São Paulo, segunda-feira, 22 de junho de 2009
O Boletim
Anterior
Próxima
|
Sábias palavras, Presidente
Alguém consegue entender o presidente? Ele continua fazendo discursos
como se estivesse alheio e não fosse o líder da nação. Em suas últimas
declarações sobre invasões de terras e construções irregulares, refere-se
novamente ao governo e oposição como se ele não fizesse parte nem de um nem de
outro. Seria autocrítica ou isenção da responsabilidade? Se ele afirma tão
categoricamente os problemas, por que nenhuma atitude ou providência é tomada,
nem mesmo para que se comecem as mudanças?
Do elenco de novas impropriedades verbais do presidente, impossível deixar de
destacar a que se referiu às invasões incentivadas por oposições. Hoje, quem
financia, estimula e defende as ações ilegais e truculentas de movimentos ditos
sociais, como o MST? O PSDB e o DEM, ou o PT e outros partidos da base aliada,
com o consentimento do governo federal, que ainda destina a esses grupos
compensações financeiras? O discurso de Lula ainda é o de oposição, mas seu
governo...
Estejamos ou não gostando do governo do presidente Lula, a frase em que analisa
o comportamento dos políticos quando no poder ou na oposição é perfeita. Cabe a
nós, cidadãos e eleitores, cerrar fileiras através de entidades variadas ou até
individualmente, via mensagens pela internet aos políticos no poder, no sentido
de pressioná-los a cumprir suas promessas de campanha. E caso não nos atendam,
negar via voto as reconduções a seus mandatos. Essa arma que possuímos e que
todo político tem pavor de enfrentar.
Lula revelou que, para
nossos políticos, inclusive ele, vale tudo, até mesmo ações ilegais e nocivas à
coletividade, na luta pelos votos dos eleitores! Eis a explicação explícita do
abandono de educação, saúde, segurança, infra-estrutura, áreas de interesse
geral dos cidadãos e a ênfase nos programas que distribuem dinheiro e outras
benesses para os mais pobres, com a certeza de seus votos! Dar-lhes efetivas
condições de promoção social, nem pensar, já mantê-los na dependência das
benesses, isto sim, é o que rende votos. Esta forma absurda de cabalar votos
gerou mensalão, crédito consignado, apoio ao MST, e se agigantou no Bolsa
Família e outros programas, em cotas raciais que racham o país, créditos a
perder de vista, quilombolas etc. Tudo visando a manter-se no poder. Este é o
retrato de um pobre país.
Lula disse: “não se mexe com invasor que tem título de eleitor”. Não sei como é
nos outros países, mas aqui, qualquer pessoa que tenha uma certidão de
nascimento na mão tira título eleitoral. Por essa razão, temos no Congresso, nas
Assembléias e Câmaras Municipais parlamentares politicamente incorretos,
corruptos, assaltando nossos cofres. Se para exercer o direito do voto
tivéssemos de testar nosso conhecimento através de um simples exame, com certeza
teríamos um quadro melhor de políticos, e também se todos os eleitores tivessem
o hábito de ler ajudaria bastante. Isso é um sonho!
Pela primeira vez, dou razão ao Lula quando ele afirma que “Quando somos
oposição, somos doidos para incentivar uma invasão. Quando viramos situação,
ficamos doidos para achar o culpado. Quando se tem mil barracos, aí não se mexe
mais. Sobretudo para os que têm título de eleitor.”
Acertou em
cheio, presidente. Os políticos de nosso país (raras exceções) estão sempre
focados no uso e no aproveitamento de ocasiões que os deixem bem com o povo e a
mídia, pouco se lixando para o bem comum. Sábias palavras, presidente.
[email protected]
_________________________________________________
Valter Bernat é advogado e escreve nesta
coluna às sextas-feiras e mantém o periódico
O Boletim
|
MURAL DE
RECADOS DO MPR
|