COMENTÁRIOS 

ao artigo "ROCHA VIEIRA PERTURBA VISITA DE HO",
  Expresso, 20/5/00
 

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Comentários ao artigo ROCHA VIEIRA PERTURBA VISITA DE HO (1ª parte)

in Expresso. 20/5/00 

 

27/5/2000

O leitor atento, vem de luvinhas brancas, mas olhai para esse conteudo que escreveu.

-- anonimo

27/5/2000
Surpreso

Alertado por um amigo aqui vim parar e fiquei profundamente surpreendido com os comentários aos artigos do Expresso. Até porque era suposto que os comentários fossem sobre os artigos em causa e não uma troca de galhardetes entre leitores mais activos.
Por outro lado, choca-me o estilo de linguagem utilizado por alguns “escritores”, particularmente quando adjectivam o último governador português de Macau. Seria recomendável que se mantivesse uma maior elevação no discurso, evitando-se insultos que põem em causa a pessoa do General Rocha Vieira. Uma coisa são as críticas de natureza política que se podem e devem fazer às acções praticadas pelo General enquanto ex-Governador de Macau, outra coisa é descer à baixeza do insulto gratuito e ainda por cima anónimo. Meus senhores, por favor, sejam comedidos. Critiquem, se assim o entendem, mas com elevação e lisura. OK?

Alguns já devem estar a pensar. – Olha, temos aqui um defensor do General! – Enganam-se, senhores. Enganam-se rotundamente. Fui e sou um profundo crítico das políticas e do estilo autocrático de actuação do General Rocha Vieira enquanto Governador de Macau. Fui vítima da sua política de perseguição de todos aqueles que tinham a ousadia de pensar os reais interesses de Macau e de não se curvarem perante ameaças de ditadores. Fui “corrido” de Macau por um dos seus ex-secretários adjuntos. Não interessa qual. E contudo, apesar deste “saneamento político” cobardemente não assumido, e das suas consequências nefastas na minha vida pessoal e profissional, entendo que não devo descer ao nível moral e intelectual desses senhores, desatando a invectivá-los e pondo em causa a sua honra e dignidade. Até porque há a presunção de inocência até prova e condenação em tribunal próprio.

Passando agora à matéria de facto, e depois de ler atentamente os longos excertos do relatório da comissão de investigação publicados no Ponto Final de 12 de Maio, assim como o parecer oposto dos Dr. Sérvulo Correia e Dr. Rui Medeiros, não me restam quaisquer dúvidas sobre a condenação do acto praticado pelo ex-governador de Macau. E como português que me orgulho de ser fico profundamente envergonhado. Partilho das opiniões manifestadas que a Fundação não deve ser reconhecida enquanto tal e o PR tem a obrigação moral e política de convencer o General a devolver os 50 milhões de patacas retirados à FCDM E nada mais digo quanto a isto.

Quanto ao afastamento de Lisboa relativamente a esta matéria, ao facto de o PR e o Governo “ignorarem” o General, tentando, deste modo, marcar uma posição de distanciamento relativamente à tão polémica Fundação, já vivi o suficiente para não me deixar enganar. Isso é apenas aparência. Há vínculos muito fortes entre o General e a actual nomenclatura de Lisboa – para bom entendedor meia palavra basta!. Quando muito o MAI poderá arranjar alguma desculpa para não reconhecer a Fundação do General. E tudo ficará por aí. E brevemente teremos a prova disto. O PR prepara-se para condecorar o General no próximo mês.

Espero que o Expresso continue atento e cumpra as suas obrigações para com os leitores de continuar a praticar um jornalismo sério, isento, e não se deixe enredar, como já aconteceu no passado, nas malhas da rede de interesses que rodeiam o General Rocha Vieira.

Sendo notório que há muita gente interessada em discutir e analisar o que se passou em Macau, particularmente durante o “reinado” autocrático do General Rocha Vieira, com a conivência autista do Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, não seria interessante abrir um espaço de debate próprio? Deixo a sugestão para quem seja capaz.

Leitor atento

-- Leitor atento

26/5/2000
O tambem quero, queria, isso é mais que
visto.
Eu não quero nada.

Quanto á ortógrafia,foi a espanar.Isto não é exame de Português.

-- Leitor

26/5/2000
Leiam o artigo do Público de 26 de Maio!

Um excerto para abrir o apetite :

"O pedido de parecer sobre a Fundação Jorge Álvares, remetido pelo Ministério da Administração Interna ao Ministério dos Negócios Estrangeiros na semana passada foi justificado da seguinte maneira: "Num mundo onde há outras influências, quis saber se [a FJA] podia ter interferência nas nossas relações com países terceiros."
O MNE concorda com a delicadeza da situação, tanto assim que solicitou opiniões a outras entidades sobre a forma de a resolver. "Pedimos vários pareceres e vamos fundamentar neles as nossas ideias. Temos que fazer uma reflexão, uma vez que da nossa posição resultarão implicações nas relações com a Região Administrativa Especial de Macau [RAEM]", admitiu ao PÚBLICO Santana Carlos.
O parecer do MNE deixará, pois, de lado quaisquer considerações de ordem moral que possa suscitar a FJA, uma fundação privada criada pelo último governador de Macau, mas financiada por uma fundação pública da RAEM, a Fundação para a Cooperação e Desenvolvimento de Macau (FCDM). Isto por decisão de Rocha Vieira enquanto governador do território e presidente do Conselho de Curadores da FCDM e, simultaneamente, presidente da FJA.
Edmundo Ho, chefe da RAEM, na sua recente visita a Lisboa deixou claro que a existência da FJA não afecta as relações bilaterais. Aliás, o assunto nem sequer foi abordado no encontro de Ho com Jaime Gama, no Palácio das Necessidades [ver PÚBLICO de 18/5/00).
Tudo indica, portanto, que a FJA entrou num compasso de espera. Enquanto não obtém o estatuto de fundação, pode, como explicou o secretário de Estado da Administração Interna, funcionar legalmente. "Uma fundação não reconhecida é uma associação", declarou o membro do Governo. "

O Jorge Coelho fala pouco. É porque sabe demais!

""Não Sei Nada Disso. Nem Soube", Diz Jorge Coelho
Sexta-feira, 26 de Maio de 2000
A Fundação Jorge Álvares foi um dos assuntos sobre os quais o PÚBLICO questionou o ministro Jorge Coelho, porta-voz do Governo, numa entrevista que publicaremos amanhã na íntegra. Como se vê pelo teor das respostas - ou melhor: das não respostas - o tema é muito delicado dentro do Executivo. Macau, note-se, é um assunto que Jorge Coelho domina. O agora ministro do Equipamento Social foi em tempos secretário-adjunto do governador Carlos Melancia.
PÚBLICO - Quando soube que Rocha Vieira estava a pensar criar a Fundação Jorge Álvares?
JORGE COELHO - Não sei nada disso. Nem soube, nem sei.
P. - Leu o relatório da comissão...
R. - Não tenho o que quer que seja a dizer sobre essa matéria.
P. - Há um processo de reconhecimento em curso por parte do Governo...
R. - Houve declarações feitas no vosso jornal sobre essa matéria por um colega meu [Luís Patrão, secretário de Estado da Administração Interna, responsável pelo processo de reconhecimento] e o que está dito está dito. Essa é uma área do Ministério da Administração Interna que, segundo eu li no vosso jornal, solicitou um parecer ao Ministério dos Negócios Estrangeiros. É a única informação que eu tenho. Como eu acredito piamente no que leio no vosso jornal presumo que seja verdade.
P. - Acha que faltava uma nova entidade...
R. - Não vão lá...
P. - Esta controvérsia era dispensável ao Estado português?
R. - Não tenho nada a dizer sobre essa matéria.
A.S.L./J.P.H. "

Já agora, como os tipos da FJA devem estar a acompanhar esta "má língua", apresento a minha candidatura a um subsídio para uma viagem de estudo ao Brasil, "achado" há 500 anos. É que nunca lá fui, General. Ah, a viagem de ida e volta será de iate, mas como não tenho nenhum, espero comprá-lo com o subsídio de 300 000 contos que O General me vai atribuir. Mas olhe que eu passo um recibo verde a dizer que recebi 800 000 contos, pelo que os restantes pode meter ao bolso. Tá bem General?

Um residente da RAEM

-- Um residente da RAEM

26/5/2000
Ao autor da última mensagem:

Então porque Portugal deixou dinheiro em Macau para fazer face a certas despesas dos funcionários públicos durante um ano, a acção do general já é branqueada? Mas você tem a noção do que está a dizer? Será que raciocina tão mal como escreve?
Então eu também quero! Ficou dinheiro português em Macau; logo, eu posso sacar uns milhões do erário público e trazê-lo para Portugal. Esta está boa...
Além do mais, o dinheiro que lá ficou é para honrar compromissos que o Estado Português assumiu em negociações bilaterais com a RPC, o que nada tem a ver com as circunstâncias em que vieram os 50 milhões para a Fundação J.A. - dinheiro subtraído à sucapa e para benefício de alguns amigos.
Senhor leitor e autor da última mensagem: não ofenda a nossa inteligência! E, da próxima vez que aqui escrever, veja lá se verifica primeiro a sua ortografia...

-- Também quero, //demitam o rocha, http://

26/5/2000

Aparentemente, o dinheiro só seria
entregue se RV quize-se. Ora sendo assim,se foce roubo ele seria obrigado
a devolvê-lo por lei, como não é,tudo
indica que não foi roubo.

Mesmo assim, só espero que RV,Portugal e
Macau se organisem oficialmente para pôrem esse dinheiro destinado ao intercambio e ao beneficio comum dos dois povos.

Se ficou nos cofres de Macau, dinheiro
suficiente para pagar um ano de administração publica.Há aqui qualquer
coisa de respeitável e de positivo.Há
que vêr sempre os dois lados da medalha.

-- Leitor.

25/5/2000
Se foi roubo... Chamem a polícia!

Dúvidas? Não há dúvidas Ex.mo Sr. Leitor! O relatório da comissão de investigação é claro como água. O problema é que vivemos num país em que os crimes de colarinho branco passam impunes. V.Exa Sabe disso!
Chamar a polícia?... Não, não dá nada. Quando muito o Governo da RAEM poderá contratar os serviços duma empresa especializada na cobrança de dívidas dificeis. E não é muito dificil. "Eles" estão cá em Portugal...
Ainda bem que V.Exa defende a continuação da relação de amizade e cooperação entre Portugal e a China. Mas compreenderá V.Exa que tal relação de amizade e cooperação fica seriamente afectada se não se tomar uma posição clara e inequivoca relativamente à Fundação particular do General Vieira. Em nome da amizade secular que liga os dois povos, português e chinês, não se pode aceitar o reconhecimento da Fundação Jorge Álvares pelo Ministério da Administração Interna, e deve-se exigir que o General devolva os 50 milhões de patacas que indevidamente ROUBOU à Fundação para a Cooperação e Desenvolvimento de Macau, com a conivência de responsáveis da mesma. A amizade Portugal/China não pode ser manchada com acções tão condenáveis legal e moralmente como a paraticada pelo General Rocha Vieira.

Honrai a Pátria que ela vos contempla!

-- ATX

25/5/2000
Ao Exmo.Sr. ATX. É verdade que sou defensor da amizade Portugal/Macau/China, a Fundação e as
patacas não me interessam nem tanto como
uma poeira.
De resto, não venham para aqui dizer que
foi roubo.
Se foi roubo... chamem a policia!

Por outro lado não defendo ninguem, só o
intercambio e a amizade.
E voçê?

Votos de boa saude para todos.

-- Leitor

25/5/2000
Para avaliarem o que o General entende pelo tal INTERCÂMBIO CULTURAL e o que se espera que virá nessse sentido da fundação Jorge Álvares, deliciem-se a ler este artigo do JORNAL PONTO FINAL de Macau sobre a Fundação para o Desenvolvimento e Cooperação de Macau, presidida pelo El Generalíssimo!

FCDM subsidiou: dos 50 milhões para a FJA às 300 mil patacas do Arquitecto Bruno Soares para a realização de viagem de regresso por mar a Portugal

Ponto Final,13/5/2000
Muito, pouco, ou nada

Severo Portela

Como no estribilho infantil, passe o desajustado da figura, a Fundação
para a Cooperação e Desenvolvimento distribuiu os seus dinheiros
conforme os projectos que lhe foram submetidos e as entidades ou
personsalidades que os solicitavam. Muito, pouco, ou nada. Bem-me-quer,
mal-me-quer.
Foram algumas centenas os pedidos apreciados pelo conselho de
administração, a cuja listagem o PONTO FINAL teve acesso; as decisões
foram, pois, tomadas casuisticamente, segundo, presume-se, as
orientações aprovadas pelo conselho de curadores, a que presidia Rocha
Vieira. Ou outras que não se conhecem.

Os dinheiros repartem-se na concessão de subsídios únicos, apoio à
realização de conferências, congressos, exposições, aquisições de
equipamentos, edição de CDs, viagens ou suporte a acções previsivelmente
alongadas no calendário de execução. Bem como o caso especial de apoios
a edições e publicações.
De tudo um pouco como na farmácia, foram centenas os processos
apreciados pela FCDM. Uns foram beneficiados com bolsa generosa- outros
nem tanto- os que sobejam ficaram a aguardar melhor oportunidade.
Por outro lado, registam-se alguns casos de radical redução das quantias
pedidas, outros, ainda menos, de pedidos respeitados acima do
solicitado. Para todos os gostos, para todos os desgostos.
Debrucemo-nos sobre, sensivelmente, o primeiro semestre de 1999.
Em montantes globais, surgem a tinta azul, com a designação de "subsídio
único", 450 mil contos (portugueses) para a Fundação Casa de Macau, em
Lisboa. Essa a finalidade, subsídio único.
Segue-se a Universidade Católica, de Lisboa, instituição que solicitou,
e recebeu, 250 mil contos a título de "subsídio para a construção do
edifício do Instituto Luso-Chinês". Já quase no final do ano, a mesma
universidade acrescentaria mais 212 mil contos, alegando uma necessidade
"adicional para a construção do edifício que irá receber o instituto
Luso-Chinês". A FCDM compreendeu.
Completa o trio dos maiores receptores, o "Instituto para o
Desenvolvimento e Qualidade, Macau"- a que o PONTO FINAL já fizera
referência- que pedira mais de 21 milhões de patacas para o
"desenvolvimento de cursos de formação e nomeadamente dos equipamentos e
do funcionamento da primeira fase da segunda proposta "Centro de
Excelência em Engenharia de Manutenção". Pediu, mas não recebeu, que o
FCDM inscreveu na coluna "montante atribuído" exactamente 12 milhões e
750 mil patacas.

O semestre da FJA

O segundo semestre é, claramente, dominado pelo notório subsídio à
Fundação Jorge Álvares. Lá esta ele inscrito entre duas pretensões
recusadas. A saber, a de um fotógrafo/designer de Macau que requeria um
apoio de 96 mil patacas para apoiar a execução de um conjunto de postais
temáticos e a da "Associação de Voluntários de Serviço Social de Macau",
que pretendia 116.500 patacas para assinalar o "retorno à patria".
Não tiveram resposta positiva. Já a FJA, de que não consta qualquer
quantitativo pedido, beneficiou, como se sabe, de 50 milhões de patacas.
Limitou-se, de acordo com o mapa de actividades da FCDC a que o PONTO
FINAL teve acesso, a pedir um "subsídio para a constituição de fundo
financeiro".
O montante, ao que parece por instrução verbal de Rocha Vieira, foi
fixado em 50 milhões. Mais do dobro do que qualquer das entidades,
actividades ou personalidades que se candidataram aos donativos da FCDM.

Obviamente, que este donativo não esgota a actividade do segundo
semestre de 99. Muito mais prolífico, aliás, do que a primeira metade do
ano final da transição.
Por exemplo, o Centro UNESCO pediu 495.600 dólares americanos para o
financiamento do "World Heritage in Young Hands". Ficou-se com 150.000.
Mas já no semestre anterior recebera 300 mil para instalar a biblioteca
virtual.
Vejamos agora outro dos grandes beneficiários da FCDM. Nada mais, nada
menos do que a Missão de Macau em Lisboa.
Num primeiro momento (8/7/99), reclamou, e conseguiu, 54 mil contos para
realizar a exposição "Os Fundamentos da Amizade". Não foi suficiente,
deveras. Uns meses mais tarde, em Outubro, pediram mais 1 milhão de
patacas para um "subsídio adicional para a exposição "Os Fundamentos da
Amizade". E já no final da administração portuguesa, conseguiram mais 1
milhão de patacas com o pretexto de "subsídio adicional para a exposição
"Os Fundamentos da Amizade".
Mas este não será o caso em que se assinalam mais reforços sucessivos
para um mesmo projecto da Missão de Macau. Em 8/7 são despachados 38 mil
e 500 contos para o apoio ao projecto "Macau Virtual". Não bastava. Na
mesma folha de subsídios, segue uma verba de 30 mil contos, pedida pelo
Centro Científico e Cultural, para a instalação do..."Museu Virtual".
Mas, em 21/10, eram pedidos e concedidos mais 25 mil contos para..."o
alargamento do projecto Macau Virtual". E, curiosamente, ou não, um mês
depois rumavam mais 3 milhoes de patacas para o...Macau Virtual.
Naturalmente, que a listagem de pedidos, com ou sem anuência, é imensa.
E objectivamente desequilibrada.
Se bem se compreende um subsídio de 2 milhões de dólares americanos às
Casas de Macau nos Estados Unidos com mais 17 milhões de patacas para as
congéneres brasileiras, estas últimas subsidiadas já no decurso da RAEM,
pior se percebem os 50 milhões da FJA.
Contas feitas às candidaturas, a vermelho ou azul, na dianteira seguirá
a instituição que mais projectos submeteu e viu agraciados: a
Universidade de Macau. Muito naturalmente. E ainda 40 mil contos para a
Universidade de Aveiro (mestrado em estudos chineses).
Mas outras situações há que despertam alguma incompreensão. A FCDM não
hesitou em atribuir 300 mil patacas- das 800 mil solicitadas- a Bruno
Soares a título de, sic, "subsídio para a realização de viagem de
regresso por mar a Portugal". Já Sofia Salgado viu recusado o apoio- 3
milhões e meio de patacas- para fazer uma viagem à volta do Mundo. Quem
sabe se por pretender utilizar um "todo-o-terreno" em vez de um
catamaran.
Folheando o mapa de subsídios/apoios da FCDM- que recorde-se, pagou aos
professores Ernâni Lopes e Roberto Carneiro 90 mil US dólares por um
"estudo sobre a definição de uma estratégia a médio prazo", para a FCDM-
verificamos a coerência da instituição em relação ao apoio a publicações
regulares- jornais chineses e portugueses. Zero.
No entanto, o The Independent, Londres, levou 25 mil dólares para
inserção de publicidade, o Business Week 28 mil dólares e a InterFrance
Media precisamente 34 mil e 600 dólares por 1/4 de página.
Ainda no domínio da edição, deparamos com 2 milhões atribuídos, dos 5
sugeridos, para subsidiar a Associação Mundial dos Fotógrafos de Etnia
Chinesa na publicação de um livro sob o tema Macau-99. Mas vemos
recusados as 150 mil que um jornalista e editor de Macau solicitou para
dar à estampa um livro sobre o tema Macau na Imprensa Mundial em 1999.

Que FCD, que futuro?

Intrigantes, mesmo, serão os pedidos feitos a título individual para a
aquisição de bens. E foram acolhidos. Do milhão de patacas para
"aquisição de uma colecção de fotografias", aos 4 milhões para a
"aquisição de uma peça de cerâmica". Um buda de Shek Wan.
Como se costuma dizer, eles é que sabem.
Em boa verdade, as pretensões sancionadas não ficam atrás, nem à frente
das recusadas.
O maior diferencial, regista-se na Santa Casa da Misericórdia. Na mesma
categoria por que optou a FJA, esta instituição de solidariedade social
solicitou 103 milhões de patacas. Na volta do correio, chegaram 5
milhões. Ou a "comissão dos diversos sectores" que pretendia comemorar o
regresso de Macau à pátria chinesa. Pediram 20, ficaram com 2. Também
muito aquém do que pretendia ficou o Instituto Inter-Universitário. Que,
entre outras necessidades, cuidou de adquirir residências para docentes
e discentes.
Ela por ela, estão, de outra sorte, o Instituto Internacional de Macau,
com um par a 5, o Laboratório de Engenharia a 3.5 e a Associação
Promotora da Lei Básica.
Por fim, destaca-se, obviamente, um tema recorrente nas propostas
apresentadas- chumbadas ou abençoadas- à Fundação para a Cooperação e
Desenvolvimento: a transferência de soberania.
A mais curiosa, decerto, terá sido a formulada pela "Associação dos
Profissionais de Salões de Cabeleireiro e Beleza de Macau". Solicitou
212 mil patacas para levar a cabo uma competição sob o título de "Três
Regiões num Só Coração, para uma nova etapa". Conquistou o júri que lhes
deu 220 mil.
A mesma boa vontade mereceu um denominado "Coral de Santana de Oliveira
do Hospital". Pretendiam 14 mil contos para uma deslocação a Macau.
Ficaram com 7 mil e com o nome inscrito entre os grupos musicais que
obtiveram apoio da FCDM.
No tinteiro, poderão ter ficado para sempre projectos? como os da
"Agência CRIA"- queriam 6 milhões de US dólares para "apoio de
projectos" não discriminados- e o de uma "exposição fotográfica sobre
doentes do foro psiquiátrico".
O futuro dirá se a política de subsídios da FCDM mantém a mesma
orientação ou se as recomendações- de apoio continuado a instituições
com o perfil da FJA- contidas no estudo comissionado pela própria
fundação aos professores Ernâni Lopes e Roberto Carneiro vão ser
acolhidas pela futura/nova Fundação para o Desenvolvimento.


-- anonimo, http://INTERCÂMBIO CULTURAL DO GENERAL

25/5/2000
AO Leitor anterior

É manifesto que V.Exa é um acérrimo defensor da Fundação Jorge Álvares, e como tal dos seus objectivos : aprofundamento dos laços de amizade e de cooperação Portugal/Macau/China.


Parte V.Exa da permissa, que eu não perfilho, que esta Fundação está vocacionada para alcançar esse nobre objectivo. Por isso mesmo acha que os fundos da Fundação devem ser utilizados no desenvolvimento de acções que contribuam para a concretização desse objectivo, não se preocupando sobre o processo de nascimento da Fundação e a origem dos seus recursos financeiros.


Mas, ao proceder deste modo, V. Exa está implicitamente a reconhecer que a forma utilizada para dotar a Fundação dos recursos financeiros necessários ao seu arranque não terá sido a mais correcta, transparente e legal. Concordará, por certo, que isto lança de imediato o descrédito e a desconfiança sobre a Fundação criada em circunstâncias tão peculiares. É caso para se dizer que o parto da Fundação correu mal, muito mal, e a “criança” foi tirada a ferros que lhe provocaram graves lesões pondo em causa a sua sobrevivência.


A reforçar o anterior, pode-se ainda acrescentar que não é inocentemente que V.Exa utiliza o argumento demagógico de que quem está contra a Fundação Jorge Álvares é porque está contra o desenvolvimento e aprofundamento de uma política de cooperação e amizade com a RAEM (já agora convêm esclarecer que Macau é a Região Administrativa Especial de Macau, parte integrante da República Popular da China, dentro da política um país dois sistemas). Com todo o respeito lhe digo que esse é o argumento maniqueísta do ou estás comigo ou estás contra mim, típico de ditadores sejam eles Salazares ou Estalines.


Mas não satisfeito com a demagogia maniqueísta, V.Exa não hesita em afirmar que a contestação que se tem manifestado nestas páginas do Expresso é fruto de “frustações, sentimentos de abandono, vinganças, ódios, antagonismo político”. Teria sido interessante ver V.Exa a defender a sua menina dos olhos, contra-argumentando de forma racional e transparente. Por exemplo : provando que o General Rocha Vieira procedeu correctamente quando mandou transferir 50 milhões de patacas da Fundação para a Cooperação e Desenvolvimento de Macau para a sua Fundação privada, da qual é o Presidente, não tendo cometido nenhuma ilegalidade ou acto nulo. Mas não. V.Exa é partidário da “filosofia” barata que a melhor arma é o ataque. E então ataca. Acusa todos os críticos da FJA de serem movidos por sentimentos de vingança, antagonismo político, etc. Cada um avalia os outros por aquilo que é. Possivelmente quando V.Exa escreveu isso estava a olhar-se ao espelho!


Mas já agora, porque acha que, nestes comentários aos artigos, há  sentimentos de ódio e desejos de vingança? Ninguém odeia quem lhe faz bem. Ninguém se quer vingar de quem lhe fez bem, ou pelo menos não molestou. Se nos comentários expressos se detecta ódio e sentimentos de vingança é porque essas pessoas estão ressentidas com alguma coisa. Mais uma vez, correndo V.Exa atrás da demagogia para lançar poeira aos olhos dos leitores que eventualmente não estejam habituados ao seu tipo de discurso (apesar de V.Exa não se ter identificado, eu quase que tenho a certeza que o conheço, isto só pelo estilo de discurso e argumentação que utiliza! – pois, estive em Macau), destapa a careca e reconhece de forma implícita que o General Rocha Vieira, e possivelmente V.Exa., fez mal – por sadismo puro, por serem maniqueístas – a muita gente. Os senhores estragaram a vida profissional e pessoal de muita gente. E qual o “crime” que cometeram? Não se vergavam nem humilhavam perante vós. Mas isto é outra história que a seu tempo será contada.


Voltando à temática da Fundação Jorge Álvares, não pode V.Exa negar que dadas as estranhíssimas circunstâncias do nascimento da FJA - suficientemente documentadas em artigos anteriores do Expresso, do Público, do Ponto Final – assim como as suas fontes de financiamento, e sabendo-se quem são as pessoas que estão ligadas à FJA, que legitimamente ninguém acredite na estória da carochinha que V.Exas nos querem impingir . A vossa amizade é com a vossa carteira e não com os residentes da RAEM. A vossa cooperação é com a vossa carteira e não com a RAEM e China! Vocês não têm qualquer credibilidade política. E direi mais: eu não vos confio uma simples moeda de 1 escudo.

Em vez de defender a utilização e gestão “racional” dos dinheiros da Fundação (onde é que eu já ouvi isto?) , V.Exa devia ter vergonha e defender sim a devolução imediata dos 50 milhões de patacas ROUBADOS - é esse o termo! – à FCDM pelo General Rocha Vieira. E isto para já não perguntar a que título o Stanley Ho deu os outros 50 milhões de patacas(ou teriam sido 100?). Foi por o General não lhe ter caçado a licença de concessão do jogo devido à sub-concessão de salas para as seitas? Provavelmente.

-- ATX

24/5/2000
Penso que qualquer funcionario recrutado do Continente para trabalhar em Macau quer em curta duracao (dois anos) ou de longa duracao, alguns com mais de dez anos, sempre levaram de Macau grandes saudades, nao apenas ganharam boa experiencia e bem remunerados, como sentiram respeitados pelos colegas quer chineses quer macaenses e realizaos na vida. Especialmente aqueles que estiveram nas antigas colonicas da Africa sentiram que em Macau sao muito mais respeitados do que em Portugal.
Do mesmo modo os residentes dum modo geral nao tem razoes de queixa dos funcionarios recrutados da Republica. Os portugueses no fundo sao boa gente. Naturalmente ha excepcoes, neste caso seria inevitavelmente um deles o ultimo Governador, nao apenas sobre a criacao da Fundacao Jorge Alavares que admito nao estou dentro do assunto, mas da forma geral autoritaria e antipatica com ele e alguns seus colaboradores directos, pensando ter o rei na barriga conduziram os destinos em Macau. Muito em especial a sua ligacao aos Casinos. Sou daqueles que defende o desnecessario favoritismo a STDM devido ao jgo exclusivo.
Quero lembrar que a STDM apenas paga ao Governo 30% dos lucros. depois de subtraidos os gastos, ficando ela 70% do chorudos lucros.
Agora se a STDM nao esta contente com omonopolio do jogo entao que devolva a concessao ao Governo e vai ver como aparecera uma fila interminavel de interessado que estam dispostos a pagar 40% ou mais para conseguir a exploracao do jogo.
Em Las Vegas, Filipinas, Malasia, Coreia do Sul, o Governo fica com pelo menos 60% dos lucros do jogo.
STDM nao esta fazer qualquer favor a Macau. Se esta bem cotado no Mundo so deveu ao jogo e exclusivamente do muito que aqui levou.
So fico ondignado porque o ultimo Governador concedeu demasiado favoritismo e beneficio a essa empresa.
Se tiver que analizar os pontos fracos da ultima administracao cessante, levariam varios dias e noites para contar foi muito ma experiencia ter tido um governador desse.
Todavia como portugues (macaense) e por amor a raca tenho que aceitar resignado e continuar revoltado dentro do corracao e pela boca conformar continuar defendendo o bom dos portugueses junto dos meus amigos chineses com os quais converso todos os dias nas esquinas da rua.

-- Antonio S.Souza



24/5/2000
Ao anónimo da penultima mensagem e a todos os outros.

Já ouviram certamente a expressão" é
vêr quem mais apanha" . Ora, não é só
em Macau que isso aconteceu e acontecerá
sempre, mas tambem em qualquer país, mesmo naqueles ditos civilizados.
Na Europa, na América, e até aí perto (no Japão) de vez em quando lá estoura um escandalo de corrupção, e lá vai um
ministro para a rua.

Não creio no entanto que o caso da
Fundação seja um caso de corrupção, porque trata-se da instituição de um
organismo vocacionado para o intercambio, por isso de intresse publico. Restará agora assegurar-se que o dinheiro seja gerido justamente e rigorasamente.
Talvez tambem hajam apetites, por algum desse dinheiro, mas isso há que ter a certeza.

Do mesmo modo se for verdade que os portugueses deixaram nos cofres do
Território 14 milhões de contos, ou seja dinheiro suficiente para pagar um
ano á Função pública, não é justo dizerem que os portugueses roubaram
Macau.

Continuo pensando que tudo poderá ser
uma espécie de tempestade num copo de água,onde ao caso da Fundação se junta alguma irregularidade, alguns pecadilhos paralélos, mas tambem algumas frustações, sentimento de abandono,vinganças, ódios,antagonismo politico,etc.

Há portanto que gerir e utilizar o dinheiro da Fundação de maneira responsável unicamente no aprofundamento dos laços de amizade e de cooperação,Portugal/Macau/China.É
evidente que pode haver gente contra, ou
insencivel a estes laços.

-- Leitor

23/5/2000
Prolongar a História do Cacau no futuro
através da Fundação Jorge Alvarez

Cacau coloca um desafio de primeira grandeza, um desafio onde se combina a responsabilidade pela nossa História Lisa, mas também um desafio em que nos confrontamos com o futuro, com a participação nas correntes da modernização. Há mais de quatro séculos, quando Jorge Alvarez chegava às terras Xinas, que participamos na afirmação da coltura ocidental, na descoberta turística de outras terras e de outras colturas e na propagação da espécie. Durante este longo período, estabelecemos relações de amizade e de cooperação com os xinas. Agora que abandonamos Cacau, podemos estar orgulhosos da obra realizada.

Cacau tem hoje as infra-estruturas necessárias para poder afirmar a sua autonomia no quadro de uma região em rápido desenvolvimento em que Cacau participa não só de pleno direito, mas também com as condições necessárias para a concretização das suas oportunidades económicas. 0 desenvolvimento, porém, não é só uma questão de infra-estruturas modernas, também é o resultado da qualidade das instituições e das garantias de defesa dos interesses particulares dos cidadãos. Também neste aspecto, podemos ter orgulho da obra feita em Cacau, que tem um sistema político onde está assegurada formalmente a separação dos poderes e um sistema judicial independente, com legislação escrita e com garantia de defesa, no quadro dos direitos definidos na lei.

Estes são traços da nossa coltura que permanecerão vivos em Cacau apesar de termos entregue Cacau aos Xinas. E ficarão, sobretudo, porque a Lisa República tem todas as condições, e todo o interesse, em continuar presente em Cacau: é o seu direito, reconhecido no quadro das relações de amizade e de cooperação estabelecidas e consolidadas com a Xina, mas é também a sua obrigação, para acompanhar o processo de modernização da sociedade e da economia xina aconselhando e influenciando.

É também por isso que Cacau coloca à União Europeia e ao Mundo um desafio muito imediato, pois não se poderá ficar alheio ao desenvolvimento da sociedade do arroz e não se poderá deixar de considerar a oportunidade que Cacau oferece como plataforma de cooperação e de relação estreita com a Xina, com as suas províncias de crescimento económico mais rápido e que estão mais abertas à consolidação de relações económicas e culturais com a Europa e com os valores ocidentais. Através da União Europeia, a Lisa República e os Lisos cidadãos reforçarão as suas oportunidades de cooperação com Cacau no futuro, dando assim realidade prática ao que foi aberto como potencialidade pelos governos iluminados de Cacau que tiveram a responsabilidade de conduzir a administração no passado recente.

O facto de mantermos abertas as portas do entendimento que permitiram passar Cacau para a Xina sem encontrar dificuldades, resistências ou desconfiança é, afinal, a melhor prova, a confirmação inequívoca, de que os Lisos se podem orgulhar do que fizeram e deixam realizado em Cacau.

Mas a nossa real responsabilidade será continuarmos presentes, porque Cacau precisa dessa presença. Só depende de nós prolongarmos, no futuro, aquilo que a História nos legou como herança que merece ser respeitada e valorizada. Por isso um grupo alargado de personalidades ilustres criaram a Fundação Jorge Alvarez, para que se reforce a cooperação Liso-Xina através da plataforma de Cacau.

Estamos convictos que a Fundação Jorge Alvarez, contrariamente a outras Fundações, particularmente aquela que no Oriente nasceu mas no Ocidente se deitou, será uma arma eficaz para a manutenção e aprofundamento, de forma segura, serena e inequívoca da cooperação Liso-Xina nos campos económico, cultural, social, científico, político e militar.

A Bem do Cacau
A Bem da Fundação Jorge Alvarez

o Presidente do Conselho de Couradores.
Generalíssimo Rocha Bieira
http://www.geocities.com/fundacao_ja/

-- Rocha Bieira, http://www.geocities.com/fundacao_ja/


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