Contemporâneos,
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Luís José Junqueira Freire
Do site do BG e da ABL.
Junqueira
Freire (Luís José J. F.), foto, monge beneditino, sacerdote e poeta,
nasceu em Salvador, BA, em 31 de dezembro de 1832, e faleceu na mesma cidade, em
24 de junho de 1855. É o patrono da Cadeira n. 25, por escolha do fundador
Franklin Dória.
Era filho de José Vicente de Sá
Freire e Felicidade Augusta Junqueira. Feitos os estudos primários e os de latim,
de maneira irregular por motivo de saúde, matriculou-se em 1849 no Liceu
Provincial, onde foi excelente aluno, grande ledor e já poeta. Por motivos
familiares, ingressou na Ordem dos Beneditinos em 1851, aos 19 anos, sem
vocação, professando no ano seguinte com o nome de Frei Luís de Santa
Escolástica Junqueira Freire.
Na clausura do Mosteiro de São
Bento de Salvador viveu amargurado, revoltado e arrependido por certo da decisão
irrevogável que tomara. Mas ali pôde fazer suas leituras prediletas e escrever
poesias, além de exercer atividade como professor. Em 1853 pediu a
secularização, que lhe permitiria libertar-se da disciplina monástica, embora
permanecendo sacerdote, por força dos votos perpétuos. Obtida a secularização
no ano seguinte, recolheu-se à casa, onde redigiu a breve Autobiografia, em que
manifesta um senso agudo de auto-análise. Ao mesmo tempo, cuidou da impressão de
uma coletânea de versos, a que deu o nome de Inspirações do claustro, impressa
na Bahia pouco antes de sua morte, aos 23 anos, motivada por moléstia cardíaca
de que sofria desde a infância.
A sua obra poética enquadra-se na
terceira fase do Romantismo, dita de ultra-romantismo. Na sua geração foi o mais
ligado aos padrões do Neoclassicismo português, ele próprio sendo autor de um
compêndio conservador, Elementos de retórica nacional, que explica a sua
concepção de poesia como cadência medida e até certo ponto prosaica. A sua
mensagem, como a dos românticos em geral, era complexa demais para caber na
regularidade do sistema clássico. O drama que tencionava mostrar era o erro de
vocação que o levou ao claustro, seguido da crise moral e do conflito interior
que o levaram a abandoná-lo. Daí provieram os temas mais freqüentes da sua
poesia, misturados a preces e blasfêmias: o horror ao celibato; o desejo
reprimido que o perturbava e aguçava o sentimento de pecado; a revolta contra a
regra, contra o mundo e contra si próprio; o remorso e, como conseqüência
natural, a obsessão de morte. O poeta clama na sua cela e traz desordenadamente
este tumulto ao leitor. Sua poesia, ora do cunho religioso, ora social, tem lugar
relevante no Romantismo brasileiro. Possuía também um sentimento brasileiro,
além de uma tendência antimonárquica, liberal e social.
Obras: Inspirações do claustro
(1855); Elementos de retórica nacional (1869); Obras, edição crítica por
Roberto Alvim, 3 vols. (1944); Junqueira Freire, org. por Antonio Carlos Vilaça
(Coleção Nossos Clássicos, n. 66); Desespero na solidão, org. por Antonio
Carlos Vilaça (1976); Obra poética de Junqueira Freire (1970).
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