O Caminho Catecumenal

  Os Cristãos do Caminho

O movimento do caminho como eram chamados os primeiros cristãos se expandiam sobretudo em terras pagãs, porque os candidatos tinham que descobrir o monoteísmo cristão, o sentido das escrituras e o comportamento moral evangélico. O caminho assumiu diversas formas nas diferentes Igrejas particulares, mas sempre conservou elementos comuns. 

Durante os quatro primeiros séculos do cristianismo podemos distinguir quatro etapas irregulares em suas datas, mas bem distintas quanto ao conteúdo. A missiologia, ou etapa de evangelização, destinada a suscitar a fé entre os pagãos mediante a pregação do Evangelho, culminou com a entrada no caminho por meio de um exame sobre motivos e disposições daqueles que se propunham passar pelas etapas de formação até a chegada do batismo. A segunda etapa é a catecumenal, no período de formação e de prova culminando com o novo exame de comportamento durante a instrução. A etapa quaresmal com algumas semanas de duração, era uma espécie de preparação intensiva do batismo na noite Pascal. Por fim temos a etapa dos tempo Pascal, quando os cristãos recebiam as catequeses mistagógicas.

 

 

A catequese e liturgia ou processo ascendente de celebrações serviam a uma identificação cristã do candidato. A maior parte dos candidatos ao batismo eram analfabetos, porém existiam catecúmenos instruídos como os retóricos gregos e romanos. Boa parte dos candidatos ao batismo eram iletrados. Além da Bíblia, o texto cristão mais antigo era o Didaque ou doutrina dos apóstolos datada no ano 110. Trata-se de instrução moral baseada na doutrina dos dois caminhos dirigidas aos candidatos ao batismo. Entre os escritos canônicos litúrgicos sobressai a tradição apostólica de Hipólito. Todo processo de iniciação houve catequese em abundância.

Três dos Santos Padres merecem destaque aqui por suas instruções, contribuíram para construção do credo cristão. São eles Cirilo de Jerusalém, Ambrósio de Milão e João Crisóstomo.

Relacionamos agora os nomes e locais de atuação daqueles que foram testemunhas do antigo catecumenato. Em Roma, tivemos do século I ao II Justino e Hipólito. Em Cartago, Tertuliano, Cipriano e Agostinho. Ambrósio em Milão e na Espanha, Paciano de Barcelona, Gregório de Elvira e Isidoro de Servilha e Ildelfonso de Toledo. No Oriente tivemos em Alexandria, Clemente e Origenes. Em Jerusalém Cirilo. Na Antioquia, Teodoro de Mopsuéstia e João Crisóstomo. E por fim na Síria, Basílio de Cesaréia e os Gregórios de Nazianzo e de Nissa. 

Destacamos agora a evolução das etapas do catecumenato, elas consistiam uma prévia evangelização e depois a admissão ao catecumenato; o período catecumenal; eleição e a inscrição do nome; o período quaresmal de preparação; a celebração sacramental e por último a etapa mistagógica. 

 

"Depois , minha pintura mudou. Comecei a pintar arte religiosa. Alguns conhecem minhs ícones. Em pouco tempo fundamos um grupo de artistas, um movimento de renovação da arte sagrado para fazer as igrejas mais formosas. Arquitetos, escultores e pintores nos punha-mos a reconstruir a Igreja, um pouco como começou São Francisco. Mas num certo momento me dei conta de que não servia nada reconstruir a igreja exteriormente quando tanta gente como eu me havia encontrado, em uma terrivel situação".

  O que é o Neocatecumenato?

Na Igreja primitiva, no meio do paganismo, quando alguém queria tornar-se cristão, tinha que fazer um itinerário de formação ao cristianismo, que se chamava "Catecumenato", da palavra "catechéo", que significa "ressonância", escuta. 

O processo de secularização tem levado muita gente a abandonar a fé e a Igreja. Por isso, é necessário abrir de novo um itinerário de formação ao cristianismo. O Caminho Neocatecumenal não pretende, portanto, formar um novo movimento em si, senão ajudar as paróquias a abrirem um caminho de iniciação ao Baptismo, que faça descobrir o que significa ser cristão. É um instrumento ao serviço dos Bispos nas paróquias para recuperar a fé de tantas pessoas que a tem abandonado. Hoje, no Ocidente muitas Dioceses estão tentando fazer uma catequese para adultos. O Neocatecumenato é uma síntese teológico-catequética, um catecismo, um catecumenato para adultos, um itinerário de formação cristã para o homem contemporâneo. Na Igreja primitiva, o catecumenato estava formado por uma síntese entre Palavra (kerygma), Moral e Liturgia. A Igreja antiga tinha, sobretudo um Kerygma, isto é, um "anúncio da salvação". Este anúncio do Evangelho, feito pelos apóstolos itinerantes como Paulo e Silas, causava nos que o escutavam uma mudança moral. Mudavam de vida ajudados pelo Espírito Santo que acompanhava aos apóstolos. Esta mudança moral era selada e ajudada por meio dos sacramentos. Concretamente, o Baptismo administrava-se por etapas. Assim, a catequese primitiva era uma "gestação" à vida divina. 

Quando nos séculos posteriores desaparece o catecumenato, esta síntese (Kerygma - Mudança de vida - Liturgia), perde-se. O Kerygma como chamada à fé, que implica uma decisão moral, já não existe, transforma-se em "doutrina escolástica". A moral vem a ser "foro interno", isto é, privado. A Liturgia chega a ser única para todos. O Caminho Neocatecumenal quer recuperar de novo esta "gestação", esta síntese, entre Kerygma, mudança de vida (moral) e Liturgia.

  Por quê esse nome?

Porque o Caminho Neocatecumenal é fundamentalmente para genta já baptizada, que não tem, porém, uma suficiente formação cristã. A "Catequesis Tradendæ" afirma que a situação de muitos cristãos nas paróquias é de "quase catecúmenos". 

A grande novidade desta carta do Santo Padre é que reconhece no NEOCATECUMENATO uma iniciação cristã para adultos, de tipo catecumenal, oferecendo às Dioceses um instrumento concreto de evangelização sem transformá-lo numa associação particular, num Movimento ou uma Ordem Religiosa. Muitas vezes, na história da Igreja, os Santos têm tentado fazer reviver o espírito do Evangelho no povo de Deus, sem ter forçosamente que circunscrevê-lo a uma Ordem Religiosa. Os tempos não eram maduros. Hoje, depois do Concílio Vaticano II, a situação contemporânea de ateísmo e secularização coloca a Igreja numa posição na qual é imprescindível recuperar o catecumenato dos adultos. O Papa, com esta Carta, confirma 25 anos de experiência, iniciada num dos subúrbios mais pobres de Madrid, extendida hoje em 87 nações, 600 Dioceses, 3.000 Paróquias, com um total de mais de 10.000 comunidades, reconhecendo os frutos de conversão pessoal e o impulso de evangelização. A renovação que se tem levado a cabo nas paróquias graças ao neocatecumenato, tem provocado de facto um surpreendente impulso missionário que tem feito que muitíssimos catequistas e famílias inteiras se ofereçam para ser enviados àqueles lugares da terra onde for necessário evangelizar. 

Outro fruto importante na Igreja local é o florescimento de numerosas vocações: somente na primeira metade de 1990, mais de 1.500 jovens provenientes das comunidades neocatecumenais têm sentido o chamamento ao presbiterato. E têm dado lugar ao surgimento de Seminários Diocesanos Missionários que possam acudir em ajuda - neste momento de falta de vocações - de tantas Dioceses, que se encontram em dificuldade. A novidade destes Seminários é a de unir uma iniciação cristã séria, como é o Neocatecumenato, à formação dos presbíteros. Assim, em pouco tempo, muitos Bispos têm decidido abrir novos seminários em suas Dioceses: como em Roma, Madrid, Varsóvia, Medellin, Bangalore (Índia), Callao (Peru), Newark (Estados Unidos), Takamatsu (Japão) e em muitos outros países. Com esta carta, o Santo Padre , depois de ter comprovado os frutos em todo o mundo, reconhece formalmente o Caminho Neocatecumenal como um "itinerário de formação católica, válida para a sociedade e para os tempos de hoje" e deseja vivamente que todos os Bispos, junto com seus presbíteros, ajudem e valorizem este caminho em suas Dioceses.

 

“Não é difícil enumerar os frutos do Caminho Neocatecumenal: famílias reconciliadas, que estão abertas à vida e que estão agradecidas a Igreja, que se oferecem para ir anunciar o Evangelho a todos os confins do mundo...especialmente aos rincões mais pobres e descristianizados. Destas famílias estão surgindo em grande número de vocações.”

  Os Fundadores do Neocatecumenato

Carmem e Kiko Agüielo

"Sou filho de uma família normal, burguesa, de Madri. Meu pai era advogado, Uma família acomodada. Sou primogênito de quatro irmãos. Meu pai eram católicos. Depois de ter terminado o colégio, ir à universidade, entrei em crise com minha família e comigo mesmo, sobretudo pelo ambiente na faculdade de Belas Artes de Madri, que era completamente ateu, marxista. Em seguida me dei conta de que a formação que eu havia recebido, tanto na família como no colégio, não me servia de nada para responder aos problemas que tinha de todo tipo (afetivos, psicológicos, de identidade). Me perguntava: quem sou eu?, por que existe a injustiça no mundo?, por que as guerras?, etc..."

  

Fui me afastando da Igreja até deixá-la totalmente. Havia entrado em una profunda crise buscando o sentido de minha vida. Em Belas Artes fiz teatro. conheci o teatro de Sartre e estive nesta linha um pouco atéia. Me dediquei a pintar, a fazer exposições...""Bem, Deus permitiu que eu fizesse uma experiência de ateísmo, ou, se quereis, uma kenosis, uma profunda descida ao inferno de minha existência, uma existência sem Deus. Deus permitiu que eu cortasse  todos os laços com a transcendência. Me escandalizava profundamente da indiferença de muita gente. Todas as pessoas ao redor de mim eram pessoas que iam a missa, mas em definitivo sua vida não era profundamente cristã... Desde minha família, na que minha mãe ia a missa todos os dias, o meu padre era católico. Mas o deus de minha casa era o dinheiro. A maioria das conversas em minha casa eram sobre o dinheiro.

   

"Não estava Deus no centro de minha família nem no centro da mentalidade que se tinha em minha casa, e isso era normal. O mesmo posso dizer de meus tios, e de todo o ambiente no qual me movia. A religião era um aspecto mais, uma espécie de verniz cultural, que ao menos a mim não me convencia. Talvez porque era pintor, artista, e tinha uma profunda sensibilidade e um absoluto desejo de coerência, de verdade. Não aceitava ser um burguês como meus pais, nem viver uma vida assim, como suponho que lhes haverá sucedido também a tantos jovens. Recordo que então ia a missa ao domingo e, com quinze anos, alguns amigos, estando a igreja cheia, nos ficávamos ao fundo - era antes do Concílio- e aguardávamos ali de pé..., íamos a aquela missa porque não se fazia sermão, era mais breve..., se ia uma campainha e nos púnhamos de rolo, nos levantávamos e esperávamos que terminasse para poder ir embora."

                

"eu me dava conta de que aquela não era uma maneira de praticar. Ainda que pareça estranho, a missa assim de mal vivida foi a situação pela qual me ia dando conta de que tinha que deixá-lo, tinha que buscar outros caminhos. Uma coisa tinha clara: não podia enganar a mim mesmo. Não podia ser um cretino, um estúpido: não creia seriamente em Deus , se no creia, era melhor deixá-lo... e assim é como o deixei todo."

Acima: 1) Barraca onde Kiko começou a pregar; 2) Kiko pintando um de seus Ícones; 3) Mons. Casimiro na Barraca de Kiko cantando a Laudes; 4)Kiko e os primeiros companheiros de Palomas Altas; 5) Testemunho de Kiko Agüiello; 6) Kiko no diário.

 

 

  Os Cubículos dos Sacramentos

Encontramos na galeria A, à esquerda, cinco pequenas salas ou sepulturas familiares, chamadas de "os Cubículos dos Sacramentos", famosos e importantes pelos afrescos neles contidos, datáveis dos inícios do séc. 3º e que representam simbolicamente os sacramentos da iniciação cristã: Batismo e Eucaristia.

Com essas representações, os cristãos dos primeiros séculos queriam antes de tudo recordar o próprio catecumenato (preparação ao Batismo), e depois, deixar uma mensagem aos contemporâneos: eles tornaram-se cristãos pelo Batismo e perseveraram na vida cristã com a Comunhão freqüente. Queriam também dizer aos familiares e a quantos visitassem suas sepulturas que, se tivessem feito uso dos mesmos meios, um dia haveriam de reunir-se novamente aos seus queridos.

O Batismo

Como ensinavam os Padres da Igreja em suas catequeses, esses meios de salvação foram já prefigurados no Antigo Testamento. Isso aparece claro no milagre de Moisés que faz brotar água da rocha para tirar a sede do seu povo no deserto (Ex 17,1-7). O Batismo de Jesus (Mt 3,13-17) também é uma prefiguração do batismo do cristão. Por isso, a cena de Jesus que se faz batizar por João no Jordão. Na parede de fundo do cubículo A2 está pintada a mais antiga cena do Batismo de um catecúmeno. O sacerdote com túnica e pálio coloca a mão direita sobre a cabeça do batizando, que tem os pés na água. Outras representações do Batismo são oferecidas pelo pescador, pela Samaritana ao poço e pelo paralítico da Piscina de Betesda.

A Eucaristia

Os primeiros cristãos preferiram representar em seus cubículos o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes (Jo 6,1-15) como símbolo da Eucaristia. Jesus, de fato, partindo desse milagre, promete um pão particular e diverso: o seu corpo (Jo 6,22-59). A cena da multiplicação dos pães repete-se sempre do mesmo modo: sete pessoas sentam-se ao redor de uma mesa. O número sete é simbólico e indica que todos são chamados por Deus à salvação. Sobre a mesa estão colocados dois ou três pratos com pães e peixes e, aos lados da mesa, estão os cestos de pão.

O bíblico Jonas

Em todos esses cubículos aparece o profeta Jonas. Ele é o profeta mais querido dos primeiros cristãos, porque pregou a mensagem da salvação aos habitantes de Nínive, isto é, a pagãos, sendo pois símbolo da chamada à salvação de todos os homens indistintamente, judeus ou pagãos que fossem. Não nos esqueçamos que a maior parte dos fiéis sepultados neste cemitério vinham do paganismo. Além disso, é também símbolo de ressurreição. Jesus mesmo no Evangelho toma-o como figura dessa realidade: "Como Jonas permaneceu três dias e três noites no ventre do peixe, assim também o Filho do Homem ficará no coração da terra três dias e três noites, e depois ressuscitará" (Mt 12,40).

A escada dos mártires

Terminando a galeria dos Cubículos dos Sacramentos começa a escada dos Mártires, escavada na metade do séc. 2º, conservando ainda alguns degraus daquela época. É chamada "escada dos Mártires" porque por ela passaram os papas sepultados na bem próxima cripta. Segundo a tradição também o jovem Tarcísio descia por essa escada quando vinha rezar nas sepulturas dos mártires ou buscar a Eucaristia para levá-la aos cristãos nas prisões ou nas famílias durante o período de perseguições.

 

  Reconhecimento Eclesial

Em sua carta “Ogniqualvolta” de 1990 o Karol Wjtila reconhece o Caminho Neocatecumenal como “um itinerário de formação católica válido para a sociedade e os tempos modernos” e expressou seu desejo de que os Bispos o valorizem e apoiem como um instrumento para uma nova evangelização “de modo que este possa ser posto em prática na forma em que tem sido proposto por seus iniciadores.”

Os Ícones do Caminho

Baixe agora mesmo os ícones referentes ao Caminho Catecumenal: Arquivo icons (2.162 Kb)

Estatuto e Entrevista, Veja Aqui:

Estatuto do Catecumenato

Entrevista com Kiko Argüello

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A Estrutura das Catequeses Catecumenais

1o Tempo

1o Grau

2o Tempo

2o G.

3o Tempo

3o Grau

4o Tempo

Tempos

Pré- Catecumenato

 

Catecumenato

 

A Preparação Quaresmal

A Mistagogia

Graus

 

Ingresso no

Catecumenato

 

Eleição ou inscrição do nome

 

Iniciação Sacramental

 

Características

Evangelização

Fé e Conversão inicial

 

Catequese

Mudança de mentalidade e de costumes

Testemunho de vida e profissão de fé

 

Tempo de purificação e iluminação

Tempo de reflexão e decisão

 

Tempo de experiência dos sacramentos recebidos

Tempo de experiência da Comunidade

Comunidade

- Iniciação ao espírito comunitário

- Kerygma

-  Evangelhos

- Acolhida (Família adotiva)

- Grupo de Oração

 

Acompanhamento da Família adotiva

Participação da Comunidade nas diversas celebrações

 

Testemunhos dos fiéis para os catecúmenos

Participação nos escrutínios, nas “entregas” e nas promessas batismais, na Vigília Pascal

 

Testemunho de fraternidade

Participação na Missa dos neófitos

Finalidade

Conhecimento dos primeiros elementos da fé

Amadurecer o sentido de pertencer à Igreja, da oração e da espiritualidade cristã

Acolhida

 

Aprofundamento no Mistério da Salvação, Dogmas e Preceitos (Catequese)

Passagem do homem velho para o homem novo

Início de colaboração na Comunidade

 

Intensa preparação espiritual e afetiva (Revisão de Vida)

Fomentar o desejo do Encontro com Cristo e do dom do Espírito Santo, na Igreja

 

Realização da iniciação recebida e da pertença à Comunidade Eclesial (Homilia)

 

Duração

Ilimitada

 

Ao menos, 1 ano

 

Quaresma

 

Tempo Pascal

Nome

Pré-catecúmenos

 

Catecúmeno

 

Eleitos

 

Neófitos

Celebrações

Rito de Acolhida de Pré-catecúmenos

Rito de Admissão no Catecumenato

Celebrações da Palavra

Exorcismos menores

Bênçãos e Ritos de Passagem

Rito de Eleição

Escrutínios

Entrega do “Símbolo” e do Pai Nosso

Pré Vigília Pascal

Celebração dos Sacramentos da Iniciação Cristã

Missa para os neófitos

Celebração do aniversário do Batismo

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