Ascendência de Ângela Leopoldina de Albuquerque Dinoá

  

Teodósio de Oliveira Ledo

                

Nomeado Capitão-mor das Fronteiras das Piranhas, Cariri e Piancó em 1694, sucedendo a seu irmão Constantino de Oliveira Ledo, ele era filho de Custódio de Oliveira Ledo, o qual, com seus filhos e com seu irmão Antônio de Oliveira Ledo (primeiro Capitão-mor da Infantaria de Ordenanças a Pé do Sertão da Paraíba), e os filhos deste também, saiu da Bahia, mais precisamente da região sãofranciscana, em 1664, para explorar uma sesmaria que lhe havia sido concedida ao longo do Rio Paraíba, medindo 50 léguas de comprimento por 10 léguas de largura.

A família Oliveira Ledo teve um papel importantíssimo na penetração do gado no sertão paraibano. Segundo registros disponíveis, foram os membros dessa família os primeiros a se situarem no interior da Paraíba, a uma distância superior a 14 léguas de distância do mar.

Inicialmente, os Oliveira Ledo se fixaram onde, atualmente, está Boqueirão, então denominada Carnoió, terra dos ferozes índios Cariri. Sua fazenda tornou-se, então, o centro irradiador da ocupação do Sertão.

Teodósio de Oliveira Ledo, homem destemido, foi participante ativo, com seus irmãos, primos e sobrinhos, da célebre Guerra dos Bárbaros, e em suas andanças para o sertão paraibano, "descobriu" o melhor caminho para atingí-lo, a partir do Cariri: subindo e, depois, vadeando o sopé da Borborema, em cujo cimo, aliás, fundou um arraial que se tornaria a Campina Grande de hoje.

De certo modo, pode-se afirmar que não há uma só cidade do sertão que não se tenha originado de uma fazenda pertencente a um membro da família Oliveira Ledo, mesmo quando tal sobrenome não fosse assinado pelo fazendeiro - é o caso de Brejo do Cruz e de Catolé do Rocha, cujos sobrenomes dos proprietários - Manuel da Cruz Oliveira e Francisco da Rocha Oliveira - não lembram o clã, quando se sabe que o primeiro era tio do segundo, sendo ambos, filho e neto, respectivamente, de Antão da Cruz Portocarreiro e Ana de Oliveira Ledo, esta, irmã do Capitão-mor Teodósio de Oliveira Ledo.

O Capitão-mor alcançou uma idade provecta, ficando cego nos últimos anos de sua vida. Foi casado duas vezes, a primeira com Isabel Paes, a segunda, com Cosma Tavares Leitão, que sobreviveu a ele. Ao falecer, entre novembro de 1731 e agosto de 1732, já cego, ele deixou seis filhos, quatro havidos do primeiro matrimônio e outros dois do segundo:

1 - Antônio de Oliveira Ledo

Capitão, casado duas vezes, a primeira com Joana Batista Acióli, a segunda, com Emerenciana de Lucena;

2 - Adriana de Oliveira Ledo

casada com o Coronel Agostinho Pereira Pinto - deste casal descendem os autores deste trabalho genealógico;

3 - Francisco de Oliveira Ledo

Capitão-mor do Sertão de Piranhas e Piancó, casado com Jacinta da Cruz Oliveira;

4 - Maria

foi casada.

5 - Teodósio de Oliveira Ledo (Júnior)

de quem também a história não guardou muita notícia. Sabe-se que, em 1742, ele era ainda de menor, como se depreende do requerimento para legalização de uma sesmaria, em seu nome e no de sua tia Ana de Oliveira Ledo, conforme transcrição abaixo:

"Nº 305 em 7 de novembro de 1742

Viuva Anna de Oliveira e o menor Theodozio de Oliveira, filho do capitão-mór Theodozio de Oliveira e de Cosma Tavares, dizem que nas partilhas que se fizeram se adjudicou a metade do sitio Timbaúba à supplicante Anna de Oliveira e a outra metade a seu irmão capitão-mor Theodozio de Oliveira, e por morte do dito seu irmão se lançou a mesma Timbaúba ao supplicante menor, e porque o dito sitio Timbaúba o possuia o supplicante por logradouro do seu sitio chamado Riacho do Padre com quem confinava pela parte do nascente e o defunto capitão Theodozio de Oliveira por logradouro, lograva a mesma Timbaúba por logradouro do sitio chamado Badallo que diz entestar com a Timbaúba pela parte do poente cujo sitio do Badallo vendeu a viuva Cosma Tavares e porque os supplicantes não têm data do dito Timbaúba e por justificação summaria se averiguou ficar a dita Timbaúba fóra dos limites das datas dos Oliveiras, e como por equidade se deve conceder a dita Timbaúba aos supplicantes como possuidores delle, pediam fosse servido attendendo ao referido, mandar passar carta de data de sesmaria começando do sitio do Livramento pelo rio acima até entestar com o sitio do Badallo e meia para o nascente, para elles suplicantes em comum trazerem seos gados vaccuns e cavallares, com declaração de que aquelle que mover duvida perderá a parte que lhe toca e ficará dada a outra parte, e faltando as águas na dita Timbaúba retirarem os gados sem prejuiso dos seos visinhos, e como procurdor da corôa também é das partes se requer responda outro advogado para se evitar duvidas. Foi feita a concessão, no governo de Pedro Monteiro de Macedo".

6 - Nicolau

filho mais novo do Capitão-mor. Não há notícias suas. Possivelmente faleceu na infância.

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