várias ilhas do Pacífico. Conyza canadensis é uma erva daninha comum, encontrada em partes meridionais do Canadá, ao longo dos E.U.A. e na América tropical. Em 1653 foi registrado no Jardim Botânico de Blois (França do norte) e em aproximadamente 30 anos se esparramou por todas as partes, já estando na Inglaterra em 1690. Não tendo nenhum mérito ornamental, presumivelmente foi importado como planta medicinal.

Conyza canadensis é uma planta herbácea anual a bienal, possuindo um caule ereto, viloso, densamente coberto de folhas lanceoladas, por vezes dentadas. A parte superior do caule é ramificada em leque e termina com um grande número de capítulos florais amarelo-claros. As flores se assemelham a cardos e apareçem desde o início verão até o início do outono. O fruto é um aquênio penugento. A planta é originária da América do Norte. Foi introduzida na Europa no século XVII e tornou-se uma adventícia desagradável dos jardins e das culturas plurianuais nos campos. No século XIX foram descobertas as suas propriedades medicinais. Sendo uma erva Norte-americana nativa, antes mesmo de entrar na Farmacopéia norte-americana (1836-1916), já era usada por várias tribos indígenas para espantar insetos, curar diarréia, hemorragia e irregularidades menstruais.

São colhidas as cimeiras floridas, cortando à mão as extremidades dos ramos. São estendidas em grades de canas à sombra, para secarem rapidamente. Num secador, a temperatura não deve ultrapassar os 40°C. As partes secas contêm um óleo essencial que tem como componentes principais o limoneno e um diterpeno, o terpineol, assim como taninos e colina. A conizina-do-canadá tem efeitos essencialmente adstringentes. É usada interiormente para diarréia, hemorragia, menstruação excessiva, hemorróidas, desordens renais, reclamações bronquiais e para fabricar preparações galênicas usadas em ginecologia. Externamente para eczema e outros problemas de pele.

A medicina popular utiliza uma infusão ou uma decocção de cinco colheres de chá para l/4 de litro de água, segundo a dose de uma chávena, três vezes por dia. Ligeiramente irritante para o epitélio renal, esta tisana é diurética, o que tem um efeito favorável sobre o metabolismo no seu conjunto. O óleo obtido por destilação de plantas frescas é eficaz contra os parasitas intestinais.

 


Coentro

Coriandrum sativum L.
Umbelliferae (Apiaceae)


Coriandrum sativum Planta herbácea anual com caule ereto, canelado e ramificado, suportando folhas alternas divididas em segmentos lineares. As folhas inferiores, simplesmente penatissectas, secam rapidamente. As flores brancas ou rosadas estão agrupadas em umbelas compostas. Os frutos são diaquênios. Enquanto não estão maduros, libertam um odor intenso e desagradável. O coentro é originário das partes orientais da bacia mediterrânea e da Índia. Era conhecido no Egito antigo, onde servia de planta medicinal e sacrificial.

São os frutos que apresentam interesse medicinal. As umbelas são cortadas (cultura artesanal) ou o conjunto da cultura é colhido (cultura industrial) no começo da maturação. Após uma secagem complementar, os frutos são batidos e submetidos a nova secagem. Devem ser conservados em local seco dentro de recipientes bem fechados. Contêm até 1% de óleo essencial (Oleum coriandri), utilizado na preparação de produtos galênicos como a água real carminativa (Aqua carminativa regia). O óleo essencial pode também ser misturado com açúcar. Frutos Os efeitos do coentro são semelhantes aos da alcaravia. Os aquênios contêm também lipídios, albuminas, taninos, pectina, açúcares e vitamina C. São usados puros ou em misturas, para a preparação de tisanas aperitivas, carminativas e digestivas, que têm igualmente efeito sedativo sobre o sistema nervoso.

Em aplicação externa, a planta seca, assim como o óleo de coriandro, serve, para preparar ungüentos destinados a aliviar as dores reumatismais dos músculos e das articulações.


Coridália-oca

Corydalis cava (L. emend. MILL.) SCHWEIGG. et KOERTE
Papaveraceae

Corydalis solida Aproximadamente 300 espécies anuais e perenais, geralmente tuberosas, compõem o gênero Corydalis, amplamente distribuído pela zona temperada do norte e regiões tropicais montanhosas. Corydalis solida é encontrada em bosques na Europa e Ásia ocidental. Embora relacionada com as papoulas, as Corydalis são bastante diferentes na aparência, com folhas parecidas com as de samambaia e flores tubulares, por vezes lembrando as das labiatas. Corydalis solida e Corydalis cava, ambas são conhecidas na horticultura como Corydalis bulbosa.

Corydalis cava é uma planta herbácea perene, dotada de um grande tubérculo subterrâneo oco, de que nasce um caule ereto e bifoliado. As flores estão agrupadas num cacho terminal; são violetas ou brancas, com um longo esporão encurvado. O fruto é uma cápsula. Toda a planta é extremamente venenosa. É uma espécie européia que se estende até às regiões asiáticas adjacentes. Encontra-se na sombra dos bosques e das florestas, onde é facilmente reconhecida pela sua floração precoce e pelos caules glaucos. Na Primavera, a coridális é freqüentemente visitada pelas abelhas.

Corydalis solida é bastante parecida com Corydalis cava, as principais diferenças são que não tem tubérculo oco o qual é, portanto, sólido e tem uma distribuição mais ocidental. Ambas espécies selvagens são coletadas para propósitos medicinais. Corydalis solida foi usada como analgésico na medicina chinesa tradicional desde pelo menos o oitavo século, quando foi mencionado na Matéria Médica por Chen Cang-Zi. Sua cápsula de fruto racha quando madura para lançar numerosas sementes pretas.

Corydalis cava São colhidos os bulbos, extraídos à mão no Outono ou no começo da Primavera, a partir do degelo. Depois de bem limpos e libertados de radículas e partes verdes, são cortados em pedaços, depois secados à sombra, num local bem arejado; os pedaços devem ser voltados de tempos em tempos. No secador, a temperatura não ultrapassará os 40°C. Depois de seco, o bulbo liberta um aroma estupefaciente e apresenta gosto amargo. É uma erva analgésica que estimula a circulação, controla espasmos e náusea, e tem propriedades sedativas e anti-bacterianas. Pesquisa também sugestiona ação no córtex da tiróide e ad-renal. Contém alcalóides, os mais importantes dos quais são a coridalina e a bolbocapnina, que é alucinogénea. A droga exerce um efeito depressor sobre o sistema nervoso central, baixa a tensão e diminui o peristaltismo do intestino delgado.

Esta erva é prescrita unicamente pelo médico, em casos de perturbações nervosas graves, vertigens, tremuras ou afecções cerebrais, como sedativo para insônia, e ainda como estimulante e analgésico, especialmente em menstruação dolorosa, danos traumáticos e lumbago. Em dose elevada, provoca dores de cabeça semelhantes às da meningite. Não deve ser dado às mulheres grávidas.

 

 


Açafrão

Crocus sativus L.
Iridaceae


Crocus sativum Planta herbácea perene dotada de um bulbo escamoso subterrâneo e de folhas lineares consolidadas por uma nervura de cor clara. A haste floral curta é terminada por uma flor afunilada violeta-clara dividida em seis lóbulos. O estilete amarelo divide-se em três, sendo cada uma das partes terminada por um estigma alaranjado. Estes estigmas erguem-se acima da flor. O açafrão multiplica-se através de bulbos-filhos que aparecem na base do bulbo-mãe. Sempre foi cultivado na Ásia como especiaria aromática, corante e planta medicinal.

São colhidos os estigmas, cortados à mão com uma parte do estilete, após ter sido apanhada a flor inteira. Os estiletes devem ser secados no próprio dia num secador ou sobre pedras aquecidas: devem perder a água em meia hora e adquirir assim o seu aroma particular, conservando a cor alaranjada. Contêm crocina, um pigmento carotenóide aparentado com os glicosídeos, um suco amargo igualmente aparentado com os glicosídeos, a picrocrocina, e outras substâncias. O açafrão é utilizado em farmacologia, na preparação de tinturas, extratos, loções oculares e colírios, mas sobretudo pílulas abortivas. Estas devem ser prudentemente dosadas, pois doses excessivas causam hemorragias, vômitos, diarréias e vertigens.

O açafrão é também uma excelente especiaria para uso culinário: molhos, sopas, saladas. O seu preço elevado leva freqüentemente a que sejam feitas imitações.

 


Abóbora

Cucurbita pepo L.
Cucurbitaceae


Cucurbita pepo O gênero Cucurbita inclui 27 espécies de plantas rasteiras ou trepadeiras, anuais e perenais, nativas na América tropical e subtropical. Várias espécies diferentes, com nomes comuns intercambiáveis, são conhecidas como abóboras e têm propriedades medicinais equivalentes. Cucurbita maxima é originária do Peru e chegou à Europa depois da conquista espanhola em 1532. Também conhecidas como abóboras são a Cucurbita moschata, que pode ter-se originado no México, mas era conhecida desde 5.000 anos atrás nas Américas do Sul e Norte, e Cucurbita pepo que é mexicana de origem, mas cresce na América do Norte meridional há mais de 8.000 anos. O uso de sementes de abóbora na medicina chinesa data do 17º século.

Cucurbita pepo é uma planta anual cultivada, com caule rasteiro que atinge até 5 m de comprimento, apresentando folhas alternas e cordiformes. As grandes flores amarelas suportadas por longos pedúnculos são unissexuais: as masculinas, em grupos auxiliares; as femininas isoladas. O fruto é uma baga (pepônio). Conhecida como abóbora-porqueira, é originária da América central e difundiu-se por todo o mundo. São cultivadas atualmente numerosas variedades alimentícias, forrageiras ou oleaginosas.

Cucurbita maxima Cucurbita maxima é uma planta rasteira anual com talos de cinco ângulos e folhas pecioladas dentadas. Flores amarelas aparecem no verão e são seguidas através de frutos carnosos que, quando maduros, podem ser de cor verde, amarela, laranja, ou vermelha, e cheios de sementes brancas.

As partes usadas são as sementes que são retiradas dos frutos completamente maduros e postas a secar rapidamente ao sol. Contêm até 50% de óleo, albuminas, um glicosídeo, a cucurbitina, uma resina, minerais, especialmente zinco que é útil no tratamento da próstata aumentada e outras substâncias ainda desconhecidas. Continuam a ser um meio de combate sempre atual contra os parasitas intestinais. Como um remédio para parasitas intestinais, as sementes de abóbora são menos potentes que Driopteris filix-mas, mas é mais seguro para mulheres grávidas, pacientes debilitados e crianças. As sementes são consumidas cruas, sem casca, na dosagem de 200 a 250 sementes para adultos e de 50 a 100 sementes para crianças. Não provocam qualquer efeito irritante secundário. Usa-se, por vezes, para os mesmos fins, uma decocção de sementes de abóbora-porqueira misturada com óleo de rícino. As sementes de pepino têm o mesmo efeito anti-helmíntico. Freqüentemente

é combinada com Echinacea purpurea e Serenoa repens para prostatites

Além de água, as abóboras-porqueiras contêm também açúcares, albuminas, gorduras, vitaminas e bastante substâncias minerais. São consumidas sob a forma de compota ou marmelada. O suco fresco é diurético, e o seu consumo recomenda-se no caso de afecções renais. As sementes também são consumidas assadas e adicionadas ao pão. A abóbora-porqueira é também uma boa planta polinífera e melífera, tanto mais que a sua floração é prolongada.

 


Sete sangrias

Cuphea calophylla Cham. & Schlecht.
Syn.:Cuphea plumbaginea Mart.
Lythraceae

Cuphea calophylla O gênero Cuphea apresenta cerca de 250 espécies que em sua maioria vivem em lugares úmidos, é de origem centro e sul-americana, com bastante representatividade no Brasil. Muitas espécies ocorrem como infestantes, mas são raras as situações em que a intensidade das infestações é grande. Muitas plantas do gênero Cuphea são conhecidas vulgarmente como "sete-sangrias", numa alusão de que um tratamento com as plantas equivale ao resultado obtido por sete sangrias (tratamento comum no passado). A planta originalmente denominada de "sete sangrias" é Cuphea balsamona (Cham. & Schlecht.), tendo sido indicada para a cura de febres intermitentes e disenterias graves. Atualmente há um grande interesse em estudar a viabilidade de explorar comercialmente plantas do gênero Cuphea melhoradas ou geneticamente alteradas pela capacidade destas plantas em produzir ácidos graxos saturados de cadeias médias e curtas (com 8, 10 e 12 carbonos) que são armazenados nas sementes em combinação com glicerol, com possibilidades de uso em lubrificantes sintéticos e plastificantes.

Cuphea calophylla, uma das plantas do grupo das "sete-sangrias", é nativa no Brasil e é uma planta perene, reproduzida por semente, preferindo locais úmidos e solo fértil. Floresce durante praticamente todo o ano, com maior intensidade durante o verão. Frequentemente é infestante em gramados, parques e outras áreas pouco cuidadas. A origem do nome vem do grego "kuphos", giba (por causa da base gibosa do cálice), "kalós", belo, e "phyllon", folha. A ssp. calophylla é relativamente rara, mas ocorre na Região Sul do Brasil. A ssp. mesostemon, uma subespécie da Cuphea calophylla, é de ocorrência bastante freqüente no Brasil, ocorrendo também na Bolivia, Paraguai, Argentina e Uruguai.

As partes utilizadas são as raízes. A erva é usada medicinalmente, internamente para combater a febre, cólicas durante o ciclo menstrual, disenterias graves e como diurético, usualmente na forma de infusão de cerca de 20 gramas das raízes em um copo de água fervente.



Curcuma sp.


Capim limão

Cymbopogon citratus
Gramineae/Poaceae


Cymbopogon citratus O gênero Cymbopogon conta com 56 espécies de gramas perenes, ocasionalmente anuais, aromáticas que ocorrem nas regiões tropicais e temperadas mornas da Eurasia. Cymbopogon citratus ocorre em savanas na Índia meridional e Sri Lanka. Como Cymbopogon citratus, várias outras espécies também são cultivadas devido aos seus óleos que são importantes na perfumaria, inclusive Cymbopogon nardus e Cymbopogon flexuosus (capim limão da Índia oriental).

Estas gramas aromáticas contêm grandes quantidades de citral e geraniol que são aromas respectivamente limão e rosa. Cymbopogon martinii (palmarosa), nativa da Índia, é uma espécie importante porque é uma fonte de óleo de gerânio e é usado em conjunto com o óleo essencial de rosa em perfumes, sabões e repelentes de inseto; Cymbopogon martinii, var. sofia (capim gengibre) tem um aroma mais rústico; Cymbopogon flexuosus (capim limão da Índia Oriental) de onde é retirado o óleo de capim-limão usado para aromatizar alimentos; Cymbopogon nardus (citronella) que cresce no Sri Lanka e também em Java é fonte para obtenção do óleo de citronella, semelhante em fragrância e propriedades à Melissa officinalis.

Cymbopogon citratus (capim limão) é uma planta perene que forma uma aglomeração robusta (touceira) como as de cana, mas em uma escala menor. As folhas são lineares, de até 90 cm de tamanho, e têm aroma de limão. No verão aparecem insignificantes panículas em espigas nas plantas silvestres, entretanto raramente nas de cultivos.

As partes usadas são as folhas, hastes e o óleo. Os talos são cortados ao nível do solo e usados frescos para extração de óleo, infusões e uso culinário. São secados para fabrico de polvilho. É uma erva amarga, aromática, refrescante, que aumenta transpiração e alivia espasmos. Também é efetiva contra infecções fungais e bacterianas.

A erva é usada medicinalmente, interiormente para problemas digestivos nas crianças e enfermidades febris secundárias, externamente para piolhos, problemas de pele, pé de atleta e sarna. Na arte culinária asiática, as folhas frescas são usadas como tempero, especialmente com peixe e carne. São feitas infusões das folhas frescas para chás. O óleo é usado em perfumes, sabões, hidratantes de cabelos, cosméticos, e como aromatizante na indústria alimentícia. Com suas folhas, prepara-se um chá de ação relaxante muito indicado para insônia, diminuindo a ansiedade, bem como um excelente tônico depurativo nos estados gripais. É utilizado como calmante, antiespasmódico, sudorífico e diurético. Por estimular a transpiração, ajuda a baixar a febre. Esta erva também diminui os gases intestinais e facilita o trabalho do aparelho digestivo. Acalma espasmos, histerias e outras perturbações nervosas. Atua como auxiliar nas afecções das vias urinárias. Batido no liquidificador, cru, com água gelada, é um excelente refresco nos dias muito quentes, para tirar o desânimo causado pelo próprio calor. Há informações de que causa a queda de pressão sanguínea.



Por estimular a lactação, o capim limão é indicado para gestantes e lactantes.

 


Alcachofra

Cynara scolymus L.
Asteraceae (Compositae)

Cynara scolymus

Essa planta é originária das regiões mediterrâneas e cultivada desde a antiguidade como alimento e produto dietético, nessa zona. Esse grande e belo cardo revelou recentemente propriedades terapêuticas que concernem ao fígado. Ele forma, de início, quando sai da semente, uma raiz e uma roseta de folhas. Depois ascendem do rizoma vivaz folhas grandes, longas, profundamente e muitas vezes divididas, que se curvam em forma de arcos, com extremidades espinhosas. No começo do verão, vemos amadurecer de seu bouquet uma haste floral relativamente curta, que contém grandes capítulos azuis ou violáceos. As pequenas flores tubulares têm um odor fino, mas forte, suave e seco. A base das folhas do invólucro, assim como o receptáculo, se tornam carnudos, inchados. A variedade próxima, denominada cardo, desenvolve e torna carnosas as nervuras das folhas.

Na raiz e na folha da alcachofra se encontra uma substância amarga (cinarina), com fracos princípios aromáticos, mucilagens, taninos, relativamente muita pró-vitamina A, um pouco de B1, uma enzima (cinarase) que coalha o leite: ela começa a digestão das proteínas do leite, mesmo na proporção 1:150.000, e é utilizada nos países meridionais, na fabricação de queijos. Além disso, graças às substâncias amargas e carboidratos, essa planta incita o Eu e o corpo Astral a intervir energicamente nos órgãos digestivos, principalmente no fígado; ela favorece a formação da bile e seu escoamento, mas igualrnente os processos construtivos do fígado; ela estimula a ação desintoxicante desse órgão; Cynara sp. abaixa a taxa de açúcar no sangue. A diurese também é aumentada.

Intensificando a digestão das proteínas, ela impede toda proteína estranha de penetrar no sangue, o que ocasionaria a albuminúria, podendo ser usada nessa afecção.

Em seu conto da serpente verde, Goethe conta que o barqueiro que carregava as pessoas de uma margem à outra do rio pedia, como pagamento, Cebolas, repolhos e alcachofras, ou seja, legumes colhidos sob a terra (cebola), rente à terra (repolho), e sobre a terra (alcachofra), todos provindos de um inchaço quase embrionário (brotos) do elemento "folha", nas regiões da raiz, do caule, e da flor. Ele os denominou, nessa ocasião, de "frutos da terra", são as forças vitais acumuladas (e não esbanjadas em desenvolvimentos exteriores) que fazem a "virtude" desses legumes. As da alcachofra vivificam a nutrição e os órgãos da nutrição.

Indicações e Usos:

Contém cinarina, uma substância amarga que estimula as secreções do fígado e da vesícula, e regulariza as funções desses dois importantes órgãos do aparelho digestivo. É conhecida a ação curativa da alcachofra na cirrose, icterícia, inflamações e cálculos na vesícula e insuficiência hepática. Tem ainda ação diurética (eliminando os excessos de água no organismo e favorecendo o funcionamento dos rins) e hipoglicemiante, ou seja, excelente alimento para os diabéticos. Rica em ferro, é preciosa no restabelecimento dos que sofrem de anemia, debilidade geral e raquitismo. É rica também em tanino, substância fundamental no combate às diarréias. Reduz a taxa de uréia e colesterol do sangue. Por ter alta concentração de vitaminas A e C, previne contra gripes.

A alcachofra não deve ser consumida por mulheres que estejam amamentando, pois ela reduz a secreção de leite.



Giesta
Giesteira-das-vassouras

Cytisus scoparius (L.) LINK.
syn.: Sarothamnus scoparius (L.) WIMM. ex W.D.J. KOCH
Leguminosae (Fabaceae)
(Papilionaceae)


Cytisus scoparius Mais de 30 espécies de arbustos decíduos e pequenas árvores pertencem ao gênero Cytisus que ocorrem na África do Norte, Ásia Ocidental e Europa. Cytisus scoparius é nativo em brejos, solos não cultivados e bosques na Europa; é uma planta familiar tanto no estado selvagem como em cultivos. A maioria das variantes citadas em catálogos são, de fato, híbridas e não são satisfatórias para uso medicinal. O nome Cytisus vem do grego "kytisos", termo usado antigamente para descrever várias leguminosas lenhosas e scoparius vem do latim "scopa", vassoura.

Cytisus scoparius é um arbusto com ramos verdes e angulosos, apresentando diminutas folhas alternas e trímeras. Na parte superior dos ramos, flores solitárias amarelas, parecidas com as de ervilhas, aparecem na axila das folhas durante o verão. O fruto é uma vagem avermelhada. Toda a planta é tóxica. A giesteira-das-vassouras cresce nas encostas ensolaradas, na orla das florestas, freqüentemente formando matagais. No entanto, muitas vezes não resiste ao frio no clima centro-europeu. Foi no século passado que as suas virtudes medicinais começaram a ser intensivamente exploradas. Seus usos medicinais estão listados em todos herbolários europeus mais antigos, sob denominação de "Planta genista" da qual a Real casa britânica de Plantagenet tirou seu nome.

Cytisus scoparius Todas as partes da planta têm interesse farmacêutico: flores, cimeiras, sementes, raízes, mas são mais freqüentemente colhidas as cimeiras. As partes mais tenras dos caules são cortadas à mão, postas a secar à sombra, cortadas depois em fragmentos mais pequenos. Entre as substâncias ativas, a mais importante é o alcalóide esparteína que afeta o coração e nervos de modo semelhante ao curare. A giesteira-das-vassouras contém igualmente glicosídeos, taninos, óleos essenciais, sucos amargos. É uma erva amarga, narcótica que deprime a respiração, regula ação do coração e tem efeitos diurético e purgativo.

A forte toxicidade da planta leva a que raramente seja usada em medicina popular: serve principalmente de matéria-prima que permite isolar as diferentes substâncias ativas. Os remédios à base de esparteína são prescritos em casos de perturbações da atividade cardíaca e da circulação sangüínea. Dilatam as coronárias e aumentam a tensão. Outras substâncias tiradas da giesteira-das-vassouras estimulam a atividade dos músculos lisos e do útero, o que é utilizado em obstetrícia. Têm também um efeito fortemente diurético. A Giesta é também usada em associação com Convallaria majalis, em casos de falha cardíaca. Excesso causa colapso respiratório. Não é recomendado para mulheres grávidas ou pacientes com pressão alta. As doses e a freqüência das administrações devem ser determinadas pelo médico.

As flores amarelas da planta servem de matéria-prima para fabricar um corante. Os ramos secos são utilizados para fazer vassouras (daí o nome vulgar da espécie). Planta sujeita a leis de controle como erva daninha em alguns países, notadamente em partes da Austrália.

 


Mezereão

Daphne mezereum L.
Thymeleaceae


Daphne mezereum Cerca de cinqüenta espécies de arbustos decíduos e perenes pertencem ao gênero Daphne que ocorre na Europa, África do Norte e Ásia. Daphnes são arbustos escolhidos para obtenção de madeira para confecção de caixilhos, pequenos batentes e recipientes, embora certas espécies, como a chinesa Daphne genkwa, sejam de difícil crescimento. Daphne é o termo grego para loureiro, talvez assim chamado porque algumas espécies tem folhas parecidas com as dos loureiros; na mitologia grega, a ninfa Daphne foi salva dos assédios de Apollo tendo se transformada num loureiro.

Daphne mezereum é um arbusto baixo com ramos cinzentos, crescendo nos bosques desde a planície até à montanha. Floresce cedo na Primavera, em cachos de flores rosa ou brancas e odoríferas; as folhas alongadas só aparecem depois da floração. Os frutos são bagas vermelhas. É uma espécie espontânea numa grande parte da Europa e da Ásia; tornou-se rara em numerosos países, onde é protegida por lei. Toda a planta é extremamente venenosa: o seu nome específico deriva do termo "maze-riyn", matar. Sob o ponto de vista médico, o mezereão é usado para acalmar as cefaléias e as dores de dentes.

Daphne genkwa Daphne genkwa é um arbusto decíduo ereto, escassamente ramificado, com folhas lanceoladas ou ovais de coloração verde-claro. Agrupamentos de flores ligeiramente fragrantes, lilás aparecem nas axilas antes das folhas novas aparecerem.

Várias espécies têm propriedades terapêuticas. Daphne mezereum contém combinações tóxicas semelhantes às de Daphne laureola e Daphne gnidium. Estas espécies estão sendo atualmente investigadas por efeitos anti-leucêmicos. Daphne genkwa foi descrita pela primeira vez na literatura médica chinesa em 25 DC, baseado em textos que remontam a 1500 AC.

Colhe-se a casca, que deve ser retirada de ramos razoavelmente fortes no princípio da Primavera. É atada em feixes e suspensa para a secagem. Esta colheita deve ser feita em locais determinados e em escala limitada para não destruir as plantas. A casca contém alcalóides tóxicos, a dafnina e a mezereina. Estas substâncias são irritantes, rubificantes e vesicantes se o seu uso for prolongado. A dafnina é também alucinogéna. É uma erva amarga, picante, que controla tosses, e tem efeitos germicida, diurético, expectorante e laxativo. Antigamente, embora raramente, era prescrita como revulsivo ligeiro no tratamento de reumatismos e úlceras indolentes. Era também usada internamente para bronquite, constipação, edema e doenças de pele (especialmente sarna); e usada em hospitais chineses como um droga abortífera. Hoje a erva já não é mais considerada segura. Pomadas e ungüentos só devem ser aplicados sob vigilância médica.

Os envenenamentos por bagas vermelhas são freqüentes, sobretudo em crianças. Manifestam-se por ardores na garganta, vômitos, hemorragias. Chamar imediatamente o médico.


Estramônio

Datura stramonium L.
Solanaceae


Datura Stramonium O gênero Datura é constituído por cerca de nove espécies de plantas anuais ou perenes de vida curta. Sua taxonomia é complexa e difícil. É comum dividir-se o gênero em 4 seções: Brugmansia, Stramonium, Dutra e Ceratocaulis. Muitas discussões tem havido sobre esse e outros critérios. Hoje está havendo aceitação pelos especialistas, de que se deve separar ao menos Brugmansia, transformando-a em um gênero distinto, restando oito espécies para o gênero Datura.

A origem do nome vem do hindú "dhát", um veneno preparado com plantas, e "tatorah", entorpecente. Plantas desse gênero e de alguns outros gêneros de Solanáceas apresentam compostos com propriedades alucinógenas, o que é conhecido desde tempos imemoriais. Povos primitivos, tanto da Eurásia como do Novo Mundo, fizeram intenso uso dessas propriedades em rituais místicos e religiosos, bem como para fins medicinais; outros usos eram criminosos, para tirar a conciência das pessoas para as roubar ou matar.

Os efeitos alucinógenos provocam visões e sensações que eram tidas como formas de comunicação com os deuses. Curandeiros e adivinhos buscavam inspiração nessas visões. Ritos de iniciação, bem como de passagem de condições de crianças para adultos, envolviam o uso de preparados dessas plantas. Na região de Bogotá as viuvas e os escravos dos guerreiros mortos recebiam uma bebida com extratos dessas plantas, com o que entravam em estado de torpor e assim eram enterrados vivos com os seus senhores. Plantas dos grupos mencionados não são substitutivas de plantas que fornecem drogas, como maconha, papoula ou coca, pois ao lado do efeito alucinógeno, existe um forte efeito tóxico, e uma "viagem" com Solanáceas frequentemente não tem retorno.

Datura Stramonium é uma planta herbácea anual de porte poderoso, com caule ramificado suportando folhas alternas, ovais, dentadas e malcheirosas. Na axila das ramificações ou na extremidade dos caules, formam-se grandes flores tubulosas, brancas ou violáceas. O fruto é uma cápsula que encerra sementes pretas (em baixo). Toda a planta é extremamente venenosa. Diversas espécies de Datura são originárias do Novo Mundo, mas Datura stramonium é originaria de uma região à volta da Cordilheira do Himalaia, na Ásia Menor e de regiões a volta do Mediterrâneo, foi levada para as mais diversas regiões do mundo, sendo hoje de distribuição universal. Apresenta ampla ocorrêrncia no Continente Americano, sendo que no Brasil pode ser encontrada em grande parte do território, mas raramente forma grandes concentrações. Cultiva-se em grande escala para fins medicinais.

São colhidas as folhas e as sementes. As folhas devem ser cortadas de manhã cedo, no princípio da floração. São primeiro secadas estendidas ao lado umas das outras, em seguida podem ser amontoadas. Num secador, a temperatura não deve ultrapassar os 45ºC. As sementes são retiradas após a secagem das cápsulas. Os dois produtos contêm alcalóides derivados do tropano (0,4%), a hiosciamina, a atropina, a escopolamina. Estas substâncias são espasmolíticas (aliviam as contrações musculares), diminuem as secreções glandulares e dilatam os brônquios. São apenas tratadas no âmbito da indústria farmacêutica, e os remédios à base destas substâncias só podem ser prescritos por um médico. É uma planta tóxica para os animais e para o homem. Os envenenamentos de crianças pelas sementes de estramônio são relativamente freqüentes, sendo a dose letal, aproximadamente, 20 sementes.

São igualmente cultivadas outras espécies de datura: Datura inoxia e Datura metel, originárias da América do Sul, e Datura inermis, originária da Abissínia, todas ainda mais ricas em alcalóides.

"-- A erva-do-diabo tem quatro cabeças; a raiz, a haste e as folhas, as flores e as sementes. Cada qual é diferente, e quem a tornar sua aliada tem de aprender a respeito delas nessa ordem. A cabeça mais importante está nas raízes. O poder da erva-do-diabo é conquistado por meio de suas raízes. A haste e as folhas são a cabeça que cura as moléstias; usada direito, essa cabeça é uma dádiva para a humanidade. A terceira cabeça fica nas flores, e é usada para tornar as pessoas malucas ou para fazê-las obedientes, ou para matá-las. O homem que tem a erva por aliada nunca absorve as flores, nem mesmo a haste e as folhas, a não ser no caso de ele mesmo estar doente; mas as raízes e as sementes são sempre absorvidas; especialmente as sementes, que são a quarta cabeça da erva-do-diabo e a mais poderosa das quatro".
           Don Juan, no livro "A Erva do Diabo" de Carlos Castañeda, referindo-se à Datura.

 


Cenoura

Daucus carota L.
Umbelliferae (Apiaceae)


Daucus carota O gênero Daucus possui um grande número de espécies, e devido à essa plasticidade, os botânicos tem grandes dificuldades com a classificação das espécies deste gênero. A cenoura é originária da região mediterrânea. Ela cresce preferencialmente nos campos secos, se bem que um pouco úmidos, sobretudo nos solos arenosos-pantanosos. Luz, sílica, água, húmus, calor: A mistura harmoniosa desses elementos confere às plantas deste gênero as possibilidades ideais de desenvolvimento. Daucus carota é uma espécie especialmente bem harmoniosa do tipo Umbelífera. Ela é a mais perfeita planta alimentícia desta família e representa, entre as Umbelíferas, um centro harmônico análogo àquele que a rosa representa na família das Rosáceas.

Esta planta possui folhas recortadas de duas a quatro vezes e forma no primeiro ano uma raiz carnosa, amarelo alaranjada, que contém 6 a 12% de açúcar (nunca amido; esta substância solidificada está ausente na família Umbelífera, o açúcar da cenoura permanece solúvel, ou como gomas e mucilagens). Encontra-se também na cenoura: pectina, inositol, lecitina, glutamina e fosfatídeos. Além disso esta raiz contém um corante amarelo, o caroteno. O caroteno encontra-se no mundo vegetal normalmente nas folhas e é um parente próximo da clorofila. O caroteno também aparece nas cores dos frutos e das flores. É uma substância muito relacionada com a luz. Descobertas recentes mostram cada vez mais claramente que esta substância desempenha um papel na absorção da energia luminosa pela planta, fazendo com que esta energia possa descer até as raízes. Atividades luminosas permeiam esta raiz. No organismo humano, o caroteno se transforma em vitamina A, que atua na vitalização dos órgãos sensoriais (de origem ectodérmica) e se encontra em grande concentração na púrpura do olho. As cinzas da cenoura também demonstram uma relação particular com a luz: elas contêm quantidades notáveis de sílica (1 a 5%) e de ferro (1 a 2%), assim como traços de cobre, cobalto, níquel e arsênico.

O segundo ano da planta está voltado ao desenvolvimento floral, a planta cresce acentuadamente, formando folhas ainda menores e mais finas e surge também a floração através de uma umbela grande e semi esférica. A umbélula central é freqüentemente substituída por uma flor única, maior do que as outras e de uma coloração purpúrea. Após a fecundação o guarda chuva de flores se posiciona de maneira semelhante a um ninho, mas o princípio radiante age até no fruto que está coberto por pequenos ganchinhos inofensivos.

A raiz da cenoura selvagem com seus processos luminosos e silicosos regulariza a cabeça, especialmente nas crianças na idade de se edificarem a partir das forças da periferia cósmica através da esfera sensorial. Além disso o Eu e o corpo astral podem se servir dos processos luminosos e calóricos deste vegetal para intervir fortemente nos processos etéricos construtores da região metabólica e até na gênese dos ossos. No metabolismo assim "iluminado", os parasitas dos órgãos digestivos não podem viver. A cenoura, pelas mesmas razões, é uma planta alimentar importante na criação de jovens animais e Rudolf Steiner recomendou particularmente a cenoura nestes casos. A raiz da cenoura selvagem é diurética e afrodisíaca. Seus frutos promoveriam a menstruação e a concepção. O organismo dos líquidos se recoloca sob o controle do corpo astral. Vemos nisso o tema "tonificante do corpo astral", que é característico das Umbelíferas.


Consólida-real

Delphinium consolida L.
syn.: Consolida regalis S. F. GRAY
Ranunculaceae


Delphinium consolida O gênero Delphinium consta de umas 250 espécies bienais e perenais, encontradas nas regiões temperadas do norte e montanhas africanas centrais; Delphiniums são de perto relacionados aos acônitos (Aconitum). Ambos são venenosos, mas extensamente cultivados por suas belas flores azuis. O nome Delphinium vem do grego "delphis", golfinho, devido que as flores de algumas espécies se assemelham a esse animal.

Delphinium consolida é uma planta adventícia anual, com caule ereto e ramificado, apresentando folhas sésseis, alternas, palmadas. As flores azuis na extremidade do caule têm uma excrescência em forma de esporão, encerrando uma reserva de néctar. Os frutos são vesículas. A espécie é originária das regiões mediterrânicas; difundiu-se no mundo inteiro simultaneamente com a cultura do trigo. O caule fresco, assim como as partes secas, sempre foi utilizado no tratamento de feridas, daí o seu nome específico: consolidare = cicatrizar.

Delphinium staphisagria Delphinium staphisagria é uma espécie mediterrânea e é uma planta bienal com talos robustos e folhas palmadas felpudas e brilhantes. Densos racemos de pequenas flores azul-purpúreo escuro, com um pequeno esporão, aparecem do início da primavera ao início do verão. O nome staphisagria deriva de "staphis", uva seca, e "agria", selvagem.

Delphinium staphisagria e Consolida regalis são próximos relacionados, ambos contêm alcalóides diterpênicos que são extremamente venenosos e raramente são usado pelos herbolários atuais. Delphinium staphisagria era usado como parasiticida para piolhos da cabeça nos tempos dos gregos e romanos.

São colhidas as flores e mesmo as cimeiras completas e também as sementes. As flores são apanhadas à mão sem o cálice verde, as cimeiras são cortadas na época de plena floração. Os materiais colhidos não devem ser pressionados. São secados em camadas finas num local escuro ou num secador à temperatura máxima de 35°C. Libertam um odor de mel e devem ser armazenados ao abrigo da luz, em invólucros fechados. São coletadas as sementes quando maduras para uso em loções e ungüentos. Toda a planta, excetuando as flores, é venenosa: contém alcalóides, o glicosídeo delfinina e ácido aconítico no caule. Estas substâncias são diuréticas, vermífugas e catárticas. Só o médico está habilitado a prescrever infusões ou alcoolatos à base de consólida-real.

A planta é igualmente usada em medicina veterinária. Certas variedades com flores grandes são cultivadas como plantas ornamentais, mas não se utilizam medicinalmente.


Dictamo-branco

Dictamnus albus L.
syn.: Consolida regalis S. F. GRAY
Rutaceae


Dictamnus albus Seis espécies perenais compunham antigamente o gênero Dictamnus que atualmente é composto apenas por uma espécie. Dictamnus foi denominado por ter aroma semelhante ao de Origanum dictamnus que, por sua vez, provavelmente, foi denominado por sua origem ou dispersão no Monte Dikte, em Creta.

Dictamnus albus é uma planta perene com rizoma esbranquiçado e ramificado, caule ereto terminado por um cacho de grandes flores rosadas. As folhas são imparifolioladas, verde-escuras, alternas sobre o caule. O fruto é uma cápsula estrelada que rebenta quando amadurece, projetando as sementes pelas proximidades. Toda a planta apresenta glândulas que libertam um intenso perfume laranja. O dictamo ocupa uma vasta área desde a Europa meridional até ao Norte da China, onde cresce em locais quentes, soalheiros, sobre substrato rochoso e calcário. É uma espécie protegida na maior parte dos países. Dictamnus albus foi descrito pela primeira vez em textos médicos chineses em 600 DC, e permanece uma erva importante por dispersar calor patogênico.

A parte medicinal é o rizoma. Depois de bem limpo, lavado e desembaraçado das partes verdes, deve ser seco rapidamente, de preferência num secador, a uma temperatura máxima de 40°C. Mesmo seco, liberta o mesmo odor a laranja e tem um gosto amargo. Contém um óleo volátil que pode se inflamar quando evapora, sucos amargos e um alcalóide, a dictamina. Estas substâncias, sobretudo os alcalóides, produzem contrações da musculatura uterina lisa, o que é utilizado medicamente. O dictamo é igualmente usado para tratar as afecções do tubo digestivo, contra os gases, para regularizar a evacuação e contra os parasitas intestinais. Prepara-se uma tisana, na proporção de uma colher de café de raiz picada para duas chávenas de água, para tomar dia sim dia não. Externamente é usado para doenças de pele, especialmente sarna e eczema. Nas pessoas muito sensíveis, o contacto do dictamo pode causar manifestações alérgicas (pruridos, inchaços, eczemas urticantes).


Digital-lanosa

Digitalis lanata Ehrh
Scrophulariaceae


Digitalis lanata

Planta herbácea bienal, formando, no decurso do primeiro ano, uma roseta terrestre; no decurso do segundo, um caule alto e ereto com folhas sésseis e lanceoladas. Na axila das folhas superiores formam-se flores campanuladas castanhas e brancas, constituindo uma espiga terminal. O fruto é uma cápsula. A espécie, originária dos países balcânicos, é cultivada em grande e pequena escala para fins medicinais, de preferência às outras espécies, em virtude da sua resistência ao gelo, às doenças e ainda pelo seu forte teor em matérias ativas. As sementes são semeadas na Primavera (para a colheita das folhas) ou no Outono (para a colheita da semente no ano seguinte).

As folhas são secadas durante um dia, à temperatura ambiente, em camada fina, antes de serem submetidas a uma temperatura superior. A umidade em excesso provoca a decomposição das matérias ativas e desvaloriza o produto. Este contém essencialmente glicosídeos: os lanatosídeos A, B e C. Tais substâncias têm uma ação terapêutica quatro vezes mais eficaz que a dos purpureaglicosídeos da dedaleira (D. purpurea). É usada pela sua poderosa ação cardiotônica de efeito rápido, nos casos agudos de falha cardíaca, na taquicardia ou na irregularidade da atividade cardíaca (por exemplo, estados asmáticos graves). O seu uso é feito exclusivamente no âmbito da indústria farmacêutica.


Feto-macho

Dryopteris filix-mas (L.) SCHOTT.
Aspidiaceae


Dryopteris filix-mas Dryopteris é um gênero cosmopolita de samambaias decíduas rizomosas que contêm cerca de 150 espécies. Muitas espécies são cultivadas como ornamentais pela sua bela folhagem em formato de vaso. Algumas espécies exigem condições especiais, mas várias outras, inclusive Dryopteris filix-mas, são facilmente cultivadas como plantas ornamentais, sendo robustas e muito resistentes à seca. Várias espécies contêm derivados de floroglucinol ("filicina"), que paralisam parasitas intestinais. Além de Dryopteris filix-mas, Dryopteris cristata, Dryopteris oreades e Dryopteris crassirhizoma são usados medicinalmente. Drogas derivadas destas samambaias são usadas em conjunto com um purgativo efetivo. Dryopteris crassirhizoma foi registrada na medicina chinesa desde pelo menos a última dinastia de Han (25-220 DC). Conhecida como guan zhong, também reduz inflamação, controla sangramentos e abaixa a febre.

Dryopteris filix-mas é uma planta perene com rizoma subterrâneo e escamoso, dando origem a frondes pecioladas e duas vezes penatissectas, de até 90 cm de tamanho, inicialmente enroladas em croça e cobertas de escamas castanhas. No final do Verão, formam-se, na face inferior das frondes, duas filas de esporângios cobertos de indúsios. No verão estes esporângios libertam esporos castanhos que asseguram a reprodução da planta. Todas as partes são tóxicas. O feto-macho abunda nas florestas sombrias, sobre os rochedos, perto dos ribeiros, e suas virtudes são conhecidas desde a Antiguidade.

Dryopteris filix-mas Colhe-se o rizoma na altura da queda das folhas. Depois de muito bem limpos, os rizomas são desembaraçados das partes verdes e das raízes e secados a uma temperatura de 35°C. Começam por apresentar fendas esverdeadas que escurecem em seguida. Contêm aspidinofilicina, floroglucina e filmarona, assim como uma razoável proporção de amidos e taninos. É uma erva amarga, de sabor desagradável, que expele lombrigas intestinais e tem efeitos anti-bacteriano e anti-viral. Também controla sangramento, alivia dor, reduz inflamação e abaixa febre. A erva é usada interiormente para todos os parasitas intestinais, pontadas no fígado, hemorragia interna, hemorragia uterina, caxumba e enfermidades febris (inclusive resfriados, gripe, sarampo, pneumonia, e meningite).

O extrato etérico é utilizado em medicina humana e veterinária como tenífugo. O rizoma e todas as preparações dele derivadas são tóxicas, devendo o tratamento ser feito sob vigilância médica. Doses contra vermes intestinais são críticas; o envenenamento é prevenido combinando-se com um purgativo salino, como sulfato de magnésio - não com óleo de rícino porque ele aumenta a absorção. Excesso causa náusea, vômito, delírio, dificuldade respiratória e colapso cardíaco. Em dose muito forte, o produto causa lesões irreversíveis do nervo óptico. Devido a estes riscos, prefere-se atualmente substituir o feto-macho por produtos de síntese. A decocção serve para preparar compressas destinadas a feridas que saram dificilmente, abscessos, furúnculos, carbúnculos, chagas e é também usada contra dores reumatismais.


Equinácea

Echinacea purpurea
Asteraceae (Compositae)


Echinacea purpurea Nove espécies perenes, robustas, rizomatosas, compõem o gênero Echinacea que é nativo dos E.U.A. oriental. Echinacea purpurea é uma de várias espécies, que inclui Echinacea pallida e Echinacea angustifolia, usadas por nativos norte-americanos, principalmente para tratar feridas. Em particular, as tribos das planícies consideraram a Echinacea angustifolia como uma verdadeira panacéia. Esta planta fez parte do repertório Nacional norte-americano (1916-50). Estas três espécies têm componentes semelhantes e são usadas de forma intercambiável. Echinacea purpurea é a mais amplamente usada, sendo também cultivada muito mais facilmente. É considerada o desintoxicante mais efetivo entre os medicamentos ocidentais para os sistemas circulatório, linfático e respiratório, tendo sido adotada na medicina Ayurvédica.

A Echinacea dá uma exibição multicolorida do meado do verão para o início do outono, e são fáceis de cultivar. O nome genérico Echinacea vem do grego echinos, "ouriço" e se refere à seqüência espinhosa no cone central da flor. As folhas da Echinacea purpurea são ovais-lanceoladas e suas flores são como margaridas com centros cônicos de cor laranja-marrom, elas ocorrem no verão e início do outono. A pesquisa e cultivo desta espécie ocorreu após a importação de sementes pela companhia herbária alemã Madaus em 1939.

As partes usadas são as raízes e os rizomas. É uma erva amarga, ligeiramente aromática, com variações, que estimula o sistema imune, promove a cura em geral e tem propriedades anti-viral e anti-bacteriana.

A erva é usada medicinalmente, internamente para doenças de pele, infecções por fungos, septicemia, gangrena, furúnculos, abscessos, feridas de difícil cura, infecções da área respiratórias superior e doenças venéreas. O excesso de consumo causa irritação de garganta. Externamente para herpes, acne, psoriasis e danos causados por infecções. Freqüentemente combinado com Hypericum perforatum para herpes, com Arctium lappa para furúnculos e com Baptisia tinctoria ou Commniphora myrrha para infecções na garganta.


Cavalinha-dos-campos

Equisetum arvense L.
Equisetaceae


Equisetum arvense O gênero Equisetum consta de 29 espécies de plantas perenes robustas, reproduzidas por esporos, que ocorrem em lugares frescos e úmidos no mundo inteiro, menos na Australásia. Equisetum arvense e Equisetum hyemale são encontrados principalmente na Europa, América do Norte e Ásia. Os Equisetum quase não mudaram desde os tempos pré-históricos quando eles formavam uma grande parte da vegetação que acabou se decompondo e formando as jazidas de carvão. Algumas espécies são ervas daninhas perniciosas. De forma geral, uma vez que as plantas produziram os cones do quais os esporos se esparramam, os talos férteis morrem e são substituídos por estéreis.

As Cavalinhas têm uma química incomum, contendo alcalóides (inclusive nicotina) e vários minerais. Elas são ricas em sílica que lhes dão propriedades abrasivas usadas nos tempos Medievais e até o 18º século para esfregar panelas, vasilhas e outros utensílios. A cavalinha holandesa (Equisetum hyemale) foi durante muito tempo exportada pelos Países Baixos onde era cultivada abundantemente para este propósito. Certas Cavalinhas concentram ouro nos seus tecidos (embora em quantidade não suficiente garantir extração), mas são indicadores seguros para os prospectores.

Equisetum arvense Equisetum arvense é uma planta perene sem flores, com rizoma subterrâneo negro, dando origem a dois tipos de caules: os da Primavera, articulados, sem clorofila, terminados por uma espiga esporangífera; os de Verão, verdes, verticilados. A cavalinha é uma adventícia vulgar sobre os solos ligeiros, arenosos, onde indica a presença de um lençol de água pouco profundo.

São colhidos, durante todo o Verão, os caules verdes. Depois de cortados secam rapidamente, à sombra, a uma temperatura de 40°C. Contêm uma baixa proporção de ácido silícico (esta proporção aumenta com a idade da planta), vestígios de alcalóides como a nicotina e a equisetina, glicosídeos, flavonas e saponinas. É uma erva adstringente, curativa que age principalmente no sistema genito-urinário e controla hemorragia interna e externa. O caule da cavalinha constitui um dos componentes principais das tisanas diuréticas, tendo ao mesmo tempo como efeito reduzir a transpiração excessiva. Tem igualmente uma ação anti-inflamatória (usava-se antigamente uma decocção de 5 g de caules secos por dia contra as afecções pulmonares e mesmo a tuberculose). Simples ou em mistura, a cavalinha exerce uma ação eficaz contra a arteriosclerose e como hemostático quer interno quer externo (hemorragias nasais, por exemplo). É também adicionado aos gargarejos contra as laringites, às compressas e lavagens de feridas que cicatrizam dificilmente, de erupções cutâneas, de úlceras. As outras espécies de cavalinha, exceto Equisetum hyemale, não são colhidas para uso medicinal.

Indicações e Usos: A Cavalinha contém uma grande quantidade de ácido silícico e minerais, vitaminas, sais e substâncias amargas. Na China é usada como remédio adstringente em muitas enfermidades. Pode deter hemorragias e ajuda a secar e a curar feridas. É recomendada também para hemorragias nasais, inflamações de garganta e das glândulas. Diurética, ela ajuda a eliminar o excesso de ácido úrico no corpo e a limpar o organismo, o que beneficia também a pele. Por conter grande quantidade de silício, é uma excelente mineralizante, sendo boa para problemas nos ossos, como osteoporose; é conhecida também como erva da terceira idade, pois além dos ossos, protege também quem tem problemas de próstata. Importante auxiliar na cura de anemias, pois enriquece o sangue, ajudando a formar glóbulos vermelhos.



Equisetum: seu nome científico faz jus aos talos e caules da planta, que juntos são semelhantes a um rabo (setum) de cavalo (equi).


Coca

Erythroxylum coca
Erythroxylaceae


Erythroxylum coca O gênero Erythroxylum tem cerca de 250 espécies de árvores tropicais e arbustos, encontrados principalmente nas Americas e Madagáscar. Erythroxylum coca é nativa nas altas altitudes dos Andes oriental. Extratos de Coca proveram a base da bebida Coca-Cola até o ano 1902, quando a cocaína foi proibida nos E.U.A. e passaram a ser usados extratos isentos de cocaína. O nome Erythroxylum deriva do grego "erythros", vermelho, e "xylon", madeira. Freqüentemente, embora incorretamente, o nome é pronunciado Erythroxylon.

Erythroxylum coca é um arbusto perene com casca vermelho-marrom, folhas organizadas de forma espiral, marrom-verdes, elípticas, de até 7 cm de comprimento. Agrupamentos de pequenas flores brancas aparecem nas axilas, e são seguidas por bagas vermelho-laranja. As folhas frescas da planta contêm o poderoso alcalóide cocaína. Erythroxylum coca e várias outras espécies, como Erythroxylum cataractacum e Erythroxylum novogranatense, contêm alcalóides de tropanos. O mais importante é a cocaína, extraída pela primeira vez em 1860, mas agora amplamente substituída através de derivado sintéticos. Erythroxylum coca tem uma antiga história de uso como planta medicinal, psico-ativa e de ritual, caracterizando a origem dos mitos de várias tribos sul americanas. O uso de folhas secas pulverizadas e misturadas com as cinzas de outras plantas, como estimulante foi registrado desde os anos 5OO.

Origem de um anestésico e de um famoso refrigerante não alcoólico. A mastigação de folhas de coca pelo antigo povo do Peru data pelo menos desde os anos 500; foram encontradas pequenas bolsas de folhas de coca na urna funerária de um sacerdote mumificado do período pré-ínca de Nazca. A primeira descrição detalhada da coca foi elaborada por Nicolas Monardes em 1565. O alcalóide cocaína foi isolado em 1860 e foi usado como anestésico local na primeira operação indolor de catarata em 1884. O uso social de cocaína e produtos derivados da folha de coca foram populares durante o 19º século e amplamente usados na sociedade. Vinho de coca se tornou moda. Muitas imitações isentas de álcool apareceram com o estabelecimento da proibição nos E.U.A.. Uma das mais populares foi feita por John Pemberton, que em 1886 produziu a "Bebida Intelectual com Temperança", Coca-Cola. Para sua fabricação só era utilizada coca descocainada porque a venda de cocaína estava proibida desde 1902. A cocaína também foi substituída nas cirurgias por sintéticos como a procaína.

As partes usadas da erva são as folhas. Uma erva amarga, anestésica local, que estimula o sistema nervoso central. A erva é usada externamente em preparações para eczema, erupção cutânea por urtiga, hemorróidas, neuralgia facial e como anestésico local em cirurgias (cocaína). Combinado com morfina (veja Papaver somniferum) como "coquetel Brompton" para aliviar dores de pacientes terminais. Só para uso por médicos qualificados. Folhas de coca eram mastigadas pelos Incas e descendentes como um estimulante durante o trabalho de diário, e era um valioso bem em um sistema comercial baseado mais em trocas que dinheiro. As folhas frescas ou secas são mantidas na boca (não mastigadas nem engolidas) nos países de origem para aliviar fadiga e fome. Excesso ou uso persistente de cocaína (mas não coca) causa tremores, convulsões, perda de memória, ilusões, hiperatividade, e emagrecimento.

Advertência: Esta erva, especialmente na forma de cocaína e folhas de coca, está sujeita a restrições legais na maioria dos países. A colheita e o processamento de plantas de coca estão sujeito a restrições legais em muitos países. Também sujeito a controle estatutário como erva daninha em alguns países, principalmente na Austrália.

EM RESUMO: É PROIBIDO SEU USO.


Eucalipto

Eucalyptus sp.
Myrtaceae

Eucalyptus globulus Mais de 500 espécies de árvores e arbustos aromáticos perenes pertencem ao gênero Eucalyptus que é nativo na Austrália. O eucalipto foi introduzido, com muito sucesso, na Europa, Argélia, Índia, México, E.U.A., América Central e do Sul. Os eucaliptos estão entre as plantas de mais rápido crescimento e as árvores mais altas do mundo. Os ramos crescem com rapidez e podem atingir mais de quatro metros em um ano. Existem espécies cujas árvores registram alturas superiores a 100m. Muitas são cultivadas para extração de madeira e outras como ornamentais por sua bela folhagem e formato de sua casca. As flores do eucalipto são pequenas e geralmente brancas. Sua beleza corre por conta dos estames, numerosos, livres e dispostos em várias séries. Em algumas espécies são de colorido intenso, como em Eucalyptus ficifolia, em que são rubros. O fruto é uma cápsula cheia de diminutas sementes. Na Austrália e ilhas vizinhas, de onde é nativo, o eucalipto forma extensas florestas de altas árvores com poderosos troncos.

O eucalipto tem inúmeras aplicações. Há espécies que se adaptam a condições particulares de solo e outras cujo cultivo se recomenda pelo emprego a que se destinam. Algumas podem ser cultivadas em terras secas; ou em terras úmidas; alagadiças; em condições de proximidade do mar; outras são indicadas para terras pouco férteis; ou de boa fertilidade; ou ainda para solos arenosos. São muito empregados, por seu rápido crescimento e porte, para formar quebra-ventos ou em arborizações rodoviárias. Grande quantidade de pés se cortam anualmente para fornecer postes e mourões de cercas. Há qualidades indicadas como produtoras de madeiras para marcenaria, para construções e para lenha. Dormentes e carvão de madeira são produzidos regularmente com o eucalipto. Seu grande crescimento exige grande absorção de água, motivo pelo qual é usado para sanear regiões pantanosas.

Os eucaliptos são ricos em óleos voláteis, com mais de 40 tipos diferentes registrados. Os mais comuns são: cineol (eucaliptol), um composto terpênico com o odor típico do eucalipto; citronelal, com aroma de limão; piperonal, um aldeído fenólico com odor de menta; e pineno, de odor semelhante ao da aguarrás. A incisão na casca dos eucaliptos também fornecem uma resina oleosa que contém taninos. A destilação seca produz gás em apreciável quantidade. O óleo de eucalipto tem emprego em perfumaria e cosmética. Os usos médicos do eucalipto e seus produtos se relacionam com as propriedades antissépticas e estimulantes de que são dotados.

Os usos do eucalipto pelos Aborígines australianos são pouco conhecidos, mas a casca, a resina e as folhas eram usadas medicinalmente. A decocção da casca para banhos, chagas e disenteria. O carvão obtido da casca é considerado anti-séptico; soluções de água da resina (de Eucalyptus gummifera) era usado contra disenteria e inflamação da bexiga. As pessoas ao norte preferiam a espécie Melaleuca, porque os eucaliptos do norte têm relativamente baixos teores de óleo. Além desses descritos abaixo, As folhas das espécies Eucalyptus polybractea, Eucalyptus australiana (var radiata), e Eucalyptus smithii são destilados para obtenção de óleo de eucalipto; outras, como Eucalyptus gummifera, Eucalyptus haemastoma e Eucalyptus racemosa são fontes de resina; a rutina contida em Eucalyptus macrorhyncha é usada para fortalecer vasos capilares; Eucalyptus macarthurii é rico em acetato de geranil, usado em perfumaria. As folhas de várias espécies, inclusive Eucalyptus mannifera e Eucalyptus viminalis, apresentam uma substância adocicada quando ferida por insetos. Este "maná" tem um moderado efeito laxativo, semelhante ao encontrado no exudato de Fraxinus ornus. A produção comercial de óleos de eucalipto começou em 1860 em Victoria, Austrália, por um emigrante de Yorkshire, Joseph Bosisto. Em comum com todos os óleos voláteis, os óleos de eucalipto são tóxicos e requerem precaução na manipulação, armazenamento e uso.

Eucalyptus globulus Eucalyptus globulus (eucalipto azul) é encontrado em vales úmidos de New South Wales e Victoria; é uma árvore frondosa e de grande porte; sua casca lisa branca-cremosa vai se descascando e renovando ao longo do tempo; a folhagem juvenil é ovalada e de coloração prata-azulada. As folhas adultas são brilhantes, têm formato de foice e medem até 25cm de comprimento. As partes usadas são as folhas e o óleo. Os componentes ativos são óleos voláteis, principalmente cineol (eucaliptol), terpineol e pineno; ácidos polifenólicos (gálico, caféico) e flavonóides (eucaliptina, rutina), É uma erva aromática, estimulante, descongestionante e expectorante, relaxa espasmos e abaixa febre. É efetiva contra muitos organismos bacterianos, especialmente staphylococci. É usada externamente, em inalações, para catarro, bronquite, sinusite, resfriados, e gripe; em linimentos, para contusões, torceduras e dores musculares; em ungüentos, para feridas e abscessos. Excesso causa enxaquecas, convulsões, delírio, e pode ser fatal. Em uso econômico é usado como aromatizante em produtos farmacêuticos e removedores de manchas de graxa e óleo, e desinfetantes. Fornece uma espécie de madeira importante, que foi usada para confeccionar quilhas de navios no 19º século. Foi amplamente plantado para drenar solos pantanosos, notadamente na Itália e Califórnia.

Eucalyptus citriodora Eucalyptus citriodora (eucalipto limão) é uma árvore esbelta encontrada em platôs secos de Queensland, com casca áspera e pulverulenta de coloração branca (às vezes rosa ou vermelha), folhas juvenis lanceoladas. A folhagem adulta é lisa, mais estreita e muito mais longa que a juvenil. Todas as partes contêm forte aroma de limão. As partes usadas são as folhas, óleo e resina. É uma erva aromática, adstringente que é efetiva contra algumas infecções bacterianas e fungais. É usada externamente para pé de atleta, caspa, herpes, candidíase, infecções causadas por Staphylococcus aureus (como furúnculos, impetigo e septicemia), e como em inalação para febres, asma e laringite. Folhas secas aromáticas são incluídas na alimentação como tempero e em sachês. É a fonte mais rica e econômica conhecida de citronelal, usada em perfumaria, detergentes e repelentes de insetos.

Eucalyptus dives Eucalyptus dives é encontrado em bosques e é uma árvore frondosa de pequeno porte, privada de caule e com formato de coração; as folhas juvenis têm coloração azul esverdeada. A folhagem adulta é espessa, brilhante e amplamente lanceolada. No verão pequenas flores brancas aparecem nas axilas foliares. Suas partes usadas são as folhas e o óleo; o óleo predominante varia de acordo com a região de extração; o óleo volátil consiste principalmente em piperonal, cineol (eucaliptol), ou timol. É uma erva aromática, anti-séptica que tem efeitos anti-inflamatórios. Plantas que contêm principalmente piperonal são as mais amplamente usadas. É usado externamente para bronquite, infecções da boca e garganta, gripe, resfriados, neuralgia, ciática, artrite, torceduras e contusões. O mentol e timol são usados em preparações para higiene oral.

Eucalyptus camaldulensis Eucalyptus camaldulensis é uma árvores frondosa que cresce às margens dos rios e encontrada ao longo de toda a Austrália. Possui uma casca lisa, de coloração variando deste o branco até um marrom avermelhado. As folhas lanceoladas e alongadas se tornam mais pontiagudas nas árvores maduras. Umbélulas de pequenas flores de cor creme florescem no verão. Dele são usados as folhas, o óleo e a resina. É uma erva aromática, adstringente, tônica que adere aos dentes e torna vermelha a saliva. É usada internamente para diarréia; externamente para gargantas doloridas, resfriados, febres, chagas e feridas.

No Brasil, o grande incentivador da cultura do eucalipto foi Navarro de Andrade, executor da política florestal da Companhia Paulista de Estrada de Ferro. Navarro trabalhou de 1903, quando organizou o Hôrto de Jundiaí, até 1941, tendo fundado ao todo 17 hortos para a Companhia Paulista de Estrada de Ferro. Estudou os eucaliptos sob vários aspectos e fez uma coleção de 150 espécies. Grandes áreas têm sido plantadas com florestas de eucalipto. São florestas de rendimento, geralmente de propriedade de particulares, e cuja exploração racional visa satisfazer à demanda de madeiras, cada vez mais difícil de atender, frente à destruição maciça das florestas nativas. Usinas siderúrgicas e indústrias de papel, entre outras, procuram garantir o suprimento adequado de matérias primas pela execução de grandes plantios cuja rotatividade do corte lhes assegure a perenidade dos empreendimentos. O reflorestamento com eucalipto tem se revelado promissor nos solos profundos, permeáveis e de limitada fertilidade.

 


Eupatório

Eupatorium cannabinum
Asteraceae (Compositae)


Eupatorium cannabinum É uma planta vivaz que medra as beiras de lagos, de rios, de riachos, as florestas úmidas, canais de irrigação, na Europa central e meridional bem como na Ásia ocidental. Ela cresce no verão até um metro e meio de altura, com folhas quase sésseis Em forma de mão, divididas em 3 a 5 lobos opostos; ela termina no alto por uma abundante panícula de flores, com uma delicada cor rosa-violeta; as floretas, filiformes, são dessa mesma cor. Essa forma que escapa do elemento úmido, se torna aérea, se volatiliza em direção ao alto, e seu odor muito sutil (um pouco "apimentado") convém a essa característica, como os aquênios de pappus plumosos. A análise encontra nessa planta, cujo gosto é amargo e picante, substâncias amargas, um pouco de óleo essencial, e resina. Esse tipo de composta se adapta num alto nível à sombra e ao elemento aquoso. Suas ações terapêuticas se dirigem à organização dos líquidos e ao órgão que lhe esta ligado de muitas maneiras: o fígado.

Elas ajudam a subordinar o processo do líquido aos impulsos dos constituintes superiores do homem. Há aumento da diurese, eliminação da água "morta" na hidropsia, ascite, edema das pernas. A atividade do fígado é estimulada. Mas quando, na gripe ou resfriamento das vias respiratórias, o organismo superior está enfraquecido, e os processos do organismo inferior não são mantidos e se misturam com os do organismo superior, uma planta que possui a dinâmica do Eupatorio "cria uma ordem" nos processos líquidos do organismo inferior, os religa aos impulsos da organização aérea e do corpo astral que está atuando, conforme a "assinatura dinâmica" da planta. Dessa maneira, organismo superior pode ser aliviado e apto novamente a intervenção normal dos constituintes superiores do homem. Essa ação é mais acentuada com outra espécie de eupatório.



Eupatorium perfoliatum

Eupatorium perfoliatum

Essa planta habita regiões úmidas ou palustres da América do Norte e se parece muito com a precedente, mas seu aspecto é mais contraído: seus pares de folhas, situados na base, são concrescentes, não divididos, lanceolados, e seus cachos de flores são brancos. Ele é mais amargo e mais aromático que a espécie européia. A gripe, a pleurisia, a pneumonia, acompanhadas de febre forte, de abatimento e de dores toráxicas, são o domínio dessa planta tão poderosa, e também, por outro lado, as coleocistopatias.

 


Erva-de-santa-luzia

Euphorbia hirta L.
Syn: Chamaesyce hirta Millsp.
Euphorbiaceae

Euphorbia hirta Entre as dicotiledôneas, a família Euphorbiaceae é uma das maiores, contando com cerca de 5.000 espécies distribuídas por uns 300 gêneros; só o gênero Euphorbia apresenta mais de 700 espécies, muitas das quais são suculentas. Entre as euforbiáceas encontram-se árvores, arbustos, sub-arbustos e ervas. Um grande número de espécies é latescente e algumas espécies contêm substâncias tóxicas. Considerando-se a grandeza da família, é surpreendente que apenas poucas espécies são exploradas pelo homem, como exemplo a seringueira, a mandioca, a mamona e algumas plantas ornamentais. Também poucas espécies são importantes como invasoras, mas algumas, como Euphorbia heterophylla, são extremamente agressivas. As euforbiáceas apresentam sistemas de inflorescências muito variáveis, geralmente bastante complexos. As flores são sempre unisexuais, mas as plantas podem ser monóicas ou dióicas. A origem do nome Euphorbia, segundo Plínio, é a seguinte: o Rei Juba II, da região que hoje é a Mauritânia, no ano 30 AC., designou uma planta com o nome de Euphorbia, em homenagem a seu médico Euphorbus, que lhe havia apontado propriedades medicinais. Essa planta é hoje designada Euphorbia resinifera Berg. e ainda ocorre no norte da África. Linnaeus usou o nome Euphorbia para designar todo um gênero.

Euphorbia hirta Euphorbia hirta, Erva-de-santa-luzia ou Erva-andorinha, é uma planta nativa em regiões tropicais e sub-tropicais, ocorrendo desde o sul dos estados Unidos até o norte da Argentina e também amplamente disseminada por outras regiões tropicais do mundo. No Brasil ocorre em quase todo o território, com possível exceção da Bacia Amazônica. É uma erva daninha anual, com talos pilosos e folhas ovais de até 4cm de tamanho ocorrendo sempre aos pares. Densos glomérulos com 1 - 1,5 cm de diâmetro ocorrem alternadamente à direita e à esquerda das axilas foliares. Os frutos são cápsulas vermelho-esverdeadas.

A maioria das euforbiáceas são altamente irritantes, contêm carcinogênicos, ésteres diterpênicos e são fortes purgativos. A espécie chinesa Euphorbia kansui é naturalmente usada para este fim. Euphorbia pekinensis também tem efeitos diurético e anti-bacteriano. A norte-africana Euphorbia resinifera (euphorbium) é outro purgativo drástico, atualmente considerado muito perigoso para uso medicinal. Euphorbia lathyrus é muito tóxica para ser usada medicinalmente, contendo um violento óleo purgativo semelhante a óleo de croton (extraído de Croton tiglium). Euphorbia hirta é isenta de ésteres e é considerada mundialmente como sendo uma erva segura e efetiva.

As partes usadas são a planta inteira e o suco. As plantas são cortadas quando florescendo e usadas frescas para suco, ou secas para uso em infusões, extratos líquidos e tinturas. É uma erva picante, amarga, anti-séptica que expele flegma e alivia espasmos. É usada medicinalmente, interiormente para asma, bronquite, enfisema, tosse nervosa, catarro, febre do feno e disenteria amébica. Externamente para queimaduras e verrugas (suco). Combinado com Grindelia camporum para bronquite e asma.

Advertência: A maioria das eufórbiáceas são tóxicas se ingeridas, inclusive a mandioca (Manihot esculenta) que não deve ser ingerida crua pois apenas perde sua toxicidade pelo calor do cozimento ou da secagem para produção de farinha. A seiva (látex) é um sério irritante para a pele e para o olho.


Eufrásia

Euphrasia officinalis L.
Scrophulariaceae

Euphrasia officinalis O gênero Euphrasia é cosmopolita e inclui cerca de 450 espécies de plantas semi-parasitas, sendo geralmente considerado como um grande grupo de espécies semelhantes com pouquíssimas delas que se destacam tais como Euphrasia rostkoviana e Euphrasia montana. De modo geral as Euphrasias são difíceis de cultivar por causa do ambiente de crescimento que requerem. O nome genérico deriva do termo grego euphrasia que se traduz por alegria e representa a alegria da cura.

Euphrasia officinalis é uma planta anual com caule baixo e ramificado, apresentando folhas opostas, pequenas e dentadas. Na axila das folhas surgem flores brancas, flavescentes ou violáceas, nitidamente bilabiadas. O fruto é uma cápsula. É uma espécie relativamente comum e abundante nos prados úmidos, nas pastagens e mesmo na floresta ao longo da Europa, sendo parasitária de Trifolium pratense, várias espécies de Plantago e de diversas gramíneas.

Sempre foi conhecida pelas suas propriedades benéficas para as afecções oculares. Euphrasia officinalis foi registrada no 14º século como uma erva medicinal para "todos os males do olho", ganhando esta crença pela Doutrina de Assinaturas: "As faixas e manchas purpúreas e amarelas das flores da Euphrasia muito se assemelham às doenças dos olhos como vista sanguinolenta, e etc. Por esta assinatura se faz descoberto que esta erva é eficaz para a cura do mesmo".

São colhidas as cimeiras. A parte superior do caule é cortada à mão, com flores e folhas, são eliminadas as partes lenhificadas e depois procede-se à secagem sobre grades de canas em camadas finas. Contêm um glicosídeo, a aucubina, taninos, um óleo essencial, sucos amargos, pigmentos. É uma erva amarga, adstringente que reduz inflamação. As cimeiras são sobretudo usadas em compressas e loções oculares, por vezes com água boricada, preparando um extrato aquoso na proporção de 5 g de partes ativas para 100ml de água, a macerar durante 25 minutos. Estas loções são eficazes em caso de lacrimações, conjuntivites, sensibilidade excessiva à luz e fadiga ocular. Também usada para catarro, sinusite, rinite alérgica, febre do feno e infecções das vias respiratórias superiores. A infusão de eufrásia é igualmente usada para abrir o apetite, estimular a secreção dos sucos digestivos e regularizar a digestão. A medicina popular recomenda-a contra as perturbações nervosas, dores de cabeça, a histeria, as insônias e as cãibras. Externamente para conjuntivites, injúrias nos olhos, herpes, eczema gotejante e feridas que custam a cicatrizar. É uma excelente planta melífera.


Assa-fétida, Férula
Funcho-gigante

Umbelliferae (Apiaceae)

Ferula assafoetida
Este gênero consiste em 172 espécies perenes robustas, encontradas desde o mediterrâneo até a Ásia Central. Ferula assafoetida é nativa de regiões litorâneas e áreas rochosas do Irã. Embora conhecidas como funchos gigantes, por causa de sua similaridade com a espécie Foeniculum, muitas têm um cheiro desagradável. Ferula assafoetida e Ferula gummosa foram importantes durante muito tempo devido sua resina de látex: a primeira foi taxada por um imposto na Alexandria durante o segundo século DC, e a última foi mencionada como ingrediente em incenso de Moisés.

Dentro deste gênero, Ferula assafoetida e Ferula gummosa são importantes devido às suas resinas de látex que foram usadas desde tempos antigos. Ferula assafoetida, com um odor sulfuroso, é provavelmente a mais mal-cheirosa de todas as ervas. Porém, em pequenas quantidades dá um aroma surpreendentemente agradável a muitas comidas. Também é uma erva medicinal muito efetiva, muito usada na tradição Ayurvedica. Armazenamento hermético é necessário para evitar a contaminação de ambientes. Também é coletada a resina de látex da espécie relacionada como Ferula rubicaulis. A raiz de agradável cheiro almiscarado da Ferula sumbul e da Ferula gummosa são usadas em incensos e para tratar histeria.





Ferula assafoetida

Assa-fétida, Esterco-do-diabo

Ferula assafoetida é uma planta perene com cerca de 2m de altura com grandes raízes espessas, folhas finamente divididas que têm um desagradável odor parecido com o do alho. Flores amarelas minúsculas, seguidas por pequenas sementes que normalmente aparecem depois de 5 anos, após o que a planta morre.

A parte usada é a resina do látex. Ferula assafoetida é colhida quando começa a florescer. A resina do látex é raspada desde o topo da raiz. São removidos pedaços que são raspados até que a raiz se acabe. É uma erva pungente que age principalmente no sistema digestivo, área gastro-intestinal. Também alivia a dor e espasmos, estimula tosse produtiva, e tem efeitos hipotensivo e anti-coagulante.

A erva é usada medicinalmente, internamente para indigestão, flatulência, cólica, constipação, lombrigas intestinais, disenteria, tosse forte, bronquite e enfermidades convulsivas. Externnamente para articulações dolorosas. Em uso culinário, quantidades parcimoniosas são usadas para avivar o aroma de vários cardápios, legumes, molhos e pepinos em conserva, especialmente na culinária indiana.




Ferula assafoetida


A enorme raiz da Assa-fétida, fortemente ramificada, se desenvolve no solo durante pelo menos 5 anos, formando apenas folhas basilares anuais, longas, medindo cerca de meio metro, divididas 3 a 4 vezes em 3 lobos. Tais folhas são duras e coriáceas. No ano de floração vemos subir, no fim de março, um caule que ultrapassa em muito a altura de um ser humano. Esse caule possui um diâmetro de 10 cm e é preenchido de uma medula esponjosa. Esse caule traz em si algumas folhas caulinares pequenas, mas semelhante às folhas basais, caindo rapidamente do caule. Na ponta do caule desabrocham ricas umbelas de flores amarelas, onde cada umbélula comporta apenas uma flor. Nesta planta não existe nem envólucro nem envolucelo. Em torno de 15 dias os frutos amadurecem e 2 a 3 semanas mais tarde a planta morre totalmente. Dessa maneira seu ano da flor é reduzido a algumas semanas, mas em torno da planta morta, surgem rapidamente os brotinhos das sementes que caíram no solo. Estas plantas vão crescendo e formam pequenos bosques cerrados. Tem início novamente o ano da raiz.

A Ferula assafoetida cresce apenas em solos arenosos, com um subsolo impermeável à água e rico em sais, solo esse presente nas estepes da Pérsia e entre o Golfo Pérsico e o mar de Arol, principalmente entre as províncias do Luristão e Faristão. Em tais regiões a Assa-fétida cresce em altitudes de até 1.000 m, mas ela também vive em locais baixos. Em todos os locais onde o deserto arenoso é substituído pelo deserto argiloso, a Assa-fétida desaparece. Resina de assa-fétida

Através de incisões feitas na parte de cima da raiz é obtido um látex que se endurece, denominado ASANT. Apenas uma raiz pode fornecer até 1 kg dessa substância. O óleo etérico desta planta é rico em enxofre. Nesta planta, o processo calórico se tornou um fogo sulfúreo. A resina dessa planta é utilizada como medicamento de uso interno e uso externo, como um importante anti-espasmódico, estimulando o peristaltismo nas afecções nervosas e convulsivas, atuando igualmente na histeria e na hipocondria. Além disso, é um condimento apreciado no Oriente.





Ferula gummosa

syn. Ferula galbaniflua

Ferula galbaniflua
Ferula gummosa é uma planta perene, resistente a até -15°C, com cerca de 1m de altura, com talos sólidos e divididos, folhas verde-cinzentas, peludas, de até 30cm de tamanho, de cheiro parecido com aipo. Panículas frouxas, umbelas de superfície chata com minúsculas flores amarelas que aparecem na primavera, seguidas de sementes finas e planas. É encontrada no Irã central, Turquia e no sul de Rússia.

A parte usada é a resina do látex. Talos e raízes de Ferula gummosa são cortados para coletar resina de látex durante a estação de crescimento. As resinas são acumuladas em montes e depois são processadas em forma de pasta, pílulas, pós, ou tinturas. É uma erva amarga, estimulante, anti-séptica que é expectorante e anti-inflamatória, alivia indigestão e reduz espasmos.

A erva é usada medicinalmente, internamente para bronquite, asma e reclamações digestivas secundárias. Externamente, para úlceras, furúnculos, feridas, abscessos e desordens da pele. Em uso culinário dá um aroma de aipo aos condimentos. Também é usada como um ingrediente aromático de incenso.





Ferula galbaniflua


Esta planta possui uma raiz grossa que demora muitos anos para se formar. Ela emite folhas finamente recortadas que saem das grandes bainhas dilatadas. No final do desenvolvimento do vegetal, uma rápida floração é anunciada por um caule de 2cm de diâmetro e 2m de altura que surge de maneira intensa e possuindo umbélulas amarelas carregadas de flores.

Nesta planta não é a raiz que possui a goma-resina, mas é o caule e a base das folhas que produzem uma goma-resina branca e fluída que escorre da planta. No ar essa goma-resina se coagula em grãos esverdeados. Esta planta é utilizada medicinalmente em uso interno como excitante, anti-catarral, anti-espasmódica e emenagoga. Em uso externo esta planta é utilizada como béquico e emoliente nos abcessos e nos casos de inflamações glandulares. Devido à sua ação anti-espasmódica no útero, essa substância era denominada "Resina das Mães"





Dorema ammoniacum

Esta planta vive no mesmo habitat que a Ferula assafoetida. Tal como a Assofétida, a Dorema vive em colônias numerosas, formando pequenos bosques, ela cresce até o deserto de Kirghiz. Sua raiz também necessita de pelo menos 5 anos para crescer, é espessa, longa, com grossas ramificações horizontais. A planta é mais alta que um ser humano. O caule que surge possui um diâmetro de mais ou menos 5 cm e se apressa em florir. Um látex muito abundante escorre da raiz. Brotos secundários em forma de candelabros de 7 ramos sobem todos juntos trazendo umbélulas de uma só flor com pedúnculos muito curtos. As folhas basilares são anuais longas, de 0,5 m, trilobadas e pouco recortadas.

Sua resina é denominada "Amoniacum" e é eliminada pelo caule, tanto expontaneamente quanto a partir de picadas de insetos. Ela possui um odor de alho e de Castoreum, um sabor amargo e desagradavelmente perfumado. Quando aquecida ela apresenta um cheiro que lembra o Benzol. Esta droga foi empregada em uso interno como anti-espasmódico, estimulante, expectorante, emenagogo, principalmente nas bronquites crônicas e nos catarros pulmonares ligados à asma. Exteriormente é utilizada para amadurecer e arrebentar os abcessos.


Morangueiro-bravo

Fragaria vesca L.
Rosaceae


Fragaria vesca Planta perene com rizoma curto, apresentando uma roseta de folhas e longos estolhos radicantes. As folhas trimeras são longamente pecioladas, penugentas na face inferior. As flores brancas formam um cacho terminal paucifloro. Os frutos são aquênios com um receptáculo carnudo, o morango, um fruto vermelho, perfumado, apreciado por todos. Os morangos-bravos dão-se bem nos sub-bosques, nos silvados, nas clareiras e à beira dos campos.

Para fins medicinais, são colhidas as folhas, mas somente as folhas novas e intactas, pois as velhas são amargas. Estas folhas são arrancadas à mão e secadas num secador a uma temperatura que não ultrapasse os 40.C. Nestas condições, conservam o perfume natural e o gosto ligeiramente amargo. Contêm taninos, um óleo essencial com um componente citrino, vitamina C e muitas outras substâncias. As tisanas de folhas de morangueiro são uma bebida fortificante para as pessoas anêmicas e nervosas. São eficazes contra os catarros intestinais e gástricos, acompanhados de diarréias. Têm um efeito positivo sobre as afecções das vias urinárias e dos rins, sobre os cálculos renais. As folhas fermentadas substituem o chá e, como as do framboeseiro, são aperitivas. As folhas escaldadas são utilizadas em compressas sobre as feridas infectadas, e a decocção serve para gargarejos contra o mau hálito.

As folhas dos outros morangueiros selvagens são também colhidas e têm os mesmos efeitos. As dos morangueiros cultivados não contêm substâncias ativas e não são colhidas.


 


Freixo-europeu

Fraxinus excelsior L.
Oleaceae

Fraxinus excelsior Aproximadamente 65 espécies de árvores decíduas, principalmente robustas, compõem o gênero Fraxinus que ocorre ao longo das partes temperadas do hemisfério do norte. Fraxinus ornus é encontradodo em bosques da Europa meridional e Ásia ocidental. A maioria dos freixos é de rápido crescimento e tolera uma grande variedade de condições ambientais. Eles têm folhas penatissectas e flores insignificantes, com a exceção dos freixos denominadas "florescentes". Estes incluem várias espécies ornamentais, como Fraxinus ornus que produz vistosas panículas de flores brancas.

Fraxinus excelsior (Freixo-europeu) é uma bela árvore com ramos flexíveis, cinzento-esverdeados, apresentando gomos negros que produzem, no princípio da Primavera, diminutas flores castanho-avermelhadas, agrupadas em feixes. É somente depois de as flores murcharem que se formam as folhas penatissectas, imparifolioladas, compostas de folíolos dentados. Os frutos são sâmaras. É uma espécie da orla dos bosques, das ruas, comum junto às habitações. As propriedades medicinais da casca são conhecidas desde a Antiguidade, sendo então usada como febrífugo, à falta de quinino.

São colhidas tanto a casca como as folhas. A casca é retirada dos ramos novos, de preferência em árvores abatidas. Contém um glicosídeo, a fraxina, taninos e princípios amargos. Os folíolos são colhidos à mão. Contêm também fraxina, manite, ácidos orgânicos, taninos e açúcares. As partes colhidas são secadas sobre grades de canas, à sombra, num local bem arejado. São ligeiramente laxantes e usadas para regularizar a evacuação, bem como contra os parasitas intestinais. São também utilizados como febrífugos, nas afecções renais e especialmente em casos de cálculos, contra as dores reumatismais e a gota. Uma colher de folhas secas por chávena de água, dar uma escaldadela, deixar em infusão durante 5 minutos e depois beber várias vezes por dia. A casca é usada segundo a mesma dosagem, mas é preciso deixá-la ferver um momento. As folhas servem também para lavagem de feridas.

Fraxinus ornus Fraxinus ornus (freixo-maná) é uma pequena árvore robusta, decídua com uma copa arredondada e casca lisa cinzenta. Tem folhas verdes penatissectas divididas e densas panículas de flores brancas-cremosas, fortemente aromáticas, que aparecem no início da primavera. O nome comum, freixo-maná, se refere à seiva açucarada que escoa da casca quando a árvore é ferida e torna-se granulado como "maná". Na Itália, o "maná" de Fraxinus ornus foi coletado desde o 15º século, principalmente de plantações na Sicília. A palavra "maná" é usada desde tempos bíblicos para descrever os exudatos doces de várias plantas, mas em 1927 uma lei italiana reservou o nome para o produto do Fraxinus ornus e definiu seus componentes.

De Fraxinus ornus é colhida a seiva que é adocicada, ligeiramente laxativa e acalma tecidos irritados. É usada internamente, dissolvida em água, como um laxante suave para crianças e mulheres grávidas. Também é adicionada a outros laxantes. Como uso econômico, é usada como adoçante em preparados livres de açúcar e como agente anti-umectante.

A madeira de freixo é branca, dura e presta-se bem ao fabrico de utensílios e mobiliário. É também uma excelente planta melífera.

 


Fumária

Fumaria officinalis L.
Papaveraceae

Fumaria officinalis O gênero Fumaria consta de 55 espécies anuais, normalmente rastejantes ou trepadeiras, que ocorrem ao longo da Europa, Ásia Central e nas terras altas da África Oriental. Fumaria officinalis é nativa na Europa e Ásia e naturalizada na América do Norte. As Fumárias são de perto relacionadas às papoulas e semelhantemente contêm alcalóides, embora em quantidades menores. O nome científico vem do latim "fumus", fumo, e se refere ou a uma lenda de que a planta se desenvolveu a partir de vapores terrestres, ou ainda em virtude do seu odor, da propriedade de irritar os olhos e da cor acinzentada da fumaça irritante que produz quando está queimado.

Fumaria officinalis é uma planta herbácea anual com caule frágil, baixo e ramificado, apresentando folhas divididas de cor glauca. As pequenas flores tubulosas, reconhecíveis devido ao seu esporão, aparecem em meados do verão até o início do outono, e estão agrupadas num longo cacho violáceo. O fruto é um aquênio. É uma adventícia freqüente das culturas, dos jardins e das vinhas. Utiliza-se desde a Antiguidade pelas suas aplicações medicinais e cosméticas. Há antigas prescrições que contêm Fumaria officinalis como ingrediente principal, usadas para um grande número de reclamações. "Um xarope feito do suco da erva, misturado ao xarope de rosas de damasco, fores de pêssego ou sena, era a fórmula mais singular contra melancolia hipocondríaca, qualquer que seja, em qualquer pessoa" (citação sem referência da senhora Lamente em A Modern Herbal, 1931).

São colhidas as cimeiras, à mão, cortando toda a planta rente ao solo. São secadas sobre grades de canas em camadas finas, sem manipulações inúteis, ou em feixes, suspensos num local arejado. A temperatura de secagem ótima é de 35°C. Depois de estar seca, a fumária deve ser conservada em local seco, dentro de recipientes bem fechados. Contém alcalóides, sobretudo a fumarina, bem como taninos. Atua sobre os músculos lisos e acelera o peristaltismo intestinal, o que a torna aperitiva; tem igualmente um efeito diurético e colagogo. Em administrações internas, como em aplicações externas, purifica a pele, elimina erupções incômodas, inclusive eczema e dermatite e, juntamente com folhas de nogueira, trata as hemorróidas.

A fumaria é uma planta tóxica: em dose elevada, provoca sonolência, paralisia dos músculos lisos e dos centros respiratórios. O seu uso deve fazer-se sob vigilância médica.

Chapéu-de-Couro

Nome Científico: Echinodorus macrophyllum
Características: Planta comum à beira dos rios brasileiros, o chapéu-de-couro é também chamado de chá-mineiro, chá-de-campanha, erva-do-pântano e erva-do-brejo. Planta ereta, que pode atingir de 1 a 1,5m de altura, com flores hermafroditas bastante numerosas. Ocorre de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.


Indicações e Usos: O uso constante de chapéu-de-couro faz com que, em pouco tempo, os efeitos benéficos da planta sejam sentidos em todo o organismo. As manchas, cravos e espinhas desaparecem da pele; a energia e o bem-estar voltam, o humor melhora. Isto acontece porque as folhas desta planta brasileira fazem os rins, o fígado e os intestinos funcionarem melhor, eliminando todas as toxinas que, permanecendo no corpo, comprometem a saúde. Além disso, ela ainda tem boa atuação na depuração do sangue, o que a torna indicada como remédio auxiliar no tratamento de artroses, do ácido úrico, do artritismo e das demais formas de reumatismo. Poderoso anti-séptico das vias urinárias. O chá também é indicado nos regimes de emagrecimento, já que além de ajudar na eliminação da água e da gordura, fortalece os nervos e aumenta a energia


Funcho

Nome Científico: Foeniculum vulgare
Características: O funcho é originário da região do Mediterrâneo, norte da África e oeste da Ásia. Também conhecido como anis-doce ou maratro, foi introduzida no Brasil pelos primeiros colonos europeus, tamanha a importância medicinal que lhe atribuíam. De caule ereto, ramoso, dá pequenas flores amarelas e pode chegar a 2m de altura. Existem várias espécies e variedades de funcho, cujas sementes variam muito de sabor. É muito confundido com o anis, porque ambos recebem, em diferentes regiões, o nome de erva doce.


Indicações e Usos: Suas folhas são muito ricas em fibras (material importante para o bom funcionamento intestinal) e podem ser consumidas como verdura, em saladas cruas; contém boa quantidade de vitamina C, cálcio, fósforo e ferro, e doses menores de vitamina B. As folhas do funcho têm uma ação especial sobre as secreções das glândulas, notadamente sobre a formação de leite. Estimula a digestão impedindo a formação de gases intestinais. Considerada uma verdura "leve", é indicada em todos os processos inflamatórios do estômago e intestinos. Também tem uma ação diurética. Suas sementes - que chamamos equivocadamente de "anis" - têm sabor doce, quase picante, e são muito usadas em bolos, doces, pães e licores. O chá das sementes tem um suave efeito expectorante (elimina catarros e secreções), combate cólicas e gases e ativa a formação do leite materno. No período da amamentação, esta erva estimula a produção de leite.



Mastigar sementes de funcho perfuma o hálito.

Matricária


Nomes Populares Matricária, artemísia dos ervanários
Nome Científico Tanacetum parthenium L. Schultz Bip - Chrysanthemum parthenium Bernh / Família das Compostas

Caracteristicas
e Cultivo Planta herbácea, vivaz e rústica, atinge até 1,5 metro de altura, com folhas aromáticas, recortadas e verde amareladas, caule ligeiramente puberulento, estriado, cilíndrico, ramoso e verde. As flores são pequenos corimbos frouxos com ligulas brancas e disco amarelo, achatado, que desabrocham a partir de meados do Verão.É cultivada no início da primavera, solo rico e argiloso, com muito sol. Brotos na base fazem novas mudas.

Propriedades

Medicinal
Febrífuga, carminativa, aperiente e levemente calmante. Muito usada contra dores de cabeça e febres baixas. Bom também para picada de mosquito, abelha e borrachudo.

Para reduzir enxaquecas, comer diariamente de 3 a 5 folhas frescas entre duas fatias de pão.


 

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