MAUÁ HISTÓRICA (1954-2005)

O QUE O BRASIL SABE DE MAUÁ?

"Só podemos vencer o adversário com o amor, nunca com o ódio." (Gandhi)

PREFEITOS DE MAUÁ

Até o ano 2005, Mauá teve 14 prefeitos, que foram eleitos para cumprir seus mandatos, na forma da lei.

Mandato é o período oficial de governo, para o qual o prefeito é eleito pelo povo, através do voto, que lhe outorga poderes políticos para governar o Município. Entende-se, por gestão, o tempo de governo cumprido pelo prefeito.

Na redação abaixo, apresenta-se a relação de prefeitos, com mandatos, gestões e biografias, em ordem cronológica.

Ennio Brancalion

Mandato: 01/01/1955 a 31/12/1958
Gestão: 01/01/1955 a 31/12/1958

Pesquisa feita em livro de Ademir Médici e no Arquivo do Estado de São Paulo.

Nascido em Campinas, distrito de Tanquinho, em 23 de outubro de 1904.

Seus pais: Pedro Brancalion e Santa Bezulla.

Veio para Mauá, à época Pilar, em 1915. Aqui, morou na Rua Caravela, nº 06.

Toda sua família era de canteiros. Aliás, esculpiam em pedra, fazendo realmente trabalhos artísticos. Um exemplo disso foi o monumento de 1932, no Parque Ibirapuera, onde fizeram parte deste trabalho.

No largo do Ipiranga também tem um trabalho esculpido por Ennio e seu irmão Floriano, com a supervisão do pai, sr. Pedro. Em 1947, candidatou-se a vereador em Santo André, chegando a ser eleito no distrito de Mauá com 223 votos, mas na época a legenda comunista foi cassada e com ela, todos os candidatos afins. Ennio foi também foi cassado e teve sua anulação do registro do partido.

Nas primeiras eleições para prefeito de Mauá, em 1954, candidatou-se e venceu, tornando-se então o primeiro prefeito de Mauá. Tomou posse em 1º de janeiro de 1955.

Segundo documentos pesquisados no Arquivo do Estado, em 1948 Ennio mantinha em sua casa em Mauá, reuniões comunistas, mesmo ano em que ele e alguns comunistas foram incumbidos de distribuir panfletos do "Centro Paulista de Estudos e Defesa do Petróleo" e da "Comissão Universitária Pró- Defesa do Petróle"o, que se realizaria no Cine Carlos Gomes em Santo André no dia 04 de julho.

Foi preso em 30 de abril de 1948, sob alegação do motivo "agitação comunista" na fábrica onde trabalhava. Também foi acusado de ter sala alugada para manter célula do PCB, o que negou, afirmando ser a sala usada apenas para sua candidatura como vereador. Elegeu-se vereador pelo PDC, cumprindo mandato de 1959 a 1962. Candidatou-se para prefeito novamente pelo PDC em 1961, mas perdeu.

Faleceu em 11 de outubro de 1968.

Fonte:MÉDICI, Ademir. 9 de novembro de 1947: A vitória dos candidatos de Prestes.1999. Fundo de Cultura do Município de Santo André. Coleção: A Cultura e os Trabalhadores.
Arquivo do Estado de São Paulo.

Élio Bernardi

Mandatos: 01/01/1959 a 31/12/1962 e 01/01/1967 a 31/01/1970
Gestões: 01/01/1959 a 03/09/1962 e 01/01/1967 a 31/01/1970

Relato de sra. Thereza Pedro Bernardi (viúva), Elio Bernardi Filho e Luiz Roberto Bernardi (filhos).

Nascido em Mauá, provavelmente na casa de sua avó, ao lado do Museu Barão de Mauá, em 30 de junho de 1923.
Seus pais: Luiz Bernardi e Zina Battani Bernardi. Ele era nascido em Ribeirão Pires e ela, Botucatu. Tiveram 5 filhos.
Elio Bernardi e a esposa Thereza conheceram-se ainda crianças, pois moravam próximos e chegaram a estudar juntos, inclusive terminando o 3º e o 4º ano no Visconde de Mauá, no antigo casarão da Paineira.

Thereza, mauaense nascida em 14 de outubro de 1923, filha de Manoel Pedro Júnior (português) e Vergínia Anunciata Pedro (nascida aqui), casal que levava os filhos para passear em Santos, tirar fotografia no Jardim da Luz, e participava da Igreja com o padre Antônio Negri, à época. Thereza continuou seus estudos na Escola Profissionalizante 'Júlio de Mesquita', em Santo André. Não chegou a terminar o curso, pois gostava apenas das aulas práticas, mas tinha que participar das aulas teóricas.

Thereza e Elio eram industrialinos, ou seja, gostavam e freqüentavam o Associação Atlética Industrial, que era próximo à Praça da Bíblia. Ela adorava dançar, ele nem tanto.

Quando solteiro, trabalhou na Cerâmica Paulista, e após a sua saída à tarde, dirigia-se à Cerâmica Santa Helena, onde fazia cálculos, fazia "os livros" da fábrica. Lá, ficava das 16h30' às 18h30'. Foi trabalhar depois na Serraria Sortino, em Santo André, onde acabou se tornando sócio posteriormente.

Jogava futebol na Associação Atlética Industrial e também no Clube Atlético Ipiranga, onde era profissional. À época, o Ipiranga estava na 1ª divisão dos times paulistas, disputando partidas inclusive em outros estados. Elio não estava mais conseguindo conciliar sua vida de jogador profissional com a Serraria, pois o clube lhe exigia tempo para os treinos.
Mauá era distrito de Santo André, quando Elio elegeu-se vereador na então Prefeitura de Santo André. Com a emancipação de Mauá, foi eleito o 1º vice-prefeito da cidade.

Elio e Thereza casaram-se em 10 de maio de 1956, em Aparecida do Norte. Moraram nos fundos da casa da mãe dela, à Av. Barão de Mauá, 963. Tiveram dois filhos: Elio e Luiz. Ainda vice-prefeito, casado e sócio da Serraria, optou por sair da Serraria devido à necessidade de sua dedicação à política.

Foi eleito o 2º prefeito de Mauá, elegeu-se deputado estadual logo em seguida e voltou a ser prefeito em 1967. Pertencia ao PTB, e quando o país teve de viver sob o bi-partidarismo, pertenceu à ARENA.

Candidatou-se ainda outras duas vezes para a Prefeitura, em 1977 e em 1983, mas não foi eleito. Na gestão de Américo Perrela, foi diretor administrativo. Aposentou na gestão de Amaury Fioravanti.

Foi um dos fundadores da Santa Casa de Mauá, permanecendo como único provedor desde a fundação por 33 anos, até o dia de sua morte.

Faleceu em 10 de março de 1999.

Amélio Zuliani

Mandato: 01/01/1959 a 31/12/1962
Gestão: 04/09/1962 a 31/12/1962

Relato de sra. Vera (filha) e Manoel Monteiro Hauck (genro).

Nascido em 25/01/1913 no Cambuci, São Paulo, Amélio era filho de imigrantes italianos. Seus pais: Vicente e Ângela Zuliani vieram tentar a vida no Brasil, ele era carpinteiro. Tiveram 6 filhos.

Amélio jogou basquete no Palestra Itália, hoje Palmeiras. Saiu do Cambuci com 20 anos, quando ele e o irmão Ítalo vieram para trabalhar na fábrica de cerâmica João Jorge Figueiredo, onde ficou de 1949 a 1953. Aprendeu com o pai a profissão de carpinteiro. De lá, passou a trabalhar na Porcelana Mauá, também como carpinteiro.

Em Mauá, conheceu o armazém de Ângelo Giannoni, e assim, sua filha Íria, por quem se interessou. Ela é de família antiga em Mauá e com descendência italiana. Namoraram e casaram-se na Igreja Matriz de Santo André.

Inicialmente moraram nas proximidades da Av. Barão de Mauá, e depois mudaram-se definitivamente para a R. Campos Sales. O casal teve 3 filhos: Marlene, Vera e Álvaro (falecido).

Seus filhos estudavam no Viscondinho, e aos domingos à noite iam passear no "vai-e-vem", onde as pessoas andavam pela Av. Barão de Mauá. As filhas também trabalharam na Porcelana Mauá. Iam muito nos bailes do Associação Atlética Industrial.

Amélio tocou na Banda Lyra, e também foi presidente do Industrial por 7 anos, sendo inclusive técnico do time de futebol.

Sua vida política começou com sua participação nos movimentos autonomistas, fazendo parte da Comissão dos Emancipacionistas. Era amigo pessoal de Elio Bernardi, pois este casou com a sobrinha da esposa de Amélio, e ajudava-o como cabo eleitoral. Foi eleito vereador, sendo escolhido como 2º secretário da Câmara.

No final do mandato de Elio Bernardi como prefeito, pediu afastamento para candidatar-se ao cargo de deputado, e assim aconteceu com o vice, com o presidente da Câmara, com o 1º secretário. Resultado: Amélio Zuliani, 2º secretário, assumiu a Prefeitura. Por isso sua gestão durou três meses.

Não quis mais sair candidato a nenhum cargo. Seus filhos também não seguiram vida política, apenas seu genro, que foi vereador por duas vezes. Na gestão de Edgar Grecco, foi fiscal da Prefeitura, e lá aposentou. Faleceu em 08 de fevereiro de 1995.

Américo Perrella

Mandato: 01/02/1970 a 31/01/1973
Gestão: 01/02/1970 a 31/01/1973

Relato de sra. Nathércia F. Perrella(viúva) e Ana Maria Perrella(filha).

Nascido em Mauá, à época chamado Pilar, no dia 25 de dezembro de 1915, mas foi registrado apenas em 20 de março de 1916.

Filho de Emigdio Perrella e Clorinda Ciampetti Perrella, imigrantes italianos. O sr. Emigdio já tinha vindo ao Brasil, voltou à Itália e ao casar-se por lá, prometeu que não voltaria mais ao Brasil. Tiveram 11 filhos. Moraram inicialmente em São Caetano.

Sua família arrendou terreno para fazer olaria, os irmãos vieram para trabalhar, e Américo, que tinha uns 10 anos, veio para fazer comida para seus irmãos.

Era um bom aluno, tirava boas notas na escola e era elogiado pelos professores. Gostava de andar a cavalo e também de nadar no Tanque da Paulista, atravessando de um lado ao outro. Ainda novo, começou a tocar bateria e também foi campeão mauaense de tênis de mesa.

Ainda solteiro, foi para São Paulo fazer datilografia e contabilidade. Trabalhou no cartório, quando o dono era o "Candinho". Fez o Tiro de Guerra em Santo André: ia de trem e tinha de voltar à pé. Trabalhou na Matarazzo como gerente.

Nathércia Ferreira Perrela, hoje viúva do sr. Américo, veio do bairro do Belém, em São Paulo, para Mauá em 1930. Aqui conheceu, namorou e ficou noiva de Américo Perrela durante seis anos. Ainda solteira, morou no casarão onde hoje funciona o Museu.

Casaram-se em 25 de maio de 1940 e tiveram duas filhas: Ana Maria e Maria Elêna. Moraram na Av. Getúlio Vargas, compraram terreno na rua denominada hoje por Américo Perrella, esquina com a R. Guido Monteggia, onde foram construindo e morando.

Américo trabalhou numa olaria na Vila Assis, foi sócio do sr. Inocêncio Rodrigues num armazém. Montou padaria com os irmãos, e segundo a família, foi praticamente a 1ª padaria de Mauá. Sua filha nos conta que ele tinha interesse em tudo que pudesse fazer para o melhor de Mauá, foi diretor de clube, tesoureiro do Hospital Santa Casa, e outras coisas.

Trabalhou para a emancipação por acreditar que isso fosse possível e necessário, devido à falta de recursos que Mauá recebia. Assim, em 1966, foi cooptado pelos membros do Partido ARENA para ser vice na chapa do Elio Bernardi. Não queria, mas aceitou.

Elegeu-se nesta 1ª tentativa, assumindo o cargo de 1967 a 1969, e novamente o Partido convence-o de que é o nome indicado às novas eleições. Em 1970 foi eleito prefeito de Mauá. Seriam dois mandatos, pois era o "mandato-tampão", forma encontrada para coincidir as eleições municipais com as de outras Prefeituras.

Faleceu em 31/01/1996.

Amaury Fioravanti

Mandatos: 01/02/1973 a 31/01/1977 e 01/01/1989 a 31/12/1992
Gestões: 01/02/1973 a 31/01/1977 e 01/01/1989 a 31/12/1992

Relato do próprio Amaury Fioravanti.

Nasceu em Tabapuã, interior de São Paulo, em 08 de agosto de 1931.

Seus pais: Benedicto Fioravanti e Antonia Rosa da Silva.

Morava com sua família no interior, onde passou sua infância e juventude. Fez o antigo curso Normal, hoje equivalente ao Magistério.

Amaury casou-se em 03 de julho de 1955 com Carlota Carmona Fioravanti, também da região, e o casal mudou-se para Poloni.

O início de sua carreira como professor não foi fácil, e então deu aula em sítios no interior para que conseguisse iniciar sua contagem de pontos (experiência). Trabalhou numa Escola do distrito de Monte d'Ouro, à época município de Monte Aprazível. Surgiu-lhe a oportunidade de ser gerente de banco.

Amaury estava em dúvida: ser gerente do Banco Intercontinental do Brasil S.A. ou continuar como professor. Escolheu pedir licença na Escola, e também remoção para São Paulo. Como a licença demorou, e não queria perder a chance de se tornar efetivo no Estado, abandonou a gerência do Banco.

Foi à Capital à procura de Escolas com vagas, hospedando-se na casa de seus tios no bairro do Brás. Conheceu uma professora que indicou-lhe vagas em Mauá. Ele não fazia idéia da localização desta cidade, e a professora lhe explicou. Desembarcou do trem e foi indicado ao Viscondinho, onde finalmente conseguiu acertar sua transferência.

Em 18 de maio de 1961 resolveu ficar definitivo em Mauá, pois até então morava com os tios no Brás. Alugou uma casa no bairro da Matriz, a rua chamava-se Itaqui, hoje é denominada R. Padre Antônio Negri, e foi ao interior buscar sua família. A essa altura, seus filhos estavam com cerca de 3 e 4 anos, o mais velho é Fernando, e o caçula, Amaury Júnior.

Mesmo trabalhando como professor, que na época era permitido apenas trabalhar meio período, foi ajudante de farmacêutico, montou uma avícola e também um bar, aos arredores da atual Praça da Bíblia. Sua esposa e seus filhos sempre ajudando. Com o tempo, foi trazendo seus pais, irmãos, primos...

Passou a ser presidente da Associação Atlética Industrial, quando ainda tinha piscina na sede do Coke Luxe. Do Viscondinho, saiu para trabalhar no Antônio Prado Jr., que funcionava no prédio da Vidrobrás (Santa Marina hoje), dando aula também na E.E. Izilda Nascimento e na E.E. Maria Helena Colônia.

Amaury estudou Ciências Físicas e Biológicas em Mogi, e depois de muitos anos, voltou lá para estudar Direito. Começou sua vida política candidatando-se à vice de Ariocy Rodrigues Costa, mas essas eleições foram um pouco conturbadas para o partido ao qual pertencia, o MDB. Os componentes entenderam que podiam lançar três candidatos para o cargo de prefeito e de vice, e realmente assim o fizeram no que diz respeito ao prefeito, mas estavam lançando somente um vice.

Às pressas, lançaram outros dois nomes, mas com poucos dias antes das eleições, o juiz indeferiu as candidaturas dos vices. Candidatou-se a prefeito pela 1ª vez e perdeu, em 1970. Venceu as eleições, e exerceu o mandato de 1973 a 1977. Ficou afastado da Prefeitura por dois anos e voltou como Secretário de Educação. Tentou eleger-se a prefeito outras duas vezes, e conseguiu na última delas. Depois disso, tentou outra vez, mas perdeu.

Seu filho se interessou pela política. Foi vereador, e tentou o cargo de deputado. Não venceu e também não quis mais saber da vida política.

Dorival Rezende

Mandato: 01/02/1977 a 31/01/1981 (Prorrogação até 31/01/1983
Gestão: 01/02/1977 a 31/01/1983

Relato de sra. Ana Lúcia Rezende da Silva (viúva).

Nascido em Uberaba, Minas Gerais, em 20 de outubro de 1944.

Seus pais: José Rezende da Silva e Adebrair Ribeiro da Silva, hoje falecidos.

Sua família morava em Uberaba, onde ele participava de movimentos, de centros acadêmicos, já despontando sua liderança. Sempre esteve ligado ao teatro, e chegou a ser campeão mineiro de natação.

Em 1970 formou-se em Odontologia pela Faculdade de Odontologia de Uberaba, e como muitos de seus colegas de profissão, veio para São Paulo iniciar sua vida profissional. Em seu caso especificamente, veio para Diadema e depois para Mauá, montar seu consultório.

Ana Lúcia Amorim Rezende da Silva, nascida em Uberaba em 15 de abril de 1946, filha de Florival Moraes de Amorim e Maria de Lourdes Souza de Amorim, conheceu Dorival na vida estudantil, em eventos, jogos, bailes, quando fizeram amizade e começaram a namorar. Noivaram, e Ana Lúcia precisou mudar para Salvador em 1968.

Em 1972 casaram-se em Uberaba e vieram para cá. Com sua clínica, Dorival Rezende conheceu bastante gente, pois tinha muitos clientes, e assim foi fazendo amizade com as pessoas da cidade. Moravam na Av. Barão de Mauá, em cima da loja SASAKI. Recém chegados a São Paulo, o casal sempre reunia-se com pessoas já tinham vindo de Uberaba, também saíam para conhecer lugares novos, passear na capital, e participar de movimentos culturais.

Convidado por Amaury Fioravanti, lançou-se candidato a prefeito e começaram a trabalhar. E nesta primeira tentativa se elegeu. Em 1977 assumiu a Prefeitura, e ao final de seu mandato, foi informado que deveria permanecer em "mandato-tampão" até 1983, para que as eleições coincidissem com as de outras Prefeituras.

Vinte dias depois da cerimônia de posse, nasceu o 1º filho do casal: Rafael. O 2º filho, José Rezende da Silva Neto, nasceu no prolongamento do mandato até 1983, quando já moravam na Vila Noêmia.

Ana Lúcia assumiu a Comissão de Orientação e Promoção Social, que oferecia cursos, assistência social, farmácia e outras coisas. Realizavam campanhas e eventos para que pudessem auxiliar mais a quem buscava ajuda. Havia kombis que levavam as pessoas para tratarem-se com especialistas em São Paulo, caso não houvesse tratamento aqui.

Ressaltou Ana Lúcia que tal organização muitas vezes é vista sob o olhar de puro assistencialismo, onde a pessoa fica dependente da Prefeitura, mas à época, afirma-nos que era a única maneira possível de trabalho, pois chegavam diariamente muitos migrantes vindo do Nordeste, e de outros pontos do país, que não conheciam ninguém e nem o lugar.

Apenas um irmão de Dorival Rezende veio para Mauá, o dr. Dilson, que se formou em Medicina em Minas Gerais e veio montar seu consultório aqui. Quando Dorival assumiu a Prefeitura, colocou outros dentistas para trabalhar em sua clínica, e na década de 80 entrou em Direito na Universidade de Mogi das Cruzes.

Faleceu em 13/06/1983.

Leonel Damo

Mandato: 01/02/1983 a 31/12/1988
Gestão: 01/02/1983 a 31/12/1988

Relato do próprio Leonel Damo

Nasceu em São João da Boa Vista, interior de São Paulo, em 11 de agosto de 1932.

Seus pais: Antônio Damo e Josefa Dogo Damo.

Sua família morava em São João da Boa Vista, descendentes de italianos que vieram trabalhar em fazendas de café. Tiveram os filhos: Atílio, Leonel, Isaura, Renato, Terezinha, Maria Zelinda, Antoninho, Seres Olívia, Maria Aparecida e Ivo. Vieram para Mauá em 02 de junho de 1948 e trabalharam na olaria do sr. Cícero de Campos Póvoa, que funcionava no Jd. Camila, à época, era bem desabitado e cheio de mato. A família ficou assim por 16 anos.

Moravam em casa de pau-a-pique nas proximidades da olaria. Três filhos estudavam na Igreja Matriz, porém, todos participavam da missa aos domingos.

Em 1956 casou-se com Tereza Damalho Damo, também de São João da Boa Vista, com a qual teve seu 1º filho: Edson Damo. Ela faleceu dois anos depois de seu casamento.

Apenas em 1981 Leonel Damo voltou a casar-se, sua esposa é Alaíde Doratiotto Damo. O casal tem duas filhas: Vanessa e Vanelli Doratiotto Damo, irmãs gêmeas.

A política surgiu para Leonel por incentivo de amigos, especialmente os que participavam também da Igreja Matriz, pois era um dos poucos lugares que freqüentava. Foi eleito vereador em sua 1ª tentativa, em 1966, pela ARENA.

Logo em seguida, candidatou-se ao cargo de vice-prefeito e ganhou, elegendo-se a vereador novamente em 1973, cumprindo seu mandato até 1976. Voltou à Prefeitura, agora como prefeito municipal em 1983.

Foi deputado estadual em 1992 e assumiu como vice-prefeito novamente em 1993. Candidatou-se a prefeito outras vezes, não vencendo as eleições. Ainda continua ativo na política municipal.

José Carlos Grecco

Mandato: 01/01/1993 a 31/12/1996
Gestão: 01/01/1993 a 31/12/1996

Relato do próprio José Carlos Grecco

Nasceu numa casa na Av. Capitão João, Mauá, em 05 de março de 1949.

Seus pais: Edgar Grecco e Ordália Ferreira Grecco. Descendentes de italianos que vieram em 1890, fugindo de uma grande crise da Itália, onde trabalhavam como canteiros (cortadores de pedras), e vieram realizar tal atividade aqui, devido a quantidade de pedra.

Moraram numa casa nas imediações da Gruta de Santa Luzia, onde seu pai trabalhava como canteiro (cortador de pedra).

Quando criança, José Carlos conhecia todo mundo; a infância em Mauá era algo saudável, tranqüilo. Gostava de participar nas quermesses da Prefeitura, da Igreja Matriz. Passeava pela praça, pela fonte luminosa, etc.

Aos domingos à tarde, ia nas matinês do Cine Santa Cecília, assim como muitas jovens da cidade.

Mudaram para a R. Riachuelo, onde a família tinha um bar. Na ocasião, adquiriram a 1ª televisão do bairro (Vl. Vitória), o que reunia muitas pessoas. José Carlos se lembra que juntava muita gente em dia de jogo.

A família mudou-se novamente, desta vez para o espaço onde hoje é o Paço Municipal. Depois, seu pai abriu um restaurante no local, "A Gazela".

Estudou na Escola Estadual Odila, no Vila Vitória, e no Ginásio Visconde de Mauá. Fazia parte da 1ª turma que faria o 'Científico' no Viscondão, quando aconteceu o episódio conhecido da queda de parte da Escola antes da inauguração.

A turma teve de se adaptar ao Ginásio da Paineira à noite. José Carlos conta que como o Ginásio não era apropriado para o estudo no período noturno, apresentava iluminação insuficiente para os alunos do 'Científico'.

Aos 14 anos, durante o 'Científico', foi trabalhar em São Paulo, na Companhia Paulista de Energia Elétrica. Com 19 anos, entrou na Faculdade de Arquitetura. Abriu a Lanchonete "Gazelinha" na também recém-inaugurada galeria no centro de Mauá.

Formou-se como arquiteto e montou uma empresa de construção: a Construtora Grecco, existente até hoje.

Filho do ex-prefeito Edgar Grecco, iniciou sua vida política em 1975 como cabo eleitoral de Leonel Damo. Foi Secretário de Obras na gestão de Damo. Elegeu-se deputado federal constituinte. Em sua 2ª tentativa de candidato ao cargo de prefeito, venceu. Foi um dos fundadores do PSDB nacional.

Em 1975 casou-se com Solange Tonelotti Grecco, de família descendente de italianos e portugueses, com quem tem 4 filhos: Zezinho, Carlos Eduardo, Marcel, Michelle, todos mauaenses. Inicialmente moraram na Av. Princesa Isabel, depois mudaram-se para R. Limeira, até que construíram a casa própria na Vila Guarani.

Depois de sua vida política, voltou para a iniciativa privada, e atualmente não têm a intenção de concorrer a algum cargo eletivo.

Oswaldo Dias

Mandatos: 01/01/1997 a 31/12/2000 e 01/01/2001 a 31/12/2004
Gestões: 01/01/1997 a 31/12/2000 e 01/01/2001 a 31/12/2004

(texto)

Diniz Lopes do Santos

Mandatos: 01/01/2005 a 31/12/2008
Gestões: Em exercício

 

 

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