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Caderno de Cultura Caetiteense |
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OTTO KOEHNE E O RESGATE DA CALDEIRA |
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Caderno de Cultura Caetiteense - Conteúdo de livre reprodução, desde que citada a fonte: André Koehne - Site Cultural do Município de Caetité - Bahia - 2002-2009 |
FIAT LUX - Caetité se ilumina |
Informes e considerações sobre nossa primeira rede elétrica. |
Uma vez resgatada, a caldeira foi finalmente instalada no local adrede estabelecido: uma casa, que fora de antigo padre, no exato local onde hoje está a sede do Executivo municipal. |
Era uma casa com quintal, consoante nos informou Silvio Gumes Fernandes, que vezes sem conta ali foi assistir seu funcionamento. A caldeira agora era a usina, a termoelétrica que iluminava a cidade - uma das primeiras em todo o sertão baiano a possuir tal progresso. |
À força de muita lenha, girava os mancais, com imensas polias que saiam pela parede e indo ao quintal, para girar as rodas do gerador, e daí por uma rede de fios atender as principais ruas e as casas dos principais. |
Operada por Chico da Usina, consumia de oito a dez carros de boi de lenha por dia de trabalho. Essa lenha vinha da localidade da Tabua, e o desmatamento provocou, como impacto ambiental, a extinção da planta que deu nome ao lugar - antigamente todo ele um brejo. |
Durante muitos anos foi a principal forma de iluminação, substituindo com vantagens o querosene e as velas. Entretanto o sistema foi decaindo, em potência e em duração, quebrando muito freqüentemente. Germano Gumes relata que, após um apagão duradouro, um jovem estudante retirou a inútil lâmpada do bocal e, lendo um livro, enfiou o dedão do pé ali, a brincar. Foi justamente quando ligaram a rede, fazendo com que o incauto ficasse literalmente chocado. |