A OPINIÃO QUE FAZ A DIFERENÇA
   


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WALTER NAVARRO

O Rio de Janeiro continua rindo e gozando

BELO HORIZONTE (MG) - Sofri várias ofensas, esta semana, no Rio de Janeiro e do ano inteiro.


Cansado de Paris, Manaus e do Renan, falei com meu zíper: “Vou pra Barbacena”.


Mas, jogaram leite no meu uísque. Desmaiei no ônibus, perdi o bonde, a história e acordei na rodoviária Novo Rio.


Pensei com meus botões de pressão: “Já que estou aqui, fico aqui e daqui a pouco, vou pra Barbacena da vida inteira que podia ter sido e que não foi, via Juiz de Fora, pra visitar o Itamar, que ninguém é de ferro”.

Em Ipanema (Copacabana Bitch), um amigo me perguntou: “Waltinho, cê viu o Faustão ontem? Tinha um monte de bicho amestrado; cachorro empurrando carrinho de bebê; cavalo ajoelhando e rezando...”.


My God!

 

Eu. Walter Paraíso Ribeiro de Navarro Filho, CI 14 642 886 SSSP, vendo Faustão?


Além de achar uma puta covardia, explorar bicho; eu lá tenho cara de quem vê Faustão?


Prefiro agulhas nos olhos, colocar meu bilau no liquidificador, no ventilador...


Rezei: “Pai, por que me abandonastes? O que fiz pra alguém pensar isso de mim? Logo eu que, ao apito final do Brasileirão e do Galvão, corro pro Gugu Liberato”.


O que leva uma pessoa saudável a assistir Faustão?


Abuso sexual na infância?


Hemorróidas?


Síndrome de Estocolmo?


Caspa no joelho esquerdo?

 

Faustão merece ficar na mesma cela que Lula.


Aliás, numa situação hipotética, pior que Faustão, só uma menina paraense, de 15 anos, numa cela com 30 presidiários tarados.


E nesta história de horror, os menos culpados seriam os “ladrões bolivianos”, do filme “Toda Nudez Será Castigada”, do Arnaldo Jabor/Nelson Rodrigues...


Sinceramente, se isso acontecesse; a única maneira de reparar o absurdo, seria colocar a as responsáveis; a governadora petista, Ana Julia Carepa; a juíza Clarice Maria Andrade e a delegada Flávia Verônica Pereira; numa cela, com 369 tarados.


Isso é que é feminismo! Três mulheres (sic) enfiando uma menina numa cela masculina, como entrada, prato principal e sobremesa...


Chama a Camille Paglia!


Detalhe: feia como é a governadora e certamente são a delegada e a juíza; os presos nem chegariam perto das três gralhas... Iam preferir transar com Onan, um buraco na parede ou entre iguais.


Se bem que, por outro lado, tenho amigas que estão tão a perigo, que o sonho delas é puxar uma perpétua com 40 detentos da base aliada só para elas...


É. Tô igual ao Lula e ao feirante gritando em Copacabana: “Não plantei, não colhi, comprei fiado e vendo à vista”.


Tô vendendo a manjubinha do almoço, pra comprar o jantar: lulas walfritas com arroz e brócolis...


A segunda injúria que sofri; no Rio, foi no calçadão da praia.


Tudo porque eu caminhava pela orla, olhando os prédios, com minha calça de veludo azul cotelê...


Neguinho chegou e jogou: “O senhor é novo aqui, né? O senhor é da terra do Walfrido e do Azeredo, né?”.


Aí respondi: “Isso mesmo... Diga-me com quem marcosvalerias e te direi quem és...”.


Pelo Azeredo, meu amigo, boto a mão no fogo. Com luvas de amianto.


Pelos tucanos; boto meus pés no estádio Fonte Nova. E ainda fico pulando...


Se tiverem culpa no cartório, mudo de comarca e saio às ruas nu, com meu cuecão cor da pele.


Azeredo não sabia de nada...

 

Coleciona tampinhas...


Foi traído por aloprados...


E, doa a quem doer, tenho certeza de que ele vai mandar cortar na própria carne. Ao ponto!


O Rio Babilônia 40o continua relaxando e ensinando...

Da próxima vez em que eu assaltar um italiano, em Ipanema e ele morrer atropelado por um ônibus, já tenho minha desculpa evangélica: “Eu estava possuído pelo demo. Mas depois que a legião saiu do meu corpo, me arrependi...”. Ô raça!


E em frente ao chique Copacabana Palace, vi cenas dignas de La Paz com chuva: turistas barangos fazendo fotos ao lado das mais ridículas vacas da Cow Parade; camelôs vendendo balas e pipoca em carrinhos imundos; favelados vendendo camisas da seleção brasileira e putas se vendendo para turistas gordos e rosados.


Na esquina, na frente de todo mundo, três da tarde, um casal de adolescentes beijava-se de forma bizarra. Com minha lupa, vi que o menino tava com dedo naquele lugar dela...


Fiquei com inveja não. Naquelas areias escaldantes, além do cheiro da maresia já estar suficientemente forte; a cena lembrou-me aquela música do Francis Hime e do Paulo César Pinheiro: “Lembra Lindalva da gente rolando sobre um colchão feito de capim novo; duas pessoas e os bichos olhando, como dois bichos no meio do povo”.


Este Rio da delicadeza perdida; deixou-me orgulhoso de Minas.


Vou até propor aos amigos estilistas, parceria na confecção de camisetas assim: “Alguém que me ama muito, esteve na Walfridolândia e me trouxe esta lembrança”.


Ou então: “Estive na terra do Azeredo e lembrei de você”.


Melhor: “O petróleo é do Lula, mas o valerioduto é nosso”.


Taí! Vou dar uma dica turística ao companheiro Aécio: trocar a Estrada Real, que é irreal, pelo valerioduto, que é muito mais legal. Ou não?


PS: Estou chocado. Quanta ironia! Contaram-me que a atriz principal, do filme “Garganta Profunda”, morreu. Engasgada com o caroço da azeitona de uma empadinha...




Artigo também publicado em
O Boletim
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Walter Navarro, é escritor, colunista do jornal O Tempo, em BH, e roteirista publicitário
    


SEXTA-FEIRA
 30/11/2007

Walter Navarro é
escritor, colunista
do jornal O Tempo,
em BH, e roteirista
publicitário
















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