A Universidade de Brasília (UNB) realizou uma pesquisa inédita no
país sobre a ação efetiva da espiritualidade no corpo humano. O
resultado confirma os experimentos que cientistas do mundo inteiro
vêm realizando nesta área. Um dos principais mecanismos de defesa
do organismo - a fagocitose - pode ter a função estabilizada com
orações feitas à distância. O estudo foi coordenado pelo
professor de imunologia Carlos Eduardo Tosta, que levou três anos
para chegar a esta conclusão. Cinqüenta e dois voluntários, todos
estudantes de medicina da UNB participaram da pesquisa.
A cada semana, uma dupla fornecia amostras de sangue e respondia a
um questionário sobre estresse. A foto de um dos voluntários
da dupla era encaminhada para um grupo de dez religiosos de
diferentes credos, que, por uma semana, faziam orações para aquela
pessoa, identificada apenas pelo nome. No sétimo dia, a dupla
repetia a coleta de sangue e as perguntas sobre estresse. Depois
disso, os religiosos recebiam a foto e o nome do voluntário que
não havia sido escolhido da primeira vez para que fizessem um novo
ciclo de orações. Como foi adotada a metodologia de duplo-cego,
nem Tosta nem os estudantes sabiam quem estava sendo
"rezado" naquela semana.
Ao analisar os exames de sangue, Tosta constatou que, em
relação aos demais, os alunos "rezados" apresentavam uma
maior estabilidade na atividade dos fagócitos - células de defesa
que "engolem" agentes agressores que podem causar
doenças, como as bactérias. "Eu e minha equipe ficamos
surpresos porque, embora no fundo quiséssemos que houvesse
influência das orações, achávamos que a maior probabilidade
seria a de não acontecer nada", diz o médico.