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ELMA VILLELA
"Verás que um filho seu não foge à luta"
NEPOMUCENO (MG) -
Há tantos
pontos a ponderar a respeito destas eleições que, quisera eu, ter o talento do
Jabor para as crônicas, ou mesmo até a impetuosidade do Ratinho, para aqui
nestas mal traçadas linhas, desfiar brevemente o rosário do panorama político
estadual, nacional, suas tragicomédias tão relevantes e suas esperanças,
desejos, frustrações e zangas. Tal talento, não tenho!
Limito-me, portanto, a expressar algumas elocubrações.
Estas eleições marcaram dois pontos importantes:
1º - a cidadania se faz com informação. Vimos isto na virada, quase
vertiginosa de Geraldo Alckmin (PSDB). Recebi e mandei milhares de e-mails
revoltados com a bandalheira que está ocorrendo no governo Lula. A
Internet fez-se uma forte aliada para essa retransmissão urgente e rápida de
informações. Quanto mais pessoas tinham conhecimento dos casos, prontificavam-se
a retransmitir as informações, de modo a tornar o voto de protesto ainda mais
forte.
2º - o Coronelismo ainda é forte dentre as maiorias. Nero dizia algo
interessante e muito propício neste momento: “Dá ao populacho diversão,
enche-lhe a barriga, seda-lhes os sentidos e terás lhes dominado os ânimos. Isto
é governar.” Vemos nossos votos serem comercializados a troco de uma “pochete”,
já que não podemos sequer chamar de bolsa.
Cristovam Buarque, que foi candidato do PDT à Presidência, no debate da Rede
Globo, disse uma asserveração deveras verdadeira: “Em 2002, quem ganhou foi a
esperança sobre o medo, com a eleição do Lula. A esperança dos trabalhadores, de
ter uma vida melhor já que seu líder estava à frente. Agora, se o Lula ganhasse,
seria a vitória do medo sobre a esperança. O medo de perder sua bolsa “qualquer
coisa”, já que a esperança se desvaneia". Coerente e perfeita esta afirmação!
Quão real e latente!
Outro fato questionador é a derrota vergonhosa de Nilmário Miranda (PT) nas
Minas Gerais, frente à Aécio Neves (PSDB), levando em conta que o carro chefe de
sua campanha era o slogan: “ Nilmário vai fazer por Minas o que Lula fez pelo
Brasil”. Com uma derrota desta, vemos que, pelo menos os mineiros, por mais
pobres que fossem, por mais que dependessem de suas bolsas, não venderam suas
consciências e não concordaram com o quê Lula fez com o Brasil.
Antes de mais nada, não quero fazer deste texto uma apologia anti Lula, mas sim
um protesto de forma a nortear o próximo presidente a se orientar, afinal
estamos vendo tudo e não caímos na apatia profunda, ao contrário do que todos
pensam. Já não pegamos em armas, mas não fugimos à luta. Vereis governantes, que
estamos a postos para lutar e nossas armas são antes de mais nada, nossa
consciências e votos. E que definitivamente, não fugimos à luta.
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Elma Villela, é integrante do Conselho Editorial do MPR,
de Nepomuceno, nas Minas Gerais
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TERÇA-FEIRA
03/10/2006
Elma Villela é
integrante do
Conselho Editorial
do MPR, de
Nepomuceno, nas
Minas Gerais
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