CLÉRIO JOSÉ BORGES DE SANT´ANNA VOLTAR |
"A Academia, trabalhando pelo conhecimento [...], buscará ser, com o tempo, a guarda da nossa língua. Caber-lhe-á então defendê-la daquilo que não venha das fontes legítimas, - o povo e os escritores, - não confundindo a moda, que perece, com o moderno, que vivifica. Guardar não é impor; nenhum de vós tem para si que a Academia decrete fórmulas. E depois, para guardar uma língua, é preciso que ela se guarde também a si mesma, e o melhor dos processos é ainda a composição e a conservação de obras clássicas."
A Academia original foi uma escola fundada em 387 a.C., próxima
a Atenas, pelo filósofo Platão. Nessa escola, dedicada
às musas, onde se professava um ensino informal através
de lições e diálogos entre os mestres e os
discípulos, o filósofo pretendia reunir contribuições
de diversos campos do saber como a filosofia, a matemática,
a música, a astronomia e a legislação. Seus
jovens seguidores dariam continuidade a este trabalho que viria
a se constituir num dos capítulos importantes da história
do saber ocidental.
A escola era formada de uma biblioteca, uma residência e
um jardim. Pela tradição, este jardim teria pertencido
a Academus - herói ateniense da guerra de Tróia
(século XII a.C.), e por isso era chamado de academia.
As mais conhecidas academias gregas foram a Antiga Academia, fundada
por Platão, que teve entre seus mestres o matemático
Eudóxio de Cnido, e como discípulos, entre outros,
Aristóteles, Xenócrates e Espeusipo; a chamada Academia
do Meio, fundada pelo filósofo platônico grego Arcesilaus
e a Nova Academia, fundada pelo filósofo cético
grego Carneades. Essa tradição que deu origem a
todas as academias e universidades de ensino superior do Ocidente
foi interrompida com o seu fechamento pelo imperador romano Justiniano
em 529 d.C.
Diversas academias de poetas e artistas se estabeleceram na França
e na Itália nos séculos XIII e XIV. A Accademia
Platonica, fundada em Florença por volta de 1440, foi a
mais famosa academia da Renascença italiana. Ela se dedicou
a aprofundar o estudo da obra de Platão, ao aprimoramento
da língua italiana e ao estudo de Dante.
A Academia Francesa - que serviu de modelo à Academia Brasileira
- foi fundada, em 1635, por iniciativa dddo Cardeal Richelieu que
obteve a autorização para seu funcionamento do rei
Luís XIII, com a principal finalidade de tornar a
língua francesa " pura, eloqüente, e capaz de
tratar das artes e ciências." A Academia Francesa tem
cumprido essa missão, também, através das
sucessivas edições de seu Dicionário. Oito
edições já foram realizadas entre 1694 e
1932, estando em curso os trabalhos da nona edição.
As entradas do Dicionário são conservadoras e sempre
ilustradas através de citações literárias;
termos chulos, gíria e expressões coloquiais são
evitados. Essa mesma orientação foi seguida na Gramática
da Academia Francesa publicada em 1932.
Constituída por quarenta cadeiras, cujos ocupantes perpétuos
são eleitos, depois de se apresentarem como candidatos
a uma vaga, apresentando suas qualificações. O novo
acadêmico toma posse discursando em agradecimento à
Academia e realizando o elogio de seu antecessor.
Marcos históricos recentes da Academia Francesa foram a
eleição do primeiro estrangeiro, Julian Green, romancista
americano que escrevia em francês, em 1971, e da primeira
mulher acadêmica, Marguerite Youcenar, em 1981. Neste último
caso, a Academia Brasileira, com a eleição de Rachel
de Queiroz em 1977, antecedeu em quatro anos sua congênere
francesa.
Na segunda metade do século XIX, o Rio de Janeiro já apresentava uma vida literária marcada pelas reuniões de escritores e publicações de periódicos voltados para a literatura. Pontos de encontro, como as livrarias Laemmert e, posteriormente, a Garnier, mantinham a regularidade dessas reuniões onde participavam nomes como Oliveira Lima, Rodrigo Otávio, Pedro Tavares, o jovem Graça Aranha e outros. Já nessas rodas, o centro era a inteligência irônica da personalidade discreta de nosso escritor maior: Machado de Assis.
Nesses grupos e encontros, acenava-se com a necessidade da criação de uma agremiação que reunisse os expoentes da literatura brasileira. As reuniões da Revista Brasileira, sob a direção de José Veríssimo, tiveram um papel decisivo na criação da Academia idealizada, principalmente, por Lúcio de Mendonça.
A idéia de Lúcio de Mendonça era a criação de uma Academia de Letras sob a égide do Estado, que recusou a proposta. Criou-se, então, como uma sociedade civil de direito privado, ou como se chamaria hoje, como uma organização não-governamental, a Academia Brasileira de Letras.
FUNDAÇÃO DA ABL
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
Essa vontade gregária também se manifestava pelas personalidades boêmias que viriam a se reunir no clube Rabelais, fundado, em 1892, por Araripe Júnior e Raul Pompéia. O escritor e acadêmico Josué Montello, em seu O Presidente Machado de Assis, nos lembra, citando as Minhas Memórias dos Outros de Rodrigo Octavio, que Nabuco, Taunay e Machado não quiseram aderir ao "barulhento Rabelais".
A primeira sessão preparatória realizou-se em 15 de dezembro de 1896, às três horas da tarde, na sala de redação da Revista Brasileira, na travessa do Ouvidor, nº 31. Nessa mesma sessão foi aclamado presidente Machado de Assis.
A sétima e última sessão preparatória foi realizada a 28 de janeiro de 1897, à qual compareceram dezesseis membros: Araripe Júnior, Artur de Azevedo, Graça Aranha, Guimarães Passos, Inglês de Souza, Joaquim Nabuco, José Veríssimo, Lúcio de Mendonça, Machado de Assis, Medeiros e Albuquerque, Olavo Bilac, Pedro Rabelo, Rodrigo Octavio, Silva Ramos, Visconde de Taunay e Teixeira de Melo. Foram incorporados como membros aqueles que haviam comparecido às sessões preparatórias anteriores: Coelho Neto, Filinto de Almeida, José do Patrocínio, Luís Murat e Valentim Magalhães. Foram convidados para participar como fundadores, e aceitaram, Afonso Celso Júnior, Alberto de Oliveira, Alcindo Guanabara, Carlos de Laet, Garcia Redondo, Pereira da Silva, Rui Barbosa, Sílvio Romero e Urbano Duarte. Tinha-se, assim, trinta membros.
Tomando como modelo a Academia Francesa, foram criadas quarenta cadeiras. Para completar as dez seguintes, os dezesseis membros presentes na sessão de 28 de janeiro elegeram Aluízio de Azevedo, Barão de Loreto, Clóvis Beviláqua, Domingos da Gama, Eduardo Prado, Luís Guimarães Júnior, Magalhães de Azeredo, Oliveira Lima, Raimundo Correia e Salvador de Mendonça. Ainda nesta sessão aprovam-se os Estatutos que vão assinados por Machado de Assis, presidente; Joaquim Nabuco, secretário-geral; Rodrigo Octavio, 1º secretário; Silva Ramos, 2º secretário; e Inglês de Souza, tesoureiro.
A primeira sessão plenária da Academia realizou-se a 20 de julho de 1897, com a presença de dezesseis membros, numa sala do Pedagogium (foto acima), na rua do Passeio. Depois de uma breve alocução introdutória do presidente Machado de Assis e da leitura da memória dos atos preparatórios por Rodrigo Octavio, Joaquim Nabuco pronunciou o discurso inaugural.
Desde a sessão de 21 de julho de 1959, ficou resolvido que a fundação da Academia seria comemorada a 20 de julho de cada ano.
Iniciadas como parte das comemorações do primeiro centenário da Academia,
as visitas guiadas ao Petit Trianon entram em seu quarto ano consecutivo de
realização, com grande sucesso de público, atraindo estudantes
de vários pontos do país interessados em conhecer a Casa de Machado
de Assis.
As visitas guiadas são realizadas às segundas, quartas e sextas-feiras,
em duas sessões, às 14 e às 16 horas.
Informações e Reservas:
Academia Brasileira de Letras |
Reunião de fundação da Academia de Letras e Artes da Serra, Aleas, no dia 28 de Agosto de 1993, no recinto da Câmara Municipal da Serra. Clério José Borges, presidindo os trabalhos da Assembléia Geral de Fundação da ALEAS e discursando relatando a importância de uma Academia de Letras para uma cidade rica de tradições culturais como a Serra, celeiro de bons Escritores, Poetas, Trovadores, Artistas Plásticos e Intelectuais. A Serra das Bandas de Congo. A Serra do Mestre Álvaro. A Serra de um rico e belo folclore. Ao lado de Clério, o Advogado, Dr. Carlos Dorsch, secretariando os trabalhos e o ex-Prefeito da Serra, por duas vezes, Advogado, Dr. Naly da Encarnação Miranda
Foto 1 - Sandra Gomes, Presidente da ALEAS e Clério José Borges, Vice Presidente
Foto 2 - Dona Zenaide Emília Thomes Borges recebendo um Diploma das mãos do seu esposo Clério Borges em solenidade da
ALEAS realizada no Auditório do Forum da Serra. Ainda na mesma foto, atrás, alguns Acadêmicos da ALEAS com suas Becas Azuis.
Aparecem na foto: João Luiz Castello Lopes Ribeiro, de óculos; Galbo Benedito Nascimento;
Maria de Fátima; Artista Plástico Assis; Marcelo Furtado; Eduardo Mendonça e Lino Armando Baroni.
Foto 3 - Sandra Gomes, Presidente da ALEAS e Clério José Borges, Vice Presidente, em solenidade Oficial da ALEAS, no Auditório do Forum da Serra, ES.
No dia 28 de agosto de 1993 foi fundada a Academia de Letras e Artes da Serra - ALEAS, entidade cultural reunindo poetas, trovadores, escritores, artistas plásticos e intelectuais nascidos ou residentes no Município da Serra.
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FOTO 1 - Na Missa em Trovas em Anchieta, ES: Eno Theodoro Wanke, Clério Borges e ao
fundo Nealdo Zaidan / FOTO 2, 3 e 4 - Reunião na casa de Clério Borges: Kátia Bóbbio; Clério; Zenaide; Cleusa Vidal; Clério e Edson Constantino; Adir Ribeiro; Valdemir R. Azeredo; Clério; Moacyr Malacarne e Antônio Alves, com o Violão |
Na foto os sócios do CTC - Clube dos Trovadores Capixabas |
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