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FOED CASTRO CHAMMA

ENTREVISTA A  ANDRÉ SEFFRIN,  .2001.

 

Entrevista a Rodrigo Souza Leão/14.05.2003 – Revista Virtual Baalacobaaco

  1.      Como é ser tradutor de poemas de Adam Mickiewicz, Virgílio (Bucólica)?

   A tradução de doze poemas de Adam Mickiewicz e das Bucólicas de Virgílio se deve a circunstâncias especiais. Recebi em Irati/Pr onde nasci, o livro POEZJE em idioma que desconhecia, o polonês. O oferecimento despertou a vontade de traduzir e procurei na Sociedade Polonesa do Rio de Janeiro alguém que me ajudasse. Fui recomendado a uma senhora formada em Letras na Cracóvia que me recebia em sua residência e me passava o significado de cada verso dos poemas traduzidos. Trabalhei como se estivesse lendo no original dando a cada poema o sentido correspondente e os reuni em um pequeno volume com introdução onde dou notícia da vida de Mickiewicz, lintrodutor do Romantism na Polônia, e cito o nome de pessoas que me auxiliaram na tarefa de recriar os belíssimos poemas em nosso idioma. As Éclogas da BUCOLICA, texto em latim de P.VERGILI MARONIS OPERA extraído do volume VIRGILE (BUCOLIQUES – GEORGIQUES – ENEIDE) PAR HENRI GOELZER PARIS LIVRAIRIE GARNIER FRÉRES, traduzi movido por uma frustração em relação à Metamorphoses de Ovídio quando jovem em prova de Latim.

 2. Você difere o tradutor do poeta? Há alguma arte superior dentre as artes que você faz?

       O tradutor não difere do poeta. Ambos engendram o texto original ou   traduzido, inventam ou reinventam digamos o poema a partir do Sentido, dando asa, percorrendo o campo da imaginação, numa sintonia compartilhada pela lucidez que subverte muita vez a lógica da razão. Dentre as artes que pratico como essa de fazer da língua um trabalho, desenhar, pintar, nenhuma considero superior pois todas atendem a um impulso criador que se transforma em prática do saber e cura pelo Conhecimento.

 3.     Como é  o seu trabalho com epigramas latinos?

  Mircea Eliade em HERREROS Y ALQUIMISTAS SER Y TIEMPO TAURUS MADRID acrescenta no final da obra traduzida do francês sete epigramas latinos extraídos do Rosarium Fhilosophorum (Frankfurt 1550) e do Scurtinium Chymicum (Frankfurt 1687) que recriei em paráfrases e editei com um prefácio no qual desenvolvo estudo sobre 

4.   Como é fazer verbete para enciclopédia?

       Os verbetes a que alude não foram feitos e sim traduzidos do francês para a Editora Delta sob orientação do professor Antônio Houaiss nos anos 60

5.  Para ser ensaísta é necessário ter algo de novoO ensaio de idéias pressupõe uma tarefa criadora na qual se processa uma arqueologia do saber. No início da filosofia era praticado pelos gregos um exercício ao qual Aristóteles atribuía resposta a uma indagação ti to on (que é isto o ser?) que muito se parece com a invenção do poema. A vontade de saber constitui um laboratório da vontade de poder que Nietzsche restaura retornando ao início grego da filosofia a partir de leitura e estudo dos Fragmentos pré-socráticos. Em meus ensaios tento fazer convergir a idéia para uma unidade original desenvolvendo assim o juízo sintético em oposição ao conceitual ou juízo analítico. Nesse empenho não deixo de reconhecer que a intertextualidade é inerente ao fenômeno da criação. Hegel afirma na CIÊNCIA DA LOGICA que a oposição apóia-se nela mesma, é a diferença absoluta,  exclui a identidade

6.  Você divulga seus livros pela NET.

  Vejo a NET como um espaço a dar apoio ao Acaso no sentido de Simultaneidade e Contemporaneidade onde a descoberta de um signo toma corpo e invade a percepção dos que navegam  e assumem desse modo um juízo não subordinado  a ideologias mas à Verdade e Beleza como fundamentos ontológicos da arte. O poeta se volta dentro da realidade virtual para a universalidade de um culto como oficiante intemporal

7.  Pra que serve a poesia?

 O nível de linguagem subjacente à empiricidade tem como núcleo a matese onde repousa a essência do ser na negação. A linguagem poética visa à matematização do simpólico e captura concomitante do cuplo, cuja implicação lingüística reduz o imaginário a um ícone no qual se encontra o conflito da representação. Nessa medida o uso da poesia constitui uma prática a priori do saber, uma purgação e um processo de cura. Acredito que Freud tenha se dado conta da legenda do Templo de Delfos (Conhece-te a si  mesmo), que Sócrates utilizou para inaugurar seu magistério e transformar a filosofia em uma Ética. A Poesia é reveladora cultural e social da Identidade.

  8.     Como foi ver a sua obra reunida em O andarilho e a aurora?

 A reunião de três livros em um volume editado em Convênio com o MEC em 1971 deu-me a sensação de conclusão de uma obra. Era o primeiro passo de um tempo a percorrer no exercício da imaginação e assédio do duplo como uma Legião que reduzi a sombra e tentei capturar em um poema que inicialmente teve como título Livro das alucinações, depois Geometria da sombra e, por fim, Pedra da transmutação. O poema percorre um tempo circular voltado para uma dualidade que tem como Ícone na linguagem o outro de um eu atormentado pela imaginação e o conflito da representação. Desenvolvo um estudo sobre a origem da poesia no qual observo que a inquietação do físico em compreender o mistério é a mesma do poeta. Na geometria do universo aloja-se o ponto de uma reta que acompanha a direção do raio. Na pedra está a água, no martelo o prego, na forma a essência do Ser a germinar numa química que se transmuda em Aparência inquietadora na medida em que como sombra possui a opacidade de um duplo do mesmo modo que na inguagem o significante corresponde ao significado.

9.   Quais são suas influências literárias?

  Minha poesia possui duas fases. A primeira voltada para os românticos. A segunda para o Modernismo sob a ótica barroca da Metáfora a dar início a uma arquitetura no sentido mito poético. À convergência simultânea do imaginário e a lógica da razão pertence uma constelação na qual estão um Eliot, um Saint-John Perse, um Pound (make it new), um Jorge de Lima, sobretudo, de quem hauri o sentido simbólico da intertextualidade. Na  Fundação da Ilha de dimensão heliocêntrica está a Invenção de Orfeu.

 10.  Com quantas metáforas se faz um poema?

       A metáfora é o espaço do Mito. Instaura-se na negatividade o campo do imaginário tal um duplo, que a metáfora redoz a leitura e entendimento. A lógica do simbólico está onde repousa a imagem transmudada em produção necromante de um discurso que tem como núcleo a memória.

  11. Você se identifica com alguma escola literária?

  O resgate das ruínas do sonho (tenho um romance  em andamento com esse título) constitui modalidade subjetiva de uma arqueologia. Seu início, prometeico, corresponde a uma Arque ou captura do Fogo, onde o saber é um tentar conhecer-se a si mesmo através da obra de arte.

  12. Tem alguma epígrafe que o acompanha pela vida?

  Fair is foul, and foul is fair  -  William Shakespeare

  13.  Como você se insere na poesia tual do Brasil?

  Tento na Poesia Brasileira um sentido mágico restaurador de uma premissa       da mimesis concentrada na Palavra onde o semelhante atrai o semelhante

14. Qual o papel do escritor na sociedade?

  Um compromisso tácito do escritor é o culto da língua, que Horácio sintetiza na sua Arte Poética v. 344: Lectorem delectando, pariterque monendo (Divertindo e ao mesmo tempo instruindo o leitor

 

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