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BIOGRAFIA, OBRAS E ESCOLA LITERÁRIA
texto do Rachel de Queiroz - Um Mito Cearense

Rachel de Queiroz ainda não havia completado 20 anos, em 1930 quando publicou O Quinze, o seu primeiro romance. Mas tal a sua força, que o livro despertou imediata atenção da crítica, que nele viu um digno continuador da nova fase da ficção brasileira iniciada com A Bagaceira, de José Américo de Almeida. Mais tarde, ao observar que o romance da jovem escritora cearense antecipava-se ao importante ciclo do romance nordestino, Otto Maria Carpeaux escrevia que "o grande êxito do livro firmou novo gênero".

Descendente de José de Alencar (uma de suas avós, D. Maria de Macedo Lima, era prima-irmã do autor de Iracema), Rachel de Queiroz nasceu em 1910, em Fortaleza, à Rua Senador Pompeu, 86. Mas sua família é de Quixadá, no sertão cearense, onde o pai da escritora foi juiz durante muito tempo. Expulsa de sua cidade pela terrível seca de 1915, a família Queiroz transferiu-se para Fortaleza, depois para o Rio e em seguida para para Belém do Pará. Mas é ainda em Fortaleza que Rachel recebeu, em 1925, no Colégio Imaculada Conceição, o seu diploma de normalista. Em 1927, sua família trocou definitivamente Quixadá por Fortaleza. Nesse mesmo ano Rachel de Queiroz ingressou no jornalismo, como colaboradora assídua do jornal O Ceará. E jornalista ela continua sendo até hoje, atividade que sempre exerceu, paralelamente a sua produção literária.

A Primeira edição de O Quinze saiu em Fortaleza, paga pela própria autora, numa modesta tiragem de mil exemplares, mas o livro teve imediata repercussão nos círculos literários não apenas da capital cearense, mas também do Rio e São Paulo, conquistando, em 1931, o Prêmio Graça Aranha, na época o mais importante laurel concedido pela crítica a uma estréia literária. Augusto Frederico Schmidt, Agripino Grieco e Gastão Cruls foram dos muitos escritores que receberam com entusiasmo o aparecimento de O Quinze; e Artur Moreira Lima em São Paulo, escreveu sobre o pequeno-grande romance um artigo que ficou famoso: "Romancista ao Norte".

Dois anos depois de O Quinze, Rachel de Queiroz publicou o segundo romance, João Miguel, ao qual se seguem Caminho de Pedras (1937), As três Marias (1939), Dôra, Doralina (1975), e O Galo de Ouro (1935).

Rachel de Queiroz dedicou-se principalmente ao jornalismo, tendo colaborado no Diário de Notícias (Rio) e depois na revista O Cruzeiro, em O Jornal, Última Hora e Jornal do Comércio.

Cronista primorosa, tem vários livros de contos publicados. No teatro escreveu Lampião e A Beata Maria do Egito. Na literatura infanto-juvenil tem O Menino Mágico e Cafuente e Pena-de-Prata.

Foi das mais ativas e seguras tradutoras brasileiras, tendo transposto para nossa língua mais de 40 obras.

Em 1957 recebeu o prêmio-consagração da Academia Brasileira de Letras, relativo a conjunto de obras: o Prêmio Machado de Assis.

Rachel de Queiroz mora desde 1931 no Rio, passando hoje parte do ano em sua fazenda, no Quixadá, no agreste sertão cearense, que ela tanto exalta e tão presente hoje em toda sua obra de romancista, de contista e de cronista.

Como experiência diplomática, devemos lembrar sua participação na 21a sessão da Assembléia Geral da ONU, em 1966, onde serviu como delegado do Brasil, trabalhando especialmente na Comissão dos Direitos do Homem.

Integrou o Conselho Federal de Cultura desde sua criação em 1967 até 1985.

É cidadã carioca, conforme título que lhe foi outorgado pela Assembléia Legislativa do Estado da Guanabara, em 20 de novembro de 1970, por iniciativa da Deputada Ligia Maria Lessa Bastos.

Em 1970, o diretor-geral da Biblioteca Nacional, escritor Adonias Filho, promoveu a Exposição Rachel de Queiroz, comemorativa aos 40 anos de O Quinze.

Primeira escritora a integrar a Academia Brasileira de Letras, Rachel de Queiroz foi eleita em 4 de agosto de 1977, tomando posse em 4 de novembro do mesmo ano. Fez discurso de recepção Adonias Filho.

Na noite de 17 de setembro de 1984, fez na Academia o discurso de recepção ao novo imortal Arnaldo Niskier, que se empossava da cadeira no 18 na vaga de Peregrino Júnior.

Obras escritas de Rachel de Queiroz:

ROMANCES
O Quinze (1930)
João Miguel (1932)
Caminho de Pedras (1937)
As Três Marias (1939)
Dôra, Doralina (1975)
O Galo de Ouro (1985)
Memorial de Maria Moura (1992) - Sete Prêmios literários, inclusive o internacional Camões
LIVROS INFANTIS
O Menino Mágico (1969)
Cafuti e Pena de Prata (1986)
Andira
PEÇAS TEATRAIS
Lampião (1935)
A Beata Maria do Egito (1958)
CRÔNICAS
A Donzela e a Moura Torta (1948)
100 Crônicas Escolhidas (1958)
O Brasileiro Perplexo (1964)
O Caçador de Tatu e Outras Crônicas (1967)
As Menininhas e Outras Crônicas (1976)
O Jogador de Sinuca e Mais Historinhas (1980)

 

Escola Literária - Modernismo: movimento renovador nas artes e letras brasileiras, o modernismo teve como marco inicial a semana de arte moderna (1922). Seus objetivos primordiais eram: romper com as tradições acadêmicas, atualizar as artes e a literatura em relação aos movimentos de vanguarda europeus e encontrar uma linguagem autenticamente nacional.

Geração de 30: Figura a segunda fase (1930-1945) do mordenismo, representa a diluição do "espírito coletivo" da fase anterior; os pressupostos mordenistas passaram a ser expressos através da obra individual dos diversos escritores. Nesse período ocorreu uma revitalização da ficção; surgiu o chamado "romance do Nordeste"; "o romance psicológico"; "o romance urbano"; poesia e ensaio.

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