Interrogatório O Fuxico
"O que os VJs da
MTV fazem hoje é um pouco do que plantei"
Como foi sua mudança do
SBT para a MTV?
Também foi por acaso. Quando eu fazia a
Escolinha do Golias, gravava no prédio que o SBT
tinha no bairro do Sumaré, ao lado da MTV. Só
que demorei para descobrir que éramos vizinhos.
Isso aconteceu num dia em que resolvi sair pela
saída da frente da emissora, pois queria tomar
um suco na padaria. Eu estava maquiado, mas não
me contive ao ver o letreiro da MTV. Entrei e
disse que queria ser apresentador. Obviamente,
ouvi um monte de não, mas consegui arrumar o
telefone do Zeca Camargo, que era do jornalismo.
Fui até o orelhão do outro lado da rua e liguei:
Alô, por favor, o Zeca Camargo? Aqui é Otaviano
Costa, da Jovem Pan. Esperei um pouco e ele veio
atender. Me identifiquei de novo e ele disse: Você
faz o Pan Demônio? Eu adoro o Pan Demônio! É
você que faz o Fernando Burrão? Disse que sim,
que estava lá embaixo e ele me pediu para subir.
E como foi seu encontro com o Zeca
Camargo?
Muito legal. Ele me explicou que os testes que
estavam fazendo para apresentador já tinham
acabado, mas que ia descolar um para mim. Fiz o
teste e entrei na MTV como VJ. Mas isso demorou
quase dois meses. E o pior é que nesse meio
tempo, saí do SBT, mesmo sem ter nada certo na
MTV. Meus pais pegaram no meu pé. Mas aí,
quando já tinha desanimado, o Rogério Gallo,
que estava lá na época, me chamou para
conversar. Desculpou-se pela demora e explicou
que precisaram abrir um espaço para mim na
emissora. E comecei. Trabalhei quase dois anos na
MTV. Foi uma experiência muito boa. Eu fui muito
arrojado para a época. Graças a Deus tenho boas
lembranças do meu passado, porque sempre fui
meio vanguarda. Hoje, o que vejo o Marcos Mion e
o Levi fazendo é um pouco do que plantei junto
com o Thunderbird.
E depois da MTV, para onde você foi?
Na época da MTV, se abriu para mim um grande
espaço publicitário. E comecei a fazer muita
locução para publicidade. Desde Hits MTV,
oferecimento Nike, Ruffles... até Chocolate
Rock, todo mundo curte. Foi quando,
definitivamente, me afastei do rádio. Porque a
locução publicitária paga muito melhor do que
o salário de um locutor comum. Até um ano e
meio, dois anos atrás, ainda era um profissional
de locução, de criação de jingles e esportes.
Sempre estava ligado a isso.
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