Músicas de Cao Guimaraes


 04. Rap do Cavalo
rap milongueado

 

Músicos que participaram da gravação:
Intérprete: Sérgio Moah
Gaita: João Vicente
Violão e vocal: Cao Guimarães
Baixo e vocal: Zé Natálio
Bateria: Ruba

Rápido, cavalo,
sempre em frente no más,
não pisa na bosta,
que ficou pra trás.

Rápido, cavalo,
temos que seguir,
sem pensar, sem pesar,
sem se reprimir,
sem prostituir a arte de sobreviver.
Já raptaram a bela e já caparam a fera,
e mutilaram as matas,
poluíram as águas,
rapinaram a terra,
enfumaçaram o ar,
e proibiram a erva,
e repartiram a peste,
entre a rapaziada.
Ficar apaixonado é perigoso demais!

Rápido, cavalo,
temos que correr,
lá vem o ladrão, lá vem a polícia,
lá vem mais um crítico,
mais um político,
lá vem mais uma lista de corrupção,
e mais uma pesquisa sem a nossa opinião,
o povo já não sabe o que é real,
e a gente acha essa realidade normal.
— olha o rapa!

Rápido cavalo,
sempre em frente no más,
não pisa na bosta que ficou pra trás.

Rápido, cavalo,
temos que supor,
que isso tudo é intriga da televisão,
muita sacanagem,
muita estupidez,
muita hipocrisia,
ganância, insensatez,
povo sem cultura gosta de sofrer,
sonha com dinheiro,
transa sem amor,
morre de inveja do seu opressor.
Cavalo bem domado adora o domador.

Rápido, cavalo,
temos que fugir,
mudar de planeta,
trocar de canal,
fazer alguma coisa que não seja banal,
ninguém é obrigado a ser feliz,
por isso eu canto.
Não quero brigar,
mas quero mudar o mundo,
não quero destruir, nem retribuir,
não quero nem cuspir na cara
de quem bem que merecia uma porrada.
— olha o tapa!

Rápido, cavalo,
sempre em frente no más,
não pisa na bosta que ficou pra trás.

Rápido, cavalo,
sei lá pra que lado,
pra qualquer lugar,
me tira da vanguarda deste CTG,
me livra de não crer,
não ver, não perceber,
que a música é a música,
é a música que dá prazer.
Me lembra de não esquecer
que tudo é ritmo e poesia.

Rápido, rápido, rápido, cavalo,
não pra competir,
não pra concorrer,
não pra ganhar,
não pra perder,
cancha reta é pra cavalo novo,
briga de beleza é coisa de guri,
e a gente já está velho demais pra se iludir,
e a gente ainda é moço demais pra desistir,
e a gente sabe:
nunca é tarde demais pra ir a um festival dizer:
— abaixo os festivais!
— Olha a vaia!

• Gravada por Serginho Moah na 8ª Moenda de Sto. Antônio da Patrulha (1994).
• Gravada por Serginho Moah no CD do II Fórum Social Mundial (2002)


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