Rebaixamento
com Injetores
Até a década de 70 era bastante difundida a técnica de
rebaixamento com o uso de ponteiras filtrantes. Entretanto, nesta
década, grandes obras tais como o metrô de São Paulo e o
metrô do Rio de Janeiro, além das grandes usinas
hidrelétricas, apresentavam um novo desafio para os engenheiros.
Ainda era possível se promover o rebaixamento de temporário de
aqüíferos por meio das ponteiras filtrantes - também
conhecidas como "well-points". Apesar de eficiente,
este método apresentava certas limitações quando usado em
grandes rebaixamentos. A limitação residia no fato de cada
instalação de ponteiras ser capaz de rebaixar aproximadamente
de 5 a 6 metros o nível do lençol, tornando necessária a
instalação de vários níveis de ponteiras para se obter o
rebaixamento desejado. Uma empresa - Estacas Franki - realizou
uma grande obra para a CELPA - Centrais Elétricas do Pará, para
a execução das obras da Casa de Força da barragem do rio
Curuá-Una, no estado do Pará com área de 15.000 m2, e que
compreendeu 6 níveis de estágios de ponteiras para permitir um
rebaixamento de 20 metros do nível de água. Nesta obra foram
utilizadas 900 ponteiras, 2.000 m de tubos coletores, 10 bombas
de rebaixamento e 4 de recalque.
Tornava-se assim, necessário o desenvolvimento de novas
técnicas que garantissem o rebaixamento de grandes profundidades
a um custo razoável. Neste contexto surge o que ficou conhecido
como rebaixamento com injetores (algumas vezes denominados
ejetores). Neste sistema de rebaixamento, são executados poços
com 25 a 30 cm de diâmetro e profundidades de até 40 m, no
interior dos quais se instalam os injetores. O espaçamento entre
esses poços varia de 4 a 8 m. A utilização desse sistema pode
se dar com a utilização de tubos paralelos (mais freqüente) e
a utilização de tubos concêntricos. Conforme figuras.
Injetores
de tubos paralelos |
Injetores
de tubos concêntricos |
O sistema funciona como um circuito semi fechado em que a água
é injetada por uma bomba centrífuga através de uma tubulação
horizontal (tubo distribuidor geral) que possui saídas onde se
ligam os tubos de injeção que conduzem a água sob alta
pressão ( 7 a 10 atm), até o injetor, instalado no fundo do
poço. A água injetada atravessa o bico venturi do injetor e é
acrescida pela água que é aspirada do solo subindo por outro
tubo (de retorno) com diâmetro ligeiramente superior ao de
injeção, até a superfície. Os tubos de retorno estão
acoplados a outra tubulação (coletor geral), instalada
paralelamente ao distribuidor geral, e que conduz a água até
uma caixa de água. As pressões de retorno da água são da
ordem de grandeza de 10% das pressões de injeção e o nível de
água na caixa é mantido constante, sendo o excesso (aquela que
foi aspirada do solo e a que se perde no sistema) conduzida para
fora da obra. Esta mesma caixa de água supre a bomba
centrífuga, num processo semi fechado.
Nas fotos abaixo podem ser vistos detalhes do injetor e um
sistema em operação.
Ligação nos tubos |
Vista externa |
Vista externa |
Vista
da rede de |
(clique nas fotos para visualizar melhor)
A perfuração onde se instala o injetor
é feita normalmente utilizando-se uma perfuratriz rotativa que
fira um revestimento metálico, o qual tem na sua extremidade
inferior um coroa de perfuração que desagrega o solo. Durante a
perfuração, é injetada água pelo interior do revestimento,
num processo similar ao empregado na perfuração para execução
de estacas tipo raiz. É importante frizar que não se permite,
em qualquer hipótese, a utilização de lama bentonítica para
estabilizar as paredes da perfuração, pois esta lama forma uma
camada "impermeável" (quake) no solo em volta das
paredes do furo que dificilmente consegue ser removida (mesmo com
lavagem de água limpa) e que, portanto, prejudica a eficiência
do sistema.
Concluída a perfuração, instala-se no interior do furo um tubo
ranhurado (tipo NOLD), com diâmetro de 4" a 6",
envolto em tela de nylon com malha de 0,6mm, dotado de
centralizadores, para garantir que o eixo do mesmo coincida com o
eixo da perfuração. O espaço anelar entre o tubo e o
revestimento é preenchido com areia graduada, à medida que este
vai sendo retirado. Após a retirada do revestimento sela-se o
poço com argila e instala-se em seu interior o injetor. A parte
inferior do tubo (cerca de 1m de comprimento) deverá ser
confeccionado sem ranhuras (tubo liso) e tampado na ponta para
permitir que as partículas finas do solo que eventualmente
penetrem no tubo, durante a operação do sistema, possam se
depositar por decantação, permitindo, de tempo em tempo,
retirar o injetor e promover a limpeza desse material decantado.
A vantagem do sistema de rebaixamento por injetores é a
possibilidade de rebaixar o nível de água a grandes
profundidades, sendo economicamente mais vantajoso quando se
compara o mesmo com um sistema de ponteiras filtrantes com 3 ou
mais níveis.
O
funcionamento do Bico Venturi
EM 1875, Froude apresentou uma experiência comprovando o teorema
de Bernoulli. Para tanto construiu uma canalização horizontal
de diâmetro variável, munida de piezômetros, ligada a um
reservatório. Verificou por essa experiência, que o fluido ao
ganhar energia piezométrica, perdia energia cinética e
vice-versa. Isto tem uma aplicação prática nos denominados
bicos venturi.
A introdução de uma vazão na entrada do bico venturi passa por
uma secção estrangulada o que causa um aumento da velocidade da
água e conseqüentemente um aumento da energia cinética,
diminuindo a energia piezométrica de modo a manter a constância
da equação de Bernoulli. Assim, o líquido que se encontra ao
redor do bico venturi, com pressão atmosférica, terá maior
pressão que o líquido que está passando pela seção
imediatamento posterior à secção estrangulada, criando-se uma
sucção na água ao redor do bico venturi que será impulsionada
para a parte mais alta do bico. Após o estrangulamento há um
alargamento da secção do tubo o que causa uma diminuição da
velocidade e um aumento da energia piezométrica recalcando a
água para cotas mais elevadas.
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com Bombas Submersas de Eixo Vertical.
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